29 de dezembro de 2009

PCB SAÚDA A REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL!


http://www.iccr.gr

É com muita honra que o PCB apresenta abaixo o editorial do primeiro número da REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL, que nasce como um importante instrumento do proletariado e dos setores populares na luta contra o capital.

A Revista surge no nonagésimo aniversário de fundação da III Internacional.

O lançamento da Revista Comunista Internacional foi anunciado no Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, que se deu na Índia recentemente. A iniciativa é de Partidos marxistas-leninistas, com os quais o PCB tem grandes afinidades políticas e ideológicas e vem se relacionando na perspectiva de contribuir para o revigoramento do caráter revolucionário do Movimento Comunista Internacional: Partido Comunista da Grécia, Partido do Trabalho da Bélgica, Partido Comunista Operário da Hungria, Partido Socialista da Letônia, Partido Comunista de Luxemburgo, Partido dos Comunistas de México, Partido Comunista dos Povos de Espanha, Partido Comunista Operário da Rússia, Partido Comunista Turco e Partido Comunista de Venezuela. Inicialmente, a Revista será editada apenas nos idiomas inglês, grego, espanhol e russo,

A Comissão Política Nacional do PCB, aprovando relatório das atividades de seus delegados presentes ao Encontro Mundial torna público à sua militância, a seus amigos e simpatizantes e aos revolucionários brasileiros de uma maneira geral que o nosso Partido assumiu a responsabilidade pela edição da Revista Comunista Internacional, em língua portuguesa, para distribuição no Brasil.

Diante deste fato histórico para o movimento revolucionário no âmbito mundial, o PCB envidará todos os seus esforços para aportar a esta iniciativa a contribuição que estiver à sua altura.

Viva a Revista Comunista Internacional!
Viva o Internacionalismo Proletário!

PCB – Partido Comunista Brasileiro


Nasce a Revista Comunista Internacional


“Os comunistas não têm porque esconder suas idéias e intenções. Declaram abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados derrotando pela violência toda a ordem social existente”.
Manifesto do Partido Comunista, K. Marx e F. Engels
Atenas, 27/11/2009,

Com o número um, em dezembro de 2009, nasce a Revista Comunista Internacional, como uma iniciativa de várias revistas teóricas e órgãos jornalísticos de Partidos Comunistas. A revista, que sai em inglês, espanhol e russo, tem sua sede em Atenas.

O Conselho Editorial da revista está composto por representantes das edições: “Études Marxistes” (Partido do Trabalho da Bélgica), “Revista Comunista” (Partido Comunista Grego), “Szabadság” (Partido Comunista Operário da Hungria), “Социалист Латвии” (Partido Socialista da Letônia), “Zeitung vum Letzebuerger Vollek” (Partido Comunista de Luxemburgo), “El Comunista” (Partido dos Comunistas Mexicanos), “Propuesta Comunista” (Partido Comunista dos Povos da Espanha), “Советский Союз” (Partido Comunista Operário da Rússia), “Genelek” (Partido Comunista Turco), “Debate Abierto” (Partido Comunista da Venezuela).

Quanto aos princípios desta nova revista e seus objetivos, o CONSELHO EDITORIAL DA “REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL” assinala o seguinte:

“A publicação do primeiro número da REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL expressa a necessidade de cooperação entre revistas teóricas e políticas de Partidos Comunistas que têm posições comuns numa série de assuntos teóricos e ideológicos fundamentais. Esta necessidade vem amadurecendo por meio da avaliação do período de retrocesso do movimento comunista internacional depois do triunfo da contra-revolução na URSS e nos países orientais e centrais da Europa, assim como através dos assuntos que o movimento comunista tem enfrentado no desenvolvimento da luta de classes moderna.

Os passos dados rumo à cooperação e coordenação dos Partidos Comunistas e Operários no período passado foram muito importantes e necessários. Consideramos estes avanços essenciais, os apoiamos e seguiremos apoiando. Foi alcançado um certo nível de discussão, intercâmbio de informação e coordenação, de posições e ações comuns em vários assuntos.

Entretanto, é fundamental conquistar a unidade político-ideológica do movimento comunista sobre a base do marxismo-leninismo, a defesa das conquistas que trouxe para a classe operária em nível internacional o primeiro esforço histórico de construir o socialismo, assim como a concepção sobre o caráter da derrocada e de suas causas. Tudo isso constitui condição prévia para a superação da profunda crise do movimento comunista e a revitalização do objetivo estratégico socialista.

Por isso, afirmamos que, em paralelo à continuação desta cooperação e coordenação dos Partidos Comunistas e Operários, como o encontro internacional anual, é necessário reforçar a cooperação teórica entre as revistas teóricas marxista-leninistas. Não nos esquecemos de que a principal condição para a formação de um partido revolucionário é o domínio da teoria revolucionária, o que foi o foco de atenção da III Internacional Comunista Leninista, que este ano celebra seu 90º aniversário. Desde a primeira publicação de sua revista teórica, titulada “Comunista Internacional”, o Komintern expressou seus princípios organizativos e suas posições teóricas.

A REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL, seguindo a tradição leninista, é uma publicação com um claro caráter político-ideológico. É uma publicação com um ponto de vista e não uma simples compilação de teses de Partidos Comunistas, o que já se cumpre com outras publicações, tais como o Boletim Informativo dos encontros internacionais de Partidos Comunistas e Operários, assim como outras publicações partidárias. Nosso objetivo é contribuir à popularização e ao desenvolvimento da teoria marxista-leninista com análise ideológica e posicionamento político ante os modernos desenvolvimentos do capitalismo e os problemas da luta de classes. Consideramos que o reforço da orientação marxista-leninista no seio do movimento comunista internacional é uma condição sine qua non para sua necessária reorganização.

As revistas teóricas e políticas dos Partidos Comunistas que cooperam na publicação da REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL estão unidas com base na concepção comum sobre assuntos importantes relativos ao movimento comunista internacional, na defesa dos princípios do marxismo-leninismo, do internacionalismo proletário, da necessidade da revolução socialista, da ditadura do proletariado e da construção da sociedade socialista.

Unimos nossas forças:

- para contribuir à reorganização teórica e ideológica do movimento comunista internacional sobre uma base marxista-leninista sólida, não obstante as diferentes aproximações em temas de estratégia.

- para sublinhar expressamente o papel de vanguarda da classe operária no processo revolucionário e seu papel dirigente na luta pelo progresso social, pela transição revolucionária do capitalismo ao socialismo.

- para defender os princípios leninistas do partido, em condições de crescimento da pressão sobre os Partidos Comunistas para sua incorporação à ordem capitalista.

- para mostrar a necessidade de lutar contra as uniões imperialistas, tais como o FMI, a OTAN, a UE, etc.

- para defender a experiência histórica do movimento comunista internacional, com segurança, sem negar a necessária crítica e as conclusões científicas que ajudaram o atual movimento comunista internacional a dar passos adiante. Consideramos que é necessário seguir a via das tradições revolucionárias da Comuna de Paris, da Revolução Socialista de Outubro, da Internacional Comunista e da experiência socialista da URSS e dos outros países.

A reorganização teórica e ideológica do movimento comunista internacional não pode realizar-se sem uma firme confrontação das correntes que atuam no seio do movimento operário, tais como a socialdemocracia, todo tipo de oportunismo dentro do movimento comunista, revisionismo, reformismo, nacionalismo, cosmopolitismo e liberalismo.

Por isso, expomos abertamente, ao conjunto do movimento comunista internacional, nossas posições, nossa concepção e nossa crítica ao existente retrocesso e distorção do marxismo e contribuímos ao início de uma discussão importante em suas fileiras para sua orientação teórica e ideológica. Nos dirigimos a todas as publicações teóricas dos Partidos Comunistas que apóiam os princípios acima expressos e que queiram contribuir neste esforço.

Julgamos necessário dedicar o primeiro número da REVISTA COMUNISTA INTERNACIONAL à atual crise econômica capitalista internacional, que assinala os limites históricos do modo de produção capitalista e acumula material explosivo que pode contribuir aos processos revolucionários nos anos vindouros.”

Original: Site da Revista Comunista Internacional http://www.iccr.gr

Na América Latina o povo dá as costas a quem não é valente


Atilio Borón*, especialista em geopolítica.

“Os governos do Brasil, Argentina, Chile ou Uruguai consideram que a solução dos problemas do capitalismo se encontram no próprio capitalismo”

Zazpika-Gara (resumo da entrevista à Rebelión)

Atilio Borón é um dos grandes nomes da sociologia latino-americana contemporânea. Nasceu em Buenos Aires em 1943; suas obras se esgotam nas livrarias rapidamente. Talvez porque não seja um professor convencional e suas reflexões insistem na necessidade de transformar a realidade, trabalhando por um mundo melhor. Um mundo no qual este “continente de esperança”, como o definira Salvador Allende, seja um exemplo de que realmente é possível viver sem que o “mercado” regule nossas vidas e nossos sonhos.

Joseba Macías (JM) - Uma novidade significativa na América Latina que você bem conhece, é que boa parte dos países do continente passaram a ser governados por organizações que resultam do que poderíamos chamar de uma “reflexão socialista”. Ritmos, tradições e matizes diversas, sem dúvida, mas algo impensável há pouco tempo atrás.

Atilio Borón (AB) - Falando de socialismo em toda a sua extensão, realmente só temos como país socialista, no momento, Cuba. Logo depois há três governos, Venezuela, Equador e Bolívia, que desenvolveram processos de construção da alternativa socialista, processos muito diferentes entre si. E mais, por sorte, no momento no qual já não há mais modelos a copiar. O caso boliviano, por exemplo, se sustenta sobre uma extraordinária capacidade de organização que vem da época pré-colombiana e que deixou em maus lençóis todos os sociólogos pós-modernos que entenderam o ascenso de Evo Morales como uma manifestação precisamente pós-moderna... Na Venezuela, sem embargo, não há uma tradição organizativa nem pré-colombiana, nem pós-colombiana, o que explicaria a importância do papel da liderança de Hugo Chávez. Também Rafael Correa, no Equador, formado no cristianismo progressista da Universidade de Lovina e mais tarde doutorado em Economia em Illinois... Na minha opinião, o resto vai em outra direção. Os governos do Brasil, Argentina, Chile ou Uruguai consideram que a solução dos problemas do capitalismo se encontram no próprio capitalismo. Na Argentina, por exemplo, não resta nenhuma dúvida quando você ouve Kirchner falar. No Brasil, em dois séculos de história do sistema bancário, nunca esse sistema foi tão rentável para o grande capital como nos anos de Lula no poder. Representam mecanismo adaptativos dentro do próprio capitalismo.

Agora: também é certo que estes governos são um suporte fundamental para aqueles outros que citava no início e que estão trabalhando por uma alternativa verdadeiramente socialista. Esse é um fato real e objetivo e a isso não é estranha a forte pressão popular que, desde a base, se desenvolve nos países como Argentina e Brasil. Sem esquecer que todos estes governos da chamada “centro-esquerda” que foram tímidos, pró-capitalistas e amigos dos norte-americanos, correm nos próximos meses sérios riscos de serem desalojados do poder. Entretanto, os governos que levaram adiante com mais audácia processos de mudança, reformando a constituição, a economia, as instituições ou convocando plebiscitos de forma permanente, estão todos muito fortes. Alguma lição haveria de retirar de tudo isso, por exemplo, que quando não és valente, o povo te dá as costas. Os povos preferem o original à cópia.

JM - Gostaria de conhecer também a sua opinião sobre o papel jogado na América Latina pela social-democracia espanhola. Na distância, ao menos, dá impressão de que sua influência é realmente importante na hora de salvaguardar os interesses econômicos das empresas espanholas na região ou de exportar “receitas políticas”.

AB - Sem dúvida nenhuma. A socialdemocracia espanhola basicamente é uma cortina de fumaça que esconde a proteção das políticas de saque que estão levando a cabo muitas das empresas espanholas ali localizadas. Ai está o caso da Repsol, por exemplo. Ou o da Iberia, quando comprou os aviões da Aerolíneas Argentinas e seus escritórios por todo o mundo. Esta socialdemocracia nos vendeu também o modelo do Pacto de Moncloa, como exemplo a “exitosa” transição espanhola e vem apropriando-se paralelamente de muitos meios de comunicação em nome do grupo Prisa que ficaram sujeitos aos grandes ditames dos Estados Unidos: rádios, televisões, diários, revistas, livros escolares... Como no Estado Espanhol. Só que, na América Latina, o fato se agrava pelas condições de pobreza, de atraso cultural, etc.

JM - Na longa lista de países nos quais estão presentes estes interesses não podemos esquecer a Colômbia...

AB: - Exatamente. Sustentando a presença das empresas espanholas com a ajuda desse criminoso comum chamado Álvaro Uribe. Publiquei diversas reflexões e ensaios sobre Uribe, alguns baseados nos documentos desclassificados pelos próprios EUA. Fica claro que já desde 1991, nos informes do DEA, é o homem que articula as relações entre o cartel de Medellín e o Governo colombiano para facilitar os negócios da droga. E isso o disse o próprio DEA. O dossiê de lá para cá é incrível . E aí está a socialdemocracia espanhola apoiando tudo isso... E sem que possamos chegar a explicar diretamente ao povo espanhol, porque o controle dos meios de comunicação é absolutamente feroz.

JM - Terminando, se lhe parecer adequado, falando desta crise planetária que, paradoxalmente, parece fortalecer uma vez mais as opiniões eleitorais dos partidos conservadores em todo o mundo. Como se explica este fenômeno?

AB - Creio que a chave de tudo isso é o reflexo da grande vitória ideológica que o neoliberalismo conseguiu nos últimos quarenta anos. Ficou estabelecido que qualquer alternativa que não seja capitalista representa um delírio, uma aventura, uma salto no vazio. Creio que esta crise não vai ter a forma de um “V”, como dizem alguns, mas um “L” como já ocorreu no Japão a partir da década de 90. Estamos ante uma crise profunda e de muita longa duração. Você acredita que o G20 pode resolvê-la? É absolutamente patético. Nós instruímos os médicos que envenenaram-nos para nos dar o remédio, a curar...

Em definitivo, creio que estamos ante uma crise muito mais grave que as duas crises anteriores, a de 1929 e a de 1973. Em primeiro lugar porque nenhuma destas crises coincidiu com uma crise energética. E mais, em paralelo se desenvolve uma crise alimentar que não tem proporções. Na Europa, na África, na Ásia, na América Latina observamos motins motivados pela fome... Enquanto se utiliza uma área cada vez maior de terra para produção de biocombustíveis. Um exemplo: o pacto Bush-Lula firmado em São Paulo no ano de 2007... E finalmente vamos adicionar o tema das alterações climáticas para entender que esta crise não teve paralelo na história.

Dado este estado de coisas, só podemos pensar na construção de uma verdadeira economia pós-capitalista. Chamemos-lhe como quisermos, se trata definitivamente de avançar no processo de desmercantilização de maneira muito acelerada. Não podemos continuar com critérios mercantis para regular a relação entre nossas sociedades e a natureza. E este deve ser um princípio básico do mundo a construir: desmercantilizar a natureza, a saúde, a educação, a segurança social ....

Rebelión publicou este artigo com a permissão do autor, respeitando sua liberdade para publicá-lo em outras fontes.

O original encontra-se em: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=96979

*Politólogo e Sociólogo argentino. Site: http://www.atilioboron.com.

Traduzido por: Dario da Silva

24 de dezembro de 2009

INVASÕES AMERICANAS NO MUNDO


Organizado por Alberto da Silva Jones (professor da UFSC):


Entre as várias INVASÕES das forças armadas dos Estados Unidos fizeram nos séculos XIX, XX e XXI, podemos citar:

1846 - 1848 - MÉXICO - Por causa da anexação, pelos EUA, da República do Texas

1890 - ARGENTINA - Tropas americanas desembarcam em Buenos Aires para defender interesses econômicos americanos.

1891 - CHILE - Fuzileiros Navais esmagam forças rebeldes
nacionalistas.

1891 - HAITI - Tropas americanas debelam a revolta de operários
negros na ilha de Navassa, reclamada pelos EUA.

1893 - HAWAI - Marinha enviada para suprimir o reinado independente anexar o Hawaí aos EUA.

1894 - NICARÁGUA - Tropas ocupam Bluefields, cidade do mar do Caribe, durante um mês.

1894 - 1895 - CHINA - Marinha, Exército e Fuzileiros desembarcam no país durante a guerra sino-japonesa.

1894 - 1896 - CORÉIA - Tropas permanecem em Seul durante a guerra.

1895 - PANAMÁ - Tropas desembarcam no porto de Corinto, província Colombiana.

1898 - 1900 - CHINA - Tropas dos Estados Unidos ocupam a China durante a Rebelião Boxer.

1898 - 1910 - FILIPINAS - As Filipinas lutam pela independência do país, dominado pelos EUA (Massacres realizados por tropas americanas em Balangica, Samar, Filipinas - 27/09/1901 e Bud Bagsak, Sulu, Filipinas 11/15/1913) - 600.000 filipinos mortos.

1898 - 1902 - CUBA - Tropas sitiaram Cuba durante a guerra
hispano-americana.

1898 - Presente - PORTO RICO - Tropas sitiaram Porto Rico na guerra hispano-americana, hoje 'Estado Livre Associado' dos Estados Unidos.

1898 - ILHA DE GUAM - Marinha americana desembarca na ilha e a mantêm como base naval até hoje.

1898 - ESPANHA - Guerra Hispano-Americana - Desencadeada pela misteriosa explosão do encouraçado Maine, em 15 de fevereiro, na Baía de Havana. Esta guerra marca o surgimento dos EUA como potência capitalista e militar mundial.

1898 - NICARÁGUA - Fuzileiros Navais invadem o porto de San Juan del Sur.

1899 - ILHA DE SAMOA - Tropas desembarcam e invadem a Ilha em conseqüência de conflito pela sucessão do trono de Samoa.

1899 - NICARÁGUA - Tropas desembarcam no porto de Bluefields e invadem a Nicarágua (2ª vez).

1901 - 1914 - PANAMÁ - Marinha apóia a revolução quando o Panamá reclamou independência da Colômbia; tropas americanas ocupam o canal em 1901, quando teve início sua construção.

1903 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam em Honduras e intervêm na revolução do povo hondurenho.

1903 - 1904 - REPÚBLICA DOMINICANA - Tropas norte americanas atacaram e invadiram o território dominicano para proteger interesses do capital americano durante a revolução.

1904 - 1905 - CORÉIA - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos desembarcaram no território coreano durante a guerra russo-japonesa.

1906 - 1909 - CUBA -Tropas dos Estados Unidos invadem Cuba e lutam contra o povo cubano durante período de eleições.

1907 - NICARÁGUA - Tropas americanas invadem e impõem a criação de um protetorado, sobre o território livre da Nicarágua.

1907 - HONDURAS - Fuzileiros Navais americanos desembarcam e ocupam Honduras durante a guerra de Honduras com a Nicarágua.

1908 - PANAMÁ - Fuzileiros Navais dos Estados Unidos invadem o Panamá durante período de eleições.

1910 - NICARÁGUA - Fuzileiros navais norte americanos desembarcam e invadem pela 3ª vez Bluefields e Corinto, na Nicarágua.

1911 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para proteger interesses mericanos durante a guerra civil, invadem Honduras.

1911 - 1941 - CHINA - Forças do exército e marinha dos Estados Unidos invadem mais uma vez a China durante período de lutas internas repetidas.

1912 - CUBA - Tropas americanas invadem Cuba com a desculpa de proteger interesses americanos em Havana.

1912 - PANAMÁ - Fuzileiros navais americanos invadem novamente o Panamá e ocupam o país durante eleições presidenciais.

1912 - HONDURAS - Tropas norte americanas mais uma vez invadem Honduras para proteger interesses do capital americano.

1912 - 1933 - NICARÁGUA - Tropas dos Estados Unidos com a desculpa de ombaterem guerrilheiros invadem e ocupam o país durante 20 anos.

1913 - MÉXICO - Fuzileiros da Marinha americana invadem o México com a desculpa de evacuar cidadãos americanos durante a revolução.

1913 - MÉXICO - Durante a Revolução mexicana, os Estados Unidos bloqueiam as fronteiras mexicanas em apoio aos revolucionários.

1914 - 1918 - PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - Os EUA entram no conflito em 6 de abril de 1917 declarando guerra à Alemanha. As perdas americanas chegaram a 114 mil homens.

1914 - REPÚBLICA DOMINICANA - Fuzileiros navais da Marinha dos Estados invadem o solo dominicano e interferem na revolução do povo dominicano em Santo Domingo.

1914 - 1918 - MÉXICO - Marinha e exército dos Estados Unidos invadem o território mexicano e interferem na luta contra nacionalistas.

1915 - 1934 - HAITI- Tropas americanas desembarcam no Haiti, em 28 de julho, e transformam o país numa colônia americana, permanecendo lá durante 19 anos.

1916 - 1924 - REPÚBLICA DOMINICANA - Os EUA invadem e estabelecem um governo militar na República Dominicana, em 29 de novembro, ocupando o país durante oito anos.

1917 - 1933 - CUBA - Tropas americanas desembarcam em Cuba, e transformam o país num protetorado econômico americano, permanecendo essa ocupação por 16 anos.

1918 - 1922 - RÚSSIA - Marinha e tropas americanas enviadas para combater a revolução Bolchevista. O Exército realizou cinco desembarques, sendo derrotado pelos russos em todos eles.

1919 - HONDURAS - Fuzileiros norte americanos desembarcam e invadem mais uma vez o país durante eleições, colocando no poder um governo a seu serviço.

1918 - IUGOSLÁVIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Iugoslávia e intervêm ao lado da Itália contra os sérvios na Dalmácia.

1920 - GUATEMALA - Tropas americanas invadem e ocupam o país durante greve operária do povo da Guatemala.

1922 - TURQUIA - Tropas norte americanas invadem e combatem nacionalistas turcos em Smirna.

1922 - 1927 - CHINA - Marinha e Exército americano mais uma vez invadem a China durante revolta nacionalista.

1924 - 1925 - HONDURAS - Tropas dos Estados Unidos desembarcam e invadem Honduras duas vezes durante eleição nacional.

1925 - PANAMÁ - Tropas americanas invadem o Panamá para debelar greve geral dos trabalhadores panamenhos.

1927 - 1934 - CHINA - Mil fuzileiros americanos desembarcam na China durante a guerra civil local e permanecem durante sete anos, ocupando o território chinês.

1932 - EL SALVADOR - Navios de Guerra dos Estados Unidos são deslocados durante a revolução das Forças do Movimento de Libertação Nacional - FMLN - comandadas por Marti.

1939 - 1945 - SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Os EUA declaram guerra ao Japão em 8 de dezembro de 1941 e depois a Alemanha e Itália, invadindo o Norte da África, a Ásia e a Europa, culminando com o lançamento das bombas atômicas sobre as cidades desmilitarizadas de Iroshima e Nagasaki.

1946 - IRÃ - Marinha americana ameaça usar artefatos nucleares contra tropas soviéticas caso as mesmas não abandonem a fronteira norte do Irã.

1946 - IUGOSLÁVIA - Presença da marinha americana ameaçando invadir a zona costeira da Iugoslávia em resposta a um avião espião dos Estados Unidos abatido pelos soviéticos.

1947 - 1949 - GRÉCIA - Operação de invasão de Comandos dos EUA garantem vitória da extrema direita nas "eleições" do povo grego.

1947 - VENEZUELA - Em um acordo feito com militares locais, os EUA invadem e derrubam o presidente eleito Rómulo Gallegos, como castigo por ter aumentado o preço do petróleo exportado, colocando um ditador no poder.

1948 - 1949 - CHINA - Fuzileiros americanos invadem pela ultima vez o território chinês para evacuar cidadãos americanos antes da vitória comunista.

1950 - PORTO RICO - Comandos militares dos Estados Unidos ajudam a esmagar a revolução pela independência de Porto Rico, em Ponce.

1951 - 1953 - CORÉIA - Início do conflito entre a República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul), na qual cerca de 3 milhões de pessoas morreram. Os Estados Unidos são um dos principais protagonistas da invasão usando como pano de fundo a recém criada Nações Unidas, ao lado dos sul-coreanos. A guerra termina em julho de 1953 sem vencedores e com dois estados polarizados: comunistas ao norte e um governo
pró-americano no sul. Os EUA perderam 33 mil homens e mantém até hoje base militar e aero-naval na Coréia do Sul.

1954 - GUATEMALA - Comandos americanos, sob controle da CIA, derrubam o presidente Arbenz, democraticamente eleito, e impõem uma ditadura militar no país. Jacobo Arbenz havia nacionalizado a empresa United Fruit e impulsionado a Reforma Agrária.

1956 - EGITO - O presidente Nasser nacionaliza o canal de Suez. Tropas americanas se envolvem durante os combates no Canal de Suez sustentados pela Sexta Frota dos EUA. As forças egípcias obrigam a coalizão franco-israelense- britânica, a retirar-se do canal.

1958 - LÍBANO - Forças da Marinha americana invadem apóiam o exército de ocupação do Líbano durante sua guerra civil.

1958 - PANAMÁ - Tropas dos Estados Unidos invadem e combatem manifestantes nacionalistas panamenhos.

1961 - 1975 - VIETNÃ. Aliados ao sul-vietnamitas, o governo americano invade o Vietnã e tenta impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país. Inicialmente a participação americana se restringe a ajuda econômica e militar (conselheiros e material bélico). Em agosto de 1964, o congresso americano autoriza o presidente a lançar os EUA em guerra. Os Estados Unidos deixam de ser simples consultores do exército
do Vietnã do Sul e entram num conflito traumático,que afetaria toda a política militar dali para frente. A morte de quase 60 mil jovens americanos e a humilhação imposta pela derrota do Sul em 1975, dois anos depois da retirada dos Estados Unidos, moldou a estratégia futura de evitar guerras que impusessem um custo muito alto de vidas americanas e nas quais houvesse inimigos difíceis de derrotar de forma convencional, como os vietcongues e suas táticas de guerrilhas.

1962 - LAOS - Militares americanos invadem e ocupam o Laos durante guerra civil contra guerrilhas do Pathet Lao.

1964 - PANAMÁ - Militares americanos invadiram mais uma vez o Panamá e mataram 20 estudantes, ao reprimirem a manifestação em que os jovens queriam trocar, na zona do canal, a bandeira americana pela bandeira e seu país.

1965 - 1966 - REPÚBLICA DOMINICANA - Trinta mil fuzileiros e pára-quedistas norte americanos desembarcaram na capital do país São Domingo para impedir a nacionalistas panamenhos de chegarem ao poder. A CIA conduz Joaquín Balaguer à presidência, consumando um golpe de estado que depôs o presidente eleito Juan Bosch. O país já fora ocupado pelos americanos de 1916 a 1924.

1966 - 1967 - GUATEMALA - Boinas Verdes e marines americanos invadem o país para combater movimento revolucionário contrario aos interesses econômicos do capital americano.

1969 - 1975 - CAMBOJA - Militares americanos enviados depois que a Guerra do Vietnã invadem e ocupam o Camboja.

1971 - 1975 - LAOS - EUA dirigem a invasão sul-vietnamita bombardeando o território do vizinho Laos, justificando que o país apoiava o povo vietnamita em sua luta contra a invasão americana.

1975 - CAMBOJA - 28 marines americanos são mortos na tentativa de resgatar a tripulação do petroleiro estadunidense Mayaquez.

1980 - IRÃ - Na inauguração do estado islâmico formado pelo Aiatolá
Khomeini, estudantes que haviam participado da Revolução Islâmica do Irã ocuparam a embaixada americana em Teerã e fizeram 60 reféns. O governo americano preparou uma operação militar surpresa para executar o resgate, frustrada por tempestades de areia e falhas em equipamentos. Em meio à frustrada operação, oito militares americanos morreram no choque entre um helicóptero e um avião. Os reféns só seriam libertados um ano depois do
seqüestro, o que enfraqueceu o então presidente Jimmy Carter e elegeu Ronald Reagan, que conseguiu aprovar o maior orçamento militar em época de paz até então.*

1982 - 1984 - LÍBANO - Os Estados Unidos invadiram o Líbano e se envolveram nos conflitos do Líbano logo após a invasão do país por Israel - e acabaram envolvidos na guerra civil que dividiu o país. Em 1980, os americanos supervisionaram a retirada da Organização pela Libertação da Palestina de Beirute. Na segunda intervenção, 1.800 soldados integraram uma força conjunta de vários países, que deveriam restaurar a ordem após o massacre de refugiados palestinos por libaneses aliados a Israel. O custo para os
americanos foi a morte 241 fuzileiros navais, quando os libaneses explodiram um carro bomba perto de um quartel das forças americanas.

1983 - 1984 - ILHA DE GRANADA - Após um bloqueio econômico de quatro anos a CIA coordena esforços que resultam no assassinato do 1º Ministro Maurice Bishop. Seguindo a política de intervenção externa de Ronald Reagan, os Estados Unidos invadiram a ilha caribenha de Granada alegando prestar proteção a 600 estudantes americanos que estavam no país, as tropas eliminaram a influência de Cuba e da União Soviética sobre a política da ilha.

1983 - 1989 - HONDURAS - Tropas americanas enviadas para construir bases em regiões próximas à fronteira, invadem o Honduras

1986 - BOLÍVIA - Exército americano invade o território boliviano na
justificativa de auxiliar tropas bolivianas em incursões nas áreas de
cocaína.

1989 - ILHAS VIRGENS - Tropas americanas desembarcam e invadem as ilhas durante revolta do povo do país contra o governo pró-americano.

1989 - PANAMÁ - Batizada de Operação Causa Justa, a intervenção americana no Panamá foi provavelmente a maior batida policial de todos os tempos: 27 mil soldados ocuparam a ilha para prender o presidente panamenho, Manuel Noriega, antigo ditador aliado do governo americano. Os Estados Unidos justificaram a operação como sendo fundamental para proteger o Canal do Panamá, defender 35 mil americanos que viviam no país, promover a democracia e interromper o tráfico de drogas, que teria em Noriega seu líder na América Central. O ex-presidente cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos.

1990 - LIBÉRIA - Tropas americanas invadem a Libéria justificando a
evacuação de estrangeiros durante guerra civil.

1990 - 1991 - IRAQUE - Após a invasão do Iraque ao Kuwait, em 2 de agosto de 1990, os Estados Unidos com o apoio de seus aliados da Otan, decidem impor um embargo econômico ao país, seguido de uma coalizão anti-Iraque (reunindo além dos países europeus membros da Otan, o Egito e outros países árabes)
que ganhou o título de "Operação Tempestade no Deserto". As hostilidades começaram em 16 de janeiro de 1991, um dia depois do fim do prazo dado ao Iraque para retirar tropas do Kuwait. Para expulsar as forças iraquianas do Kuwait, o então presidente George Bush destacou mais de 500 mil soldados americanos para a Guerra do Golfo.

1990 - 1991 - ARÁBIA** SAUDITA - Tropas americanas destacadas para ocupar a Arábia Saudita que era base militar na guerra contra Iraque.

1992 - 1994 - SOMÁLIA - Tropas americanas, num total de 25 mil soldados, invadem a Somália como parte de uma missão da ONU para distribuir mantimentos para a população esfomeada. Em dezembro, forças militares norte-americanas (comando Delta e Rangers) chegam a Somália para intervir numa guerra entre as facções do então presidente Ali Mahdi Muhammad e tropas
do general rebelde Farah Aidib. Sofrem uma fragorosa derrota militar nas ruas da capital do país.

1993 - IRAQUE -No início do governo Clinton, é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas, em retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait.

1994 - 1999 - HAITI - Enviadas pelo presidente Bill Clinton, tropas
americanas ocuparam o Haiti na justificativa de devolver o poder ao
presidente eleito Jean-Betrand Aristide, derrubado por um golpe, mas o que a operação visava era evitar que o conflito interno provocasse uma onda de refugiados haitianos nos Estados Unidos.

1996 - 1997 - ZAIRE (EX REPÚBLICA DO CONGO) - Fuzileiros Navais americanos são enviados para invadir a área dos campos de refugiados Hutus onde a revolução congolesa ?Marines evacuam civis? iniciou.

1997 - LIBÉRIA - Tropas dos Estados Unidos invadem a Libéria justificando a necessidade de evacuar estrangeiros durante guerra civil sob fogo dos rebeldes.

1997 - ALBÂNIA - Tropas americanas invadem a Albânia para evacuarem estrangeiros.

2000 - COLÔMBIA - Marines e "assessores especiais" dos EUA iniciam o Plano Colômbia, que inclui o bombardeamento da floresta com um fungo transgênico fusarium axyporum (o "gás verde").

2001 - AFEGANISTÃO - Os EUA bombardeiam várias cidades afegãs, em resposta ao ataque terrorista ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001. Invadem depois o Afeganistão onde estão até hoje.

2003 - IRAQUE - Sob a alegação de Saddam Hussein esconder armas de destruição e financiar terroristas, os EUA iniciam intensos ataques ao Iraque. É batizada pelos EUA de "Operação Liberdade do Iraque" e por Saddam de "A Última Batalha", a guerra começa com o apoio apenas da Grã-Bretanha, sem o endosso da ONU e sob protestos de manifestantes e de governos no mundo
inteiro. As forças invasoras americanas até hoje estão no território
iraquiano, onde a violência aumentou mais do que nunca.

Na América Latina, África e Ásia, os Estados Unidos invadiam países ou para depor governos democraticamente eleitos pelo povo, ou para dar apoio a ditaduras criadas e montadas pelos Estados Unidos, tudo em nome da "democracia" (deles).

DECLARAÇÃO DE CARACAS



Aos 185 anos da transcendente batalha de Ayacucho que pôs fim ao colonialismo espanhol e deu início a nossa primeira independência ...

Desde Caracas, local de nascimento do Libertador, a capital da revolução bolivariana liderada pelo comandante Chávez, declaramos aos povos do mundo:

Somos Movimento Continental Bolivariano, depois de transitar através da trajetória de sucesso da Coordenadora Continental Bolivariana (CCB).

Somos Movimento Continental Bolivariano (MCB), para assumir com inteligência e paixão revolucionária a causa heróica da Pátria Grande e do socialismo emancipador.

Somos "pensamento e ação fundidos em armas contra as injustiças". Unidade de uma grande variedade e combinação de diferentes identidades políticas, sociais, culturais e revolucionárias.

Somos a combinação de várias formas e métodos de luta.

Nesta hora crucial para os nossos povos, assumimos com determinação as respostas que, desde as mais variadas resistências e ofensivas em curso sofrem o traiçoeiro e desesperado contra-ataque da militarizada superpotência em evidente declínio como império do "Norte revolto e brutal".

A revolução bolivariana, ponto de partida junto à insurgência zapatista no México, desta nova e promissora época, e a heróica revolução cubana, principal conquista dos povos das Américas no século XX, serão defendidas com o coração e a alma por nosso movimento. Com indignação carregada de sangue se for necessário!

Os avanços políticos e sociais de diferentes projetos no Equador, Bolívia, Nicarágua, El Salvador, Uruguai, Brasil ... e, especialmente, a ALBA e tudo o que aponte na direção da autodeterminação, para as profundas reformas e para transformações revolucionárias, assim como as perspectivas de aprofundamento e ampliação destes processos, terão no MCB um bastião de solidariedade e impulso desde a resistência e ofensivas de nossos povos.

Ajudar a derrotar o regime golpista em Honduras e abrir um canal para a constituinte popular é uma questão de honra.

Abortar todas as tentativas de golpe semelhante no Paraguai ou em qualquer lugar, é um dever incontornável.

Vamos fazer o impossível para ajudar a isolar e derrotar o monstro narco-para-terrorista que representa o regime de Álvaro Uribe, imposto a sangue e fogo neste país irmão, com pretensões de se espalhar para outras nações da região.

Contribuiremos para a troca humanitária de prisioneiros e prisioneiros e para uma solução política para o conflito armado colombiano em busca da desejada paz.

Não há chantagem sobre o planeta que nos levará a renunciar ao merecido apoio à insurgência e todas as forças sociais e políticas democráticas que representam a liberdade e emancipação do povo colombiano. A mesma atitude assumimos frente à insurgência indígena no México e no resto do continente.

Não nos assustam a arrogância, a agressividade e a vocação belicista de um imperialismo decadente e senil, tomado de imperativas razões de sobrevivência e incerta continuidade, apropria-se através da força militar do valioso patrimônio natural dos nossos povos, para tentar reverter sua ofensiva transformadora e desestabilizar e erradicar os governos revolucionários e progressistas da região.

Ninguém pode tirar o que conquistamos. Ninguém poderá apoderar-se impunemente das fontes de água, biodiversidade, minerais, mares, florestas, praias, reservas científicas e valores culturais.

Desde que nossos territórios habitados por nossos povos indígenas, trabalhadores e trabalhadoras, camponeses, jovens, crianças, comunidades rurais e urbanas, as mulheres discriminadas, as igrejas dos pobres, negros, mestiços, etnias discriminadas, artistas e intelectuais, cooperativistas e produtores nacionais, vamos travar as lutas necessárias para preservar e assumir coletivamente essas riquezas, para evitar a sua conversão em fontes de exploração, expansão e lucro das grandes empresas transnacionais e oligárquicas. Igualmente acompanharemos a insubmissão contra todas as formas de exploração, dominação e exclusão de que somos vítimas.

Seremos combatentes pela libertação dos presos políticos colombianos, venezuelanos, hondurenhos, bascos, peruanos e porto-riquenhos que cumprem penas por sua luta de libertação e de solidariedade nas prisões de impérios e governos antidemocráticos na América, Europa, África e Ásia.

Nossas pequenas pátrias amadas, caminho para a construção da Grande Pátria que Bolívar sonhou, terão em conta no MCB um firme defensor contra os desmandos do imperialismo americano e europeu

As bases gringas na Colômbia, Honduras, Porto Rico e em todo o continente irão enfrentar em breve o clamor e a mobilização que as isolarão, reforçando a resposta suficiente para deter os perversos planos de guerra que envolvem a sua presença e expansão na Nossa América e que, se implementadas, podem ser derrotadas por nossos povos.

A unidade antiimperialista será uma das nossas relevantes metas. Confluiremos em todas as iniciativas que a ampliem e fortaleçam.

Não haverá justa causa no mundo que não conte com o nosso concurso militante.

As resistências e lutas dos povos do Iraque, Irã, Afeganistão, Paquistão, Curdistão, Turquia, Euskal Herria, Galiza, República Saharaui, e outros povos da África, terão no MCB um aliado forte e leal.

As demandas e as lutas dos imigrantes do Terceiro Mundo na Europa e nos E.U.A. serão apoiadas com determinação. Não haverá presos ou detidos nas prisões do império e dos Estados repressivos que não ouçam o nosso grito de liberdade.

O colonialismo em Porto Rico, nas Ilhas Malvinas e ao longo das ilhas do Caribe e do mundo nos terão pela frente.

ABAIXO AS COLÔNIAS! VIVA A LIBERDADE DOS POVOS!
SOMOS MCB!
SOMOS A DEMOCRACIA VERDADEIRA, O ANTIIMPERIALISMO E O ANTICAPITALISMO!
SOMOS A TRANSIÇÃO CRIADORA PARA O SOCIALISMO!
EM BOLÍVAR E NOS HERÓS DA AMÉRICA NOS ENCONTRAMOS!
ATÉ A VITÓRIA, SEMPRE!

CARACAS, 9 de dezembro de 2009

EUA reconhecem documento que cita possibilidade de operações na América do Sul


O Departamento de Estado dos EUA confirmou ontem ser verdadeiro o documento da Força Aérea americana apresentado na quarta-feira, em Brasília, pelo deputado federal José Genoino (PT-SP), que cita a base militar colombiana de Palanquero, a ser usada por Washington, como "uma oportunidade para a realização de operações no âmbito total da América do Sul". Baseado no documento, Genoino acredita que o polêmico acordo militar que garante o acesso dos EUA a sete bases no território colombiano poderia abrir caminho para as forças armadas norte-americanas atuarem em outros países, além da Colômbia. Opinião semelhante tem o diretor do Programa de Segurança para a América Latina do Center for International Policy, em Washington, Adam Isacson, que analisou não só o documento da Força Aérea, mas também o texto final do acordo, que veio a público em 5 de novembro no site do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, ao qual o JB teve acesso.

"Eu não gosto do texto do acordo. Ele não fala explicitamente que operações do Exército americano fora das fronteiras colombianas estão proibidas. Ou seja, não proíbe explicitamente as operações extraterritoriais. Só estabelece que o acordo obedecerá aos "princípios de não-intervenção em assuntos internos de outros Estados", diz Isacson. Na prática, isso significa que, se os EUA alegarem o direito de auto-defesa, por exemplo, poderão operar em outras regiões da América Latina, a partir das bases colombianas.

O acordo, entende Isacson, deveria detalhar melhor as restrições a serem impostas à atuação das forças americanas nas bases colombianas. Mas o ponto que trata da ingerência de forças estrangeiras no continente sul-americano, tema considerado crucial por líderes do Mercosul, inclusive pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio da Silva, tem apenas duas linhas - no Artigo Terceiro, parte 4 - em um documento de 15 páginas.

Acho que há claramente um motivo para a ambiguidade do acordo, talvez para que ele possa ser favoravelmente interpretado, na eventualidade de ser necessária uma uma operação mais abrangente dos EUA na região - alega Isacson.

Procurado pelo JB em Miami, o porta voz do Departamento de Estado americano, Gregory Adams, disse que, de fato, a única parte do acordo a inibir operações americanas no Mercosul seriam as duas linhas do Artigo Terceiro, parte 4.

"Este é um acordo bilateral destinado a reforçar a nossa cooperação em segurança na luta contra o tráfico de drogas internacional e o terrorismo na Colômbia. Não há nenhuma outra questão regional ou de abrangência extraterritorial", garantiu Adams.

Mas a polêmica foi aguçada a partir do documento oficial da Força Aérea - apresentado por Genoino - datado maio de 2009. Elaborado antes do texto final do acordo, com o objetivo de fundamentar a destinação do orçamento de US$ 46 milhões para as operações na Base Aérea de Palanquero, no centro da Colômbia, o texto afirma que a base "fornece uma oportunidade para a realização de operações no âmbito total da América do Sul".

Ainda no documento da Força Aérea americana, que justifica o orçamento já aprovado pelo Congresso, a América do Sul é chamada de "sub-região crítica", onde a "segurança e a estabilidade estão permanentemente ameaçadas pelo narcotráfico patrocinado por organizações terroristas, governos antiamericanos, pobreza endêmica e desastres naturais recorrentes".

Adams defende que o texto deveria ser interpretado apenas como uma proposta de orçamento, e não como um documento a definir a política americana nas bases colombianas.

"O orçamento da Força Aérea foi elaborado no início deste ano e apresentado em maio de 2009, isto é, antes de Colômbia e EUA assinarem o acordo de defesa, em 30 de outubro" - reforça Adams.

Mas para Isacson, o texto mostra, "no mínimo, como os EUA retrataram seu papel militar na Colômbia para o Congresso americano, há poucos meses".

"Esse documento revela que a amplitude estratégica das bases é muito maior que o simples combate ao narcotráfico" - reforça José Genoino. "O objetivo maior da utilização das bases é permitir operações em todo o continente sul-americano e controlar o espaço aéreo da região. O combate ao narcotráfico é apenas uma coisa a mais".

Alerta contra o golpismo terrorista - Nota Política do Partido Comunista Paraguaio (PCP)


O General Douglas Fraser, chefe do Comando Sul norte-americano, chegou ao Paraguai para "reforçar laços com as Forças Armadas paraguaias", segundo a propaganda imperial.

Fraser foi o principal promotor e defensor da instalação de 7 bases aéreas na Colômbia para reprimir o povo colombiano e para ameaçar e eventualmente agredir os países latino-americanos que optam por uma política independente.

Em nosso país, projeta visitar unidades militares e o Ministério da Defesa, pressionar os chefes institucionais e alentar os golpistas e traidores.

Fraser comandou o golpe de Estado em Honduras que derrubou o Presidente Constitucional democrático e patriótico daquele país centro-americano.

A visita de semelhante chefe militar ianque se dá - que casualidade! - quando também anda por Assunção Mister Arturo Valenzuela, Secretário de Estado adjunto para assuntos latino-americanos de EUA, enviado de Obama.

As informações sobre estes indesejáveis visitantes fazem saber que monitoram "o combate contra o terrorismo e o narcotráfico", máscara da intervenção imperialista em nossas questões internas para perseguir o movimento democrático em nosso continente.

Fraser e Velenzuela chegam em nossa terra para reforçar a febril atividade golpista dos pró-ianques como Federico Franco, Jaeggli, Galaverna, Castiglioni, Nicanor, Lino O. e os agentes da CIA-USAID, que sob a orientação da embaixadora estadunidense Liliana Ayalde, trabalham pela derrota de Lugo, por todos os meios, entre eles através do impeachment.

"ABC", jornal dos golpistas, continua advogando em favor do golpe de Estado, caluniando Fernando Lugo e desinformando sobre a realidade nacional.

Acreditamos que o presidente Lugo não deve fazer concessões como aceitar leis "antiterroristas" contra o povo, dar recompensa aos delatores (pyragües) ou prêmio aos repressores. Ao contrário, deve cumprir seu compromisso de mudanças e assim ganhar o apoio popular.

A propaganda dos conspiradores calunia os camponeses e a condição política da esquerda com a mentira descarada de que assentamentos são campos de adestramento de guerrilheiros. Falam de insegurança e clamam por medidas mais repressivas e terroristas contra o povo.

Fraser e Velenzuela são os chefes do terrorismo e do golpismo...

Nosso povo deve mobilizar-se mais que antes contra as classes dominantes e o imperialismo que ameaçam frustrar o processo de mudanças democráticas e derrotar Fernando Lugo, legítimo presidente do Paraguai.

Defender o processo democrático e libertador por todos os meios, nas ruas, nos assentamentos, nas fábricas, nos bairros, nos colégios, universidades, resistindo e derrotando os golpistas reacionários!

Comissão Política do Partido Comunista Paraguaio

Assunção,17 de dezembro de 2009.

Traduzido por: Dario da Silva

O cristianismo, o catolicismo e o comunismo. - Por Alex Lombello [*]


Neste breve artigo o historiador e dirigente comunista Alex Lombello descreve as semelhanças e diferenças entre cristianismo e comunismo. Uma breve análise que provoca várias questões políticas e filosóficas.


“[a] unidade na real luta revolucionária das classes oprimidas por um paraíso na terra é mais importante que a unidade na opinião proletária sobre o paraíso no céu” LêninEmbora o catolicismo e as igrejas protestantes reivindiquem a herança do cristianismo, o cristianismo dos primeiros cristãos, que seguiam obviamente mais de perto os ensinamentos atribuídos a Cristo, já não existe há muitos séculos. Dessa forma, o cristianismo que talvez exista em nossa sociedade é residual.Não se sabe muito sobre Cristo, mas sabemos algumas coisas sobre o cristianismo. As histórias contadas nos livros do Novo Testamento nos contam pouco sobre Cristo, pois são cópias das histórias que já circulavam há séculos no mar Mediterrâneo. Diversos filhos de Deus, nascidos de virgens, que foram mortos e ressuscitaram eram cultuados nessa região desde muito antes do tempo a que se atribui a existência de Cristo, sendo os mais famosos Osíris e Mitra. Contar essa mesma história foi uma decisão da Igreja Católica no século IV, quando estava nascendo o catolicismo sob as barbas do imperador romano. Obviamente, foi escolhida uma história de fácil aceitação em amplas regiões do domínio romano, e comprovadamente de sucesso, uma vez que vários povos a reproduziam e espalhavam embora modificando o nome principal.Sobre as comunidades cristãs sabemos bem mais. Os cristãos, segundo os Atos dos Apóstolos, mas também segundo alguns de seus inimigos, viviam em comunhão, não somente espiritual, mas também de bens de uso. Faziam as refeições em comum, ajudavam seus doentes, as viúvas e os órfãos etc., em uma época em que o destino normal destes era a miséria. Aceitavam em sua comunidade qualquer um, mesmo que fosse escravo ou mulher, contanto que o mesmo dispusesse todos os seus bens (se os tivesse). As propriedades eram vendidas e revertidas para a comunidade e não havia um plano de produção em comum, pois se esperava o Apocalipse para breve. Tratavam-se como irmãos, de forma que o termo “senhor” muito provavelmente não seria bem tolerado por Cristo ou pelos fundadores do movimento cristão. A palavra “igreja” tem origem no grego Eclésia, que podemos traduzir por assembléia. Eram realmente assembléias, com poder, pois elegiam seus bispos e diáconos, ou seja, ao contrário da Igreja Católica, as primeiras comunidades cristãs eram democráticas.Nota-se duas coisas – primeiro, que o cristianismo dessa forma não existe mais, a não ser talvez na mais radical das comunidades hippies. Segundo, que esse cristianismo era uma forma de comunismo, mas não o comunismo de Marx e sim o comunismo do senso comum, ou das anedotas, que imaginam ou descrevem o comunismo como igualitário, inimigo da prosperidade material e marcado por um voto de pobreza de seus adeptos.O cristianismo certamente não chegou ao século IV exatamente como em seus primeiros tempos, mas foi nessa altura, sobretudo no Concílio de Nicéia, que recebeu um golpe fatal. A partir de então o Império passou a reconhecer a Igreja oriunda desse Concílio, que logo se tornou a religião oficial do Império Romano, por decisão do Imperador Constantino, e obrigatória, tanto para o terço de cristãos quanto para os dois terços de não-cristãos do império. A democracia dos primeiros tempos foi completamente substituída pela hierarquia religiosa romana. Até em alguns nomes, a começar pelo título de Sumo Pontífice, existente muito tempo antes de nascer o cristianismo. O comunismo inocente foi substituído por estruturas de caridade, como hospitais e orfanatos e os que insistiam em viver em comunhão acabariam, com o passar dos séculos, sendo isolados em monastérios e conventos, ou mesmo perseguidos pela Igreja.Embora se repita com certa freqüência que “Cristo era um comunista”, e isso possa atrair apoios e votos aos comunistas contemporâneos, nossa obrigação é esclarecer as profundas diferenças entre o comunismo de Cristo e o comunismo de Marx. O cristianismo propunha a igualdade na pobreza, a doação de todos os bens terrenos. Já o marxismo propõe a coletivização somente dos meios de produção, ou seja, dos bancos e similares, das grandes indústrias e da grande produção rural. Está completamente fora dos planos marxistas tocar nos bens de uso, nas casas, nos carros, nas pequenas propriedades etc. O cristianismo era hostil às pessoas dos ricos, enquanto o marxismo nunca o foi, tendo sido o próprio Marx de família de algumas posses e tendo Engels, seu companheiro de lutas, herdado a fábrica da família.O cristianismo tolerava a escravidão, já o comunismo não tolera nem a exploração assalariada. Mas ambas as formas de exploração são relações sociais de produção, cuja transformação exige grandes movimentos na sociedade. Não se trata de pecados individuais, passíveis de penitências. O cristianismo planejava salvar os que a ele se unissem, por meio do convencimento individual, similar à crença de que se pode transformar o mundo transformando primeiro os indivíduos. Já para o marxismo as sociedades são complexas e os indivíduos são por ela condicionados, ou seja, fazem a história mas não como a desejam. Assim o marxismo concluiu que não se pode realmente melhorar as pessoas apenas individualmente, mas somente transformando a sociedade. Por isso o cristianismo exigia dos cristãos o modo de vida piedoso acima citado, enquanto os Partidos Comunistas só pregam a luta dos trabalhadores por uma sociedade mais justa. Os comunistas não são monges que pretendem, pelo seu exemplo, uma sociedade baseada na pobreza igualitária, mas militantes que defendem a socialização dos meios de produção e da riqueza produzida.O cristianismo primitivo era de mártires pacifistas, resultantes da crença na vida eterna. Os marxistas admitem a violência apenas diante da violência primeira das classes dominantes. Inicialmente buscam a via pacífica, não usando da força senão pelas necessidades da luta dos trabalhadores. Um pequeno exemplo disso foi o do PCB em meados dos anos 1970, sob a ditadura militar, que, mesmo diante da tortura e assassinato de dois terços do seu Comitê Central, não apelou para a luta armada. A violência revolucionária não é gratuita ou passional, mas a, segundo Marx, por vezes necessária, “parteira [da] velha sociedade que se encontra grávida de uma nova”.O marxismo e as igrejas cristãs surgem influenciados pelo patrimônio ético do antigo cristianismo. Porém, as respostas encontradas para compreender e atuar na sociedade variam muito. Desde as igrejas mais hierarquizadas e, mesmo, mercantis, justificadoras intransigentes da sociedade de classes, passando por cristãos mais críticos das injustiças sociais, até a proposta radical dos comunistas de superação da sociedade de classes e da emancipação do conjunto da humanidade. Nas intenções de justiça, paz, liberdade e solidariedade estão as semelhanças entre Cristo e Marx, e o comunismo e as idéias religiosas só se excluem e se opõem quando a religião serve à preservação da exploração e da dominação.

Obs: Esse texto foi publicado originalmente no número 2 do São João del-Pueblo de papel, em Dezembro de 2009

[*] Alex Lombello é Historiador, dirigente da Base de São João Del Rey e Membro do Comitê Regional do PCB-Minas Gerais.

22 de dezembro de 2009

Palestina Livre! Essa luta é de todos nós. (Nota Política do PCB)




O próximo dia 27 de dezembro marca um ano da invasão genocida do Estado de Israel à Faixa de Gaza, que destruiu toda a infraestrutura da região, saneamento, distribuição de água e eletricidade, comunicação e rodovias, além de escolas, creches, hospitais, dezenas de milhares de residências e centenas de prédios públicos.

A insana investida israelense ocorreu às vésperas da posse do então recém eleito presidente dos EUA, Barack Obama, candidato pelo Partido Democrata, que, durante a campanha, havia prometido uma mudança radical na política externa norte- americana, incluindo a retirada das tropas estadunidenses do Iraque e do Afeganistão, além do reconhecimento do Estado Palestino e do fim dos conflitos na região.

Passado um ano, nada disso ocorreu. Ao contrário, o que se vê é justamente o recrudescimento da agressividade imperialista na região do Oriente Médio.

A população da Faixa de Gaza foi submetida a um dos maiores ataques por terra e ar desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Mais de uma tonelada de bombas foram despejadas por dia sobre um povo indefeso, em condições desiguais para combater.

Além dos ataques militares, Israel aumentou o cerco a Gaza, proibindo a entrada de remédios e alimentos durante dias, o que agravou sobremaneira a condição de penúria do povo palestino, vítima de um verdadeiro genocídio.

Até hoje, diversos hospitais operam em condições precárias, falta distribuição de água em várias partes de Gaza e o embargo a diversos produtos de primeira necessidade ainda continua nas fronteiras policiadas por Israel.

De tudo o que se tentou destruir, a única coisa que não se abalou foi a determinação do povo palestino em resistir heroicamente, como tem feito há décadas contra a invasão israelense, promovida e apoiada pelo imperialismo, sobretudo o norte-americano.

A cada dia que passa cai mais a máscara de Obama, cujas promessas de campanha para o Oriente Médio não passaram de palavras ao vento: mantém-se o processo de opressão e o quadro de instabilidade na região. Acima do discurso fácil de campanha eleitoral, estão os interesses das grandes empresas bélicas e do petróleo, que de fato mandam na Casa Branca e operam as ações no Oriente Médio.

Nós do PCB sempre estivemos ao lado dos povos que lutam contra a opressão e o domínio imperialista em seus territórios. Estivemos ao lado do povo palestino em todos os momentos mais difíceis da sua resistência e luta política e não será diferente enquanto não se conquistar a autonomia do Estado Palestino.

Conclamamos toda a nossa militância e as organizações internacionalistas a promoverem atos de solidariedade aos povos do Oriente Médio que lutam contra as ocupações e imposições imperialistas e, em especial ao povo palestino que, a cada ataque, a cada ação fascista do Estado de Israel e dos EUA, nos dão uma lição de heroísmo, resistência e persistência pelo direito de viver em sua terra, com paz, liberdade e dignidade.

Comitê Central do PCB.
Dezembro de 2009.

Laerte Braga: Roberto Freire é menino de recado


Atualizado em 03 de outubro de 2009 às 18:38 | Publicado em 03 de outubro de 2009 às 18:38

O CONSELHEIRO LARANJA E O MINISTRO

Laerte Braga

O presidente nacional do PPS – Partido Popular Socialista (?) – Roberto Freire fez declarações a jornalistas em São Paulo pedindo o afastamento do ministro das Relações Exteriores Celso Amorim e alegando como razão para seu pedido, de seu “partido”, o fato de Amorim ter se filiado ao PT.

Segundo Roberto Freire a política externa do Brasil está acima de partidos e ao se filiar a um partido Celso Amorim compromete o País num momento delicado. Referia-se ao abrigo dado pelo Brasil ao presidente constitucional de Honduras Manuel Zelaya na embaixada brasileira em Tegucigalpa.

Roberto Freire foi deputado federal pelo MDB eleito a partir de 1970 e até 1994, quando foi eleito senador. Em 2002 voltou à Câmara por falta de votos para reeleger-se senador (por pouco não perde as eleições para deputado federal em seu estado original, Pernambuco).

Hoje, cidadão paulista (parte do território brasileiro seccionada por organizações estrangeiras como PSDB, DEM. FIESP/DASLU), garante a sobrevivência com a aposentadoria integral do Instituto de Pensão e Aposentadoria do Congresso Nacional e um jabá de doze mil reais numa estatal paulista para funcionar como laranja do governador José Serra em seus projetos presidenciais.

Freire é a pior espécie de político que se pode conhecer. Quando eleito deputado federal pela primeira vez, em 1970, no MDB, integrava os quadros do Partido Comunista Brasileiro (PCB). O caráter de frente política que caracterizava o MDB permanece em linhas gerais no PMDB, hoje.

Em 1989 Roberto Freire candidatou-se a presidente da República e empolgou determinada parcela da opinião pública, classe média inclusive, já no Partido Comunista Brasileiro.

Todas as vezes que era perguntado sobre o processo de privatizações que começava a ser montado no Brasil a partir de interesses estrangeiros e do neoliberalismo, respondia que a primeira coisa a se fazer “é desprivatizar o Estado”. Ou seja, não se podia privatizar o que já era privado, o Estado brasileiro.

Perdeu, mas conseguiu projeção nacional. Foi líder do governo Itamar Franco na Câmara e senador em Pernambuco por conta de uma aliança partidária quase imbatível que elegeu Miguel Arraes governador daquele Estado.

Nesse meio de caminho e antes de virar senador, Roberto Freire convocou um congresso do PCB e propôs a transformação do partido em PPS. Por via das dúvidas, já que manobrava atendendo a interesses pessoais e dos grupos pelos quais fora cooptado (os tucanos, particularmente FHC), tentou segurar na Justiça a “propriedade” da sigla PCB.

Não conseguiu. Verdadeiros comunistas infensos ao canto da sereia de tucanos, recobraram a sigla e retomaram aos caminhos da luta no que hoje é o que sempre foi, o Partido Comunista Brasileiro. Um partido identificado com os princípios marxistas, voltado para a luta popular e distante desse mundo podre da política institucional tal e qual se pratica no Brasil, pratica Roberto Freire.

As declarações de Roberto Freire não foram produto de sua vontade, ou do seu entendimento, ou do entendimento do seu partido (até porque ele decide sozinho, é dono do partido). Foram decididas no núcleo que sustenta e comanda a campanha de José Serra à presidência em 2010.

Parênteses, para explicar que Roberto Freire, como senador, foi um dos principais articuladores do governo FHC na condução das privatizações, das reformas determinadas pelo FMI e Banco Mundial, aquele negócio de “desprivatizar o Estado” era boutade de campanha.

O que Roberto Freire ignorou ao falar como laranja de um esquema, muito bem remunerado, não se esquecendo doze mil por mês, foi que ao longo da história dos vários governos brasileiros, boa parte dos ministros das relações exteriores tinha filiação partidária.

No governo de Getúlio, Osvaldo Aranha era filiado ao PTB (antigo, não esse arremedo de hoje) e chegou a ser presidente nacional do partido. Com JK os ministros Macedo Soares, Negrão de Lima, Sette Câmara eram todos filiados ao ex-PSD. Afonso Arinos Mello Franco, ministro de Jânio Quadros e de um gabinete parlamentarista de João Goulart, era filiado a antiga UDN e, o pior de todos os esquecimentos.

Fernando Henrique Cardoso, ministro das Relações Exteriores do governo de Itamar Franco era e é filiado ao PSDB (tucanos).

A exceção de FHC, todos os outros chanceleres citados acima eram homens dignos, de caráter, íntegros no trato da coisa pública e a filiação partidária não os impediu de colocar os interesses nacionais acima de interesses partidários ou pessoais, ao contrário de FHC, que usou o governo de Itamar como plataforma para o projeto neoliberal no Brasil a partir de agências e governos estrangeiros, caso da vinculação de FHC à Fundação Ford.

Esse sim, canalha, vendeu o Brasil. E com o voto de Roberto Freire, inclusive a favor da reeleição comprada a peso de ouro.

O ministro Luís Felipe Lampreia do governo FHC, por quase sete anos no Itamaraty, ou mais de sete anos, ao sair do cargo virou consultor de empresas privadas e o recente escândalo envolvendo a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima em um caso de negócios com o senador ACM, mostrou como atuava o lobby de empresas privadas no governo do tucano e em muitos casos no Itamaraty. Foram vários os contratos obtidos pela OAS (Obras do Amigo Sogro), de um ex-genro de ACM nos países onde o marido de Lúcia era embaixador e com a participação direta do chanceler Lampreia.

Hoje, consultor, se vale das ligações e contatos que construiu no governo para continuar fazendo a mesma coisa.

Lampreia não tinha filiação partidária, é de carreira do Itamaraty.

Como se vê, a questão da filiação partidária de um ministro, qualquer que seja ele, não implica em ter mais ou menos caráter. Lampreia não tem nenhum, é agente de interesses estrangeiros no Brasil. Celso Amorim resgatou a política externa brasileira e conferiu ao País um respeito que não tinha no governo FHC. É só lembrar o chanceler que substituiu Lampreia, Celso Láfer. Submeteu-se a uma revista no aeroporto de New York, inclusive tirando os sapatos no período de paranóia de Bush com atentados. Ou seja, caiu de quatro.

O problema de Roberto Freire é que o ex-senador, ex-deputado e agora conselheiro laranja de Serra, numa estatal paulista qualquer, esqueceu-se da História. Rompeu seu compromisso com a História et pour cause com qualquer princípio de dignidade ou respeito que chegou a merecer num determinado momento. Jogou fora a História e continua jogando fora sua história.

Declarações mesquinhas, pequenas, típicas de menino de recado.

Há uma diferença sem tamanho entre o ministro Celso Amorim, Chanceler com letra maiúscula e aqueles aos quais Roberto Freire está acostumado. Amorim nem cai de quatro e nem tira o sapato. E nem é laranja de ninguém por conta de doze mil reais por mês.
Alerta Vermelho: A segunda vaga do tsunami financeiro – A vaga está a ganhar força e pode atacar entre o 1º e o 2º trimestre de 2010

Alerta Vermelho: A segunda vaga do tsunami financeiro – A vaga está a ganhar força e pode atacar entre o 1º e o 2º trimestre de 2010

Por: Matthias Chang *

Muitos dos meus amigos que têm recebido os meus alertas por email nos últimos dois anos têm-se queixado de que nas últimas semanas não tenho comentado o estado da economia global. Compreendo a ansiedade mas eles esquecem-se de que eu não sou um analista do mercado de acções pago para escrever artigos a fim de atrair os investidores para o mercado. O meu sítio web é gratuito e eu não vendo uma folha informativa financeira portanto não preciso de cozinhar previsões ou análises diárias.

No entanto, quando os dados são convincentes e indicam uma tendência inevitável, chega a altura de mais uma análise. Este Alerta Vermelho pretende capacitar os visitantes do meu website http://www.futurefastforward.com efectuar as acções adequadas para salvaguardar a sua riqueza e o bem-estar das suas famílias nos próximos meses.

Desde o último trimestre de 2008 as principais economias globais têm vindo a travar uma guerra implacável de divisas e embora até agora esta competição não tenha sido antagónica, em breve será antagónica porque as diferenças inerentes são irreconciliáveis. As consequências para a economia global vão ser devastadoras e para as pessoas vulgares está garantido o desemprego maciço e a intranquilidade social.

Os politólogos desses países, confrontados com o colapso total da arquitectura financeira internacional, chegaram à conclusão de que a solução, a única solução é uma *facilidade quantitativa *(ou seja, a injecção maciça de liquidez) para salvaguardar os bancos "demasiado grandes para falir" e reflacionar as suas economias em depressão. Isto reflecte-se melhor na cândida observação de Bernanke de que "o governo dos EUA tem uma tecnologia, chamada a impressora (ou actualmente, o seu equivalente electrónico), que lhe permite produzir tantos dólares quantos pretender praticamente sem qualquer custo"

É este o problema crucial!

*As diferenças irreconciliáveis *

Há cerca de duas décadas, as elites financeiras globais decidiram que o enquadramento da economia global deve consistir em:

1) Um sistema global baseado em derivativos, controlado pelo Federal Reserve Bank dos EUA e os bancos globais seus associados nos países desenvolvidos.

2) A relocalização da produção de bens do ocidente para Leste, principalmente para a China e para a Índia para "alimentar" as economias desenvolvidas.

Todo o sistema foi montado num princípio simples, o de uma divisa de reserva global controlada pelo FED que seria o motor de desenvolvimento para a economia global. É essencialmente um princípio económico imperialista.

Quando tomamos consciência desta verdade fundamental, o facto de Bernanke se gabar de que "os EUA podem produzir tantos dólares quantos quiser sem qualquer custo" assume uma dimensão diferente.

Falei com numerosos economistas e, quando lhes perguntei qual é o cerne do actual problema financeiro, todos eles respondem em uníssono, "são os desequilíbrios globais… o ocidente consome demais enquanto que o Leste poupa demais e não consome o suficiente". Isto é exemplificado pelos enormes défices comerciais dos EUA por um lado e pelos excedentes enormes da China, pelo outro.

Uma sabedoria incrível e quase toda a gente repete esta lenga-lenga. As conclusões da recente Cimeira da APEC [Asia-Pacific Economic Cooperation] não foram diferentes. Repetiu-se esta lenga-lenga assim como o apelo a um comércio mais livre entre as nações comerciantes.

Isto é uma enorme mistificação. Todos os dirigentes actuais na cena mundial estão corrompidos até ao tutano e por isso não estão interessados em chamar as coisas pelos seus nomes e em expor as contradições inerentes no seio do sistema financeiro existente.

O apelo a um mundo multi-polar não tem sentido quando todo o sistema financeiro global se baseia na divisa de reserva do dólar americano. É esta a contradição inerente ao sistema actual e os problemas a ele associados não podem ser resolvidos por outra divisa de reserva global baseada nos Direitos Especiais de Saque *[1]* http://resistir.info/crise/chang_22nov09_p.html#notasdo FMI conforme defendido por alguns países. Já estava morto, no momento em que foi concebido!

Os dirigentes da China, do Japão e dos países produtores de petróleo do Médio Oriente estão todos a praguejar e a enfurecer-se com a situação actual, mas não têm a coragem das convicções para dizer abertamente aos seus compatriotas que foram enganados pelos mestres financeiros do Fed que agem segundo as instruções da Goldman Sachs.

Digam-me, que dirigente é capaz de reconhecer que trocou a riqueza da nação por papel higiénico?

A pantomima da divisa de papel higiénico continua.

Chegámos agora a um beco sem saída na actual guerra de divisas, não muito diferente da situação da Guerra Fria entre os países do pacto da NATO e os países do pacto de Varsóvia. Ambos os lados foram dissuadidos pela doutrina das guerras nucleares do MAD (Destruição Mútua Assegurada). Os custos para os dois lados foram tremendos e só quando a União Soviética não pôde continuar com o ritmo e com o custo de manter um dissuasor nuclear e foi forçada a declarar falência é que o equilíbrio pendeu a favor da aliança da NATO.

Mas foi uma vitória de Pirro para os EUA e seus aliados. O que sustentava a capacidade dos EUA de manter o seu poder militar e sobrepor-se à União Soviética era o direito de imprimir divisas de papel higiénico e a aceitação do dólar americano pelos seus aliados como divisa de reserva mundial.

Mas porque é que os países aliados dos EUA durante a Guerra Fria aceitaram esse status quo?

Muito simples! Todos foram levados a crer que, sem a protecção do Big Brother e da sua sombra militar, seriam engolidos pela ameaça comunista.
Aurora em Brasília. Por:  Roberto Numeriano

Aurora em Brasília. Por: Roberto Numeriano

Um dia,
Brasília cairá.
A cúpula aberta para o céu recolherá todas as águas
para quem tem fome e sede.
A cúpula voltada para a terra abrigará
os candangos de ontem e de hoje.

Não...
Não haverá incêndios e gritos.
Não haverá barricadas.
Nem balas ou pedras.

Cairá num grande abraço de ferro,
pelas mãos do povo.
Mãos de lápis.
Mãos de foices e martelos.
Mãos tecedeiras.
Mãos de fuzil.
Mãos de barro e de flor.

Um dia,
Brasília cairá.
E nela vai desaguar a terra e o sangue dos tempos.
Memórias pantanais.
Mandacarus caatingueiros.
Pampas minuanos.
Amazônicos silêncios.
E Canudos.
E Contestado.
E Farroupilha.
E Confederação do Equador.

Ergue-se-á uma assembléia de olhos de sonhos.
Das bocas voarão palavras livres.
Dos votos, a verdade sem a fraude das ilusões.

Um dia, Brasília cairá.
Abrigar-se-ão, nessa terra vermelha,
As mães amamentando as bocas de futuro de seus filhos.
E haverá terra.
E haverá pão.
E haverá escola.
E haverá trabalho.

Brasília e Recife, abril de 2008 e abril de 2009

19 de dezembro de 2009

PCB PARTICIPA, EM CARACAS, DA FUNDAÇÃO DO MOVIMENTO CONTINENTAL BOLIVARIANO (Nota Política do PCB)


Realizou-se em Caracas, na semana passada, o Congresso fundador do MOVIMENTO CONTINENTAL BOLIVARIANO (MCB). Participaram do evento centenas de delegados de organizações políticas revolucionárias e movimentos populares classistas de mais de trinta países. O PCB esteve representado pelo seu Secretário Geral, Ivan Pinheiro, e seu Secretário de Relações Internacionais, Edmilson Costa. Do Brasil, participaram também da fundação a Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes, representada pelo camarada Geraldo Barbosa, e o PCML.

O MCB representa um salto de qualidade com relação à agora extinta Coordenadora Continental Bolivariana (CCB), embrião do Movimento. Da Venezuela, são fundadores o PCV (Partido Comunista de Venezuela), alguns setores do PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela) e diversas outras organizações.

O Congresso debateu e aprovou três documentos básicos: as normas de organização, a plataforma política e o manifesto de fundação.

Discutindo seu caráter, o MCB se definiu como "uma corrente revolucionária, antiimperialista, anticapitalista e pró-socialista". O Movimento respeitará a autonomia das organizações integrantes e não será excludente com outras iniciativas e articulações antiimperialistas na América Latina e no mundo. Pelo contrário, considera-se parte deste contexto de luta, plural e diversificado.

A campanha "Nenhum soldado ianque em Nossa América" é uma das principais iniciativas aprovadas pelo Congresso.

O Movimento Continental Bolivariano, ao qual o PCB, convidado pela Comissão Organizadora do Congresso, aderiu na qualidade de membro fundador, dará solidariedade a todas as formas de luta adotadas pelos povos. Como exemplo desta amplitude, o Congresso constitutivo hipotecou sua solidariedade tanto a governos eleitos pelo voto popular que impulsionam mudanças na perspectiva do socialismo como a organizações insurgentes como as FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército do Povo), cujo pronunciamento na abertura do evento foi divulgado em vídeo, por Alfonso Cano, seu Comandante em Chefe.

Em função da instalação de sete novas bases militares ianques na Colômbia, do caráter terrorista do seu Estado e de seu atual governo; das provocações com que o imperialismo instiga e ameaça uma guerra com a Venezuela, além da necessidade de lutarmos por uma verdadeira paz com justiça social na Colômbia - que tem como pré-requisitos um novo governo democrático no país e o reconhecimento das FARC como força política beligerante - a solidariedade aos povos venezuelano e colombiano teve um destaque natural e necessário.

É na região em que vivem estes povos irmãos, que inclusive já compuseram um mesmo país (a Grande Colômbia), que se joga hoje a principal batalha contra o imperialismo. Fortalecer a Revolução Bolivariana na Venezuela na perspectiva do socialismo, derrotar o Estado e o governo terrorista colombiano e impulsionar uma grande e massiva campanha "Nenhum soldado ianque em Nossa América" são tarefas que se apresentam como prioritárias na América Latina.

O PCB propõe às forças internacionalistas unitárias em nosso país a criação de um espaço específico de solidariedade à luta do povo colombiano, em todas as suas expressões políticas, militares, sindicais e sociais.

Ao mesmo tempo, num âmbito muito mais amplo, o PCB propõe a todas as forças e personalidades antiimperialistas, progressistas, pacifistas e democráticas a criação de um movimento Brasileiros pela Paz na Colômbia, que se integre ao importante e expressivo movimento Colombianos pela Paz, liderado pela Senadora Piedad Córdoba, no sentido de ajudar a respaldar e internacionalizar a luta pela paz com justiça social na Colômbia.

Apesar da grande importância da luta contra o Estado terrorista colombiano - que reproduz na América Latina o papel que o Estado terrorista e sionista de Israel exerce no Oriente Médio - não se pode dissociá-la da luta anticapitalista em cada um dos países do continente, e da solidariedade a todos os povos em luta, pois o imperialismo, a partir da Quarta Frota e das bases militares na Colômbia e em outros países, está disposto a atacar qualquer dos países da região cujos povos resolvam implantar mudanças sociais, para tentar frear o fortalecimento da ALBA e o ascenso do movimento de massas.

A luta de classe se acentua em nosso continente. O exemplo do golpe em Honduras é emblemático da ofensiva imperialista. O exemplo da extraordinária vitória eleitoral de Evo Morales na Bolívia é emblemático da ofensiva popular.

O PCB atuará, nos marcos do MCB e de outros espaços de luta, de forma ampla e unitária, sob diversos ângulos e aspectos da solidariedade, desde a unidade de ação dos comunistas - nos princípios do internacionalismo proletário - até articulações as mais amplas possíveis, que viabilizem a criação de uma poderoso movimento antiimperialista na América Latina, que tenha como objetivo principal a luta contra a presença militar estadunidense na região.

VIVA O MOVIMENTO CONTINENTAL BOLIVARIANO!
NENHUM SOLDADO IANQUE EM NOSSA AMÉRICA!

PCB - PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
Comissão Política Nacional - dezembro de 2009

A CPI DO MST – OS ESCRAVAGISTAS - Por Laerte Braga


Quem quer que se dirija ao GOOGLE, pesquisa, digitar o nome do deputado
Ronaldo Caiado do DEM (partido de José Roberto Arruda) vai encontrar, entre
outras coisas, seu vínculo com o trabalho escravo. O deputado é contrário à
emenda constitucional que pune com a perda das terras para fim de reforma
agrária, o proprietário ou empresa que fizer uso de trabalho escravo. Ele
próprio o faz.
Quem for procurar informações sobre a senadora Kátia Abreu (DEM, partido
de José Roberto Arruda) vai encontrar que a senhora em questão encalhou
no Senado Federal às custas de dinheiro da Confederação Nacional da
Agricultura da qual era presidente e repassado àquela entidade para ser
utilizado em financiamentos de projetos agrícolas.
Não são necessariamente corruptos por corrupção. São corruptos pelo que
representam. Interesses do mais atrasado e boçal latifúndio brasileiro (se bem
que não existe latifúndio não atrasado e não boçal).
Kátia Abreu responde a processo por desvio de recursos da Confederação
Nacional da Agricultura, tanto quanto por ter lesado um lavrador em sua
região, tomando-lhe a terra num típico conto do vigário.
Nem a senadora e nem o deputado descobriram ainda a existência de garfo
e faca, por exemplo, para se possa comer. Conhecem chicote, pelourinho,
senzala e toda a sorte de boçalidades possíveis em termos de se tratar
escravos.
Ronaldo Caiado e Kátia Abreu associaram-se a empresas estrangeiras, a
MONSANTO principalmente, entupindo a mesa do brasileiro e lá fora também,
de produtos transgênicos, sabidamente nocivos à saúde e que para muito
além disso transformam num curto prazo qualquer terra em imprestável ao
plantio do quer que seja, mas aí, suas contas bancárias já estarão aptas a lhes
garantir futuro tranqüilo e risonho.
A CPI do MST tem dois vieses que se casam. O primeiro deles assegurar a
permanência do regime de escravidão mantido pelo latifúndio brasileiro e o
segundo assegurar a posse da terra a empresas estrangeiras, logo, ferindo de
morte a soberania nacional, tal a extensão de terras em poder desse tipo de
gente.
Se a agricultura brasileira, sustentada na prática pelo pequeno e médio
produtor rurais, vai se lascar e o “celeiro do mundo” virar um grande deserto
dentro de alguns anos, gerando fome e doenças, isso não é problema deles,
pois não são humanos, são figuras desprezíveis e abjetas em todos os sentidos.
O patriotismo deles é aquela forma canalha a que se refere o pensador inglês
Samuel Johnson.
A CPI é simples. Estigmatizar o MST com apoio da mídia (a grande mídia
GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, BANDEIRANTES, etc) venal e serve aos
mesmos patrões, assegurar os privilégios dos latifundiários entre eles o de não
pagar suas dívidas com o Banco do Brasil e outras agências de fomento do
governo (nunca pagaram e nem pensam em pagar, são caloteiros por
natureza), garantindo que permanecerão senhores de escravos e a serviço de
potência estrangeira.
São bandidos, bandoleiros lato senso.
Não têm escrúpulos e nem têm nada além da capacidade de urrar e rosnar
asneiras.
Que tenham recebido apoio expresso e público do deputado Ônix Lorenzoni,
também do DEM (partido do governador José Roberto Arruda) não é
novidade. O Rio Grande do Sul embora seja um dos estados mais próspero do
País, terra de Mário Quintana entre outros, tem o latifundiário mais brutal e
estúpido do Brasil. Ainda desconhecem a existência da roda, mas conhecem
a da pólvora com que seus pistoleiros assassinam trabalhadores rurais e
pequenos produtores.
E todos eles são financiados tanto por recursos desviados da Agricultura, como
por empresas estrangeiras.
A senadora Kátia Abreu, uma espécie de pré-ornitorrinco, tal e qual Ronaldo
Caiado. Lorenzoni não. É só um sem vergonha querendo aumentar o por fora.
Foi eleita “miss desmatamento.”
Por que não levantar os débitos dessa gente com as agências de fomento à
agricultura do governo federal? Os assassinatos cometidos por seus pistoleiros?
Será que o brasileiro comum faz idéia de quanto um pilantra como Agripino
Maia deve aos cofres públicos de financiamentos para a agricultura e usado
em especulação financeira, mas que a GLOBO não informa, pois chega ali
boa parte da grana?
A turma de abóboras que gosta de bom dia e escolher a gravata do Bonner?
O que está por trás da CPI do MST? Num primeiro momento garantir privilégios
de bandidos como Kátia Abreu, Ronaldo Caiado. Num segundo atender a
interesses de grupos econômicos estrangeiros e num terceiro, finalmente,
inscrever o Brasil no rol de colônias da corte de Washington, à qual servem
com devoção e altos salários.
Isolar um movimento popular que luta por algo que até um general fascista
como Douglas MacArthur fez ao final da guerra, no Japão, a reforma agrária.
Quando a fome bater em “grandes plantações”, como afirma Vandré em sua
canção “pra não dizer que não falei de flores”, não adianta mandar o xerife
atrás desses bandidos. Já estarão longe e o Brasil já será BRAZIL.
A propósito, mesmo o ministro do Meio-ambiente, Carlos Minc, sendo um
bobalhão, atrapalha interesses dessa gente e Kátia Abreu usou o recurso mais
comum entre os seus. Ameaçou-o de morte por não aceitar assentar-se de
quatro no colo do latifúndio.
A CPI do MST é isso. Uma traulitada no interesse nacional. O tal “terrorismo” do
MST é uma luta legítima em favor do BRASIL, ao contrário dos que lutam pelo
BRAZIL.
Há uma diferença fundamental entre um e outro.

Alfonso Cano saúda os bolivarianos reunidos em Caracas


ANNCOL

Sob o marco do Congresso Constitutivo do Movimento Continental Bolivariano, o Comandante das Farc, Alfonso Cano, se une ao sentimento dos povos da América e do mundo.

Delegados Internacionais - cerca de cem - e mil do continente americano lotaram o auditório Sala Plenária do "Parque Central", em pleno centro de Caracas, na abertura do Congresso da CCB, no dia 7 de dezembro.

Um dos apresentadores do grande acontecimento chamou a atenção para as tentativas do governo de Uribe de sabotá-lo. Organizações colombianas não puderam estar presentes pelas dificuldades na passagem pela fronteira, principalmente devido ao belicismo de Bogotá para com o povo bolivariano da Venezuela.

Leia a saudação completa:

Movimento Continental Bolivariano: uma necessidade política de implicações estratégicas

Compatriotas latino-americanos e caribenhos presentes a este histórico evento, companheiros e companheiras: recebam a entusiasta saudação do Secretariado, do Estado Maior Central, do corpo de comando e dos guerrilheiros das FARC - EP, bem como de todos os membros das milícias Bolivarianas.

Constituir um movimento político continental, de essência bolivariana, justo quando o império estadunidense intensifica sua força militar na Colômbia e dispõe, de forma ameaçadora, sua máquina de guerra e de terror contra os povos latino-americanos e caribenhos, não é apenas uma necessidade histórica, mas um dever urgente, marcando o horizonte da unidade da luta de nossos povos para defender a sua dignidade, independência, história, valores, cultura, território, recursos humanos, a riqueza natural e o inalienável direito de moldar o seu futuro soberanamente.

O objetivo do Libertador de formar um país latino-americano estruturado como um único corpo de nações livres, que integrasse os nossos povos, foi o que garantiu a derrota do colonialismo em sua época, e para a definitiva independência de nossos povos do jugo de qualquer poder, esse objetivo continua em vigor; mantendo sua força como uma estratégia nascida do gênio e empenho exemplar e do inesgotável compromisso revolucionário de Simón Bolívar, que concebeu uma grande nação como um patrimônio coletivo de todos os povos e não como uma soma de grandes latifúndios reservados para minorias privilegiadas, ajoelhadas e submissas as ordens do império de plantão.

O acerto do poderoso plano bolivariano transcende 200 anos depois, da mesma forma que todos os seus ideais de igualdade, liberdade, justiça social, soberania e independência, resumo e essência das lutas atuais de muitos dos países da América Latina e Caribe, que combatem regimes oligárquicos que se renderam incondicionalmente aos amos estrangeiros, e como vítimas que somos da expansão capitalista descrita como "globalização", levantamos hoje, com mais urgência e legitimidade do que nunca, a bandeira da Grande Pátria ante a indisfarçável intenção gringa de ocupar os territórios ao sul do Rio Grande até a Patagônia, para realizar a sua estratégia de "destino manifesto", de acordo com seu slogan imperial e censurável: "a América para os americanos".

Está claro que um tratado militar como o recentemente assinado entre Washington e Bogotá, que permite a formação de sete bases estadunidenses na Colômbia, com a prerrogativa de utilizar todo o sistema aeroportuário, o espaço aéreo e mares territoriais sem limites para as tropas que se deslocam em seus navios e aviões de guerra, e pela presença maciça de paramilitares norte-americanos chamados "empreiteiros", não estão limitados à luta contra o tráfico de drogas e o chamado terrorismo, mas buscam desestabilizar os processos de democratização e independência em curso na América Latina.

A guerra contra as drogas é uma estratégia fracassada que os EUA Utilizam hoje como um pretexto para a intervenção e agressão em diferentes partes do mundo.

A guerra contra o terrorismo - lastro qualificativo onde cabem todos os seus adversários políticos - conduzida pela Casa Branca, a mesma que ordenou o bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki, que devastou o Vietnã com napalm e armas químicas, que ataca o povo do Iraque e Afeganistão e apóia o terrorismo de Estado israelense, é uma outra máscara do império e das transnacionais para justificar suas atrocidades.

A América Latina, na estratégica esquina da América do Sul que ocupa a Colômbia e como resultado de um longo plano que está em andamento, começa a ser novamente invadida, desta vez com a aquiescência de um presidente como Álvaro Uribe, apoiado pelo para-militarismo criminoso e narcotraficante - uma realidade bem conhecida por Washington - apátrida e chefe do governo mais corrupto da história da Colômbia, e que precisamente por isso os EUA o utilizam para avançar neste projeto que visa recuperar a influência perdida no seu antigo "quintal dos fundos".

O fracassado golpe contra o presidente Chávez, em 11 de abril de 2002, e o golpe contra o presidente Zelaya - que pretendem encobrir reconhecendo as eleições espúrias vencidas por Lobo - as sistemáticas provocações para desestabilizar a fronteira Colômbia/Venezuela, os esforços claros e ininterruptos de desestabilização em vários dos nossos países, fazem parte desta nova ofensiva do estado gringo e da reação contra os avanços da integração continental e o crescente sentimento anti-imperialista de nosso continente, enquadrada na visão Bolivariana da independência, ou seja, no ataque frontal das massas oprimidas contra o poder colonial e as oligarquias. Em outras palavras, a luta de classes para a libertação dos oprimidos, o confronto social e político pela democracia desenvolvem-se profundamente, sem interrupções, com raízes no melhor e mais avançado das nossas tradições, marcadad por nossas peculiaridades e idiossincrasias, como parte de um processo verdadeiramente latino-americano rumo ao socialismo.

Nosso compromisso com este processo, com a soberania nacional e popular, pela grande pátria e pelo socialismo é total e incondicional. É a nossa inabalável razão para a existência das FARC - EP como nos incutiram nossos comandantes e fundadores Manuel y Jacobo, e que reafirmamos diariamente com plena e total confiança na vitória final.

Ante este acontecimento excepcional, reafirmamos nossa confiança na demarcação que significará para as lutas dos povos latino-americanos a construção do Movimento Continental, nutrido do pensamento bolivariano e inspirado como todos nós na vida exemplar do Libertador, incomensurável quadro ético que nos estimula permanentemente nas dificuldades da luta para alcançar os objetivos que estabelecemos.

Reiteramos os nossos votos de um intercâmbio enriquecedor, que gere conclusões e propostas sábias que vão de encontro ao movimento de massas, a organização, a luta contra o invasor e a construção da Pátria Grande!

Pela unidade latino-americana e caribenha contra a invasão imperial dos Estados Unidos: Adiante!

Muito obrigado,

Alfonso Cano
Cmte do EMC das FARC - EP
Montanhas da Colômbia, dezembro 2009