30 de setembro de 2009

PCB NA TV


PCB NA TV:
NESTA QUINTA-FEIRA
Dia 1º de outubro (quinta-feira)
De 20:30 às 20:35 h
- Crise do capitalismo e atualidade do socialismo;
- Frente anti-capitalista;- Reestatização da Petrobrás;
- União da Juventude Comunista;
- XIV Congresso Nacional do PCB;
- Solidariedade Internacional.

Pronunciamentos de Ivan Pinheiro (Secretário Geral), Mauro Iasi (Comitê Central), militantes e convidados. - cadeia nacional de TV aberta: de 20:30 às 20:35;- cadeia nacional de rádio: de 20:00 às 20:05 h

29 de setembro de 2009

JORNAIS, GENERAIS, A ONU - Por Laerte Braga


O jornal THE WASHINGTON POST defende em sua edição de hoje que eleições em novembro serão o caminho para solucionar a crise hondurenha. O jornal critica o presidente deposto por um golpe militar Manuel Zelaya, atribui a crise ao presidente da Venezuela Hugo Chávez e responsabiliza o Brasil por dar espaço, em sua embaixada, a que Zelaya "tente uma revolução populista".

Ao sugerir eleições "livres" THE WASHINGTON POST sugere também que assim se legitime um ato de violência, o golpe militar. Nem Zelaya e nem seus partidários estarão participando do "processo eleitoral e democrático".

O jornal usa a expressão "assalto à democracia" para definir o governo de Zelaya, nos moldes do que "fez Hugo Chávez". Não se refere uma única vez ao golpe de estado tentado contra Chávez em 2002 e as sucessivas vitórias eleitorais do presidente venezuelano em plebiscitos, referendos e eleições localizadas e gerais.

Zelaya havia decidido consultar o povo de Honduras sobre um projeto de reforma constitucional que entre outras coisas permitiria a reeleição do presidente da República. Uma quarta urna para o povo dizer se aceitava discutir um projeto de reforma constitucional e qualquer que fossem as reformas, um referendo para que o povo as aprovasse ou não.

O grande temor dos norte-americanos e é isso que o THE WASHINGTON POST reflete, é exatamente a democracia. Ou seja, a manifestação da vontade popular de forma plena e absoluta.

No dia imediatamente anterior ao golpe militar que depôs Zelaya, o general comandante do exército hondurenho foi ao palácio dizer ao presidente que mesmo discordando do referendo, iria apoiar a legalidade constitucional, ou seja, o presidente como comandante supremo das forças armadas.

Numa manobra típica das elites podres que governam países como Honduras, a chamada corte suprema e o congresso aprovaram o processo de impedimento de Zelaya. Esgrimem, hoje, com a decisão como se legal fosse, mesmo que não tenha havido nenhum processo de impedimento, onde se pressupõe o direito de defesa, no mínimo.

Às quatro horas da manhã oficiais do exército hondurenho invadiram a casa de Zelaya, seqüestraram-no e num avião mandaram-no para a Costa Rica.

Todos esses fatos aconteceram com o conhecimento e a participação direta do embaixador dos EUA em Honduras, dos militares da base norte-americana em Honduras. O embaixador, curiosamente, é o mesmo que estava na Venezuela quando foi tentado o golpe contra Chávez.

O general que, na véspera, fora levar a Zelaya a decisão de respeitar a legalidade não apareceu para prendê-lo, mandou subalternos. É típico desse tipo de general. Não olham nos olhos, são traiçoeiros. E traidores sim, por que não?

Castello Branco, no Brasil, em 1964, às vésperas do golpe militar, era chefe do estado maior do exército e foi ao palácio Rio Negro, onde estava o presidente constitucional do País, João Goulart, prestar lealdade, falar do compromisso das forças armadas com a legalidade e entregou-lhe um documento que expressava o ponto de vista de alguns militares com o processo de reforma de base. Estava ali no documento a admissão da necessidade de tais reformas, inclusive, citada expressamente, a reforma agrária.

Foi o primeiro ditador do golpe. Era o oficial de ligação dos militares golpistas com o comandante militar designado para o Brasil, o general Vernon Walthers, seu amigo pessoal.

Augusto Pinochet sucedeu a Carlos Pratts no comando do exército do Chile. A indicação de Pinochet foi feita por Pratts ao presidente Salvador Allende, depois que Pinochet fez várias declarações públicas a favor da ordem constitucional, ou seja, do governo eleito pelo povo, o de Allende.

Allende foi miseravelmente traído por Pinochet e Pratts foi assassinado no exílio dentro do que conhecemos como Operação Condor. Ação coordenada de ditaduras militares na América do Sul, sobretudo no chamado Cone Sul contra seus adversários. JK e Jango também foram vítimas da Operação Condor (a FOLHA DE SÃO PAULO emprestava seus carros para o transporte dos que eram seqüestrados, presos, torturados, assassinados e por fim desovados como se atropelados tivessem sido).

Quem se der ao trabalho de ler o que o THE WASHINGTON POST escreveu, vai perceber que é o mesmo que escreve aqui O GLOBO, é a mesma opinião vendida pelos jornalistas Miriam Leitão e Alexandre Garcia e isso se reproduz em toda a grande mídia por vários países do mundo, na deliberada prática da mentira e da desinformação.

Não existe o menor respeito pelo cidadão. Mas o propósito de difundir a versão que convém aos que controlam o mundo. Ao gerente geral, que faz as vezes do garçom também. É na Cervejaria Casa Branca, ponto de encontro das várias "tribos" de Wall Street e que aqui se denominam FIESP/DASLU, tucanos, democratas, etc, etc, que se reúnem no fim do dia. FHC costuma aparecer por lá, todo fim do mês, dia do pagamento da Fundação Ford a seus funcionários.

Generais têm escrito páginas sombrias da história no mundo inteiro e particularmente na América Latina. O que chamam de lealdade costuma ser exatamente o contrário. O que chamam de bravura patriótica tem sido barbárie contra homens e mulheres indefesos, ou presos, submetidos a toda espécie de humilhações na prática consciente e sempre aprimorada da tortura. Guantánamo e as prisões iraquianas estão aí e não deixam dúvidas.

Os campos de refugiados palestinos, onde Israel massacra de forma impiedosa só não são vistos na grande mídia.

Dentre os generais, lógico, há exceções. m sido varridas pelos golpistas. Foi assim com Pratts no Chile, com Lott no Brasil, Juan José Torres na Bolívia e outros tantos. Há o exemplo extraordinário de Nguyen Von Giap no Vietnã.

A guerra global hoje tem um contorno decisivo para a formação/deformação do ser humano. O caráter de espetáculo. Virou um jogo de vídeo game. Se Uribe é ligado ao tráfico, foi eleito por traficantes e se as elites colombianas vivem do tráfico, importante é que apóiam as propostas democráticas, cristãs e ocidentais de Washington. Então, sete bases norte-americanas na Colombia. E um dado, o consumo de drogas entre soldados dos EUA é assustador segundo o próprio Departamento de Defesa.

A fome com a vontade de comer e os negócios

salvos.



















Esse é Alexandre Garcia posando para a revista masculina ELE E ELA. Era funcionário do Banco do Brasil onde trabalhava menos de duas horas por dia produzindo um boletim de informações, enquanto prestava serviços no Gabinete Militar da ditadura. Governo Figueiredo. Recebia à época quase dez vezes o salário de um funcionário do banco. Seu guru, segundo declarações dele próprio, era o general Golbery do Couto e Silva. A despeito das críticas feitas a Sarney no episódio dos escândalos do Senado, é amigo do maranhense e tem dado conselhos a ele sobre como escapar da degola. Garcia e um dos que veiculam com ares de seriedade a "verdade" dos donos do mundo via REDE GLOBO. E como William Bonner acha que o telespectador é como Homer Simpson, não precisa saber "certas coisas".

O Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma dessas aberrações da ordem mundial. Pode mais que a Assembléia Geral da organização. E pior. Cinco países têm direito a vetar uma resolução que tenha sido aprovada pela maioria (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã Bretanha). Quinze países integram o Conselho e esses cinco são membros permanentes.

O Conselho de Segurança da ONU está reunido para discutir a crise hondurenha, como chamam. O golpe em Honduras seria mais correto. Há uma proposta para condenar o governo dos generais e do títere Roberto Michelleti por violações dos direitos humanos.

O golpe foi condenado por todos os países do mundo, inclusive os EUA. Mas, da boca para a fora, no caso norte-americano. O golpe foi armado com a participação do embaixador em Honduras e dos militares da base em Tegucigalpa, ou nos arredores da capital.

Os cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, foram os maiores vendedores de armas entre os anos de 1993 e 1997. Cuidam da paz mundial e o Conselho tem o direito de intervir em qualquer parte do mundo para garantir a tal paz.

Quando George Bush (eleito por uma fraude na votação confirmada pela suprema corte, aliás esse negócio de suprema corte está ficando danado) e resolveu invadir o Iraque, pediu o aval da ONU e do Conselho de Segurança. O veto à invasão fez com que o presidente terrorista tomasse a decisão de fazê-lo por conta e risco do seu governo, na mentira das armas químicas e biológicas, para apossar-se do petróleo iraquiano.

Como agora, com outras armas (José Serra, FHC, senadores e deputados tucanos e democratas, GLOBO, grande mídia como um todo) em relação ao petróleo descoberto pelo Brasil na camada do pré-sal.

O presidente dos Estados Unidos eleito como primeiro negro a chegar ao cargo, assim que tomou posse entrou numa cabine telefônica ao lado da Cervejaria Casa Branca, tirou a roupa de negro e surgiu no salão oval como o é. Branco em defesa dos interesses brancos. No que significa politicamente ser negro e no que significa politicamente ser branco.

Obama é uma fraude, uma impostura. Só um espertalhão montado num marketing característico da sociedade do espetáculo descrita por Débort.

Na "condenação" do golpe tomou atitudes paliativas, do tipo não pode mais ver televisão, mas pode massacrar o povo de Honduras.

A base militar dos EUA em Honduras é estratégica para o controle dos países da América Central, ainda mais agora, com governos independentes como o de El Salvador, Nicarágua e Guatemala, sem falar em Cuba.

Como as bases na Colômbia são decisivas para o controle da América do Sul, inclusive o do Brasil.

Se Uribe trafica, se Michelleti é gangster não tem importância, desde que sejam aliados dos interesses "cristãos, democráticos e ocidentais" da Cervejaria Casa Branca.

Bento XVI, através de seu cardeal, mantém o apoio ao golpe militar Honduras, como apoiou a tentativa de golpe contra Chávez. Já não se fazem mais papas como João XXIII e Paulo VI. O respaldo divino. Nessa hora não há briga com os quadrilheiros de Edir Macedo. O ex-pai de santo em Minas Gerais, Brasil, montado em fortuna extorquida a incautos coloca sua "igreja" a serviço do golpe.

São iguais. Bento XVI e Edir Macedo. Ou por outra. Diferem na sofisticação. Edir levanta o dedo mindinho quando toma café, o papa não, conhece regras de etiqueta. Aprendeu-as nas SS de Hitler quando integrava a juventude nazista.

O Conselho de Segurança não deve decidir nada que mude a realidade em Honduras. Se condenar as violações aos direitos humanos naquele país vai soar mais ou menos como "bata, mas não deixe marcas para não nos complicar".

Apostam no tempo para consolidar a situação de golpe, realizar as tais eleições, excluir Zelaya do processo político e condenar o povo hondurenho a continuar escravo dos latifundiários, banqueiros e grandes empresários do país e dos EUA.

E manter a base para eventuais incursões em países ofereçam riscos a esses interesses, tudo em nome da tal democracia.

Há duas formas de viver. Uma é cair de quatro, virar general golpista, ou incorporar o espírito de latifundiários, empresários, banqueiros, ou aceitar ser um verme como Alexandre Garcia, ou Miriam Leitão. O michê compensa se vista a coisa por esse lado. E é como essa gente enxerga. A outra é lutar.

Honduras é a síntese de todas as aspirações de liberdade dos povos oprimidos do mundo. Trabalhadores da cidade, do campo. Não é uma questão de Lula ou não Lula, falo da participação brasileira.

É dignidade.

E vale lembrar Martin Luther King, um pastor norte-americano assassinado pelo modo de ser branco por lutar pelo sonho.

"Eu tenho um sonho. Um dia vou mergulhar dentro de mim e vou ser livre. E reconhecer o meu irmão".

A Guerra no Século XXI ou A terceirização da guerra


Entrevista a Dario Azzelini, pesquisador italiano das “novas guerras”

“A guerra não é mais para instalar outro modelo econômico: ela é o modelo”

Natália Aruguete e Walter Isaía

PÁGINA 12

Buenos Aires, 29/6/08

A idéia do conflito permanente cria condições para o surgimento de um modelo econômico que seria impossível de instalar em condições de paz. Ao mesmo tempo, é cada vez mais importante a intervenção de Companhias Militares Privadas (CMPs) em todo o mundo, do Iraque até a Colômbia.

Que significa a denominação de “novas guerras” que o senhor usa no livro O Negócio da Guerra?

− No debate acadêmico e − em parte − o político, a expressão “novas guerras” foi introduzida para denominar o fato que mais e mais guerras não se dão entre países mas no interior dos países ou, pelo menos, entre um exército regular e um irregular. A expressão, porém poderia se ampliada porque com as modificações de estratégias de sua condução, vemos que até os países com exércitos regulares estão transferindo a violência para empresas privadas ou estruturas paramilitares: atores que não são os tradicionais nas guerras “comuns”.

− Acabaram as guerras entre Estados?

− Não é que tenham acabado. Pelo contrário, na última década também houve um aumento das guerras entre países, mas se apresentaram de outra maneira. Os ataques ao Afeganistão ou Iraque foram guerras entre países, mas a porcentagem das guerras irregulares em comparação com as regulares está aumentando.

− Isso obedece à lógica neoliberal?

− Dizemos que obedece a certas lógicas do neoliberalismo no sentido de aumentar lucros. O sentido da guerra mudou. Tradicionalmente era para trocar as elites e o controle das economias, ou introduzir outro modelo de domínio econômico ou político. Agora, em muitos casos as guerras são permanentes. Não se faz a guerra para implementar outro modelo econômico, mas a guerra mesmo é o mecanismo de lucros.

− Por exemplo?

− Por exemplo, Colômbia. Muito dos lucros nesse país são porque − praticamente − é um país em guerra. Durante os últimos 20 anos, a passagem da pequena e média agricultura para a agroindústria se fez com uma guerra. Se não fosse assim, não teria sido possível expropriar as terras de milhões de camponeses e fazer uma reforma agrária ao contrário, na qual os latifundiários e paramilitares se apropriaram de 6 milhões de hectares de terra.

− Neste cenário, como fica o lugar do Estado?

− Em todo o discurso liberal se diz que o Estado está supostamente perdendo o controle desses atores armados. Fundamentalmente, no caso da Colômbia. Creio que os Estados não perdem o controle e, se o perdem, é em pequenos pontos. Simplesmente estão terceirizando as funções repressivas ou de guerra, criando mais confusão. Os grupos paramilitares colombianos foram criados pelas dificuldades do Estado em conseguir financiamento internacional nos anos 80, pela responsabilidade do exército ou da polícia em delitos contra os direitos humanos. Logo se montou o show da suposta desmobilização dos paramilitares, mas já no final dos 90 era de conhecimento público que o paramilitarismo estava coordenado, fomentado e controlado pelo exército e as autoridades colombianas.

Em 2000, a Human Right Watch publicou uma análise da Colômbia cujo título era Paramilitarismo, a sexta divisão do exército colombiano (o exército colombiano tinha cinco divisões). Nesse informe esclarecem que o paramilitarismo é parte integral da situação do exército colombiano e que o processo de desarmamento é uma farsa. Os supostos paramilitares desmobilizados aparecem em outras zonas da Colômbia onde ainda se necessita o paramilitarismo como estratégia ou como supostos grupos rearmados.

− Como e quando nascem as Companhias Militares Privadas (CMPs)?

− As primeiras nascem imediatamente depois da II Guerra Mundial, porque o exército dos Estados Unidos tinha grande capacidade de transporte que já não necessita manter e começou a privatizar parte do transporte. Porém o verdadeiro boom dessas empresas começou em fins dos anos 80 e foi reforçado de forma maciça nos 90. Na primeira guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, a relação entre os empregados das CMPs e os soldados era de 1 para 100. No Afeganistão, de 1 para 50/40. Agora, no Iraque há 180 mil empregados das CMPs, segundo dados do próprio exército norte-americano. Quantidade maior do que a dos soldados do exército.

− Que atividades exercem estas companhias?

− Todas as que alguém possa imaginar. O emprego de armas sofisticadas (como aviões não tripulados, radares ou mísseis de navios estadunidenses) na primeira onda de ataques ao Iraque foi realizado por especialistas de empresas privadas. Além disso distribuem a correspondência, cozinham ou lavam a roupa dos soldados, montam os acampamentos militares, as prisões. No caso da prisão de Abu Ghraib houve julgamentos e investigações contra menos de 10 soldados dos Estados Unidos, quando deveria haver muitos mais implicados. A verdade é que a prisão era administrada em todas as suas funções por duas empresas privadas: CACI e Titan.

− Quais são as vantagens de terceirizar esse tipo de tarefas para as CMPs?

− Como formalmente são civis, não podem, portanto, ser julgados pela Justiça militar. Ao mesmo tempo, em seus contratos lhes é assegurado que não podem ser submetidos à Justiça civil dos países em que eles atuam. Praticamente se criou um campo de impunidade. E a única via para fazer algo contra esses crimes é iniciar processos nos Estados Unidos contra essas empresas. Quantas vítimas têm a possibilidade de fazer isso. Quase ninguém.

− Cria-se uma espécie de marco normativo para acionar estas empresas?

− Sim. Legaliza-se todo o negócio dos mercenários com esse marco de impunidade. Além disso, terceiriza-se a responsabilidade. Milles Frechette, ex-embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, disse que é muito cômodo trabalhar com essas empresas porque se morrem, não são soldados dos Estados Unidos e, se fazem algo errado, a responsabilidade tampouco recai sobre os Estados Unidos. No caso da DinCorp que faz as fumigações de supostas culturas de amapola e coca, na Colômbia há um processo internacional porque fumigaram parte do Equador. Mas a empresa alega que eles não podem dizer nada porque parte de seu contrato é não dar informação a terceiros. O contrato vem do Pentágono. Então, se um congressista lhe solicita prestação de contas, o Pentágono apresenta o contrato e diz: eles fazem estas tarefas. Se faz algo mais não podemos controlá-la porque é uma empresa privada.

− Estas empresas, geralmente estadunidenses, são contratadas pelo Pentágono?

− A maioria. De fato, a maior parte do financiamento vem dos Estados Unidos. Do gasto militar no âmbito mundial os Estados Unidos executa a metade. Há empresas também na Europa, empresas russas, na Ásia. Mas as dos Estados Unidos só trabalham sob o consenso do Pentágono. Pode ser que treinem o exército da Coréia do Sul, mas com o de acordo do Pentágono. As empresas russas ou outras de países do Leste, contrata-as quem tem dinheiro.

− Como convive o exército norte-americano com as CMPs?

− Depende de que setores do exército falemos. No campo concreto provavelmente haja conflitos, já que os empregados dessas empresas de segurança costumam ganhar mais do que os soldados. Trabalham em assuntos de maior risco com menos segurança. Porém trabalhar juntos funciona muito bem porque as empresas de segurança são fundadas e organizadas por ex-membros do exército dos Estados Unidos. Também muitos políticos são donos ou copartícipes dessas empresas. Há empresas como a MPRI, fundada por generais dos Estados Unidos da primeira guerra contra o Iraque, que estiveram durante um tempo nas reuniões do Pentágono. Há ligações pessoais muito estreitas. A Eagle Aviation Services and Technology (EAST), que prestou serviços à CIA nos anos 80, é a encarregada do transporte de maquinaria no marco do Plano Colômbia e do Plano anti-drogas na América do Sul.

− Quanto dinheiro movimentam estas empresas?

− É um negócio que deve estar movimentando ao redor de 150 a 200 bilhões de dólares por ano no mundo. As pequenas foram compradas pelas maiores, movimentam muito dinheiro, várias têm cotação na Bolsa. Tornou-se um mega negócio no qual participam empresas que trabalham em outros campos. Mas também há ligações entre empresas transnacionais de recursos naturais como petrolíferas e mineradoras.

− Pode nos dar um exemplo?

− Na guerra no Congo, antes que Laurent Cabila ganhasse, havia mineradoras transnacionais que pagavam a mercenários ou a empresas militares privadas para acompanhar as diferentes facções. Uma vez liberado um território mineiro, já havia engenheiros e as CMPs com as mineradoras tinham o controle do território e faziam um acordo com a facção ganhadora para explorar a jazida.

− Como é a contratação das CMPs?

− São contratadas para fazer trabalhos. E esse também é outro assunto para escapar do controle. A lei norte-americana estabelece que todos os contratos que superem 50 milhões de dólares têm que ser aprovados pelo Congresso. Normalmente fracionam-se os contratos para que sejam inferiores e o Congresso nem se intera desses contratos ou do que estejam fazendo essas missões. É a possibilidade de os Estados Unidos fazer intervenções militares em outros países sem que apareçam como tais, porque não são seus soldados que atuam. Todos sabemos o impacto público que causa a imagem dos soldados mortos com a bandeira yankee que regressam aos Estados Unidos. Isso não acontece se morre um empregado de uma empresa privada: não causa indignação pública porque é como se morresse um empregado da IBM em Cingapura. Ninguém se importa com isso. No Iraque pode-se estimar que haja morrido, no mínimo, 2 mil empregados das CMPs. Isso ajuda a manter o número de baixas num nível baixo.

− Contratam empregados na América Latina?

− O recrutamento na América Latina cresceu muito nos últimos quatro anos. Antes recrutavam muito nas Filipinas, Nepal, Fiji, Estados Unidos, Inglaterra, França. Mais acostumados a trabalhar com certa modalidade. No Nepal, os gurkas têm uma tradição de 150 anos de mercenários e os de Fiji obtiveram muita formação em missões da ONU.

− Como essas empresas aparecem nos meios de comunicação?

− Um caso que passou muito pela imprensa foi em 2004 em Falluja, onde houve imagens fortes de uns supostos civis − como explicou em princípio a imprensa − que foram cercados pela população iraquiana , assassinados e seus corpos queimados e pendurados em uma ponte. A imprensa disse que esse pessoal acompanhava um comboio. Formalmente eram civis, mas eram empregados da Blackwater, uma das maiores empresas no campo militar. Estavam protegendo um comboio de soldados norte-americanos, uma tarefa militar. O problema é qual informação é obtida e é apresentada pela imprensa. Toda a informação que se tem do conflito do Iraque passa pelo departamento de relações de imprensa do exército dos Estados Unidos. São repórteres de imprensa militares. Eles só relatam ações nas quais participam os soldados do exército norte-americano, porém, como há mais empregados das empresas militares do que soldados, não temos nenhuma informação sobre muitas ações. Houve empregados de empresas privadas que repeliram o ataque das forças rebeldes iraquianas quando a cidade de Falluja esteve tomada pela resistência. As forças da empresa Blackwater se infiltraram para fazer atentados e pôr bombas.

− Os empregados das CMPs são os contratistas que a cadeia CNN menciona, por exemplo?

− Sim. São os empregados destas empresas. O exército contrata as empresas e a as empresas a estas pessoas. Porém não apenas o exército. No Iraque todas as embaixadas e empresas contratam CMPs para custódia e segurança. Na Colômbia, a colombiana Ecopetrol, que explora campos petrolíferos junto com a OXI dos Estados Unidos, contrata a CMP AirScan da Flórida para fazer sobrevôos e obter informação de tropas insurgentes que estejam perto dos campos e o oleoduto desde Caño Limon até o porto onde se exporta petróleo para os Estados Unidos. Em 1998, a vila de Santo Domingo foi bombardeada por helicópteros do exército colombiano e causaram quase 20 mortos. Fez-se uma investigação, julgaram os pilotos do exército colombiano que disseram que bombardearam, mas somente seguindo ordens. A AirScan passou informação ao exército de que nessa vila havia uma coluna guerrilheira , por isso a bombardearam.

− Então cuidam dos negócios das empresas e brindam serviços ao exército.

− É parte do trabalho. No caso do campo petrolífero de Cano Limon é uma cooperação bem organizada e partilhada. A empresa de segurança é paga pelas empresas e apoiada pelo exército colombiano e pelos Estados Unidos com tecnologia. É um conjunto de empresas públicas e privadas, exércitos, CMPs e polícias que formam uma rede que garante a saída do petróleo da Colômbia para os Estados Unidos.

− Nessa trama, as CMPs têm relação direta com os Estados e os exércitos?

− A operacionalização é a seguinte: os Estados Unidos faz o Plano Colômbia e grande parte do dinheiro nunca chega à Colômbia, só atravessa a rua do Pentágono, já que em frente estão as sedes de muitas das empresas militares privadas que vão “trabalhar” na Colômbia. Há que destacar que enquanto nas guerras clássicas os soldados tinham o interesse de terminar a guerra, estas empresas não, porque só ganham se há conflito. Provavelmente não agem com o espírito de terminar com esses conflitos porque perderiam seu ganha-pão.

− Há vínculos comprovados com o narcotráfico na Colômbia?

− Houve casos de vários empregados de empresas que estiveram implicados em casos de narcotráfico. É muito difícil averiguar, mas pode-se supor que haja alguns contatos entre algumas empresas e o narcotráfico.

− Dentro das tarefas das CMPs na Colômbia, inclui-se agir contra dirigentes sindicais?

− Sim. A British Petróleo contratou uma empresa que fazia trabalhos de inteligência com movimentos sociais e indígenas que estavam na zona. Os paramilitares assassinaram líderes sociais e se sabe que as CMPs passavam informação ao exército. Os militares dizem que não os mataram, que foram os paramilitares, mas a ligação fica clara.

− Como atuam estas companhias no México?

− Há alguns mercenários israelenses que apoiaram o treinamento para a formação de grupos paramilitares em Chiapas. Mas é pouco claro. A construção do paramilitarismo no México é diferente do colombiano. Na Colômbia organizaram-se tropas irregulares que se apropriaram das terras, casas, etc. No México criaram-se comunidades paramilitares. Elas são infiltradas, preparadas e se tornam comunidades paramilitares.

− Como se vincula a ação destas companhias com a violência sexual na Guatemala?

− O caso da Guatemala é anterior ao das construções paramilitares como as autodefesas civis, pagas para apoiar o exército em seu trabalho genocida. A violência sexual se encaixa porque é parte integral da guerra desde sempre. Assassinavam os homens e violavam e ficavam com as mulheres. Isso rompe o tecido social de toda a comunidade.

- Estas estruturas paramilitares, com as CMPs e os Estados, formam modos de controle social e paraestatalidades?

− Sim, paraestatalidades porque têm território ou representam o Estado. Salvador Mancuso, ex-chefe paramilitar colombiano – que foi extraditado em 15 de maio último para ser julgado nos Estados Unidos − disse em uma entrevista à RCN que controlavam congressistas e que, para chegar ao cargo, tinham que concordar com eles, se não, não recebiam votos. A Colômbia é claramente um narco-Estado paramilitar. Não controlam zonas senão as que estejam no Estado. Isso também explica as ligações com as empresas privadas. No norte da Colômbia, empresas bananicultoras pagavam uma porcentagem por cacho de bananas aos paramilitares para a segurança.

− Há empregados das CMPs reféns das FARC?

− Há três (*), mas é um caso complicado. Um avião pequeno, emprestado pelo Pentágono a uma empresa, sobrevoava as zonas guerrilheiras para transmitir informação sobre as colunas e os chefes guerrilheiros e foi abatida. Supunha-se que os estadunidenses em mãos das FARC eram da empresa, mas logo se soube que eram da CIA e que se usava a empresa como véu.

[(*) Devem ser os três americanos libertados junto com Ingrid Betencourt]

− Existe alguma estratégia dos Estados Unidos para a América Latina na qual participem as CMPs em médio ou longo prazo?

− Há dois elementos, um é a grande base de dados de ex-militares formados que participaram de ditaduras e foram adaptados às novas formas de atuação do exército dos Estados Unidos para trabalhar no Iraque. Há milhares de empregados latino-americanos trabalhando para as CMPs: ex-militares da Argentina, Chile, Honduras, El Salvador e polícias especiais do Brasil e Peru. Neskowin tinha sua sede em Montevidéu e recrutava ex-militares argentinos e uruguaios para a Blackwater no Iraque. A segunda é a ampliação maciça do paramilitarismo em alguns países da América Latina. Na Venezuela começa a haver contatos com grupos da oposição. Na Bolívia também com os autonomistas de Santa Cruz. E no Equador, para formar como uma espécie de contra (revolução) reserva (stand by) a médio prazo. Na Venezuela pode-se traduzir em uma combinação entre as estruturas paramilitares e o pessoal contratado que monte algo similar a contra (revolução) como foi na Nicarágua.

.......................................................................................................................................................

  1. Organização Paramilitar = Milícia
  2. A Companhia das Letras editou Blackwater, a ascensão do exército mercenário mais poderoso do mundo, de Jeremy Scahill (R$ 41,00), com a história da CMP que, em menos de dez anos, tem contratos oficiais de US$ 600 milhões só com o governo dos EUA.
  3. A Blackwater comprou da Embraer um Super Tucano, avião para treinamento militar avançado, e que foi entregue em 22 de fevereiro de 2008. Segundo a revista ASAS de abril/maio de 2008, a empresa norte-americana é a primeira operadora “civil” do Super Tucano.

FRENTE NACIONAL DE RESISTENCIA CONTRA EL GOLPE DE ESTADO - Comunicado No. 24


El Frente Nacional de Resistencia contra el Golpe de Estado, a la comunidad nacional e internacional comunica:

1) Repudiamos las acciones represivas del régimen de facto, que continúa violando derechos humanos básicos, con la imposición de toques de queda ilegales, allanamiento de casas, detención arbitraria de personas, incluyendo menores de edad, torturas físicas y psicológicas, uso de armas de fuego para dispersar manifestaciones pacíficas, y permanente hostigamiento y sabotaje a los medios de comunicación independientes.

2) Exigimos la libertad inmediata de 13 personas a quienes se les está procesando ilegalmente por los órganos de justicia del país, con la intención de intimidar a los miembros de la Resistencia.

3) Denunciamos que en el desalojo violento de los y las militantes de la Resistencia que se encontraban en los alrededores de la embajada de Brasil en la madrugada del martes 22 de septiembre, los militares y policías destruyeron bienes públicos y privados. Actos que fueron imputados a militantes de la Resistencia.

4) Exigimos que se detenga el hostigamiento y ataque contra las personas que se encuentran en la embajada de Brasil, contra quienes se han usado diferentes armas de guerra, incluyendo aparatos de alta tecnología que emiten ondas ultrasónicas y químicos neurotóxicos que podrían contener elementos radioactivos, como cesio 132.

5) Reconocemos la iniciativa de nuestros compañeros y compañeras en todo el país, que desafían cada día la represión y los toques de queda, en un acto de desobediencia civil que demuestra la dignidad incontenible del pueblo.

6) Reiteramos la posición del Frente Nacional de Resistencia contra el Golpe de Estado, de exigir la restauración del Presidente legítimo Manuel Zelaya Rosales, condenar los violadores de derechos humanos e instalar la Asamblea Nacional Constituyente democrática y popular.

“A 90 DÍAS DE LUCHA AQUÍ NADIE SE RINDE”

Tegucigalpa, M.D.C. 25 de septiembre de 2009

SENHORAS E SENHORES O SHOW DA GLOBO – A MENTIRA COM JEITO DE "PATRIOTISMO" - Por Laerte Braga

SENHORAS E SENHORES O SHOW DA GLOBO – A MENTIRA COM JEITO DE "PATRIOTISMO" - Por Laerte Braga

O fato de se ter opinião contra ou a favor de determinado assunto não implica em desqualificar ninguém. Mas mentir, forjar, ou mudar de opinião por conta de uma "remuneração", digamos assim, conta.

Alexandre Garcia e Miriam Leitão são mais que mentirosos. São canalhas lato senso. Alexandre Garcia era funcionário do Banco do Brasil, privilegiado por ter sido dedo duro e por isso mesmo secretário de imprensa do gabinete militar do governo Figueiredo, demitido por assédio sexual e por ter posado só de gravata, deitado numa cama, para a revista ELE E ELA. Saiu do governo para a extinta REDE MANCHETE. ELE E ELA e a rede pertenciam ao mesmo grupo, Bloch.

Miriam Leitão integrava o Partido Comunista do Brasil e mudou de idéia quando o marido virou dono de faculdades " concessões do governo tucano " e ligado a GLOBO. É cunhada de Edmar Moreira, o deputado do castelo e pior que isso, torturador à época da ditadura.

A edição do BOM DIA BRASIL, primeira ordem do dia de Wall Street, de quarta-feira, foi um primor de desfaçatez, mau caratismo, mentira e tudo muito bem remunerado, com parceria do tal Renato não sei das quantas que apresenta o que chamam de jornal.

Em bom português, o casal Garcia/Leitão com ares de virgens imaculadas de uma corte angelical qualquer, mostrou a que ponto a GLOBO e seus miquinhos são capazes de chegar para defender os interesses estrangeiros em relação ao Brasil.

Não mostram o povo hondurenho, é exatamente o que temem

Num script bem montado, lógico, descendem de Goebells, afirmaram que o Brasil se meteu numa "camisa de onze varas" ao abrigar Zelaya em sua embaixada em Honduras. Que Lula referiu-se ao governo daquele país como golpista (uai, não é não? Então o que?) e que tudo foi tramado por Chávez.

a embaixada do Brasil cercada por bestas/feras assessorados por agentes norte-americanos e de Israel. As armas químicas e biológicas usadas contra o povo são de fabricação israelense, ou seja, da turma do IV REICH. Garcia e Miriam não estão preocupados com isso, são agentes estrangeiros, apátridas. Pertencem a quem paga mais

As perguntas iam sendo feitas assim tipo passe perfeito para o chute em gol, tudo montadinho, no espírito Homer Simpson, como encaram o telespectador, o distinto público.

A tal sensatez dos bandidos da GLOBO ignora isso, a barbárie dos militares

A questão não é informar é vender o peixe.

E tem quem chame isso de sensatez.

Segundo Miriam Leitão o governo hondurenho vai realizar eleições para normalizar a situação. Então a situação é anormal? Isso ela não falou nada.

Alexandre Garcia falou em decisão da suprema corte de Honduras para afastar Zelaya e ao referendo que Zelaya queria realizar (ouvir o povo) acrescentou o epíteto corrupção.

Crápula lato senso.

Por que não teve a mesma coragem quando FHC comprou o segundo mandato presidencial a peso de ouro sem ouvir o povo?

Estava no bolso, participou da "divisão dos lucros".

Tem gente que tira a roupa e fica de gravata numa cama por qualquer dinheiro.

Tem gente que muda de idéia quando vê o contracheque do adversário.

A suprema corte foi lá, decretou o afastamento, no dia seguinte militares bestas feras prenderam Zelaya e pronto. E se a suprema corte lá for só de gente como Gilmar Mendes?

Uai, e o direito de defesa, o processo normal de impedimento?

São serviçais, Garcia, Míriam, o tal Renato, não estão nem aí para a verdade, mas para aquela cédula, aquele monte de cédulas de dólares postas e exibidas pela câmara para a qual olham e falam quando mentem. Assim que nem cenoura na ponta de um pedaço de pau amarrado ao coelho e a frente do bichinho. Com a diferença que o coelho é ludibriado e eles não, no final embolsam a grana.

Agentes de interesses estrangeiros no Brasil.

Em 2002 Miriam Leitão passou uma semana na Venezuela e na volta produziu a mentira da insatisfação popular contra Chávez, exibida em série no jornal de outro crápula, William Bonner.

Chávez foi deposto na quinta-feira seguinte e voltou ao poder domingo pelas mãos do povo, isso em abril, em agosto venceu por larga margem um referendo sobre seu governo. Miriam Leitão foi lá na condição de funcionária de uma agência estrangeira no Brasil, a GLOBO, dentro de um contexto montado em Washington, no governo Bush.

Falta absoluta de caráter. De vestígios de dignidade.

Pilantras em tempo integral.

Quando o deputado Ciro Gomes disse que o Brasil não pode voltar às mãos "do bando de FHC", estava falando de José Serra e dessa gente.

Se preciso e se o dinheiro for bom vendem a mãe.

E ainda arranjaram um jeito de enfiar o MST na história.

O que se viu no BOM DIA BRASIL nem foi opinião e nem foi sensatez. Foi jogo de cena de notórios bandidos que não têm o menor compromisso com o Brasil, pois são de quem paga mais.

Bomba sonora de fabricação do estado terrorista de Israel à frente da embaixada do Brasil em Honduras. Os sensatos Alexandre Garcia e Miriam Leitão, não falam que esse tipo de arma viola o direito internacional. Só falam o que o lhes é pago pelo dono. Vai ver a culpa é de Chávez.

E vem aí na GLOBO, a campanha pela entrega do pré-sal é só abaixar a poeira de Honduras.

Vai dar um bom extra para eles. Breve vão estar tomando cerveja na Cervejaria Casa Branca.

HONDURAS: Golpistas: respeitem a Embaixada brasileira! Pela imediata suspensão do estado de sítio em Honduras e a volta de Zelaya à Presidência!


(Nota Política do PCB)

Desde o primeiro dia do golpe de Estado em Honduras, o PCB manifestou seu mais enérgico repúdio à deposição de Manuel Zelaya e conclamou as forças políticas democráticas, progressistas e antiimperialistas a cerrarem fileiras na irrestrita solidariedade à luta do povo hondurenho pela volta do legítimo Presidente ao governo.

Conseqüente com esta determinação, o PCB ajudou a organizar uma delegação brasileira que foi a Honduras expressar o apoio à heróica resistência popular naquele país, da qual participou o Secretário Geral do nosso Partido.

A solidariedade brasileira ao povo hondurenho e a seu Presidente constitucional agora tem que ser redobrada. Foi exatamente a Embaixada brasileira que o acolheu em sua legítima volta à sua terra, para exercer o mandato outorgado por seu povo. Em desrespeito a todas as normas internacionais, nossa Embaixada em Tegucigalpa e as pessoas que lá se encontram vêm sendo alvo de todo tipo de brutalidade por parte do governo golpista.

Agora, o governo golpista, ao suspender as garantias constitucionais e proibir manifestações políticas em Honduras, revelou seu caráter fascista, merecendo o repúdio de todos os povos do mundo.

No auge de sua arrogância e provocação, o governo golpista desta vez chegou ao cúmulo de dar um "ultimato" ao governo brasileiro, dando-lhe um prazo para declarar Zelaya como exilado político (e não como Presidente) ou entregá-lo para ser preso, a pretexto de responder a processos engendrados apenas para justificar o golpe.

O PCB, em que pese se posicionar em oposição ao governo brasileiro, não pode deixar de se solidarizar com nosso Presidente da República e com seu Ministro de Relações Exteriores que - por agirem com firmeza em relação ao correto acolhimento de Zelaya em nossa representação diplomática - vêm sendo vítimas de infame campanha orquestrada pela mídia burguesa e pelos capachos do imperialismo norte-americano, alguns deles, aliás, da própria base de sustentação do governo.

Esta campanha de manipulação contra Zelaya e o governo brasileiro põe por terra qualquer dúvida sobre a responsabilidade do imperialismo antes, durante e depois do golpe. São seus meios de comunicação e agentes que a vêm promovendo.

O Comitê Central do PCB orienta sua militância e propõe a seus amigos, simpatizantes e aliados que contribuam, em todo o Brasil, para que se organizem as mais amplas e unitárias ações políticas e manifestações populares pela imediata suspensão do estado de sítio, pela cessação das provocações contra nossa Embaixada e pela imediata volta de Zelaya ao exercício de seu mandato, que deve ser acrescido de cada um dos dias que os golpistas lhe usurparam.

O governo brasileiro deve exigir da OEA e da ONU (tão eficiente e rápida quando se trata de ocupar o Haiti para legitimar um golpe de Estado) o envio imediato de uma Força de Paz Internacional a Honduras, para garantir a volta do Presidente Zelaya ao governo e a retomada das garantias constitucionais no país.

PCB - Partido Comunista Brasileiro
Comitê Central
Rio, 27 de setembro de 2009
GOLPES E GOLPES - por Laerte Braga

GOLPES E GOLPES - por Laerte Braga

Se a atriz Juliana Paes sair às ruas vestida de onça, no dia seguinte todas as grandes boutiques, os magazines (se é que isso ainda existe) vão estar com o modelo igual nas vitrines e a preços estratosféricos, vendendo a ilusão de ser Juliana Paes para milhares de candidatas a globais.

Em uma semana o cidadão ou a cidadã normal e comum vão estar sem saber se sair às ruas exige uma espécie de proteção contra felinos ferozes. É só acompanhar o JORNAL NACIONAL, ou Alexandre Garcia na própria GLOBO, que as respostas vão estar lá. Se não quiser sair de onça, saia de tigressa. Mas cuidado, se for Miriam Leitão a explicar o "fenômeno", faça tudo ao contrário. A moça não acerta nem script rolando no teleprompter.

Um monte de bebedores de cerveja vai estar aguardando, todos confiantes que a que desce redondo é mais eficaz para pegar onças. Outros acreditam nos efeitos da boa, ou que é a outra, aquela que recomenda a quem beber demais que vá de táxi. Isso tudo depois de uma sessão na academia, malhando e formando contornos adequados e segundo a ordem estética vigente para mercadoria de primeira classe, não tem importância se for bijuteria, a maioria é, só faz de conta que não.

No fim de noite tem a versão brasileira de David Leterman sob o apelido de Jô Soares. Como dizia Abelardo Barbosa, o Chacrinha, "tudo se copia".

Alexandre Garcia serviu à ditadura no Gabinete Militar durante o governo do general João Figueiredo. Foi demitido em escândalo público, fartamente coberto pela imprensa, por assédio sexual.

Disse, hoje cedo, no BOM DIA BRASIL, primeira ordem do dia de Wall Street, que Manuel Zelaya, presidente eleito pelo voto popular de Honduras e deposto por militares, empresários e latifundiários em cumplicidade e com apoio dos norte-americanos, é golpista. Segundo Garcia, Zelaya intentava realizar um plebiscito para obter um novo mandato.

Fernando Henrique Cardoso, pilantra a serviço da Fundação Ford, "general" Anselmo, foi eleito presidente da República para cumprir um mandato de quatro anos como estabelecia a Constituição. A peso de ouro comprou senadores e deputados para votar a reeleição.

Qual o nome disso?

Zelaya ia convocar o povo de Honduras para decidir sobre um projeto de reformas constitucionais que incluía o direito de reeleger-se. O povo poderia dizer não. FHC sequer quis saber de povo, comprou deputados e senadores (não é muito difícil não, alguns como Eduardo Azeredo colocam até placa de "vende-se opinião e voto" a entrada de seus gabinetes). É comum entre tucanos e democratas. Quem tiver dúvidas é só procurar Roberto Freire que ele explica direitinho como fazer.

Zelaya foi deposto, a reação é do povo de Honduras. FHC vendeu o Brasil a preço de banana e ainda lava dinheiro da corrupção numa pirâmide que chama de "memorial FHC".

Pior, quer que José Serra seu preposto, seja o próximo presidente. Ainda falta arrematar o processo de recolonização do Brasil.

Na hipótese de José Serra vir a ser eleito presidente em menos de dois anos inglês vira a língua oficial. E viramos estrela, uma a mais, na bandeira dos EUA.

Onde está o golpista?

Artefato israelita de ultima geração que provoca danos aos ouvidos e ao equilíbrio, à frente da embaixada do Brasil, manejado por militares norte-americanos disfarçados de militares hondurenhos (mercenários). Israel usa essas bombas para torturar palestinos. Os dois operadores já flagrados, estão sendo identificados por forças do movimento popular para revelar ao mundo quem manda e quem controla Honduras.

O papel da mídia agora é o de desmoralizar Zelaya, por extensão o governo Lula, divulgar ao máximo as pesquisas montadas pelo IBOPE para dizer que Serra é o favorito e tudo vai ficar nos conformes (deles).

O fato acima, na foto, alguém acha que vai aparecer na GLOBO? Eles ainda falam português por lá, pois precisam ludibriar o Homer Simpson cá embaixo.

A tarefa de Alexandre Garcia agora não é de assediar ninguém no Gabinete Militar, mas a de inventar histórias para iludir e enganar o distinto telespectador com aquela cara de sujeito sério e paladino da ordem, da moral e dos bons costumes, sem falar, lógico, na democracia.

As forças armadas de Honduras estão usando também bombas fabricadas em Israel (onde mais?) que provocam distúrbios estomacais e levam as vítimas a necessitar de socorro urgente. Esse tipo de artefato usado por Israel para se "defender" dos palestinos enquanto lhes bate as carteiras e terras, está sendo empregado contra a embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

São os democratas, na versão de Alexandre Garcia.

A pergunta óbvia é única. Os caras acham que somos um bando de idiotas, o que você acha disso? Somos ou não? Vamos acreditar na GLOBO?

No papel que a GLOBO sempre cumpriu? Que VEJA. FOLHA DE SÃO PAULO, etc, etc, cumprem? Será que a empresa proprietária da FOLHA enviou carros para Honduras, como o fez no Brasil para o "transporte" de presos políticos a serem assassinados e depois, na versão oficial, apresentados como mortos por atropelamento?

Acorda cara, eles fazem isso porque apostam que conseguem fazer cada um de nós de bobo. E a bem da verdade tem feito. Boa parte.