8 de março de 2010

Nova greve geral de 24 horas na Grécia: A plutocracia deve pagar pela crise!




Os jornais portugueses esconderam estas notícias

por KKE [*]

A nova greve de 24 horas, deflagrada em 24 de Fevereiro contra os planos do governo social-democrata do PASOK para colocar o fardo da crise capitalista sobre os ombros dos trabalhadores, obteve um grande êxito.

Milhões de trabalhadores resistiram à intimidação dos partidos do capital (o social-democrata PASOK, o conservador ND, e o extrema-direita, racista LAOS), os quais argumentam que os trabalhadores devem submeter-se para que se "resgate o país da falência". O "patriotismo" dessas forças políticas tem somente um objectivo: manter e expandir o lucro do capital as expensas dos ganhos dos trabalhadores através do aumento das idades para a aposentadoria, corte de salários e pensões, com o posterior desmonte do sistema de segurança social, deteriorando as relações de trabalho e aumentando impostos contra o povo.

PARTICIPARAM 70 CIDADES

Ao mesmo tempo a vasta maioria do povo trabalhador foi mobilizada e participou das actividades de massa organizadas pelo PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores), a aliança classista orientou os sindicatos na Grécia. PAME organizou federações de trabalhadores da indústria, Centros de Trabalho (organizações sindicais regionais), como também o fez com centenas de sindicatos de base. Em consequência, a maioria dos trabalhadores demonstrou sua aversão às federações sindicais comprometidas do sector privado (GSEE) e do sector público que – justamente como o governo do PASOK faz – afirmam que "jogos especulativos" contra a Grécia são o maior problema deste país. Em verdade, a especulação é simplesmente um resultado e aspecto da decadência do sistema capitalista e demonstração das contradições intra-imperialistas entre o Euro e o Dólar. A vasta maioria do povo trabalhador que participou das demonstrações do PAME em 70 cidades demonstrou que ela apoia de confrontação geral coma burguesia, linha essa promovida pela PAME, que exige que a plutocracia pague pela crise e luta contra a União Europeia, a frente unida capitalista contra o povo e suas medidas contra os direitos trabalhistas, a fim de alimentar a luta para a derrocada do poder do capital.

BLOQUEIO DA BOLSA DE VALORES DE ATENAS



A PAME preparou esta greve, visitando centenas de locais de trabalho, discutindo com os trabalhadores sobre a necessidade da luta e preparação desta batalha em todos os níveis. A esta altura, devemos mencionar o encontro organizado em Atenas pelo Secretariado de Imigrantes da PAME. Nessa reunião, compareceram imigrantes de todo o mundo que vivem e trabalham na Grécia e aderiram às aCções da PAME.

Os comunistas desempenharam um papel significativo na organização desta greve através da campanha política que o Partido Comunista Grego travou nos locais de trabalho, revelando os objectivos reais do governo e chamando o povo trabalhador à luta contra aquelas medidas. Na véspera da greve, o Gabinete de Imprensa do CC do Partido Comunista Grego enfatizou, entre outros: "O governo, a União Europeia e a plutocracia já disseram o suficiente. Se essas medidas bárbaras serão ou não aprovadas depende também da postura e das acções do povo trabalhador. Por esse motivo, o Partido Comunista Grego conclama todos os trabalhadores, independentemente de partido em que tenha votado nas eleições, a assumirem uma posição classista patriótica através da participação na greve e nos eventos de massa da PAME. Conclama os trabalhadores a desafiar a manipulação e intimidação dos empregadores. A luta e o sacrifício de nossa classe, o presente e o futuro da classe trabalhadora exigem que se posicionem e lutem; não para desistir dos recentes direitos populares como exigido pelas necessidades do capitalista do lucro e da competitividade.

Além disso, o Partido Comunista Grego colou cartazes e organizou demonstrações nas vizinhanças de Atenas e em outras cidades por todo o país encorajando o povo trabalhador a unir-se à luta.

O bloqueio do edifício da bolsa de valores de Atenas pelas forças da PAME desempenhou um papel significativo na propagação e no sucesso da greve. Em 23 de Fevereiro, às 6h30 da manhã as forças da PAME bloquearam as três entradas do prédio da Bolsa, símbolo da pilhagem do povo trabalhador, dos seus fundos de pensão e da sua riqueza por um punhado de capitalistas. "A plutocracia deve pagar a crise" foi o slogan da propaganda da PAME. Ao mesmo tempo, cartazes revelavam: "Aqui está o dinheiro: os depósitos das empresas, em 2004, foram: 36 mil milhões de euros; em 2009, 136 mil milhões de euros. 250 mil trabalhadores recebem um salário de 740 euros. Ao mesmo tempo, 700 mil milhões de euros estão nos bolsos das grandes empresas. O PASOK e o ND encheram os bolsos dos banqueiros com quantias que vão de 233 a 759 mil milhões de euros".

No dia da greve milhares de trabalhadores e estudantes juntaram-se aos piquetes da PAME nas portas das fábricas e outros locais de trabalho.

MANIFESTAÇÕES DE MASSA EM ATENAS

Milhares de fábricas e empresas, locais de construção, escolas, portos e aeroportos e toda actividade produtiva foram congelados. A participação da massa na greve e as manifestações da PAME deram uma resposta vigorosa ao governo e à União Europeia. Foram criadas melhores condições para o surgimento de um contra-ataque dinâmico dos trabalhadores e do povo que evitará aquelas medidas bárbaras e a derrocada final da política anti-povo.

Em Atenas, a manifestação de massa ocorreu na praça Omonia, no centro da cidade. O presidente da federação dos sindicatos dos gráficos, Iannis Tolis, em seu discurso no comício, enfatizou: "As forças do capital e seus representantes políticos entendem que, quanto mais chantagearem e intimidarem os trabalhadores, quanto mais tentarem iludi-los e colocar novos encargos sobre eles, mais ódio e indignação causam. Elas temem a perspectiva de um levantamento geral dos trabalhadores e, por esse motivo, o governo e o patronato, a oposição, o ND e a UE, bem como seus instrumentos e os partidos do caminho único na UE, criaram uma frente conjunta. Eles estão errados se acreditam que podem manipular a vontade dos povos, quando este está no caminho da luta de classe. A História provou que, quando o rio flui não pode refazer o seu curso".

Representantes dos imigrantes e da Frente de Luta dos Estudantes (MAS) apresentaram saudações na mobilização.

Do comício também participou uma delegação do CC do Partido Comunista Grego liderada pelo secretário do partido, Aleka Papariga, que declarou: "Os trabalhadores deve superar o medo e o fatalismo. Eles devem intimidar o inimigo e não cair na armadilha da escolha entre a União Europeia e os EUA como pretende o primeiro-ministro, Sr. Papandreu".

A seguir, os manifestantes marcharam até o Parlamento Grego.


Ver também: http://resistir.info/grecia/greve_10fev10.html

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-02-generalstrike

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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Oleh

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