29 de novembro de 2009

A mudança que vem de baixo. Por: Sammer Siman [*]

Políticas Sindicais 24/11/2009

Ilustração: William Medeiros


A mudança que vem de baixo.

Um elemento central para reagir a qualquer crise trata-se do resgate do caráter combativo dos movimentos sociais. No Brasil existe uma “semi-falência” da maior parte dos movimentos, sobretudo nos meios sindicais e estudantis.

As recorrentes avaliações sobre tal questão, atribuem este problema às divisões da esquerda, seja pela queda da União Soviética, seja pelo governo Lula, ou pela soma destes motivos, dentre outros. O que tem sido pouco refletido é a avaliação da existência da maléfica influência da democracia capitalista nestes movimentos.

Desde os tempos idos da ditadura militar, sindicatos e entidades estudantis estão organizados nos paradigmas deste tipo de democracia. Parte-se da dicotomia representante-representados, onde os primeiros são eleitos com plenos poderes para mandar e desmandar, e os representados, por outro lado, não participam do exercício do poder. E em eleições que, em geral, envolvem uma grande dependência de recursos financeiros. Este é um terreno fértil para a corrupção, para o aparelhamento.

Quando se exige dinheiro numa eleição de entidade, quem o tem na maioria das vezes é um partido político ou mesmo o “patrão”. Daí decorre o aparelhamento, a “pelegagem”; sindicato que não consegue fazer uma mísera luta por aumento salarial, mas que defende a fundo os interesses de políticas governamentais. Entidade estudantil que não consegue defender um simples interesse dos estudantes, mas que promove com maestria uma eleição para deputado.

Imbutir a prática de democracias proletárias nas organizações é algo urgente. Dar o poder às bases por meio de conselhos, que devem possuir o poder de eleger e revogar mandatos, assim como devem ter plenos poderes para decidirem os rumos das organizações.

Disse Gramsci; toda prática de poder é uma prática pedagógica. Forjar os militantes numa democracia de fato, é ensiná-los a prática do diálogo, a prática da defesa dos reais interesses das bases. Forjá-los na democracia capitalista, é profissionalizá-los em roubos, fraudes, divisionismo, exclusivismo etc. Disso decorre a degeneração de parte significativa dos partidos de “esquerda”. Partidos que hoje se agarram com todas as forças nas “tetas” do Estado. Partidos que possuem dirigentes que por mais que tenham lido bons livros, aprenderam com a prática militante o roubo, a trapaça.

A esquerda tem tido insucessos em grandes lutas por não dar atenção a muitos vícios que comete nos movimentos sociais. Refletir a organização política das entidades trata-se de um passo importante a ser dado. Mas para dar este salto de qualidade, é necessário se desfazer da “síndrome do curtoprazismo”, ou seja, estar voltada exclusivamente para questões imediatas sem olhar para as raízes dos problemas.

Sem movimentos combativos e militantes sociais bem formados, qualquer política, seja no âmbito dos movimentos sociais, seja no âmbito do Estado, tenderá a manter e aprofundar as práticas políticas que hoje predominam em nossa sociedade.

[*] Sammer Siman é Militante do PCB - São João Del Rey e Colunista do Site Rumos do Brasil (http://www.rumosdobrasil.org.br/2009/11/24/a-mudanca-que-vem-de-baixo/)

27 de novembro de 2009

Muro de Berlim: 223 mortos. Muro que separa os EUA do México: 5,6 mil mortos!


No aniversário de 20 anos da queda do Muro de Berlim, o mundo convive com uma série de barreiras que servem para conter a livre circulação de pessoas. O muro que divide a Cisjordânia de Israel e o que impede a passagem de imigrantes mexicanos para os Estados Unidos são os mais conhecidos, mas há outros.

O exemplo mais recente vem da Eslováquia. Em outubro, uma muralha de 150 metros de comprimento e dois de altura foi erguida na cidade de Ostrovany, uma comunidade rural no nordeste do país, com o intuito de isolar um acampamento de ciganos.

A ação, aprovada em 2008 pelas autoridades locais e colocada em prática na última semana, é o último capítulo da crescente tensão entre os habitantes da localidade e os ciganos. Os habitantes de Ostrovany os acusam de roubar frutas dos jardins privados. Episódios violentos foram registrados, como a morte de um fazendeiro por membros da comunidade cigana e manifestações de grupos de extrema-direita para qualificar o que chamam de “terror cigano”.

O prefeito de Ostrovany, Cyril Revákl, afirmou ao diário eslovaco SME que a medida não é racista. “Sei que há muita gente decente vivendo entre os ciganos, mas ninguém deve passar pelo inferno diário de enfrentamentos”.Já a secretaria que representa a comunidade cigana anunciou que investigará a construção do muro. O responsável, Ludovít Galbavý, classificou a construção como “discriminatória”.

Israel e Palestina
Um dos mais emblemáticos e polêmicos muros atuais é o que separa Israel do território palestino da Cisjordânia. Uma pequena parte dele (cerca de 20%) coincide com a antiga Linha Verde, fronteira definida em 1948; os 80% restantes situam-se em terras palestinas.

A muralha começou a ser construída em 2002, durante o governo do ex-primeiro ministro israelense Ariel Sharon, com a justificativa de evitar a entrada de terroristas em Israel. O Tribunal Penal Internacional a declarou ilegal em 2004, pois ela corta terras palestinas e isola cerca de 450 mil pessoas.De acordo com dados de abril de 2006 fornecidos por Israel, a extensão total da barreira é de 721 km, dos quais 58,04% estão construídos, 8,96% em construção e 33% por construir. Veja o mapa atual.

Às vésperas do aniversário da queda do Muro de Berlim, jovens palestinos derrubaram na sexta-feira (6) uma parte da construção na cidade árabe de Naalin e foram repreendidos por militares israelenses com bombas de gás lacrimogêneo (foto abaixo). “Não importa o quão alto sejam, todos os muros cairão”, proclamava um cartaz colocado na estrutura pelos jovens.

Para o analista israelense Michael Warschawski, diretor do Centro de Informação Alternativa, o muro tem um impacto duplo: “Primeiro, porque condena os palestinos a viverem em um gueto forçado. Segundo, porque reflete a política distorcida de isolamento de Israel, que prefere resolver seus problemas pela separação.”

De acordo com Warschawski, a ineficácia da construção, que chega a dividir cidades inteiras, é comprovada. “O muro não interrompe completamente a circulação de pessoas. Para cruzar os territórios, existem alternativas”.

EUA e México
Com o propósito de impedir a entrada de imigrantes ilegais mexicanos, os Estados Unidos ergueram um muro de 3.141 quilômetros na fronteira, que abrange os estados do Texas, Califórnia, Novo México e Arizona.

Desde 1994, quando a muralha começou a ser construída na gestão do ex-presidente Bill Clinton, mais de 5,6 mil pessoas morreram tentando atravessar para o lado norte-americano, segundo um relatório do escritório de contabilidade da Casa Branca (GAO, na sigla em inglês). Além disso, as causas das mortes mudaram. Antes eram provocadas por acidentes de trânsito, já que os imigrantes corriam em rodovias nas áreas fronteiriças. Agora, acontecem por hipotermia no deserto ou afogamentos no rio Grande.

O documento também apontou que os custos são igualmente altos. Cada vez que surge um buraco, são gastos 1.300 dólares no conserto. A manutenção do trecho de 1.058 km com uma cerca de duas camadas na fronteira EUA-México deverá custar 6,5 bilhões de dólares nos próximos 20 anos.

“É um desperdício de recursos e criatividade”, avaliou Jorge Mario Cabrera Valladares, da Coalizão por Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA na sigla em inglês), à agência EFE. “Nosso dinheiro pago em impostos está sendo desperdiçado em uma estratégia velha e ineficiente em vez de trabalharmos em uma reforma séria, de longo prazo e aplicável à imigração”.

Neste site, é possível acompanhar pequenas histórias de imigração ao longo da fronteira. Neste filme, os diretores mostram o trabalho do grupo Beta na cidade de Nogales (foto abaixo), que busca convencer os mexicanos a não cruzarem para o lado norte-americano.

Brasil
O Rio de Janeiro também tem seu muro, construído com o argumento de evitar que construções precárias em favelas destruam trechos da vegetação da Mata Atlântica. No entanto, ONGs e movimentos sociais alegam ser na verdade uma forma de separar as partes mais ricas da sociedade das mais humildes.

"Não há discriminação. Pelo contrário, nós estamos construindo casas para eles em todos os lugares e melhorando suas vidas", disse Tania Lazzoli, porta-voz da Secretaria de Obras Públicas do governo.

Em março, o escritor português José Saramago criticou a ação em seu blog: “Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o Muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda a parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral”.

No morro Santa Marta, já foram construídos mais de 600 metros de muro, enquanto na Rocinha o governo concordou em limitá-lo às zonas com risco de deslizamento. O restante será transformado em sítios ecológicos e reservas naturais.

Fonte: Opera Mundi.

25 de novembro de 2009

MANIFESTO DA INTERSINDICAL À CLASSE TRABALHADORA DE MG



Após um ano de erupção da crise econômica capitalista, a mídia brasileira deixou de noticiar os seus efeitos econômicos e sociais. O fato é que o número de desempregados é um dos maiores já registrados, os direitos sociais estão sendo violados, a miséria acentuou-se e a disparidade social cresceu sensivelmente.

Tais acontecimentos revelaram ainda mais a gravidade da crise vivida pelo movimento sindical brasileiro. Nos últimos anos o sindicalismo veio perdendo sua combatividade e arrefeceu a resistência às investidas do capital.

Amplos segmentos do sindicalismo curvaram-se diante o social-liberalismo. Ao fim e ao cabo, assumem a conciliação com o capital, vem se acomodando à ordem e estão atreladas ao Governo Lula. A Central Única dos Trabalhadores e centenas de entidades sindicais cederam aos interesses associativos dos patrões, dos fundos de pensão e das burocracias partidárias. Em Minas Gerais, a luta dos trabalhadores enfrenta uma burguesia unida contra os interesses populares. O centro articulador desta unidade é governo Aécio Neves, que impõe o chamado choque de gestão que retira investimentos públicos das áreas sociais e os transfere para a iniciativa privada, precariza as condições de trabalho de todo o funcionalismo público estadual e criminaliza os movimentos reivindicatórios na cidade e no campo.

É cada vez mais evidente que os ataques frontais às classes trabalhadoras vêm acentuando as contradições políticas e ideológicas já em curso. A perda de direitos elementares como ao trabalho e à vida em condições dignas, exige respostas à altura de todos aqueles comprometidos com as grandes maiorias nacionais e com a emancipação humana.

Num tempo em que a unidade “dos de baixo” é condição incontornável para resistir aos poderosos e garantir conquistas, temos assistido a diversas rupturas e à fragmentação sindical. Esse quadro precisa ser revertido com urgência e determinação.

A busca de respostas e saídas para vencer as dificuldades da luta sindical passa pela necessária reorganização e pelo reencontro unitário do conjunto dos trabalhadores em defesa de seus interesses imediatos e históricos.

Nós da INTERSINDICAL nos inserimos nesta realidade buscando romper com o imobilismo, a burocratização, a conciliação e a falta de inserção política das classes trabalhadoras no cenário brasileiro.

Reafirmamos o imperativo de se constituir um movimento sindical unitário combativo, independente, democrático e de massas. E, ao mesmo tempo, solidário as lutas populares e que mantenha a unidade de ação com todos que lutam contra o capital e o imperialismo.

A INTERSINDICAL pretende se organizar em Minas Gerais levando esses princípios para todos os locais de trabalho do Estado, seja no campo seja nas cidades. Ao mesmo tempo, apresentamos uma plataforma de mobilização e convidamos todos os sindicatos e sindicalistas, independentemente de seus posicionamentos, a discutirem ações comuns que qualifiquem a militância de todos nós.

· Nenhum direito a menos. Manutenção e ampliação dos direitos e benefícios vinculados ao processo de trabalho. Avançar nas conquistas.
· Redução da Jornada do Trabalho sem redução de salários.
· Ratificação imediata da Convenção 158 da OIT. Pela estabilidade no emprego e fim da demissão imotivada.
· Combate ao desemprego. Implantação de atividades e serviços que gerem postos de trabalhos permanentes e aberturas de frentes de trabalho.
· Ampliação do seguro desemprego e isenção de impostos aos desempregados.
· Fim do Fator Previdenciário. Garantia de direitos e reajustes para os aposentados e pensionistas.
· Pelo irrestrito direito de greve.
· Ratificação imediata da Convenção 151 e da Resolução 159 da OIT que garantem direitos aos servidores públicos.· Por serviços públicos universais e de qualidade.
· Contra a flexibilização da jornada, as terceirizações, o banco de horas e a suspensão dos contratos de trabalho.
· Extensão dos direitos trabalhistas aos trabalhadores rurais assalariados.
· Pelo fim do Latifúndio – Reforma Agrária já! Mudança do índice de produtividade para efeito de enquadramento do estabelecimento rural. Estabelecimento do limite de propriedade rural.
· Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos populares.
· Pela autodeterminação e integração dos povos latinoamericanos.

Belo Horizonte, novembro de 2009.

40 anos do assassinato de Carlos Marighela.

Comissão de Organização do Seminário Estadual da INTERSINDICAL – MG
(Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora)

Os Rumos da Frente de Esquerda (Nota Política do PCB)


O Partido Comunista Brasileiro – PCB, diante da conjuntura política e do posicionamento dos partidos que, em 2006, compuseram a Frente de Esquerda, apresenta sua posição a respeito das perspectivas políticas no processo que antecede as eleições de 2010.

1. Avaliando que o processo sucessório presidencial de 2010 ocorrerá dentro de um quadro no qual o debate e a disputa eleitoral colocam frente à frente o PT e o PSDB como as duas principais forças que disputam hoje a direção política do bloco conservador, formado por um grande campo de consenso sobre os rumos centrais da economia brasileira e sobre a continuidade da macro-política econômica até então em vigor,

2. Considerando ainda que o PT e o PSDB são antagonistas nos limites internos ao consenso burguês na gestão do capital e na manutenção da institucionalidade política hegemônica:

3. Destacamos a necessidade de que as forças de esquerda produzam uma agenda política, social e econômica contra-hegemônica ao consenso conservador, em função do que apresentamos, a seguir, um conjunto de reflexões e proposições para abrir o debate no sentido da elaboração de uma proposta alternativa que se diferencie essencialmente dos rumos hoje propostos.

4. Inicialmente, não consideramos fundamental propor e debater nomes de pré-candidatos à sucessão presidencial, sobretudo quando a discussão em torno destes pauta-se pelo critério central ou mesmo único da suposta “viabilidade eleitoral” de nomes. Discutir o processo político pré-eleitoral em torno de nomes configura a prática comum dos partidos da ordem, que submetem a agenda política a projetos de grupos restritos e rebaixam ou anulam o debate de propostas político-sociais.

5. Neste sentido, propusemos, desde o início deste ano, que retirássemos do centro da discussão os nomes colocados e iniciássemos um amplo processo de debate programático que necessariamente envolvesse, além dos partidos que compuseram a Frente de Esquerda (PCB, PSOL e PSTU), as organizações políticas sem registro eleitoral, os movimentos sociais, o movimento sindical, a intelectualidade de esquerda e as organizações de resistência e luta dos trabalhadores. Isto seria feito com o fim de conformar eixos centrais em torno dos quais poderíamos constituir uma alternativa política, não apenas para participar do processo eleitoral, mas para contrapor ao projeto conservador uma alternativa socialista e popular.

6. Ainda que tal proposta tenha encontrado uma receptividade, principalmente em parte significativa da intelectualidade de esquerda e entre os movimentos sociais que buscam diferenciar-se da lógica de inércia e amoldamento hoje dominante nas direções sindicais, estudantis e em outras entidades de massa, a dinâmica interna e os compreensíveis interesses imediatos, tanto do PSOL como do PSTU, acabaram por centrar o debate nas pré-candidaturas. Assim fazendo, subestimaram e postergaram a discussão programática e a construção política junto aos trabalhadores e movimentos.

7. Acreditamos que não se trata de uma mera escolha de nomes, mas fundamentalmente de envidar esforços para a construção de uma necessária frente permanente de caráter anticapitalista e antiimperialista, para além das eleições, frente esta que, em unidade na luta de massas, incorpore organizações políticas e sociais orientadas ao socialismo.

8. O impasse no PSOL e a possibilidade real de apoio à candidatura de Marina Silva inviabilizam qualquer possibilidade de uma frente política que envolva o PCB. Em nenhum momento nosso Partido foi procurado para partilhar de qualquer avaliação sobre linhas programáticas, tática eleitoral ou perfil de candidaturas que pudessem, ainda que remotamente, levar a esta alternativa, a nosso ver, descabida. Tampouco fomos procurados para dialogar sobre estes temas com os companheiros do PSTU, que já promovem o lançamento da sua pré-candidatura à Presidência da República.

9. A posição do PCB é de reafirmar que a tática eleitoral não deva priorizar o raciocínio de “viabilidade eleitoral” em detrimento do caráter político de classe da disputa, eixo sobre o qual os trabalhadores devem formular seu programa contra-hegemônico e construir formas e meios de ruptura face ao pacto político-social das classes dominantes e seus aliados.

10. O perfil político de Marina Silva e, ainda mais nitidamente de sua legenda partidária, é claramente formatado nos limites da ordem do capital e essencialmente subordinado a um método político que em nada se diferencia da tradicional forma manipulatória no debate de questões relevantes (no caso a ecológica), buscando atrair os trabalhadores para um projeto que, na essência, não corresponde aos seus interesses históricos.

11. Neste sentido, respeitando os partidos que se aliam na luta contra o governo Lula e o projeto conservador, revestido ou não de vernizes sociais ou eco-capitalistas, sempre reafirmamos a necessidade de método e ação políticos de mobilização para a construção dos eixos programáticos socialistas e populares, no sentido da criação de uma nova e concreta alternativa de poder para os trabalhadores da cidade e do campo.

12. Infelizmente, o adiamento da decisão do PSOL para março de 2010 e a quase unânime aprovação, por sua direção, da abertura de negociações com o PV, além do lançamento unilateral de candidaturas, praticamente inviabilizam a possibilidade de reedição e, menos ainda, da ampliação da Frente de Esquerda.

13. Face a este quadro, o PCB reafirma a necessidade de uma alternativa orgânica de esquerda, socialista, anticapitalista e antiimperialista, constituída como elemento estratégico fundamental na luta dos trabalhadores pelo poder político, para além dos marcos impostos pelo calendário político-eleitoral.

14. Neste sentido, resta-nos apelar para que essas forças de esquerda assumam a responsabilidade diante da conjuntura política e da história, deixando de submeter os objetivos estratégicos de construção da alternativa de poder popular e socialista a uma tática despolitizada em torno de nomes e ao pântano das soluções institucionais imediatas.


PCB – Partido Comunista Brasileiro – Comitê Central
Novembro de 2009

23 de novembro de 2009

O GOVERNO DOS EUA E OS GRANDES IMPÉRIOS DA MÍDIA MUNDIAL USAM OS “BLOGUEIROS MERCENÁRIOS”, EM SUA OFENSIVA CONTRA CUBA



Por J.P / laRepublica.es

Os grandes impérios midiáticos do mundo têm empreendido uma ofensiva sem impiedosa contra a Revolução Cubana, oferecendo uma espetacular cobertura de qualquer movimento dos blogueiros mercenários como Yoani Sanchez e seu marido, que recebem uma soma espetacular de dinheiro por artigos que escrevem contra o governo cubano e contra uma suposta censura, que não parece ser tal, em virtude da ampla cobertura de seus escritos.

Há algumas semanas foi Yoani, que alegou ter sido atacada por agentes cubanos, embora não tenha oferecido nenhuma prova. Ademais, os médicos atenderam-na – Em entrevista para La República – afirmaram não terem encontrado nenhuma evidência de qualquer tipo de agressão.

Semana passada, foi a vez de seu marido, Reinaldo Escobar, que denunciaria as agressões e golpes por parte de uma multidão que reagiu à provocação do blogueiro, gritando em favor da Revolução Cubana. Mas, Escobar não sofreu um arranhão por parte da suposta "turba" descontrolada. (Leia mais sobre o assunto).

Estes eventos coincidem com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter elevado aos altares do imperialismo, Yoani Sánchez, ao responder uma série de perguntas feitas pela blogueira mercenária e felicitando por seu blog anticastrista.

Acontece que Obama não hesitou em responder às perguntas da blogueira mercenária, mas ainda não respondeu a uma série de perguntas, que meses atrás, foram-lhe feitas pelo próprio Fidel Castro. Perguntas como "É certo que o presidente dos Estados Unidos ordene o assassinato de qualquer pessoa no mundo, seja qual for o pretexto?" "É ético que o presidente norte-americano ordene a tortura de outros seres humanos?" "O terrorismo de Estado é uma ferramenta que deve utilizar um país tão poderoso como os Estados Unidos, para que haja paz na terra?" ou "É boa e honrada uma Lei de Ajuste que se aplicada como castigo a um só país, Cuba, para desestabilizá-lo, mesmo que isso custe a vida de crianças e mães inocentes? "Se é boa, porque não se aplicam automaticamente o direito de residência aos haitianos, dominicanos e de outros países do Caribe, e se faz o mesmo com os mexicanos, centro-americanos e sul-americanos, que morrem como moscas no muro da fronteira mexicana ou no Atlântico e do Pacífico?", entre outras.

No entanto, o apoio governamental aos blogueiros pagos não vem sozinho. Aparentemente, na Espanha, o Congresso dos Deputados vai debater na próxima semana apoiar Yoani Sanchez, a "defensora da liberdade e contra a suposta perseguição" que o regime cubano mantem contra Yoani Sanchez e outros democratas no país do Caribe.

É engraçado que se vá debater o apoio a alguém que afirma ser censurada e tem tudo a cobertura da mídia internacional, que afirma ser atacada, mas não conseguiu provar a agressão, e que alega estar defendendo a liberdade e a democracia em Cuba, mas sem dúvida, aliada aos EUA, um país que durante 50 anos tem agredido militarmente e economicamente o seu país.

Fonte: Cambios en Cuba

Original em: La República

Tradução: Robson Luiz Ceron – Blog Solidários

O povo se cansa de Yoani Sanchez




ONTEM, EM HAVANA…

O povo se cansa de Yoani Sanchez

Guillermo Nova / A República / Havana

Na sexta-feira, 20 de novembro, Reinaldo Escobar, marido Yoani Sanchez tentou acabar com o ato de encerramento da Feira Universitária do Livro e Leitura (FULL) , na central Rua 23, esquina com a Avenida dos Presidentes, em Havana. Mas, saiu-se mal.

Quando os jovens havaneiros desfrutavam da oferta de livros a preços baixos e música dos grupos de artistas amadores, o marido da blogueira cubano se colocou em frente dos meios de comunicação estrangeiros presentes e disse que ele estava ali como sinal de luto pelas supostas agressões à sua esposa, na semana passada.

Os cubanos já se cansaram de tanta provocação e ao ritmo da conga, os jovens que participavam do evento começaram espontaneamente a gritar "esta rua é revolucionária" e "abaixo a ‘gusanera’", e ainda "Raul, seguro, aos ianques dá-lhe duro".

O curioso do fato é que os agentes de segurança, aos que Yoani Sanchez tantas vezes denunciou por supostas agressões e assédio, tiveram que ser os que retiraram seu marido do local, para que não sofresse a ira de um povo cansado das muitas provocações.

A suposta agressão denunciada pela blogueira cubana, foi completamente desmentida, em declarações exclusivas à La República, pelos próprios médicos que atenderam e que em nenhum momento encontraram lesões, além de ser compatível com o exame médico que fez.

Fonte: LaRepública.es

Tradução: Robson Luiz Ceron – Solidários

Veja mais fotos:






A cara de b. do marido da mercenária, não precisa nem apontar quem é:




FONTE: ONTEM, EM HAVANA…

LANÇAMENTO DO LIVRO DA MERCENÁRIA – A BURGUESIA REUNIDA E A PRESENÇA PATÉTICA DO SENADOR SUPLICY


Publicamos aqui o Relato dos Solidários paulistas, que estiveram presentes ao lançamento do livro da mercenária Yoani Sánchez, em São Paulo.

MOVIMENTO PAULISTA DE SOLIDARIEDADE A CUBA

contato

No dia 06 de novembro, o Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba compareceu ao lançamento do livro de Yoani Sanchéz, em São Paulo, na Livraria Cultura que fica no Conjunto Nacional, na Av Paulista. A expectativa do movimento era obter mais informações sobre a autora e sua obra, bem como garantir o debate de idéias.

Abaixo um relato que tenta expressar o que foi o evento.

A MESA

Havia uma mesa de trabalhos, composta pelo jornalista Eugênio Bucci e pelo senador Eduardo Suplicy, mediada pelo editor da Contexto, o historiador e professor da USP, o senhor Jaime Pinsky.

O PÚBLICO

O público presente parecia bastante homogêneo, característico dos freqüentadores do espaço mercadológico-cultural da avenida Paulista. O evento começou com cerca de 30 pessoas e, em seu momento “alto” por assim dizer, contava com cerca de 70 pessoas, incluindo, aproximadamente, 15 pessoas ligadas a solidariedade a Cuba em São Paulo.

A aparência geral era de um público majoritariamente de pessoas com média entre 35 e 50 anos, com meia dúzia de jovens e nenhuma pessoa negra. Evidentemente tratava-se da pseudo-intelectualizada classe média paulistana, confortavelmente ambientada em um de seus redutos culturais.

ABERTURA E A POSIÇÃO DA CONTEXTO

O evento começou com um vídeo focado na pessoa de Yoani, com claros traços de um marketing que produz a imagem de uma personagem digna, autônoma e de mártir, que estaria subjugada ao regime “ditatorial” de Cuba. O vídeo simplesmente reforça a imagem construída pela mídia burguesa sobre a blogueira, absolutamente desprovido de crítica.

Após o vídeo, veio a fala introdutória Jaime Pinski, editor da Contexto.

A fala de Pisky foi marcada pela superficialidade de conteúdo e pelo tom jocoso de sua expressão. Fez uma apresentação bastante coerente com a tônica do livro, que buscou transparecer um pretenso distanciamento do discurso político, se apoiando no descaracterizado conceito de “cotidiano” da vida em Cuba.

Não obstante a pretendida sublimação da política, não faltaram as referências insinuadas ao ambiente de “repressão” e de “ditadura” reinantes na Ilha. Em vários momentos a fala de Pinski acercou-se do ridículo, principalmente quando tentou pintar a imagem de uma Yoani casta e pura, que se apresentou como uma moça “de família” temente aos males que feririam a honra ao ter que se hospedar em “hotéis” no Brasil, caso viesse ao lançamento do livro.

Tentando disfarçar o posicionamento nitidamente reacionário, o “intelectual” fez coro à centena de premiações da autora, elevando o panfleto jornalístico da blogueira (fluido, envolvente e bem formatado, diga-se) ao status de “história do cotidiano”, o que nos parece um abuso destituído do rigor que se esperaria de um historiador.

O tom cínico e arrogante de Pisky chegou a ser irritante. Pelo posto acadêmico que ocupa, esperaríamos uma postura mais crítica e um discurso mais substancial, que tentasse, ao menos, inserir o suposto “cotidiano” de Cuba em seu rico e complexo contexto histórico. Mais uma vez se tenta “reescrever” a história cubana, sob a ótica burguesa, é claro.

FALA DO SENADOR EDUARDO SUPLICY

O discurso do senador Suplicy não ficou muito atrás, pecando pela falta de consistência, pela incapacidade de crítica e pelo tom rasteiro e jocoso (ainda que sem graça) de sua linguagem.

Entretanto, bastante coerente com a postura patética que tem marcado suas últimas aparições na mídia.

Em lugar do olhar crítico sobre as enormes dificuldades que enfrenta a revolução cubana, ao contrário, Suplicy expõe e ridiculariza Cuba, suas representações diplomáticas e o próprio partido dos trabalhadores, chegando ao desplante da falta de ética. Suplicy cumpriu papel muito melhor do que qualquer representante conservador e reacionário faria.

O senador dedicou praticamente todo o tempo da sua fala relatando detalhes de sua tentativa de trazer Yoani para o Brasil, sem sequer se preocupar em esclarecer sobre os normais trâmites burocráticos adotados por Cuba, em qualquer circunstância. O senador sequer se questionou se, realmente, a senhora Yoani teria interesse em se ausentar de Cuba, ou teria optado por mais uma peça do seu marketing pessoal. Aspectos da diplomacia e de política internacional estão ao alcance do discernimento do senador Suplicy. Talvez ele esteja mais capacitado para explicar a posição do Estado estadunidense que proíbe os cidadãos norteamericanos de pisarem em solo cubano (a menos que seja através das conhecidas botas manchadas de sangue nos costumeiros casos de invasão militar imperialista).

Com uma fala “sonsa”, como que despretensiosa, cita encontro com o secretário geral do Ministério de Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, quem teria sugerido que ele, Suplicy, não fizesse o convite para a vinda de Yoani ao Brasil para não prejudicar as relações entre os dois países. Referiu-se também a conversa que manteve com o secretário de relações internacionais do PT, Valter Pomar, que o teria orientado a evitar o convite, pois isso poderia gerar problemas para o partido e para ele próprio. Acrescentou sobre conversa com Frei Betto e Eugênio Bucci e, ainda assim, julgou que tinha o “dever” de fazer o pronunciamento no senado e levar o convite para a Embaixada.

Chegou ao nível de afirmar que, para a homenagem aos 50 anos da revolução cubana, a ser realizada no dia 1º de dezembro, sugerirá a vinda de Yoani, em clara postura leviana de desrespeito diplomático, para se dizer o mínimo.

O senador tenta legitimar a sua fala dizendo que já esteve com Fidel, que já foi diversas vezes a Cuba, que já viu “coisas interessantes” mas que sempre se “preocupou com esta questão de liberdade para todos, liberdade de imprensa, de organização, de expressão” etc.

Em um momento Suplicy fez uma concessão a Cuba dizendo que lá há “coisas positivas” citando os estudantes brasileiros que fazem medicina na Ilha, mas ainda assim, neste contexto, ele respalda a posição tosca do Demétrio Magnoli que afirma serem bons os índices sociais cubanos desde antes da revolução cubana, durante a ditadura de Fulgêncio Batista, e que considera “muito significativo” o que Yoani escreve sobre o cotidiano da ilha. Em nenhum momento o senador pondera, ou pelo menos contextualiza Cuba dentro dos relatos da blogueira, ora limitados, ora mentirosos. Sequer o senador se preocupa em saber quem está sustentando a enorme campanha internacional midiática de Yoani.

Segundo Suplicy, o presidente estadual do PT, Edinho Silva, teria sugerido a ele uma visita ao Cônsul de Cuba, pois este estaria “bravíssimo” com o senador (o que provocou risos jocosos no público). Suplicy disse que tentou ligar insistentemente no consulado, mas que é “tão difícil ligar lá” (o que fez Pinsky se divertir, cheio de ironia). Disse, ainda, que hoje [dia 06] resolveu ir até o Consulado em SP, mas que o Cônsul estava muito ocupado recebendo uma representante do Partido Comunista Cubano e não pode atendê-lo, o que levou Pinsky a se deliciar em ironia, com a complacência do “seleto” e inteligente público. Ali o senador Suplicy parecia entre os seus pares revelando a sua mais legítima herança dos Matarazzo que é.

NOSSA SAÍDA DO EVENTO

Finda a fala do senador, o próximo debatedor, Eugênio Bucci, começa a sua exposição agradecendo ao Suplicy por sua “coragem e bom coração”. Neste momento Suplicy, lisonjeado pela fala de seus “pares” no palco daquela tragicômica comédia bufa, em um contexto de “rasgação de seda”, resolve fazer uma piada sobre seu “bom coração” e uma situação com a apresentadora de programa de TV, Sabrina Sato, o que tornou aquele ambiente, definitivamente, insustentável, com a ridicularização completa do tema. Foi então que um dos companheiros que estava conosco levantou-se no meio do público e bradou algo parecido com “Sr. Senador, o senhor vir até aqui pra cumprir este papel ridículo, é demais. Vamos nos retirar dessa palhaçada”. Sem alternativa, tendo em vista que a dinâmica do evento não previa debates, decidimos nos retirar, devido ao seu baixíssimo nível intelectual. Talvez, bem condizente com a publicação lançada.

Seguimos na luta. VENCEREMOS!

FONTE: LANÇAMENTO DO LIVRO DA MERCENÁRIA – A BURGUESIA REUNIDA E A PRESENÇA PATÉTICA DO SENADOR SUPLICY

“YOANI LEVANTA E ANDA” MILAGRES EM HAVANA


A FARSA DA MERCENÁRIA

“YOANI LEVANTA E ANDA” MILAGRES EM HAVANA

por Javier López

Há uma semana, o mundo se comovia pelas “chocantes” imagens da bloguera cubana Yoani Sánchez, que depois de uma “fenomenal surra”, executada por agentes de segurança “castro-comunistas”, havia quedada com graves sequelas para a saúde física e mental, algumas em partes nobres que a “regatada” blogueira não permitiu mostrar aos seus fãs. não o “modesto” blogger permissão para ver os seus fãs. Sem dúvidas, uma foto que aparece de muletas, ajudada por uma nobre samaritana, diante de sua incapacidade de cuidar de si mesma, varreu o mundo.

Veja a imagem (advertimos: as imagens podem ferir a sensibilidade dos leitores).

Mas, oh! O Milagre aconteceu!



Como na passagem bíblica, em que Jesus diante do pedido de um de suas seguidoras, virou-se para a vida de Lázaro (João 11:1-44) ungindo com óleo e ordenando “Lázaro, levanta-te e anda …” e João se levantou, convertendo-se, assim, em testemunha da grandeza do Senhor, hoje nós podemos ver com espanto a rápida recuperação de nossa intrépida blogueira, lutadora pela liberdade, pela justiça e pelo capitalismo humanista.

Sim, Yoani, a que sofreu tão dura experiência, , se, Yoake, que sofreu tanto experiência, aparece agora, uma semana depois, sem muletas, correndo com a câmera na mão e fotogravando os ditos “agentes de segurança” cubanos, que não a deixam em paz, nem de noite, nem de dia.

Veja a foto.




Foi um milagre divino, ou uma demonstração dos avanços surpreendentes da medicina cubana, que oferece os seus serviços, mesmo aqueles que negam o sistema que permite que estas realizações, ou uma combinação de ambos, que certamente Deus vai premiar aquelas sociedades que se preocupam com seus filhos favoritos, os seres humanos.

Ou foi, talvez, a mais clara demonstração da mitomania Dona Yoani. O mais incrível é que ela caiu por si mesma, como dizem no meu povo “cai primeiro um mentiroso, que um coxo”.

Assim como existe o testemunho, da rápida “recuperação” d ciberchancletera de outrora, Louvai ao Senhor! (mesmo para aqueles que não merecem).

Assista no YOUTUBE:

“LA REPÚBLICA. Está desmontada as mentiras de Yoani Sanchez: os médicos que atenderam-na, não encontrado ferimentos em seu corpo.”

http://www.youtube.com/watch?v=cPm68xcBzPs&feature=player_embedded


Fonte: ISLAMÍA

Tradução: Robson Ceron

FONTE: http://convencao2009.blogspot.com/2009/11/farsa-da-mercenaria.html

http://dariodasilva.wordpress.com/2009/11/19/yoani-levanta-e-anda%E2%80%9D-milagres-em-havana/

DIREITOS HUMANOS EM CUBA


Fatos, não palavras! Os Direitos Humanos em Cuba.

Você sabia que Cuba segue o parlamentarismo, e por essa razão, Fidel era obrigado a se candidatar como deputado, para poder depois concorrer ao cargo de Chefe-de-Estado?

Você sabia que apesar de ser um partido único, quem decide quem serão os candidatos aos cargos políticos são as assembléias populares? Que, apesar do voto ser facultativo, a presença dos eleitores chega na marca dos 95%?
Que em Cuba há mais de 2 mil organizações não governamentais, religiosas, científicas, feministas, etc?
E que a lei de imigração norte-americana nega o visto de turista aos cubanos, mas dá Residência Permanente para os que chegam de maneira ilegal (por barcos e aviões clandestinos), mas os impede de voltar a Cuba sem perdê-la?

Conheça os direitos humanos em Cuba, veja como são tratados os deficientes e o prisioneiros, depois compare com o que temos no Brasil e EUA.

A Revolução Cubana não trouxe apenas educação de qualidade, mas trouxe o espírito crítico de seu povo e poder de participação dele.

Talvez seja por essa razão que os EUA aplicam tanta energia em criar mitos contra ela. Pois dessa maneira, se justifica um embargo econômico injusto e mesquinho. Pois se com tão poucas possibilidades comerciais Cuba tem o melhor IDH da América Latina, sem o embargo poderia se tornar um exemplo de sociedade que as poderosas corporações não gostariam de ver.

Assista ao documentário e derrube os mitos.

Download (Torrent, Legendado) : Clique Aqui

Enviado por: Diogo

Fonte: Documentários de verdade!

FONTE: DIREITOS HUMANOS EM CUBA

DIGA SE YOANI SÁNCHEZ É UMA BLOGUEIRA OU UMA MERCENÁRIA FINANCIADA PELO IMPERIALISMO.

Trazemos outro texto traduzido que demonstra a verdade acerca da queridinha dos blogueiros da direita fascista, da imprensa burguesa brasileira (e de alguns de ‘esquerda’), Yoani Sánchez.

Neste texto a blogueira Norelys Morales Aguilera revela a localização dos provedores dos blogues de Yoani: o segundo maior provedor da Europa.

Apresenta outros dados e argumentos que fazem concluir o que já é óbvio: Yoani Sánchez é uma mercenária, a serviço do imperialismo, integrada em um projeto maior contrarevolucionário envolvendo personalidades da extrema-direita norte-americana (ver a respeito, PROJETO BLOG).

Diga se Yoani Sánchez é uma blogueira?

por Norelys Morales Aguilera.



Yoani Sánchez diz que o Geração Y é um blog. Um blogueiro espanhol escreveu que, se o Geração Y é um blog, sua página é do Vaticano. Parece que estamos perdendo algo.

O contato da administração do hosting yoani.sanchez), Santa Maria-Soledad, Torres Acosta, 2, Madrid, 28004, Espanha. Telefone: 34 918298497.

O contato técnico é assegurado pela: Hostmaster Strato Rechenzentrum. Cronon AG-IT Professional Services. (Hostmaster). Emmy Noether-Str. 10. Karlsruhe, D-76131, Alemanha. Telefone: +49 72166320305.

A data de criação: 25 de Janeiro de 2007. O registo caduca em 25 de janeiro de 2010.



Assim, quando Yoani Sánchez voltou a Cuba e com um gesto exibicionista rasgou seu passaporte e se surpreendeu de haver uma fila de cubanos regressando ao seu país, como disse, e com seus conhecimentos para fazer um blog para os seus "demônios", já sabia bem o que iria exorcizar e que não podia dizer.

"Comecei em abril de 2007, sou pioneira da blogosfera cubana", escreve Yoani para atribuir-se a premissa da blogosfera cubana, o que não é verdadeiro, já que existiam outros blogs na Ilha.
Mas, o que ela nunca disse, com um espírito descontraído, apresentando-se como uma jovem rebelde apolítica, é que ela já vinha com um domínio contratado a uma empresa alemã, que resulta ser o segundo maior provedor da Europa.

Desde 25 de janeiro de 2007 é a proprietária registada em Madrid, de acordo com dados fornecidos pelo site http://who.godaddy.com.

Mauricio Vicent revelou no jornal El Pais, do Grupo Prisa, que em 07 de maio desse ano em entrevista para ele, Yoani revelou: premissa.

- Vincente: mudar o sistema ou mudanças no sistema (de Cuba)?
- Yoani: do sistema.
- Vicente: E para que modelo?
- Yoani: … Por que não poderíamos fazer um capitalismo sui generis? …

Um "capitalismo sui generis" para Cuba, ignorando o contexto de agressão dos EUA, é uma proposta ou um desejo de insultar a nossa inteligência.

Yoani Sánchez foi denunciada em Projeto Blog, que a vincula aos terroristas da Rádio e TV Marti, Negroponte, Montaner e até mesmo ao Departamento de Estado, sendo que ela não deu sequer uma tímida declaração para esclarecer os fatos. Apenas a complacência, palhaçadas e a petulância inferniza.

De qualquer forma, como a questão permanece em aberto, para a enorme visibilidade dada ao Portal Generación Y, por causa de fenômenos que transcendem a blogosfera, este blog (Islamía) continua perguntando:

Quem é Josef Biechele, o amigo de Yoani que "desinteressadamente" mantem o servidor Desde Cuba, desde fora da Ilha?

Fonte: BLOG ISLAMÍA

Tradução: Robson Luiz Ceron

FONTE: DIGA SE YOANI SÁNCHEZ É UMA BLOGUEIRA OU UMA MERCENÁRIA FINANCIADA PELO IMPERIALISMO.

Pelo livre regresso de Aminatou Haidar a sua pátria - Comitê Central do Partido Revolucionário dos Comunistas de Canárias (PRCC)


Se a expulsão de Aminatou Haidar de sua pátria, o Saara Ocidental, por parte das
autoridades ocupantes marroquinas foi uma vileza que vulnerabiliza todo o direito
internacional, a cumplicidade do reino da Espanha com a monarquia tirânica
marroquina excede todos os limites, e revela que no Estado espanhol as leis e os
direitos humanos são somente um assunto de conveniência.
Aminatou Haidar, como todos os saarauis, têm direito a voltar ao seu país, ainda que
esteja ocupado e sofrendo uma brutal repressão, e a viver livremente nele. E o
governo imperialista espanhol não tem nenhum direito de mantê-la sequestrada
impedindo-a de regressar. Nem, muito menos, de maltratá-la como tem feito estes
dias, expulsando-a a força do aeroporto de Lanzarote e obrigando-a a passar a noite a
céu aberto.
O “democrático” governo do PSOE, que rápida e irregularmente expulsa aos
imigrantes pobres, tem que cumprir com a legalidade e permitir o regresso de
Aminatou Haidar a sua pátria. Não cabem mais delongas nem velhacarias.
Chamamos à solidariedade o conjunto dos trabalhadores e do povo canário com esta
companheira, retida ilegalmente pela Espanha, para exigir sua imediata liberação e
seu regresso ao Saara Ocidental.
Liberdade para Aminatou Haidar!
Livre regresso de todos os saarauis a sua pátria!
Pela Autodeterminação do Povo saaraui!
Não à cumplicidade colonialista das monarquias espanhola e marroquina!
Canárias, 15 de novembro de 2009.
(tradução de Roberta Moratori)

Aos Militantes da Intersindical - (Nota Política do PCB)


A Comissão Política Nacional do PCB saúda a realização do Encontro Nacional da Intersindical (Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora), a realizar-se nos dias 28 e 29 deste mês, em São Paulo, e dirige-se a todos os militantes que constroem esta importante ferramenta, no seguinte sentido:

1 - Quando da lamentável divisão da Intersindical, no ano passado, o PCB optou corretamente por prosseguir os esforços para o fortalecimento deste espaço de luta, sem se deixar levar pelo imediatismo da criação a qualquer custo de uma central sindical classista.

2 - Como nossos parceiros na Intersindical, pensamos que a criação da central deve ser produto de um processo de unidade de ação nas lutas cotidianas dos trabalhadores e de acordo com um calendário que não seja burocrático e muito menos se deixe confundir com a agenda eleitoral nacional.

3 - Por isso, não nos parece prudente marcar açodadamente um congresso para criar uma central, ainda mais sem que previamente se defina o caráter desta central. Sendo a central uma união voluntária de forças políticas e sindicais nenhuma delas pode impor a outras a sua concepção, sob pena de se tratar de uma falsa unidade.

4 - Por estas razões, o PCB orienta os companheiros que militam na Unidade Classista e propõe aos demais militantes da Intersindical que não participemos do congresso marcado para junho de 2009, com o objetivo precípuo de criar uma central, que não se sabe se será baseada na centralidade do trabalho, como defendemos, ou uma organização eclética, diluída e movimentista.

5 - Além da falta de definição sobre o que se vai criar, o mês escolhido coincide com o início de eleições gerais no Brasil, o que pode se constituir em mais um complicador, seja pelos riscos de instrumentalização ou de divisão.

6 - Apesar de não participarmos desse congresso, pelas razões expostas, respeitamos todas as forças que o comporão, porque sinceramente têm, como nós, a vontade política de criar uma necessária central sindical classista. Nossas divergências têm a ver com a metodologia que orienta a convocação deste congresso que julgamos equivocado e inoportuno.

7 - Mas é fundamental que a Intersindical mantenha permanente e franco diálogo com estas forças, nossos principais aliados na luta contra o capital, com vistas a iniciativas e ações unitárias de luta, através da refundação de um espaço comum de ação nos moldes do Fórum Nacional de Mobilização.

8 - Na questão da futura central sindical classista unitária de trabalhadores, este diálogo deve privilegiar os setores que, apesar de não comporem a Intersindical que estamos ajudando a construir, têm a mesma perspectiva da centralidade do trabalho.

9 - É nesse sentido que propomos aos nossos aliados na Intersindical que envidemos o melhor dos nossos esforços para recompor o campo político que a originou e ampliá-lo com outras forças classistas. Defendemos que a função principal da Intersindical é a de ser, a partir da organização e das lutas nos locais de trabalho, um espaço de articulação e unidade de ação do sindicalismo que se contrapõe ao capital, visando à construção, sem açodamento nem acordos de cúpula, de uma ampla e poderosa organização intersindical unitária, que esteja à altura das necessidades das lutas da classe.

10 - Mas estes objetivos só serão alcançados se fortalecermos a Intersindical e a implantarmos de fato na grande maioria dos Estados brasileiros. Assim sendo, conclamamos todos os militantes do PCB e da Unidade Classista que atuam no ambiente sindical a comparecerem ao Encontro Nacional e, mais ainda, a ajudarem a construir efetivamente a Intersindical.

São Paulo, 15 de novembro de 2009

PCB - Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional

Muros, mortos e mentiras. Por: Jorge Cadima [*] - 22.11.09







Jorge Cadima

“«O adeus ao comunismo? Provocou um milhão de mortos». O título não é duma publicação comunista. É dum jornal do grande capital italiano, o Corriere della Sera (9.11.09), que noticia um estudo de professores de Oxford e Cambridge, publicado na conceituada revista médica britânica The Lancet”.


«O adeus ao comunismo? Provocou um milhão de mortos». O título não é duma publicação comunista. É dum jornal do grande capital italiano, o Corriere della Sera (9.11.09), que noticia um estudo de professores de Oxford e Cambridge, publicado na conceituada revista médica britânica The Lancet. «Baseados nos dados da Unicef, de 1989 a 2002» os autores afirmam que «as políticas de privatização em massa nos países da União Soviética e na Europa de Leste aumentaram a mortalidade em 12,8% […] ou seja, causaram a morte prematura a um milhão de pessoas».

«Morreu-se mais lá onde se adoptaram as “terapias de choque”: na Rússia, entre 1991 e 1994, a esperança de vida diminuiu em 5 anos». Conclusões de estudos anteriores foram ainda mais gravosas. Como escreve o Corriere della Sera, «A agência da ONU para o desenvolvimento, a UNDP, em 1999 contabilizou em 10 milhões as pessoas desaparecidas na telúrica mudança de regime, e a própria UNICEF falou em mais de 3 milhões de vítimas». Foi para celebrar estes magníficos resultados que o estado-maior do imperialismo se reuniu em Berlim, com pompa, circunstância e transmissões televisivas infindáveis, numa comemoração de regime dos 20 anos da contra-revolução a Leste.

O balanço da restauração do capitalismo é ainda mais grave. Mesmo sem falar no sofrimento dos vivos a Leste – o alastrar de pobreza extrema, dos sem-abrigo, da prostituição, da toxico-dependência ou a emigração em massa para sobreviver – os efeitos das contra-revoluções de 1989-91 fizeram-se sentir em todo o planeta. As «terapias de choque» dum imperialismo triunfante e ávido de reconquistar as posições perdidas ao longo do Século XX tornaram-se uma mortífera realidade global, e tiveram em 2008 o seu corolário inevitável: a maior crise do capitalismo desde os anos 30. Uma escalada de mortíferas guerras foram ao mesmo tempo desencadeadas pelo imperialismo, liberto do contrapeso dos países socialistas. Muitas centenas de milhares de mortos (mais de 650 mil só no Iraque, segundo outro estudo publicado em 2006 na Lancet) são o fruto «da queda do Muro» no Golfo, na Jugoslávia, no Afeganistão, no Iraque, no Líbano, na Palestina, e agora no Paquistão – para não falar das agressões «menores».

E foram acompanhadas pelo «Gulag» de prisões secretas dos EUA espalhadas por todo o mundo, no qual desaparecem milhares de pessoas raptadas e torturadas por um sistema de repressão acima de qualquer controlo. Os dirigentes do «mundo livre» que se juntaram, ufanos, em Berlim, são todos responsáveis por este banho de sangue e repressão. Podem mostrar-se de cara simpática e tratarem-se amigavelmente por Hillary, Angela, Nicolas, Bill, Tony ou «porreiro, pá». Mas das suas mãos escorre o sangue e sofrimento de milhões de pessoas em todo o planeta – de Peshawar a Guantanamo (que continua aberta), de Abu Ghraib às Honduras (que continua sob controlo dos golpistas e a indiferença da comunicação social «democrática»), das «maquiladoras» mexicanas aos campos de refugiados palestinos (que continuam – há 60 anos – à espera do seu Estado).

Pelo «Gulag» democrático-ocidental passou Khalid Shaikh Mohammed, que vai agora a julgamento nos EUA, acusado de ser o responsável primeiro do 11 de Setembro (mas não era o Bin Laden?). Segundo o New York Times (15.11.09) «foi submetido 183 vezes à técnica de quase afogamento chamada 'waterboarding'». O jornal afirma que ele também se diz responsável «por uma série de conspirações» como «tentativas de assassinato do Presidente Bill Clinton, do Papa João Paulo II e as bombas de 1993 no World Trade Center».

Mais um afogamento simulado e confessaria também ser responsável pelo aquecimento global e o sumiço de D.Sebastião em Alcácer-Quibir. Mas atente-se na vida do acusado: paquistanês, criado no Kuwait e diplomado por uma universidade americana viajou, após os estudos «para o Paquistão e o Afeganistão, a fim de se juntar aos combatentes mujahedines que, nessa altura, recebiam milhões de dólares da CIA para lutar contra as tropas soviéticas» (NYT, 15.11.09). Afeganistão hoje ocupado e onde «segundo responsáveis da NATO […] um terço dos polícias afegãos são toxicodependentes» (Sunday Times, 8.11.09). Admirável mundo novo que a «queda do Muro» pariu!



[*] Jorge Cadima é Professor universitário e analista de política internacional



Avante nº 1.877 de 19 de Novembro de 2009
http://www.odiario.info/b2lhart_imp.php?p=1380&more=1&c=11

20 de novembro de 2009

Saudação ao Povo Negro (Nota Política do PCB)


O Partido Comunista Brasileiro associa-se às celebrações pela passagem do Dia da Consciência Negra.

O comprometimento de nosso partido para com as lutas pela valorização do povo negro brasileiro vem de longa data. Já em julho de 1930, denunciávamos a persistência de elementos de escravidão na situação real experimentada pelos negros do país, não obstante a tão propalada Abolição da Escravatura. Neste mesmo ano, nas eleições presidenciais, apresentamos ao povo a candidatura de Minervino de Oliveira, militante de nosso partido, que se tornou então o primeiro negro e o primeiro operário a disputar a presidência da república.

Em nossa Primeira Conferência Nacional de julho de 1934, realizada na mesma época em que se iniciava a propagação da tese da “democracia racial brasileira”, denunciávamos o racismo das classes dominantes e nos comprometíamos a apoiar todas as lutas pela igualdade de direitos econômicos, políticos e sociais de negros e índios.

Ainda em meados da década de 30, o intelectual comunista baiano Edison Carneiro iniciava uma vasta e significativa obra de investigação e resgate da cultura afro-brasileira, tornando-se um dos pioneiros em tal campo de estudos e uma referência fundamental até os dias de hoje. Este mesmo Edison Carneiro, com o apoio de outros intelectuais comunistas como Jorge Amado e Aydano do Couto Ferraz, criava, no ano de 1937, a União de Seitas Afro-Brasileiras, a primeira entidade criada no país com o objetivo de proteger e cultivar os valores e as tradições religiosas de matriz africana.

Na década de 1940, o PCB solidificou seu engajamento na luta contra o racismo e em defesa da cultura afro-brasileira. Sob sua legenda elegeu-se, em 1945, Claudino José da Silva, primeiro negro a exercer mandato parlamentar e primeiro constituinte negro da história do Brasil. Durante os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte de 1946, coube ao escritor e deputado comunista Jorge Amado a elaboração do projeto da primeira lei federal que estabeleceu a liberdade para a prática das religiões afro-brasileiras. Este período registra também a criação do Teatro Experimental do Negro, que tem como um de seus principais expoentes o ator, poeta e teatrólogo comunista Francisco Solano Trindade, que marcaria com sua atividade intensa a arte popular brasileira das décadas seguintes. Alguns anos mais tarde, apareceram os primeiros trabalhos de Clóvis Moura, então vinculado ao PCB, cuja contribuição aportaria uma importante contribuição aos estudos históricos e sociológicos sobre o negro no Brasil.

Se no passado nós comunistas estivemos presentes em praticamente todos os momentos relevantes da trajetória do povo negro brasileiro, no presente continuamos a apoiar e nos envolver com essas lutas. Apoiamos as reivindicações imediatas e conquistas parciais do movimento negro brasileiro, como o acesso ao ensino público e gratuito de qualidade, o estabelecimento de reservas de vagas das universidades públicas, a titulação das terras das comunidades remanescentes de quilombos e o Estatuto da Igualdade Racial. No entanto, compreendemos que nenhuma destas conquistas parciais estará assegurada no futuro enquanto perdurarem: a) o esvaziamento e sucateamento das universidades públicas, a privatização e a mercantilização do ensino; b) o controle do Estado pelos grandes proprietários fundiários e a subordinação da política agrária do governo aos interesses do agro-negócio; c) a hegemonia dos interesses do grande capital nacional e internacional no interior da sociedade brasileira e a subordinação das necessidades do povo à lógica da acumulação capitalista.

Para que as atuais conquistas sejam mantidas e aprofundadas e para que novas sejam alcançadas é essencial que as lutas do povo negro, sem prescindir de sua especificidade, estejam combinadas às lutas gerais do povo e dos trabalhadores brasileiros. É necessário somar esforços aos movimentos em defesa de uma universidade pública gratuita e de qualidade, voltada para a resolução dos problemas nacionais e para a promoção social das classes populares, apoiar as ações contra o monopólio da propriedade da terra pelos grupos latifundiários e por uma reforma agrária ampla e radical, mobilizar-se enfim, por um poder político que seja a encarnação da vontade de negros e negras, trabalhadores das cidades e dos campos, pequenos proprietários urbanos e rurais, artistas e intelectuais avançados.

Salve o Dia da Consciência Negra!

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)

20 de novembro de 2009

19 de novembro de 2009

TODA SOLIDARIEDADE A CESARE BATTISTI. NÃO À EXTRADIÇÃO! (Nota Política do PCB)





O Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a público reafirmar sua plena solidariedade para com o cidadão italiano Cesare Battisti, seriamente ameaçado de ser extraditado para a Itália, onde o governo neofascista de Berlusconi, mesmo sem qualquer prova, transformou-o em símbolo de uma pretensa campanha "contra o terrorismo", em ação orquestrada com a mídia burguesa internacional, que busca a todo momento criminalizar aqueles que se dedicaram - e continuam a fazê-lo mundo afora - a lutar contra as injustiças e desigualdades promovidas pelo capitalismo.

A ameaça da extradição se verifica com o voto de minerva a ser dado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, na próxima quarta-feira, dia 18 de novembro, tendo em vista o caminho adotado pelo órgão máximo da Justiça no Brasil, que resolveu entrar no mérito da questão, ao invés de reconhecer a competência do governo federal para tratar de assuntos inerentes às relações internacionais. Esta postura acabou contrariando a decisão anterior tomada pelo Ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder asilo político ao militante comunista italiano.

Para as forças de esquerda em todo o mundo, a situação é muito preocupante, por duas razões: em primeiro lugar, são mais do que conhecidas as posições ultraconservadoras do Ministro Gilmar Mendes, que já declarou publicamente sua opinião em favor da extradição. Em segundo lugar, a viagem de Lula à Itália, a quarenta e oito horas da decisão do STF, é um sinal de que a cabeça de Battisti pode estar a prêmio. Lula encontrou-se com o líder da oposição e deputado do Partido Democrático, Massimo D'Alema, o qual, coerente com a prática de um partido que, na década de 1990, abandonou o programa socialista e rendeu-se à lógica do capitalismo, faz parte do lobby que pede a extradição do "ex-guerrilheiro", de quem afirma ter sido condenado por "graves crimes, não por razões políticas". Lula também foi recebido pelo primeiro ministro Berlusconi, líder da direita italiana. Após o encontro, disse, referindo-se ao parecer do STF: "Não existe possibilidade de seguir ou ser contra. Se a decisão foi determinativa, não se discute: cumpre-se".

Caso seja extraditado, Battisti será condenado à prisão perpétua na Itália. Trata-se de uma condenação sem provas: ele foi indiciado em crimes de assassinato a partir das acusações feitas por um ex-companheiro da organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Pietro Mutti, que se valeu de um recurso jurídico italiano, conhecido como "delação premiada", em troca da liberdade e de uma nova identidade. Battisti é acusado de haver cometido dois crimes, ocorridos em duas cidades distantes uma da outra, no mesmo dia e apenas com meia hora de diferença entre eles, um em Milão e outro na cidade de Udine. Além disso, Battisti foi julgado em sua ausência e teve sua assinatura falsificada, para que o governo pudesse nomear advogados que aceitaram participar de um julgamento sem a presença do réu.

Todo o processo contra Battisti baseou-se apenas nos relatos de Mutti, existindo ainda indícios substanciais de que essas "confissões" tenham sido arrancadas sob torturas, conforme denunciou à época a Anistia Internacional. No período posterior à violenta repressão que se abateu sobre os grupos que, entre 1969 e 1980 na Itália, optaram pela luta armada em prol do socialismo, passou a prevalecer uma lei de exceção que concedia às investigações das organizações consideradas terroristas detenções de pessoas sem autorização judicial. Ou seja, sob o pretexto de combater o "terrorismo", o Estado italiano passou a desrespeitar as mais básicas regras democráticas e os direitos humanos, reforçando as posições da ultradireita e colaborando para a progressiva criminalização da esquerda em geral e das lutas anticapitalistas. Para o avanço da onda conservadora no país, muito contribuiu a desintegração do PCI, cujos antigos membros passaram a propor a "refundação do capitalismo", sob a máscara de uma democracia radical.

A velha direita fascista de Berlusconi e a "nova esquerda" de Massimo D'Alema transformaram o "caso Battisti" em uma questão de honra, fazendo coro com o pensamento burguês hegemônico, segundo o qual qualquer luta mais radicalizada contra os efeitos perversos do capitalismo no mundo acaba sendo confundida com crime, com "terrorismo". Esse discurso manipulador de consciências é bem conhecido de todos nós: a burguesia brasileira, com o auxílio luxuoso da mídia capitalista, persegue e criminaliza os movimentos sociais que, a exemplo do bravo MST, lutam contra a exploração do grande capital em nosso país.

Diante deste quadro, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) conclama todos os trabalhadores, militantes de esquerda, lutadores sociais e democratas de nosso país a prestar efetiva solidariedade a Cesare Battisti, através de manifestações públicas que pressionem o Supremo Tribunal Federal e o Presidente Lula a manterem a decisão do Ministério da Justiça no sentido de conceder asilo político a Battisti.

Partido Comunista Brasileiro
Comissão Política Nacional
Novembro de 2009
CARTA DE ANITA LEOCÁDIA PRESTES AO PRESIDENTE LULA

CARTA DE ANITA LEOCÁDIA PRESTES AO PRESIDENTE LULA

Exmo. Sr. Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva.

Na qualidade de filha de Olga Benário Prestes, extraditada pelo Governo Vargas para a Alemanha nazista, para ser sacrificada numa câmera de gás, sinto-me no dever de subscrever a carta escrita pelo Sr. Carlos Lungarzo, da Anistia Internacional, na certeza de que seu compromisso com a defesa dos direitos humanos não permitirá que seja cometido pelo Brasil o crime de entregar Cesare Battisti a um destino semelhante ao vivido por minha mãe e minha família.

Atenciosamente,
Anita Leocádia Prestes

Carta aberta de Cesare Battisti a Lula e ao Povo Brasileiro


14 de Novembro de 2009

Como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena! Por Cesare Battisti

“CARTA ABERTA”
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA
AO POVO BRASILEIRO

“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”.
(O homem em revolta - Albert Camus)

Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.

Entretanto, frequentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.

A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados.

Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos.

Não tudo! Os sonhos continuam!

Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a
humilhação de ser tratado de criminoso comum.

Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.

Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.

E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.

Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.

Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma forma agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que têm a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês
continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!

Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão.

Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade .

Cesare Battisti

Tristeza, indignação e sei lá mais o que! - Por: Luiz Rodolfo Viveiros de Castro (Gaiola)


É com muita tristeza, mas tanta, tanta, que suplanta a indignação, que quase me paralisa - e para tentar não ficar parado tento escrever para vocês.

Acabei de entrar agora no globo.com, pensando em ver os resultados do futebol. Já sabia que meu time tinha perdido para o Barueri e que o Flamengo tinha ganho do Náutico; queria saber como foi para o Flu e para os adversários diretos na luta contra o rebaixamento do meu Botafogo. Mas que futebol, que nada. O que importa estar na primeira ou na segunda divisão?

Antes de ir para a parte de esportes me deparei com uma chamada para a matéria sobre o encontro do Lula com o líder da oposição na Itália, o representante da esquerda (?) moderna (?), Massimo D'Alema, que pediu pela extradição do Cesare Battisti.

Não quero nem comentar a matéria toda, dá nojo. Mas aí vai somente um trecho: Lula, ao saber que Battisti estava fazendo greve de fome, brincou: "Eu diria a ele para não fazer greve de fome, eu já fiz e é ruim".

Não sei o que fazer, não sei o que propor, mas quero pedir pra todos - sobretudo para os que estivemos presos - temos que fazer alguma coisa.

Battisti teve a mesma militância que nós, na mesma época. Vivemos num mundo em que o Régis Debray - que caiu na guerrilha do Che na Bolívia - foi ministro da Cultura na França, em que o Franklin Martins, o nosso Franklin, participou do sequestro do embaixador norteamericano: se não contam as motivações políticas, sequestro seria crime hediondo, Não é? Pois é, querem - o governo fascista da Itália - pegar o Battisti como bode expiatório.

Acho que todos conhecem o caso e o processo, mas nunca é demais lembrar que ele foi julgado à revelia, defendido por um advogado a quem nunca deu procuração para tal (e que ficou comprovada a falsificação de sua assinatura na constituição deste rábula) e as únicas "provas" são as acusações de um ex-militante que aceitou a delação premiada, provavelmente até pensando, naquela época, que pelo fato de Battisti estar fora do país podia jogar a culpa nele.

O ministro relator do caso disse que o Brasil devia extraditá-lo mas sem aceitar a prisão perpétua que não existe aqui; temos que exigir da Itália que a pena seja reduzida para 30 anos. Ora, o Battisti tem 65 anos, qual é a diferença? Vai sair com 95?

Sei lá, só sei que se não fizermos nada, nem que seja chorarmos juntos, seremos cúmplices diretos. Pois neste caso a injustiça, no meio de tantas, a perda de uma vida, no meio de tantas perdas, está ocorrendo pertíssimo de nós, com um dos nossos.

Em tempo: os suicídios recentes de presos políticos nos cárceres italianos, acho que foram 14 nos últimos tempos.

Despeço-me dizendo que concordo com a declaração de Battisti - que o Lula deve ou deveria ter lido, sobre a greve de fome - dizendo que prefere morrer fazendo greve de fome do que nas mãos de seus algozes italianos fascistas.

Saudações tristes, revoltadas e sei lá mais o que!
Gaiola

BATTISTI VAI VIVER OU MORRER NO BRASIL. DAQUI NÃO SAIRÁ - Por: Celso Lungaretti(*)


Terminada a segunda sessão do julgamento do pedido de extradição de Cesare Battisti no Supremo Tribunal Federal, batalhões de jornalistas colhiam as impressões dos personagens do Brasil oficial à porta da lei (kafkiana como nunca!), mas quem fazia a melhor avaliação dos acontecimentos era o jovem orador que, com seu megafone, falava a algumas dezenas de outros jovens, localizados a uns 300 metros de distância, no Brasil real:

- Já não existe mais Supremo Tribunal Federal. Isso aí agora é uma delegacia de polícia.

Só faltou acrescentar: dos tempos da ditadura militar. Uma delegacia como o distrito policial que servia de fachada para os carrascos da Operação Bandeirantes.

Quem passava pela rua Tutóia, no bairro paulistano do Paraíso (!!!), só via as instalações de uma instituição dedicada a proteger os cidadãos.

Nos fundos, sorrateiramente, infiltraram-se os efetivos de uma instituição infernal, dedicados a atentar contra a liberdade, a integridade física e a própria vida dos cidadãos.

Também o STF tem efetivos dedicados a tal faina.

Já atentaram contra a liberdade do escritor e perseguido político Cesare Battisti, ordenando sua discutível detenção e mantendo-o sequestrado depois que o Governo brasileiro lhe concedeu refúgio humanitário, há dez meses.

Também atentaram contra sua integridade física: a ansiedade e a mágoa por estar sendo tão injustiçado o reduziram a um trapo.

E tramam contra sua vida, pois -- prestem muita atenção no que afirmo! -- Cesare Battisti jamais será extraditado para a Itália. Vai viver ou morrer no Brasil, dependendo da decisão das autoridades brasileiras. Daqui não sairá.

Na 5ª feira em que o ministro Marco Aurélio Mello honrou as calças que veste, vocês-sabem-quem se comportou como um garoto assustado: molhou-as e preferiu não aparecer em público, pensando que assim evitaria o vexame.

Em vão: seu papel neste drama jamais será esquecido. Ou vai buscar sua dignidade onde a atirou, ou passará à História com o estigma da infâmia e da cumplicidade num assassinato.

Pois, repito: Cesare Battisti não será extraditado para a Itália. Vai viver ou morrer no Brasil. Daqui não sairá.

Falo o que dele ouvi e tenho absoluta certeza de que cumprirá o que disse, pois pertence à classe dos homens, não à dos garotinhos mijões.

Marco Aurélio não apenas votou, mas fez o verdadeiro relatório do Caso Battisti, reduzindo a pó o papelucho de César Peluso.

Provou, sem deixar sombra de dúvida, que o STF não tem direito de rever o refúgio concedido a Battisti.

Está apenas usurpando prerrogativa de outro Poder, o que implica burlar uma lei e ignorar a jurisprudência firmada nos casos congêneres por ele próprio apreciados anteriormente.

Provou que a sentença que a Itália quer ver aplicada contra Battisti especifica claramente (34 vezes!) que os delitos cometidos pelos Proletários Armados para o Comunismo constituíam subversão contra o poder do Estado.

O pobre Tarso Genro, por proclamar esta obviedade, foi fulminado como juridicamente ignorante pela engrenagem de comunicação a serviço dos juridicamente matreiros e juridicamente delinquentes.

Provou que os delitos falsamente imputados a Battisti estão, ademais, prescritos.

E provou a má fé dos que, depois de ouvirem a verdade cristalina, não modificaram seu voto, para agirem como verdadeiros juristas.

Por enquanto, não passam de vis linchadores, da mesma laia daqueles que entregaram Olga Benário aos nazistas (pois foi o STF quem decidiu tal ignomínia, tendo Getúlio Vargas apenas lavado as mãos, ao ignorar o pedido de clemência).

E serão definitivamente linchadores se desperdiçarem a última oportunidade, na próxima 4ª feira (18), para salvarem sua reputação e sua honra, evitando acumplicar-se com um assassinato.

Pois, a minha última palavra é também a definitiva de Cesare Battisti: ele vai viver ou morrer no Brasil. Daqui não sairá.

* Jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

16 de novembro de 2009

As FARC se pronunciam sobre as bases militares entregues aos gringos


Mensagem do Secretariado do Estado Maior das FARC aos militares honrados
Fazemos um fraternal e patriótico chamado aos militares colombianos honrados para que, junto a nosso povo, formemos um só corpo que convirja em uma guerra pátria para defender nossa soberania e dignidade latino-americana, atolada até o pescoço em infâmia, sangue, corrupção e servilismo pelo presidente Álvaro Uribe Vélez, que sem ao menos ruborizar-se, porque carece de dignidade, aceitou a instalação pelo Império, de 7 bases militares na Colômbia, as quais seriam como uma adaga envenenada cravada no corpo da Pátria, e sua ponta alcançará, inclusive, o coração da América Latina, cujo único objetivo é impedir o processo democrático e integracionista de nossos povos que, sob a luz da ALBA*, continuarão o projeto libertário que deixou incompleto o Libertador Simón Bolívar.

Apelamos para sua honra, porque sabemos que ela é a primeira virtude do militar. A honra é o que faz com que se sofra com espartana impassibilidade e sem desespero todas as eventualidades que nos depara a guerra, ela é o que nos impulsiona a entregar a vida no campo de batalha sem nenhum interesse que não seja o bem da pátria. Entendendo por pátria o território da Nação com sua biodiversidade, riquezas naturais, população e cultura, e não, os bens, interesses e talões de cheques dos Santodomingo, dos Ardila Lulle, dos Darmiento Ângulo e por aí vai...

Sabemos que na Instituição Militar, para sorte da Colômbia e orgulho da América Latina, ainda há não poucos homens que preservam imaculada a sagrada honra militar, e por ela podem olhar com altivez, olhar de frente seus concidadãos e apertar as mãos dos mesmos, porque não as têm manchadas de sangue com os crimes contra a humanidade dos mal chamados “falsos positivos”, que evidenciam uma profunda falta de moral, tanto dos mandantes quanto dos executores, nem têm a consciência inutilizada pela degradante corrupção que cada dia se renova mais nesse governo mafioso, de para-militarismo e crime, onde os que se consideram representantes da soberania, são traidores infames que não têm sequer o prestígio da legalidade, porque seus atos, inclusive suas vidas, foram totalmente uma fraude.

Senhores oficiais e suboficiais: quando o general Joaquim Matallana quis entrar no enclave estadunidense de Lomalinda (META), um oficial gringo de terceira categoria o impediu com arrogância. Ferido em sua honra, o general colombiano se dirigiu ao Presidente da República para manifestar seu infinito desgosto pelo desrespeitoso atrevimento. “Não posso fazer nada”, respondeu. Era um presidente autista, sem noção de pátria, acostumado a ruminar no pasto ianque dos lacaios. Matallana, homem de honra militar, apresentou então sua renúncia irrevogável, afirmando com determinação que na Colômbia não pode haver território algum ocupado por forças estrangeiras e muito menos proibido a um general da República. Uns anos depois, reunido na Casa Verde com os comandantes guerrilheiros Manuel Marulanda Vélez e Jacobo Arenas, o altivo general lhes prometeu com ênfase: “contem comigo se algum dia o país for invadido pelos gringos”. Que qualidade humana e militar a do nosso digno adversário na guerra de Marquetalia! Essa é a honra que deve inflamar o peito de um militar que verdadeiramente sinta a pátria por dentro. O longínquo incidente de Loma Linda trouxe à nossa memória a recente desonra de militares gringos contra a guarda de honra que esperava o presidente Bush na escada do avião, em sua escala em Bogotá. Para assombro do país, os gorilas da segurança de Bush revistaram as armas dos nossos militares, sem que ninguém desse nenhum pio. Nenhum protesto, só o silêncio servil das altas autoridades e do presidente. Como foi ultrajado nessa ocasião nosso decoro!

A decisão de Uribe de permitir a instalação de 7 bases militares dos Estados Unidos em território colombiano é um ato de alta traição à pátria latino-americana. Ceder o território como base de agressão contra países irmãos, contra os próprios compatriotas, e com apoio para a consolidação de uma estratégia de predomínio continental, deve encher de vergonha a alma dos colombianos. Não há argumento mais irrisório e cínico que o de Uribe para explicar, que neste caso, não se configura perda de soberania, porque os militares colombianos estariam no comando de tais bases.

O que ocorre na base aérea de Tres Esquinas, ou em Barracón, é uma mentira de proporções faraônicas. Ali mandam os gringos. Os oficiais colombianos, como ocorria em Loma Linda, nem sequer poderão aproximar-se dos barracões e instalações onde trafegam os militares norte-americanos. A “soberania compartilhada”, à qual de maneira insólita alude Uribe, é um sofisma para tolos, porque nunca pode ser soberano um país ocupado por tropas estrangeiras. A humilhação de ver oficiais colombianos subordinados a oficiais do Comando Sul do exército dos Estados Unidos não deve ser tolerada onde há honra.

Quem entende essa palhaçada presidencial de que os militares gringos terão imunidade, mas não impunidade? Talvez Uribe esteja acreditando que os colombianos são um bando de ignorantes insensatos.

Senhores oficiais e suboficiais: diante das projeções neocolonialistas do governo de Washington, devemos assumir a mesma atitude insubornável e patriótica do Libertador Simón Bolívar, que dizia: “Esse canalha me aborrece de tal modo, que não queria que dissessem que um colombiano age como eles... Os Estados Unidos são os piores e são os mais fortes ao mesmo tempo... Formado uma vez o pacto com o forte, se faz eterna a obrigação do fraco”.

O que nós devemos priorizar é a busca da unidade de nossos povos. Retomar o projeto de Grande Nação de Repúblicas que dominava o sonho do Libertador, como escudo do nosso destino. Em Nossa América, sobressai o anti-imperialismo de militares patrióticos como o general Omar Torrijos, do Panamá; o coronel Francisco Caamaño, da República Dominicana; o general Velasco Alvarado, do Peru; Prestes, no Brasil e Arbenz, na Guatemala, entre outros, que por sua atitude ganharam o afeto de seus povos.

Aqui devemos forjar a resistência patriótica, coordenando esforços com as organizações políticas e sociais do país, para fazer prevalecer a soberania e a dignidade. Exército patriótico, guerrilha bolivariana e povo mobilizado são os únicos que podem interromper o vôo ameaçante da águia da doutrina Monroe sobre os céus da Nossa América. Façamos realidade o sentimento puro do general Matallana, de fazer respeitar a pátria, unidos como deve ser. Ontem o honorável adversário nos dizia: contem comigo; hoje lhes dizemos, contem conosco. Não só para defender a soberania pátria, senão para construir uma Colômbia Nova.

Cordiais saudações, compatriotas,

SECRETARIADO DO ESTADO MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP

*ALBA: Alternativa Bolivariana para La América Latina y el Caribe. Porém, “alba” em espanhol também significa alvorada, primeira luz do dia antes do amanhecer. Dessa forma, quando no texto aparece a frase “... sob a luz da ALBA”, o autor do texto pode ter aproveitado os dois sentidos da palavra, fazendo uma reverência à luz da alvorada, aos primeiros raios de sol antes do amanhecer.

Traduzido: Valeria Maria Lima Campos