29 de junho de 2011

“Ignoramos esta recomposição de opereta” (do governo grego)


Aleka Papariga*

O KKE conduz com exemplar determinação a resistência do povo grego. Nessa resistência desenha-se a alternativa. O seu protagonista “não será o povo num sentido vago mas a frente unida e a aliança dos trabalhadores, dos independentes, dos camponeses, dos estudantes e das mulheres, saída da classe operária e das camadas populares”.

O KKE, com manifestações de massa em Atenas, realizou uma intervenção política direta nos últimos fatos políticos anti-populares adotados pela plutocracia e a burguesia gregas, com uma recomposição ministerial para assegurar a gestão do capitalismo. A secretária-geral do KKE, Aleka Papariga, pronunciou-se quando da manifestação de Atenas e sublinhou:

“Exigimos eleições, a fim de que o povo possa abrir uma primeira fissura no sistema político burguês. Quanto mais fraco for o governo que venha a ser formado, mais fácil será para o povo evitar o pior.

“Ignoramos a intenção do primeiro-ministro de se demitir, a disposição do presidente da ND, Samaras, de formar um governo de coligação, pois o resultado de tudo isso não é senão uma recomposição ridícula. Ignoramos esta recomposição de opereta; não tem nenhuma importância que tal ministro deixe o seu posto ou que um outro tome o seu lugar. Eles fracassaram temporariamente em obter um consenso, farão uma outra tentativa.

“Ignoramos as suas ameaças de que, se o povo grego não se dobrar, ficará sem salários e sem pensões de aposentadoria. Eles tentam transformar os seus próprios dilemas em dilemas populares. Tentam transformar o seu pânico e o seu medo face ao desnudamento da natureza do sistema capitalista em pânico e medo populares. Quando aqueles no alto tremem, o povo em baixo deve contra-atacar com ainda mais militantismo. A crise na zona Euro é profunda, em particular na Irlanda e em Portugal. Prevêem-se problemas para a economia italiana e que a crise em Espanha irá intensificar-se. Em consequência, todos os povos pagarão e portanto não se trata de uma forma de renegociação da dívida que reclamam com trombetas e aos gritos a ND e o SYRIZA.

“Devemos sublinhar a dívida que os grandes grupos, os monopólios, a UE e a OTAN têm para com o povo, assim como os partidos burgueses da ND e do PASOK naturalmente (…) o povo nada deve pagar.

“O POVO DEVE COM AS SUAS PRÓPRIAS MÃOS RETOMAR O QUE ELES LHE DEVEM E QUE LHE PERTENCE".

“Eles têm uma dívida para com o povo por causa da mais-valia que roubam no processo de produção (…)

“Eles devem dinheiro aos trabalhadores do comércio, dos serviços, do setor privado e do público, eles devem dinheiro em salários e em reformas à esmagadora maioria dos trabalhadores assalariados. Eles lhe devem a fortuna enorme que acumularam nos cofres-fortes suíços e alhures. Eles lhe devem o dinheiro desviado dos fundos de segurança social (…)

“Eles devem tudo o que as famílias populares gregas pagaram pela sua educação, sua cobertura e sua prevenção médica, medidas de saúde e de segurança (…) Eles lhe devem enormes somas gastas com todo o dinheiro dispendido em equipamentos militares graças à OTAN e às guerras locais (…)

“Existem potencialidades de desenvolvimento, de produção, com riquezas minerais que temos na nossa posse, que podem ser realizadas de diferentes modos, em quase cada setor da indústria, em cada setor da produção agrícola, no transporte marítimo e na pesca…

“Esta enorme dívida será arrecadada pelo povo só quando ele tomar o poder, quando ele se apropriar dos meios de produção, através da socialização e das cooperativas populares, através da retirada da UE, através do controle dos trabalhadores e do povo na base, com um parlamento do povo contando com representantes eleitos saídos dos lugares de trabalho, organizações de aposentados, dos estudantes e dos alunos dos liceus, com uma planificação nacional que eliminará toda forma de desemprego. O protagonista destes acontecimentos não será o povo num sentido vago mas a frente unida e a aliança dos trabalhadores, dos independentes, dos camponeses, dos estudantes e das mulheres, saída da classe operária e das camadas populares.

“Existe uma força com propostas concretas, com experiência, com um corpo militante coerente sem nenhuma manobra perigosa e oportunista: esta força encontra-se no KKE, na frente popular social das organizações sociais radicais que estão reunidas na aliança do PAME, do PASEVE, do PASY, do OGE, do MAS.

“CENÁRIOS ANTI-POPULARES PREPARAM-SE NOS BASTIDORES; ELES FORAM MESMO POSTOS À PROVA NAS RUAS E NAS PRAÇAS. Aqueles que foram enganados não são os únicos que se encontram nas praças. Os representantes de lobbies de poderosos interesses políticos e econômicos apresentam-se como “indignados” nas praças, assim como representantes de ONGs que servem a interesses particulares, antigos e provavelmente ainda atuais colaboradores da direcção do PASOK – eles se agitam por soluções de modernização e renovação. (…)

“NÃO A UMA ALIANÇA COM UMA VAGA ETIQUETA DE FORÇAS PROGRESSISTAS E DE ESQUERDA, DE MODERNIZADORES E DE RENOVADORES, MAS SIM A UMA ALIANÇA DAS FORÇAS ANTI-CAPITALISTAS, ANTI-IMPERIALISTAS, ANTI-MONOPOLISTAS, UMA ALIANÇA UNIDA NA SUA LUTA CONTRA O PODER DOS MONOPÓLIOS, PELO PODER POPULAR.

“Nem um passo adiante pode ser dado sem uma aliança com o KKE, sem um KKE forte e poderoso”.

*Secretária-geral do Partido Comunista Grego, discurso no encerramento da manifestação de 16 de Junho.

O original encontra-se em solidarite-internationale-pcf.over-blog.net/…

Este artigo encontra-se em http://www.odiario.info/?p=2112

Aprofundando a Estratégia Socialista para o Brasil:


Comitê Central do PCB confirma para novembro a Conferência Política Nacional

Reunido em São Paulo, nos dias 24, 25 e 26 de junho, o Comitê Central do PCB confirmou a realização da Conferência Política Nacional do Partido, nos dias 12 e 13 de novembro deste ano, no Rio de Janeiro, referendando proposta formulada pela Comissão Política Nacional, em 17 de abril passado.

A Conferência, que será precedida por seminários e conferências regionais, envolvendo toda a militância partidária, aprofundará a análise sobre a realidade da luta de classes no mundo, sobretudo no Brasil, e a crise do capitalismo. O objetivo principal é ajustar a tática dos comunistas brasileiros à estratégia socialista definida pelo XIV Congresso, com destaque para a ação política no campo dos movimentos de massas e em outras esferas e espaços de luta, debatendo os caminhos para o avanço da construção da contra-hegemonia revolucionária socialista.

A exemplo do procedimento adotado no XIV Congresso do PCB, a Conferência contará, nos debates, com a participação de convidados, amigos e simpatizantes. Será aberta uma Tribuna de Debates sobre os temas em pauta, em torno das Teses a serem apresentadas pelo Comitê Central.

A Conferência Política é uma instância intermediária entre o Comitê Central e o Congresso Nacional do Partido, reunindo-se entre um e outro Congresso. As Normas à Conferência Nacional serão divulgadas na próxima semana.

PCB – Partido Comunista Brasileiro

CPN – Comissão Política Nacional

28 de junho de 2011

Morreu Paulo Renato


Nota dos editores da página (http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2776:morreu-paulo-renato&catid=36:diversos):

Este texto está circulando na internet, sem menção ao autor e à fonte. Assim mesmo, decidimos divulgá-lo, por concordarmos com as observações.

Queremos chamar a atenção para a unidade entre os tucanos e o governo Dilma nas homenagens ao ex-ministro da Educação de FHC.

Vários ministros compareceram ao enterro, entre os quais Orlando Silva (PCdoB), ex-presidente da UNE na época de Paulo Renato, e que fez a seguinte declaração no evento (veja na foto):

"Paulo Renato pensava o Brasil e tinha um compromisso com o pais".


Morreu Paulo Renato:

Morreu sem retrucar seu título de “Ministro-Rei da Privatização da Educação”.

• Morreu sem explicar as milhares de assinaturas de jornais e revistas do PIG (só as do PIG) para as escolas de São Paulo.

• Morreu sem explicar a compra sem licitação das mais de 200 mil cópias do Windows da Microsoft à qual seu irmão era advogado.

• Morreu sem explicar a “Lei de Mensalidades”, uma medida para salvar as faculdades privadas que estavam com alto índice de inadimplência.

• Morreu sem explicar sua insistente defesa da privatização da Petrobrás.

• Morreu sem explicar a responsabilidade na distribuição de centenas de milhares de livros de conteúdo adulto para crianças em fase de alfabetização ou que orientavam alunos do ensino médio a acessar sites pornográficos.

• Morreu sem explicar suas ligações com o di Gênio do Objetivo onde seu outro irmão era o chefe do setor de audiovisual .

• Morreu sem explicar o sucateamento das escolas técnicas na gestão FHC, da qual foi ministro.

• Morreu sem explicar suas relações com os hermanos de España , o Grupo Santillana (editora Moderna).

• Morreu sem explicar os 8 anos sem reajustes salariais dos professores de universidades federais.

• Morreu sem explicar as milhares de universidades privadas que se expandiram com critérios para lá de discutíveis.

• Morreu sem explicar os contratos suspeitíssimos com a Fundação Carlos Vanzolini e o grupo Positivo, responsáveis pela elaboração e impressão de milhares de atlas com m últiplos Paraguais, cartilhas para professores e alunos cheias de erros conceituais, de português e de digitação.

• Morreu sem explicar sua relação carnal com a Editora Abril e com o grupo COC.

• Morreu sem explicar a mágica de um Conselho Estadual de Educação, dominado por representantes de escolas privadas e de empresas financiadoras das campanhas eleitorais do PSDB.

• Morreu sem explicar como atuava sua empresa de consultoria – a PR Consultoria – que se fingia de morta, mas seu idealizador, Paulo Renato, e seus parceiros estavam vivos até demais.

• Morreu sem explicar as razões do desempenho pífio dos alunos do estado mais rico do país nos exames oficiais de avaliação nacional.

• Morreu sem explicar porque, de repente, mandou cancelar sua “jenial” proposta de dois professores por sala de aula.

O PORTO DE SANTOS AINDA É VERMELHO


Bagrinhos em luta por trabalho

Há cinco meses acampados defronte ao OGMO (Orgão Gestor de Mão de Obra), os trabalhadores avulsos da estiva do porto de Santos, os bagrinhos como são conhecidos, continuam a sua luta pelo registro de 400 trabalhadores da lista de cadastro.

A lei de modernização dos portos do início dos anos 90, disciplinou a forma de contratação dos trabalhadores portuários avulsos, retirando dos sindicatos a prerrogativa da indicação dos trabalhadores que efetuariam o serviço de descarga dos navios atracados. Por ela, as empresas operadoras do porto deveriam criar um órgão gestor de mão de obra, que, anualmente, a partir de uma lista de cadastro fariam o registro dos bagrinhos (que recebem a chamada carteira preta), tendo os registrados a prioridade para a chamada ao trabalho na estiva.

Apesar dos constantes atrasos na carga e descarga das embarcações que se verifica todo ano, há cerca de cinco anos o OGMO não registra os trabalhadores do cadastro. É essa luta pelo registro que mobilizou os bagrinhos com uma capacidade de luta que vem incentivando outros trabalhadores portuários a saírem em luta por suas reivindicações como os do Sindicato de Movimentação de Carga Marítima.

Minimizando as dificuldades próprias de um movimento desse tipo, em que alguns companheiros do acampamento não tem o que levar para casa, a solidariedade de alguns sindicatos da baixada santista, bem como da Unidade Classista e de um sindicato de portuários da Venezuela vem segurando o animo dos bagrinhos.

De início as negociações se deram com a direção do OGMO, que veio arrastando uma conversa de acordo que até agora não saiu. Após três meses desse impasse os bagrinhos conseguiram ampliar a sua forma de luta tendo ocupado a Câmara Municipal de Santos para fazerem o seu protesto e há duas semanas estiveram Brasília lutando por suas reivindicações.

A notícia da última semana de que o descarregamento de açúcar em saca será feito somente em uma faina do porto, preocupa os bagrinhos, pois menos gente será chamada ao trabalho. De acordo com o jovem comunista Lenin Braga, membro da Coordenação de Luta dos Bagrinhos e militante da Unidade Classista, patrões e governo não estão levando a sério a situação dos trabalhadores avulsos e os problemas sociais que ela acarreta. Apesar de tudo, segundo ele, essa limitação na descarga do açúcar em saca deve levar os bagrinhos a ampliar seu arco de ações na luta por trabalho e da solidariedade do conjunto da classe.

27 de junho de 2011

Greve de 48 horas na Grécia: resposta às novas intimidações do governo e da UE


KKE

Depois de uma discussão de três dias no Parlamento o governo recauchutado obteve 3ª. feira 23 de Junho um voto de confiança com os votos dos deputados do PASOK. Ou seja, 155 membros de Parlamento no total de 298 que tomou parte na votação deu um voto de confiança ao governo ao passo 143 votaram contra.

A secretária-geral do CC do KKE, Aleka Papariga, denunciou o dilema intimidante colocado ao povo trabalhador grego pela UE e pelo governo.

"O ultimato da UE, da Eurozona, não é dirigido ao governo grego, o qual já o aceitou há muito, mas sim ao povo grego. Ela diz: baixem suas cabeças: se não concordarem, não obterão a liberação da quinta prestação (dos empréstimos internacionais)".

Aleka Papariga afirmou: "Nós consideramos que o povo grego deve dar o seu próprio ultimato. Isto é a melhor coisa que pode fazer. Não pode haver qualquer negociação favorável na estrutura da UE (União Européia). Há partidos da oposição que defendem essas negociações e as sugerem ao governo. Isto é ou uma chamada solução fácil ou uma posição que ignora o caráter da UE. Eu, ao contrário, direi que isto é uma ignorância deliberada do verdadeiro caráter desta aliança predatória, como nós a chamamos, ainda que isto seja uma frase suave dada a situação atual".

"Assim, o povo grego deve dar o seu próprio ultimato. Podemos anotar o que a UE, o governo do ND e do PASOK, a burguesia grega – todos os seus setores, industriais, proprietários de navios, banqueiros, comerciantes, etc – devem ao povo grego".

Da tribuna do parlamento, a Secretária-Geral do KKE apelou aos trabalhadores para ignorarem os dilemas de intimidação e tomarem parte ativa na luta: "agora que o povo abre os seus olhos, o KKE defende mais intensamente a posição de que o povo deve tomar nas suas próprias mãos a propriedade dos meios de produção bem como os recursos naturais.

As forças com orientação de classe congregadas no PAME apelam a uma greve de 48 horas logo que o governo traga ao Parlamento o novo pacote de medidas anti-populares.

O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/news2011/2011-06-22-info

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/grecia/kke_22jun11.html.

Onde está o bolivariano Julián Conrado?


"Desaparecido, ainda assim Julián Conrado canta e fala"

Pacto de São José 1969

“A República Bolivariana da Venezuela

Como Estado, concordou:

‘Em nenhum caso

o extrangeiro

pode ser expulso

ou devuelto a outro país,

seja ou não de origen,

onde seu direito a vida

ou a liberdade pessoal está em risco

de violação. A causa de raça,

nacionalidade, religião, condição social

ou de suas opiniões políticas.’”

Em 1 de junho, numa operação conjunta das policías venezuelana e colombiana, foi detido ilegalmente na Venezuela, estado de Barinas, o cantor e artista revolucionário colombiano Julián Conrado. Atualmente, é desconhecido se está em curso o “procedimento legal” para sua entrega ao governo da Colombia, país no qual há 7500 (agora mais 2) presos políticos, produto da guerra civil que assola o país irmão há mais de seis décadas, os quais são violados seus direitos humanos e negado o devido processo.

É alarmante que há quase um mês de sua detenção (sequestro - desaparecimento?) e diante das numerosas solicitações internacionais de outorgar ao companheiro Julián Conrado o direito à defesa e o status de refugiado político, não exista informação clara de seu paradeiro assim como nenhum tipo de resposta oficial à respeito, além das declarações de Juan Manuel Santos [presidente da Colombia] e do subsecretário de Estado para Latinoamérica, Arturo Valenzuela, celebrando a futura entrega e a solicitação pública de extradição do governo dos Estados Unidos que resenham diversos meios de desinformação, com o futuro pagamento de dois milhões e meio de dólares a seu carrasco.

Um grupo de comunicadores populares na Venezuela, latinoamericanos e europeus, preocupados pela censura midiática imposta a outra crueldade do terrorismo imperial e frente a falta de mobilização e informação à respeito, decidimos tornar público um material inédito resgatado de nossos arquivos no qual este extraordinário artista nos deleita com o canto e expressa sua profunda e sentida palavra bolivariana, comprometida com os povos em luta. Sirva isso para reiterar nossa indignação e nosso grito de rebeldia frente esta nova infâmia, e ratificar a exigência coletiva de sua liberdade, demonstrando mais uma vez, a gravidade de seu “desaparecimento” forçado, o que significa entregá-lo às garras do império que o exige como presa natural de sua dominação, aumentando assim as inúmeras violações dos Direitos Humanos, do direito público e internacional reforçando a política sistemática imperialista de subjugação dos povos libertários e sua impunidade criminosa.

Onde está o bolivariano Julián Conrado?

Pela Libertação de Julián Conrado

COORDENADORA “QUE NÃO CALE O CANTOR”

Além da tragédia humana


Rio de Janeiro

O trágico acidente que vitimou a noiva do filho de Sérgio Cabral não pode qhttp://www.blogger.com/img/blank.gifue seja noticiado que o governador estava na Bahia, em íntimo convívio, com a direção da construtora que mais fatura no governo federal, estadual e municipal, a Delta Construções. Em 2010, a Delta faturou mais de R$ 750 milhões junto ao governo federal. Clique aqui e conheça a extensa lista de obras públicas da empresa no Rio de Janeiro, onde tem a sua sede.

Trecho de matéria publicada em maio passado pela Veja. Íntegra aqui.

Em reunião com os sócios, no fim de 2009, quando discutia exatamente as razões do litígio, o empresário Fernando Cavendish revelou o que pensa da política e dos políticos brasileiros de maneira geral: “Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘c...’. Pode ter certeza disso!”. E disse mais. Com alguns milhões, seria possível até comprar um senador para conseguir um bom contrato com o governo: “Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na sua mão!”. Subornar pessoas com poder de decisão no governo é crime de corrupção ativa. Todo mundo sabe que isso ocorre a toda hora. Mas ouvir a confirmação da boca de um grande empresário do país, mesmo se for só bravata, é assustador.

Fonte: Além da tragédia humana

Israel reprime e prepara ataque à flotilha 2


Prensa Latina

Cada vez mais isolado, governo de Telaviv amplia ataques a palestinos e endurece contra 1500 pacifistas de todo o mundo, que chegarão a Gaza no final do mês.

Forças militares de Israel irromperam hoje em várias localidades da Cisjordânia ocupada e prenderam residentes palestinos, coincidindo com a aprovação de uma polêmica lei sobre prisioneiros e ameaças contra uma flotilha humanitária. Efetivos do Exército de ocupação e da polícia entraram usando a força em Issawiya, um povoado de Jerusalém Leste, e revistaram moradias palestinas, danificando pertences de seus moradores.

Ativistas palestinos denunciaram que os militares também atacaram duas casas na aldeia Husan, situada ao oeste da cidade cisjordana de Belém, e destruíram o mobiliário.

Outros abusos da polícia israelense foram constatados em distritos da aldeia Al-Shawawra, ao leste de Belém, mas se ignoram os detalhes.

O jornal The Jerusalem Post, por sua vez, informou que militares israelenses prenderam nesta quinta-feira em sua casa de Kfar Surif, ao norte de Hebrón, Samir Qadi, deputado palestino filiado ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza.

Qadi esteve encarcerado em Israel de 2006 a 2009 ao ser preso durante uma onda repressiva e de detenções praticada depois da captura do soldado Gilad Shalit por um comando islamista na fronteira de Gaza.

A detenção de Qadi ocorreu após a aprovação, ontem à noite no parlamento israelense (Knesset), de uma lei que permitirá que os chamados prisioneiros de segurança (termo usado para cidadãos árabes considerados perigosos) sejam devolvidos a prisão sem julgamento prévio.

Dita normativa proposta pelo político Danny Danon, pertencente ao direitista partido Likud (no poder), busca impedir que os presos palestinos retomem algum tipo de atividade política quando forem libertos como parte de uma troca de prisioneiros.

O exército de Israel, por outro lado, recebeu “instruções claras” de impedir qualquer violação de seu bloqueio marítimo a Gaza e elevou a preparação militar e o alerta depois do anúncio de que uma flotilha com ajuda humanitária chegará ao território no final deste mês.

A respeito, as forças navais realizaram ontem exercícios militares para frustrar o acesso à costa da Faixa pela chamada Flotilha da Liberdade 2, em tributo a uma interceptada com brutalidade por Israel em maio de 2010, quando morreram nove pessoas.

O gesto solidário com os palestinos será protagonizado por mais de 1.500 pacifistas de diferentes nacionalidades dispostos a furar o cerco naval e terrestre imposto a Gaza desde junho de 2006 e intensificado um ano depois.

Fonte: http://ponto.outraspalavras.net/2011/06/17/israel-reprime-palestinos-prepara-ataque-a-flotilha/

19 de junho de 2011

OTAN arrasta Portugal na deriva militarista


Namorado Rosa

A OTAN anunciou a decisão de transferir para Portugal o “comando operacional” da Força Marítima de Reacção Rápida ‘StrikforOTAN’, a formidável estrutura agressiva actualmente em acção contra a Líbia. Para além de mais este sinal de servil alinhamento com o imperialismo, ficam por apurar quais as condições e as consequências directas que a anunciada instalação deste “comando operacional” implicam para o nosso país, assunto que o discreto ministro e os distraídos analistas silenciam.

Uma reunião de alto nível da OTAN acontece, com prometidas implicações para o nosso país, contudo as notícias são escassas e disfarçadamente procuram iludir as suas graves consequências. Os políticos e os órgãos de comunicação ao serviço dos partidos burgueses sabem e fazem como de costume. Falar muito acerca de nada, e dizem meia verdade acerca do que realmente importa.

Passado meio ano sobre a cimeira de Lisboa, no quadro de declaradamente mais ambiciosa e agressiva estratégia global, o conselho de ministros da OTAN reuniu dias 8 e 9 de Junho na sede em Bruxelas para decidir sobre reformas na sua estrutura de comando.

A agenda daquele conselho de ministros testemunha a vocação imperial dessa “aliança”. Aí foram avaliadas as situações militares das guerras no Afeganistão, Iraque e Líbia, de que os EUA e seus aliados são promotores e parte; a situação na Coreia e o posicionamento assertivo da China no Mar da China e nas rotas marítimas do Oriente; as relações com a Rússia, a proliferação nuclear e a defesa balística anti-míssil na Europa (“a guerra das estrelas”).

A OTAN procedeu a reforma da sua estrutura de comando estratégico e operacional, tendo em particular anunciado a decisão de transferir para Portugal o “comando operacional” da Força Marítima de Reacção Rápida ‘StrikforOTAN’, até agora sedeado em Nápoles. Este ‘comando operacional’ abarca a Sexta Frota dos Estados Unidos da América e forças navais de outros estados membros. O comando desta Força é assumido pelo próprio comandante da Sexta Frota, e reporta directamente com o Comandante Supremo das Forças Aliadas ‘SACEUR’ em Bruxelas.

A Sexta Frota opera sobre a Europa e África, com os aliados da OTAN e em outras “cooperações estratégicas” que os EUA vão impondo ou cultivando com outros estados. A Sexta Frota fornece o braço naval para os comandos dos EUA para a Europa (EUCOM) e para a África (AFRICOM). A partir do navio almirante Mount Whitney, o seu comandante detém o “comando operacional” da Força Marítima de Reacção Rápida da OTAN.

Constituída por 40 navios, quase duzentos aviões e 20 mil homens, a Sexta Frota dispõe de diversas bases de apoio naval e aéreo no Mar Mediterrâneo – incluindo Rota (Espanha), Souda Bay (Creta, Grécia) Gaeta e Sigonella (Lácio e Sicília, Itália). Tem operado sobretudo no Mediterrâneo e no Golfo da Guiné, e tem intervindo em numerosas acções, de que se destacam a agressão à Jugoslávia em 1999, ao Iraque em 2003, e presentemente à Líbia.

Com efeito, o comandante da Sexta Frota, na qualidade também de comandante da força de intervenção conjunta EUA-OTAN, superintende a operação denominada “Odyssey Dawn” que, desde 31 de Março, vem conduzindo os criminosos e ilegais bombardeamentos sobre a Líbia, muito para além de qualquer interpretação plausível da Resolução 1973 do Conselho de Segurança, que invocava a protecção da população civil, no já declarado propósito de forçar a “mudança de regime” a qualquer preço.

É essa a formidável estrutura agressiva de que se propõe instalar o “comando operacional” em Portugal.

Um governo em gestão, ilegítima e indignamente não só aceitou como até argumentou a favor de tão grave submissão, por intermédio do ministro da Defesa ainda em funções. O que abusa e ofende a consciência e a segurança do povo português, num passo que também viola a letra e o espírito da Constituição da República Portuguesa.

Para além do referido “comando operacional”, a OTAN pretende também transferir para Portugal a Escola de Sistemas de Comunicação e Informações, agora sediada em Roma; e manter em Monsanto o Centro de Lições Aprendidas e Análise Conjunta (‘JALLC’) e encerrar o “comando conjunto” há muito instalado em Oeiras.

Esta posição de indigna sujeição do governo português face ao imperialismo, e a reiterada pretensão de associar o povo português às inumanas e ilegais políticas que a OTAN tem desenvolvido, e que neste preciso momento desenvolve na criminosa agressão contra a vida do povo e a integridade do estado líbios, são um sinal da arrogância imperial e da ignóbil submissão dos partidos da burguesia nacional, que alienam o soberania, os direitos do povo, e os recursos e património do nosso país aos interesses do capital internacional.

E fica ainda por apurar quais as condições e as consequências directas que a anunciada instalação deste “comando operacional” implicam e terão para o nosso país, assunto que o discreto ministro e os distraídos analistas silenciam, até serem dadas como adquiridas como assumido compromisso de estado.

A dissolução da OTAN e de todo e qualquer bloco político-militar, bem como o encerramento de todas as bases e outras instalações militares em solo estrangeiro, têm sido dois objectivos da luta dos povos. São condições inalienáveis para alcançar a Paz no mundo.

12 Junho 2011.

Bibliografia

http://www.newsahead.com/preview/2011/06/08/brussels-8-9-jun-2011-OTAN-defense-ministers-hold-second-meeting-of-2011/index.php

http://en.wikipedia.org/wiki/United_States_Sixth_Fleet

http://united-states-sixth-fleet.co.tv/

http://niqnaq.wordpress.com/2011/03/26/us-were-really-good-at-bringing-al-qaeda-to-power-where-it-suits-us/

http://www.globalsecurity.org/military/ops/odyssey-dawn.htm

Fonte: http://www.odiario.info/?p=2105

“HAPPY BIRTH DAY MISTER PRESIDENT” – CADÊ A “HERANÇA MALDITA” QUE ESTAVA AQUI? A DILMA COMEU. Por Laerte Braga


No momento em que o governo Dilma Roussef começa a privatizar a frota nacional de petroleiros através da empresa SETE BRASIL (noventa por cento do controle acionário ficam com o BRADESCO e o SANTANDER – cliente da consultoria de Palocci) morre em Belo Horizonte o professor Washington Peluso Albino de Souza, talvez o último dos brasileiros, 94 anos de idade, dentre os participantes da luta “O PETRÓLEO É NOSSO”.

Um dos maiores vultos do nosso Direito o professor foi o responsável pela famosa tese mineira do petróleo. Foi também um dos últimos grandes pensadores do Direito e não se alinhava com o entreguismo udenista que fazia coro, àquela época, a entrega do petróleo a empresas estrangeiras.

Que Dilma Roussef tenha telefonado a Fernando Henrique Cardoso para cumprimentá-lo pelo aniversário, nada demais. Um gesto de educação e pronto.

Que Dilma Roussef tenha dito que FHC foi o responsável pela “estabilidade econômica” no Brasil, isso é de envergonhar.

Em 1978 FHC foi candidato a uma vaga no Senado por São Paulo numa sublegenda do antigo MDB. Eram uma vaga em disputa, renovação de um terço da Casa e Franco Montoro, à época também do MDB foi o eleito. Segundo colocado em seu partido, como determinava a lei FHC virou suplente de senador.

Em 1982 Franco Montoro foi eleito governador do estado e FHC assumiu sua vaga no Senado, restavam quatro anos a serem cumpridos do mandato original. Foi reeleito em 1986. Aí eram duas as vagas em disputa, conseguiu a segunda na esteira da extraordinária votação conferida a Mário Covas, já PMDB, algo em torno ou superior a sete milhões de votos.

O projeto FHC começa anos atrás quando o ex-presidente estava exilado no Chile e era custeado pela Mercedes Benz e outras empresas interessadas em negócios na América Latina. A amoralidade de FHC o tornava um quadro perfeito para os interesses dessas empresas. O permanecer como um político de esquerda também, já que os temores das elites econômicas internacionais eram a de eleição de Leonel Brizola para a presidência do Brasil num eventual pleito direto, no retorno à democracia, algo que só iria acontecer em 1989 – a primeira eleição direta desde 1960 – quando Jânio Quadros venceu o marechal Teixeira Lott. Era conveniente o que chamavam de contra ponto de bom senso à esquerda. Mais ou menos esquerda comprável, dócil.

No auge da crise que acabou no impedimento do ex-presidente Collor de Mello essas forças políticas e econômicas, na tentativa de salvar o caçador de marajás, tentaram fazer de FHC ministro plenipotenciário do governo, o próprio Collor, no desespero de não perder o cargo, referiu-se à nomeação como “uma espécie de primeiro-ministro”, mas Covas e outras lideranças tucanas vetaram. FHC nunca perdoou Covas por isso.

Foi Itamar Franco – vice de Collor – quem tirou Fernando Henrique do ostracismo político. Havia feito várias declarações que não tentaria a reeleição para o Senado, não teria como consegui-la (não havia mais puxadores de votos como Montoro e Covas para carregá-lo) e disputaria uma vaga na Câmara dos Deputados.

Primeiro Itamar colocou-o no Ministério das Relações Exteriores e na primeira fraude do então ministro da Fazenda Elizeu Resende, o que delineava uma crise política que poderia ganhar peso e importância maiores, levou FHC para o Ministério da Fazenda. Pedro Malan era o homem de Washington e então presidente do Banco Central.

Um processo semelhante acontecia na Argentina e o eleito pelo chamado Consenso de Washington – a verdade única – era Carlos Menem.

Um alvo direto, os dois maiores países latino-americanos sob o tacão do neoliberalismo.

Nomeado ministro da Fazenda FHC na prática assumiu a condução dos principais negócios do governo e como ele próprio disse aos autores do Plano Real sobre Itamar aceitá-lo ou não, “deixa o Itamar comigo que eu o convenço”.

Itamar até hoje pensa que foi presidente de fato.

O Plano Real ressuscitou FHC, transformou-o em candidato a presidente da República, num acordo com o ex-presidente Itamar Franco. “Agora você, daqui a quatro anos eu de volta”. É célebre a gafe do ex-ministro Ruben Ricúpero ao afirmar na tevê – não sabia que estava no ar -, que o Plano, entre outras coisas, estava sendo usado para vender a candidatura de FHC.

A reeleição foi um golpe de estado branco. Sérgio Motta, ministro das Comunicações e sócio em alguns negócios do presidente, conduziu a compra de deputados, senadores, a concordância da mídia e tratou de afastar os obstáculos a um novo mandato para FHC (o mesmo na Argentina para Menem).

Há um inquérito sobre compra de votos na Procuradoria Geral da República em torno do processo de votação da emenda constitucional que permitiu a reeleição de FHC que está parado até hoje. A compra foi escancarada e muitas vezes em dinheiro vivo está provada nesse inquérito. Só não foi à frente.

Em 1998, ano da reeleição, FHC precisava do apoio do PMDB para derrotar Lula (Brizola foi o candidato a vice na chapa do petista) e Itamar Franco estava disposto a disputar a indicação, como disputou, dentro do seu partido, então PMDB. Feitas as contas a candidatura Itamar de saída levava a eleição para o segundo turno e tornava a vitória de FHC – objetivo do golpe branco – uma incógnita. Tanto poderia disputar um segundo turno com o próprio Itamar, ou com Lula e sem certeza de vitória. Era preciso ter essa certeza.

Houve de tudo na convenção do PMDB para barrar a candidatura Itamar. Ulisses já não mais comandava o partido, morrera e o que era um bloco monolítico em torno daquele notável homem público, havia virado um conglomerado que tanto tinha figuras íntegras como bandidos assim do porte de Íris Resende, antigo donatário da capitania de Goiás e principal articulador da derrubada da candidatura Itamar. Virou ministro de FHC depois.

Íris chegou a contratar – o fato foi noticiado amplamente à época – professores de uma academia de jiu jiutsi em Goiânia e Brasília, para intimidar delegados, coagir delegados e garantir o apoio da quadrilha a FHC.

Conseguiu. FHC foi reeleito com menos de um terço dos votos de todo o eleitorado brasileiro.

O processo de venda do Brasil prosseguiria com velas desfraldadas e a todo vapor.

Naquele momento tornavam-se necessários alguns ajustes do primeiro mandato e todos de caráter impopular, mas a essa altura do campeonato a posse da chave do cofre, da caneta que nomeia, demite, transfere e vende (o que vale dizer, recebe também) estavam asseguradas.

Há um aspecto interessante nesse processo. FHC era presidente até um determinado ponto. A autoridade real era do ministro da Fazenda Pedro Malan, homem de Washington designado para evitar besteiras e assegurar toda a sorte de bandalheiras do governo tucano.

Um exemplo? No primeiro Ministério José Serra – então senador – fora designado ministro do Planejamento. Unha e carne com FHC cometeu o erro de avaliação mais simples em todo o esquema. Entrou em choque com Malan achando que venceria a disputa. Voltou para o Senado.

No período que se seguiu a reeleição o ministro das Comunicações Mendonça de Barros – que havia recolhido fundos para a campanha junto a empresas que receberam de presente via BNDES estatais como a VALE e outras – foi à Espanha a convite da Telefônica Espanhola com despesas pagas e todas as regalias possíveis, na busca de novos negócios para aquela empresa.

Chega ao Brasil, pega o governo em meio a uma crise, a desvalorização do real, bate de frente com Malan, fica esperando a queda do ministro da Fazenda e termina demitido, pois Malan vaza todas as informações envolvendo Mendonça de Barros em episódios de corrupção.

A força de Malan era maior que a de FHC.

E assim foram os oito anos de FHC. O escândalo do SIVAM (que gerou uma chantagem em que o presidente pagou para ficar livre garantindo o Superintendente da Polícia Federal por quatro anos), as propinas no curso das privatizações, a compra constante e permanente de deputados e senadores dispostos a vender seus votos no Congresso Nacional, um amontoado de barbáries que levou-o a tornar-se num dos mais impopulares dentre os presidentes nos últimos tempos – tal e qual Collor e Sarney – fato visível na posse de Lula em primeiro de janeiro de 2003, quando FHC pede ao novo presidente que o permita sair pela porta dos fundos ao invés de descerem juntos a rampa do Planalto, sabedor das vaias que receberia como um político rejeitado e desprezado pelos brasileiros.

Crápula lato senso. Só não está na cadeia porque “isto aqui é Brasil”.

Em meio a tudo isso há uma imensidão de fatos, detalhes que revelam o que foi o período FHC. Um deles é a personalidade do ex-presidente. Se acredita enviado divino, oráculo supremo de tudo e todos e isso muitas vezes levou-o a dizer besteiras, como agora, quando diz que Lula deve ter um problema psicológico em relação a ele.

Escondeu um filho de forma perversa – fora do casamento – (todos os outros políticos que viveram situações semelhantes, até o poderoso ACM tiveram situações semelhantes reveladas publicamente pela mídia, FHC não, pagava mais e o que a mídia queria), enfim, um período a servir de exemplo de como um país não pode e não deve ser governado e como figuras assim não podem e não devem ser presidentes.

Ao assumir o governo Lula através de vários ministros falou em “herança maldita”, um país falido, conduzido segundo os interesses e determinações do FMI, do Banco Mundial e todas as quadrilhas financeiras que operam e controlam os principais negócios do mundo (agora vão controlar a frota petroleira do Brasil). Ou seguia os rumos pré-traçados pelo neoliberalismo ou iríamos viver a mesma situação caótica que viveu a Argentina pós Menem. Um presidente a cada três dias depois da renúncia de De la Rúa.

Em torno dessa herança maldita muitas concessões foram feitas, um preço alto foi pago pelos brasileiros até que se tivesse o mínimo de avanços – políticas sociais principalmente – e na própria economia, sem contar as armações tucanas e da mídia nos oito anos Lula.

Mas sem mudanças significativas, estruturais, decisivas para o futuro do País.

Vai daí que vem Dilma Roussef, produto de Lula, ministra do governo Lula nos dois mandatos e proclama que FHC foi o responsável pela “estabilidade econômica do Brasil”.

E aí? Cadê a “herança maldita” que estava aqui? Dilma comeu.

Há um processo gradual de transformação do PT em partido social democrata, empurrando o PSDB mais ainda para a direita e um modelo de “capitalismo a brasileira” definido pelo secretário geral do PCB Ivan Pinheiro.

Não leram Barbosa Lima Sobrinho na obra que escreveu sobre o milagre japonês.

E há uma burocratização corrupta das cúpulas petistas – caso agora de Palocci –. Isso não faz do PT um partido em estado terminal como força de esquerda, como partido das lutas populares, afinal existe a militância, mas começa a produzir uma lenta agonia que vai levá-lo a essa situação.

Tornou-se o centro da verdade absoluta. Não aceita críticas e rotula os críticos de outros setores de esquerda como “estão fazendo o jogo da direita”. Querem submissão plena e absoluta aos negócios SANTANDER/PALOCCI e dane-se a PETROBRAS.

Dane-se o Brasil.

As manifestações que começam a ocorrer em todos os pontos do País e protagonizadas por várias categorias de trabalhadores não têm cor partidária – por mais que esse ou aquele partido ache que esteja conduzindo essa luta –, pela simples razão que o modelo político e partidário no Brasil está falido. Ou para lembrar Trotsky (não sou trotskista e nunca fui) “o povo está à frente dos dirigentes”.

O institucional como um todo está corroído pelo cupim do neoliberalismo. A corrupção é conseqüência. É intrínseca ao modelo, parte indispensável.

E nem o PT se entende mais. O ex-presidente Lula disse na noite de sexta-feira em Brasília, num evento, que a Internet é um meio revolucionário de comunicação e democrático, fundamental, deve ser popularizado, mas Paulo Bernardo, ministro das empresas de Comunicações, no mesmo dia e no mesmo lugar, disse que se a Internet for popularizada a 35 reais vai haver congestionamento. Ou seja. Lula fala para um lado, Paulo Bernardo fala para outro, as teles vão lucrar com esse negócio da banda larga e o PT bate palmas.

Não se trata de ser livre agora, mas amanhã. Trata-se de perceber a teia desse arremedo de capitalismo chinês que está se montando no Brasil e que na China se sustenta em trabalho escravo, salários de fome, milhões abaixo da linha da pobreza, enquanto partido e elites econômicas, além de forças armadas lógico, vivem os privilégios do tal milagre.

E a reforma agrária? O agronegócio comeu. E a reforma tributária e fiscal? Os ricos não permitem, pois querem que os pobres continuem a pagar os impostos.

E a integração latino-americana? O ministro Anthony Patriot acha que tem que ser pragmático. Pragmatismo é mais ou menos o velho ou dá ou desce. Como a distância a ser caminhada é muito longa, é noite, está escuro...

E muita coisa mais.

Criticar Dilma não significa criticar a primeira presidente mulher. Significa criticar uma presidente que não disse a que veio e quando esboçou falar se enrolou na terceira palavra, além de estar cercada de figuras da pior espécie na política brasileira.

Por que não o povo? Criar canais e mecanismos de participação popular?

A História não deixa nunca de cobrar o seu preço. Vai ter que ser pago.

Não estranhem se José Serra sai por aí dizendo que Dilma está vendendo o Brasil.

Essas cobras são venenosas, imunes a qualquer soro antiofídico e já perceberam que a presidente adora pegar o telefone e dizer “happy birth day mister president”, como Marilyn Monroe disse para Kennedy.

O caso Dilma começa a me trazer à lembrança a frase de Caio Júlio César ao ser assassinado – “até tu Brutus?”

O fim da política (ou “O consenso fraudado da democracia”)


Roberto Numeriano

Uma das principais discussões dos teóricos da Ciência Política brasileira é sobre a qualidade da democracia do país. Como cientista político e agente político, percebo que esta discussão, embora necessária, está cada vez mais subordinada (e seqüestrada) por uma matriz norte-americana, cujos focos de pesquisa e interesses são, no que concerne à democracia brasileira, estreitos em termos político-ideológicos e propriamente políticos. Não me ocupo, a seguir, de uma análise das causas dessa subordinação (um dia, nossos cientistas políticos, tão solenes em falar obviedades a partir de estatísticas eleitorais, talvez consigam olhar o Brasil sem as viseiras teóricas anglo-saxãs). Pretendo, em breves linhas, tratar de algo perigoso e invisível, pois aparentemente natural no cotidiano da política e dos políticos brasileiros: a consagração de uma ideologia de natureza neofascista e o fim da política, efeito direto do enfraquecimento do nosso regime semidemocrático.

A olhos vistos, estão visivelmente desmanchando-se, no Brasil, alguns elementos condicionantes do que podemos chamar de uma institucionalidade política de corte liberal. Esta institucionalidade nunca foi robusta, está / estava apenas em formação, em forma e conteúdo, por meio de institutos e órgãos públicos e privados que lhe davam / dão uma funcionalidade e um perfil. Sua fraqueza acentua-se, entre outras coisas: a) pela judicialização da política; b) pela ausência / desprezo da isonomia na disputa eleitoral (assegurada pelos próprios TSE / STF); c) pelo abusivo poder discricionário da mídia em ignorar candidatos diferenciados, em termos político-ideológicos; e d) pela falta total de vigilância / controle sobre a ação do capital privado (industrial e financeiro, sobretudo) em “apoiar” uma rede de candidatos do capital, cartelizando a disputa em todos os níveis.

Estas causas produzem, a cada eleição, um consenso fraudado da representação política nas casas legislativas do país. Poderíamos, nós comunistas do PCB, até “gostar” desse desmanche, dado que talvez pudesse representar dialeticamente a gestação de algo novo, um conteúdo prenunciando uma nova política. Pensar assim (na perspectiva do “quanto pior, melhor”) seria uma rematada estupidez política. Desse quadro não sairá nada de superior, antitético, para conformar uma síntese. O que vemos é a gestação de um ovo da serpente, tanto mais letal na medida em que os políticos burgueses, lambuzando-se no festim dos milhões de votos desse consenso fraudado, nessa democracia de papel, consagram-se sob as bênçãos do capital, das togas autoritárias e da imprensa vil e venal.

A serpente desse ovo é neofascista. Não necessita da força, da ameaça, da perseguição. Ela simplesmente inocula na vida política das instituições e na mentalidade política dos cidadãos uma visão naturalizada dos embustes da semidemocracia brasileira. E cria até mistificações do tipo “Ficha Limpa”, pois esta (embora uma iniciativa positiva) não vem acompanhada da necessária vigilância e efetivo controle sobre o uso (em geral, sujo, para compra de votos) dos milhões de reais “doados” por essas almas de empresários caridosos, durante as campanhas eleitorais. Quem não sabe que qualquer empresário, na verdade, empresta dinheiro aos candidatos da ordem político-ideológica burguesa, e depois cobra com juros de agiota político (que tal auditar as licitações nas quais concorrem empresas da construção civil que “apóiam” os candidatos com chances fortes de vencer?). No Brasil, ser honesto é favor.

Em Pernambuco, nestas eleições, podemos identificar, como fenômenos particulares daquele enfraquecimento institucional referido, o delineamento de dois projetos sociais, políticos e econômicos antagônicos, como propostas de governo, à esquerda e ao centro. Ainda que, nestes campos ideológicos, haja nuances quanto ao grau de radicalidade das propostas político-sociais de cada grupo / coalizão partidária, para menos ou mais, vemos consolidar-se no Estado, a cada eleição, duas agendas opostas que talvez reflitam a) o estreitamento das margens de intervenção / influência, à esquerda, nos processos político-eleitorais, e b) a hegemonização, pelo centro, desses mesmos processos, provocando ao mesmo tempo aquele estreitamento.

Para efeito de classificação, definimos aqui como esquerda política do Estado os partidos PCB, PSOL e PSTU. E de centro o PT e o PSB, pois ainda que seus estatutos e discurso militante retoricamente aludam ao vocábulo socialista, efetivamente, estas duas agremiações concebem e praticam a política em si e as políticas públicas com arranjos institucionais de centro, à guisa de tentar equilibrar a relação capital-trabalho na gestão estatal – o que apenas decalca a mesma prática e concepção do lulismo, em nível nacional. Não tratamos, aqui, dos partidos de direita e / ou centro-direita pelo fato dessas agremiações não formularem uma agenda político-social na qual seja possível discernir diferenças de fundo com a centro-esquerda amestrada pela classe financeira e industrial que se apropria do Estado na teoria e na prática. Esta é, aliás, a grande desgraça do DEM, PSDB e PPS: prepararam um belo jantar para os convivas estranhos (PT e PSB) degustarem não apenas os pratos, mas também se apropriarem da cozinha, ou seja, do Estado. Olhem com cuidado e tentem encontrar nas agendas político-sociais de ambos os candidatos das coalizões partidárias de centro e de direita concepções de gestão pública, grau de domínio da tecnocracia, grau de intervenção do poder estatal etc, algum fundamento político-ideológico que, em essência, os antagonizem. Quanto ao PV, não sabemos ainda o que é ideologicamente, ainda que seu discurso também se incline para uma concepção político-ideológica de centro. A rigor, o PV, hoje, podia estar tanto coligado com o PT quanto com o PSDB.

Na judicialização da política (e no seu oposto antitético, ou seja, a politização do Judiciário), vemos a falência das instituições cujo papel é manter / aprimorar os sistemas de controle e fiscalização em nome dos princípios republicanos. Nos últimos anos, a influência do Executivo sobre o Poder Judiciário institucionalizou uma relação de promiscuidade – e aqui incluímos o PT e o PSDB, na mesma medida, pois o fenômeno não começou nas gestões de Lula. O candidato Serra teria ligado para o ministro Gilmar Mendes? Os ministros do STF abençoados pelo PT votam com independência?

A ausência / desprezo da isonomia na disputa eleitoral (assegurada pelos próprios TSE / STF) e o abusivo poder discricionário da mídia em ignorar candidatos diferenciados, em termos político-ideológicos, são outros graves sinais do neofascismo. Como se concebe que uma lei regulamente e permita, pela mídia, tratamento desigual para iguais? Ou não devem ser considerados iguais, na disputa, os candidatos inscritos para concorrer? Afinal, qualquer candidato ao Executivo exercerá seu mandato no início da nova legislatura. Já imaginaram a situação, conforme essa lei autoritária, de o PCB eleger 40 deputados federais ou 10 senadores e os seus candidatos aos governos estaduais e à presidência da República não terem tido espaço nos debates das TVs? Não é absurdo, ainda, uma TV privada, que opera mediante concessão pública do sinal, decidir se convida ou não determinados candidatos majoritários? O PT e o PSDB, que se acusam sobre o tema do cerceamento da liberdade de imprensa e de expressão, sequer tocam nesta questão. É claro que o PT, caso fora do poder e submetido a esta situação, estaria vociferando e pregando “fora, Presidente”, como nos velhos tempos.

Por último, a falta total de vigilância / controle sobre a ação do capital privado (industrial e financeiro, sobretudo) em “apoiar” uma rede de candidatos do capital, cartelizando a disputa em todos os níveis, é outro sinal da falência do processo político-eleitoral. No dia 3 de outubro haverá uma derrame de dezenas de milhões de reais, país afora, no tradicional mercado da compra e venda de votos. Muitos “fichas limpas”, por meio dos seus cabos (bandidos) eleitorais, estarão distribuindo desde 5 a 50 reais pelo voto, sobretudo nas periferias miseráveis das capitais e grandes cidades. Centenas de candidatos serão eleitos neste vergonhoso mercado. As burras cheias pelos Caixas 2 vão se abrir generosamente para dar corpo ao consenso fraudado. O PT e o PSDB querem realmente uma reforma política que crie, por exemplo, o financiamento público e fiscalizado das campanhas? Em dezesseis anos de poder sempre postergaram, em interesse próprio, essa necessidade.

A campanha político-eleitoral de 2010 sedimentou, na forma e no conteúdo, uma institucionalidade política conformada pelo poder do capital privado, que perverte o instituto da representação parlamentar, mesmo nos limites da ideologia política liberal. Não somos adeptos do profetismo político, mas desse quadro de promiscuidade ideológica, corrupção eleitoral e falência das instituições não deverá sair uma democracia robusta. Sobretudo porque, como a história nos ensina, a direita brasileira não suporta viver muito tempo na oposição. O problema, contudo, reside no fato de que o PT, no exercício do poder, não difere em essência dessa mesma direita “social-democrata”, em termos de concepção de Estado e modelo de governança.

O que se conformar na política de Pernambuco estará essencialmente relacionado com o quadro nacional. Caberá à única oposição político-ideológica no Estado, ou seja, aos partidos de esquerda, diagnosticar a situação e formular uma agenda de lutas junto aos movimentos sociais e populares, sobretudo, mas não exclusivamente. Os desafios são gigantescos para poucos militantes e pequenas estruturas. Mas, se resistimos até agora, porque não podemos começar a construir, desde já?

Roberto Numeriano é membro do Comitê Central do PCB e dirigente estadual.

SOLIDARIEDADE COM O PCB – PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO


Queridos camaradas do Partido Comunista Brasileiro:

Com muita indignação estamos conhecendo a representação da CONIB contra o Partido Comunista Brasileiro.

Isso é resultado da consequente atividade do PCB junto aos trabalhadores brasileiros, assim como o firme internacionalismo que executa, nas fileiras do movimento comunista, em solidariedade com as causas justas dos povos, entre eles, o da Palestina.

Nossos partidos comunistas, surgidos nas fileiras da Internacional Comunista, contaram desde seus primeiros anos com a ampla participação de homens e mulheres de todas as nacionalidades, de mestiços, de indígenas, de judeus, ou seja, de humanos de todas as raças e línguas, tendo em comum o fato de serem proletários.

O movimento comunista, o mais internacionalista na história das lutas, muito se nutriu de combatentes revolucionários de origem judia.

Os grupos reacionários, sem importar sua nacionalidade, sempre tiveram por base o racismo, e são o instrumento para lançar campanhas anticomunistas.

Esta entidade, CONIB, certamente está a serviço do sionismo, dos interesses mais reacionários de grupos do capital monopolista e do estado terrorista de Israel.

Expressamos ao Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro, assim como ao conjunto de sua militância, nossa plena solidariedade e nossa disposição de mobilizarmos o quanto seja necessário.

¡Proletários de todos os países, uni-vos!

Pável Blanco Cabrera

Primeiro Secretário

Diego Torres

Secretário de Relações Internacionais.

Partido Comunista de México

Comité Central

comunista@prodigy.net.mx

www.comunistas-mexicanos.org

18 de junho de 2011

É necessária uma luta popular organizada

É necessária uma luta popular organizada

imagemCrédito: KKE


KKE

"A grande maioria dos trabalhadores, de todas as pessoas, deve declarar isto ao poder do capital: Não acreditamos em nada do que dizeis. Nós nos mobilizamos para travar pequenas e grandes batalhas e finalmente a guerra", sublinhou Alexa Papariga, dentre outras coisas, no seu discurso pronunciado no quadro de uma dinâmica mobilização de massa do KKE na noite de 25 de Maio na cidade de Larissa.

A secretária-geral do Comité Central do Partido sublinhou que hoje são necessárias lutas populares e operárias mais dinâmicas e melhor organizadas, assim como é preciso alcançar pequenas e grandes vitórias. Mas deve ser claro que devemos conduzir uma luta que levará ao derrube do poder dos monopólios.

Anteriormente, numa entrevista à estação de rádio "Real FM", Aleka Papariga, respondendo a uma pergunta referente às tentativas a partir de 25 de Maio, em várias cidades gregas, de lançar mobilizações organizadas como aquelas que ocorrem em Espanha, observou:

"Nós, devido à nossa natureza como partido, encaramos sempre com simpatia – e digo-o com toda a sinceridade – as tentativas populares de encontrar um meio de se exprimir. O espontâneo existe sempre e desenvolve-se sobretudo quando existe simultaneamente uma actividade política consciente – o espontâneo nunca opera no vazio".

"Por outro lado, somos muito prudentes quanto ao facto. Certas explosões sem organização, sem enraizamento nos locais de trabalho, nas indústrias, quer nas privadas quer nas públicas, não têm nenhuma direcção política fundamental. Tememos que não seja senão uma explosão, uma moda que vai passar. Não é algo negativo que jovens, à procura de um meio para se exprimirem, adquiram experiência. Ela será certamente uma experiência. Não adoptamos uma posição hostil a seu respeito. Mas isso deixa-me a impressão de que certos inimigos jurados do movimento apresentam isso como algo de ideal e de importante em oposição à greve. Isto é um erro. Uma das formas de luta, não a única, pela qual o trabalhador pode demonstrar a sua força, é a greve; pois ele deve ultrapassar o seu medo do patrão. É muito mais fácil reunirem-se nas praças das grandes cidades".

Além disso, num comentário publicado pelo jornal Rizospastis, do KKE, a secretária-geral observou: "Quem tem um interesse particular num movimento com orientações 'não-partidárias', quando o adversário dispõe de partidos com uma linha e uma estratégia políticas específicas, nas quais as diversas fracções do capital identificam seu interesse particular?

Sem querer subestimar as intenções de numerosas pessoas que protestam contra a degradação contínua das suas condições de vida, é mais que certo que mobilizações que procuram libertar um sentimento de frustração são muito mais fáceis de manipular e muito mais fáceis de "desinchar". A publicidade recebida pela iniciativa de ontem (24 de Maio) constitui uma exploração do espírito de resistência, que o sistema político burguês, numa demonstração de força, coloca contra a luta de classe. Deste modo, ele pode intervir para salvar-se, num momento em que a cólera popular aumenta perigosamente e as condições de uma radicalização estão em vias de serem cridas.

O movimento tem uma experiência de tais aventuras, quando dos diversos "fóruns", em Génova, etc. Ele tem igualmente uma experiência de mobilizações via Internet, tais como aquelas organizadas após os incêndios florestais de 2007 e quatro anos mais tarde, continuando o trabalho da direita, o governo liquida o que resta da terra, do mar e do ar.

Devemos abordar estas pessoas do povo, que se mobilizaram espontaneamente a fim de que elas se alinhem conscientemente na luta de classe. O PAME já o fez, com uma resposta positiva. O inimigo tem uma estratégia, uma organização e um nome. O movimento popular deve fazer a mesma coisa para ganhar a guerra que foi declarada contra si".

Convém recordar que o PAME efectuou sábado 28 de Maio manifestações em numerosas cidades gregas. A declaração comum do PAME, do PASEVE, do PASY, do MAS e do OGE afirma que: "No quadro do desenvolvimento capitalista, não pode haver futuro nem perspectivas favoráveis ao povo. Os sacrifícios, a que eles apelam que façamos, não terão fim. Não tendes a responsabilidade da crise capitalista. A dívida e o déficit pertencem à plutocracia. Não a reconheçam. Não ao consentimento, nenhum sacrifício; a plutocracia deve pagar pela crise".

 
PC de Argentina: CELAC – nova ferramenta para as propostas de libertação de Nossa América

PC de Argentina: CELAC – nova ferramenta para as propostas de libertação de Nossa América

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Tribuna Popular – PCV – 10/06/2001

BUENOS AIRES, 8 JUN. 2011, TRIBUNA POPULAR TP/Editorial de Nossa Proposta, em 9 de junho de 2011.

No ano passado, em Cancún, o Grupo del Río acordou a criação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe, CELAC, composta por trinta e dois países, com deliberada exclusão dos Estados Unidos, Canadá e Espanha, com o objetivo de se contrapor à influência norte-americana.

Em abril, foram aprovados o documento estrutural e os estatutos do organismo regional que delinearão políticas de segurança alimentar, saúde, educação, tecnologia e esportes. Em 5 de julho, em Caracas, Venezuela, data do bicentenário da Independência da República Bolivariana da Venezuela, se instalará a Comunidade com a aprovação da Carta de Direitos Sociais, além de um fundo para erradicar a pobreza.

Esta unificação das distintas instâncias do acordo regional evidencia ainda mais, se possível, o curso declinante da Organização dos Estados Americanos, como bem disse Raúl Castro, fruto da Guerra Fria, e de suas doutrinas obsoletas, atuantes como ministério das colônias dos Estados Unidos.

Por essa razão, o Presidente cubano assegurou que Cuba não regressará jamais à OEA, e sim, se agregará ao CELAC.

Por isto merece destaque a firme posição do Equador ao tratar do reingresso de Honduras à OEA. Seu presidente, Correa, se manteve fiel ao princípio de que os acordos sobre o assunto, não deveriam ter se sobreposto às sanções aos golpistas e ao regime por eles instaurado, pelos crimes e violações dos direitos humanos ao reprimir os protestos populares. É neste contexto contraditório que o povo hondurenho enfrenta agora uma nova etapa de sua luta, uma resistência sangrenta de oposição à oligarquia e aos políticos golpistas.

De igual maneira, o povo venezuelano se levantou para repudiar a qualificação de “auxiliares do terrorismo”, dada pelo Pentágono, já que a empresa venezuelana PDVSA retomou o direito de promover projetos e relações com o Irã, sócio-petroleiro, sem consultar o departamento de Estado que, gananciosamente, quer os poços de gás, petróleo e água doce, oitava maior reserva do planeta.

Por estas razões tão valiosas, os povos venezuelano e latino-americanos merecem, como explica o Partido Comunista da Venezuela, o fim da política de entrega de prisioneiros e de toda a colaboração com países imperialistas e seus lacaios, neste caso, o presidente colombiano Santos.

É preciso acrescentar que o Peru vem se distanciando do eixo preparado pelos Estados Unidos na zona andina com o triunfo de Ollanta Humala, seguindo assim, avanços e retrocessos, pressões e fatos alentadores, do mesmo modo como acontece em nossos países.

Hoje, com importantes avanços nas políticas anti-neoliberais, as circunstâncias clamam a necessidade de compreender que, na presente situação, onde a cultura política se fortalece e se planejam novas aspirações, o sucesso não será alcançado com governos um pouco melhores que os anteriores e nem com melhorias nas situações econômico-sociais. Para isso, é preciso ter programas, forças políticas sólidas e democráticas, de caráter libertador, que possam realizar mudanças reais.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza
Bem-vindo ao mundo violento do Sr. Hopey Changey

Bem-vindo ao mundo violento do Sr. Hopey Changey

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John Pilger

Quando a Grã-Bretanha perdeu o controle do Egipto, em 1956, o primeiro-ministro Anthony Eden disse que queria ver o presidente nacionalista Gamal Abdel Nasser "destruído... assassinado... Não me importa nada se houver anarquia e caos no Egipto". Aqueles árabes insolentes, incitou Winston Churchill em 1951, deveriam ser lançados "na sarjeta da qual nunca deveriam ter saído".

A linguagem do colonialismo pode ter modificado; o espírito e a hipocrisia mantêm-se inalterados. Uma nova fase imperial está a desdobrar-se em resposta directa ao levantamento árabe que começou em Janeiro e chocou Washington e a Europa, provocando um pânico estilo Eden.

A perda do tirano egípcio, Mubarak, foi dolorosa, embora não irreparável; uma contra-revolução apoiada pelos EUA está a caminho quando o regime militar no Cairo é seduzido com novos subornos e mudança do poder da rua para grupos políticos que não iniciaram a revolução. O objectivo do ocidente, como sempre, é travar a democracia autêntica e recuperar o controle.

A Líbia é a oportunidade imediata. O ataque da OTAN contra a Líbia, depois de o Conselho de Segurança da ONU conceder mandato para uma falsa "zona de interdição de voo" para "proteger civis", tem uma semelhança gritante com a destruição final da Iugoslávia em 1999. Não havia cobertura da ONU para o bombardeamento da Sérvia e o "resgate" do Kosovo, ainda que a propaganda repita isso.

Tal como Slobodan Milosevic, Muammar Kadafi é um "novo Hitler", a tramar "genocídio" contra o seu povo. Não há evidência disto, tal como não havia genocídio no Kosovo. Na Líbia, há uma guerra civil tribal; e o levantamento armado contra Kadafi foi há muito apropriado pelos americanos, franceses e britânicos; seu aviões atacam residências em Tripoli com mísseis revestido de urânio e o submarino HMS Triumph dispara mísseis Tomahawk, uma repetição do "pavor e choque" no Iraque que deixou milhares de civis mortos e aleijados. Como no Iraque, as vítimas, as quais incluem incontáveis conscritos do exército líbio que foram incinerados, não são povo para a mídia.

No Leste "rebelde", a intimidação e matança de imigrantes negros africanos não é notícia. Em 22 de Maio, uma peça rara no Washington Post descrevia a repressão, a ilegalidade e os esquadrões da morte nas "zonas libertadas" assim como a visitante Catherine Ashton, chefe da política externa da UE, declarava ter encontrado só "grandes aspirações" e "qualidades de liderança".

Demonstrando tais qualidades, Mustafa Abdel Jalil, o "líder rebelde" e antigo ministro da Justiça de Kadafi até Fevereiro, prometia: "Nossos amigos... terão a melhor oportunidade em futuros contratos com a Líbia". A região Leste possui a maior parte do petróleo da Líbia, as maiores reservas da África. Em Março os rebeldes, com orientação de peritos estrangeiros, "transferiram" para Benghazi o Banco Central Líbio, uma instituição integralmente do Estado. Isto é sem precedentes.

Enquanto isso, os EUA e a UE "congelaram" quase US$100 mil milhões em fundos líbios, "a maior soma alguma vez já bloqueada", segundo declarações oficiais. É o maior roubo bancário da história.

A elite francesa é entusiástica quanto a ladrões e bombardeamentos. O desígnio imperial de Nicholas Sarkozy é de uma União Mediterrânea (UM) dominada pela França, a qual lhe permitiria retornar às suas antigas colónias no Norte de África e lucrar com investimento privilegiado e trabalho barato. Kadafi descreveu o plano de Sarkozy como "um insulto" que estava a "tratar-nos como loucos". O governo Merkel em Berlim concordou, temendo que o seu antigo inimigo reduzisse a Alemanha na UE, e absteve-se na votação sobre a Líbia no Conselho de Segurança.

Tal como o ataque à Iugoslávia e a farsa do julgamento de Milosevic, o Tribunal Penal Internacional está a ser utilizado pelos EUA, França e Grã-Bretanha para processar Kadafi, enquanto as suas reiteradas ofertas de um cessar-fogo são ignoradas. Kadafi é um Mau Árabe.

O governo de David Cameron e os seus prolixos generais de topo querem eliminar este Mau Árabe, assim como a administração Obama matou recentemente um Mau Árabe famoso. O príncipe coroado do Bahrain, por outro lado, é um Bom Árabe. Em 19 de Maio foi calorosamente saudado na Grã-Bretanha por Cameron com uma foto nos degraus da Downing Street 10. Em Março, este mesmo príncipe coroado chacinou manifestantes desarmados e permitiu que forças sauditas esmagassem o movimento pela democracia no seu país.

A administração Obama concedeu um prémio à Arábia Saudita, um dos mais repressivos regimes da terra, com um acordo de US$60 mil milhões para armamentos, o maior da história dos EUA. Os sauditas têm a maior parte do petróleo. Eles são os Melhores Árabes.

O assalto à Líbia, um crime sob os padrões de Nuremberg, é a 46ª "intervenção" militar britânica no Médio Oriente desde 1945. Tal como seus parceiros imperiais, o objectivo britânico é controlar o petróleo da África. Cameron não é Anthony Eden, mas quase. A mesma escola. Os mesmos valores. No pacote feito pela mídia, as palavras colonialismo e imperialismo já não são usadas, de modo que os cínicos e crédulos podem celebrar a violência do estado na sua forma mais palatável.

E tal como o Sr. Mudancinha Esperançosinha ("Mr. Hopey Changey" foi a alcunha que Ted Rall, o grande cartoonista americano, atribuiu a Barack Obama), é bajulado pela elite britânica e lança mais uma insuportável campanha presidencial, o reino anglo-americano de terror prossegue no Afeganistão e alhures, com o assassínio de pessoas por aviões sem piloto – uma inovação EUA/Israel, abraçada por Obama.

Para registo, numa contagem de miséria imposta, desde julgamentos e prisões secretas até a perseguição de quem revela segredos, a criminalização de dissidentes e o encarceramento e empobrecimento do seu próprio povo, principalmente negros, Obama é tão mau quanto George W. Bush.

Os palestinos entendem tudo isto. Como os seus jovens enfrentam corajosamente a violência do racismo sangrento de Israel, carregando as chaves dos lares roubados aos seus avós, eles não são sequer incluídos na lista feita pelo Sr. Mudancinha Esperançosinha dos povos no Médio Oriente cuja libertação retarda-se desde há muito. O que os oprimidos precisam, disse ele em 19 de Maio, é uma dose de "interesses da América [que] são essenciais para eles". Ele insulta a todos nós.


Fonte: http://resistir.info/pilger/pilger_26mai11.html
O PCPE EXIGE A LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE SEUS MILITANTES DETIDOS EM ASTÚRIAS

O PCPE EXIGE A LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE SEUS MILITANTES DETIDOS EM ASTÚRIAS

imagemCrédito: PCPE


Espanha

O PCPE - PARTIDO COMUNISTA DOS POVOS DA ESPANHA EXIGE A LIBERTAÇÃO IMEDIATA DE SEUS MILITANTES DETIDOS EM ASTÚRIAS

JOSÉ IVAN FERNÁNDEZ, MEMBRO DO COMITÊ CENTRAL, E VANESA GARCÍA RODRÍGUEZ FORAM DETIDOS NESTA TARDE PELA BRIGADA POLÍTICO-SOCIAL NA SEDE DO PARTIDO EM CANDÁS

Na tarde desta terça-feira, dia 14 de junho, apresentaram-se vários policiais à paisana na nova sede do PCPE em Candás. Esses policiais, sem qualquer explicação, levaram detidos Vanesa García Rodríguez e José Iván Fernández, sendo este último membro do Comitê Central do PCPE.

Ao estilo da brigada político-social da ditadura anterior, um numeroso grupo de policiais secretos se posicionou em dois carros, procuraram os dois membros do Partido e os levaram presos, sem nenhuma explicação, e sem que pudessem sequer informar uma outra pessoa que, no momento, também se encontrava no local.

Esta atuação policial vem a ser a maior expressão da coerção que os corpos da polícia desenvolvem contra a atividade política do PCPE e de seus militantes. Responde a uma intenção política de tratar de impedir a atividade política do Partido, que confronta diretamente com os interesses da ditadura do capital, a oligarquia e os aparatos do estado que os protegem. Esta ação, além disso, se realizar num momento em que o governo da social-democracia impulsiona a nova reforma trabalhista que trata de liquidar os direitos da negociação coletiva e que quer colocar a classe trabalhadora aos pés dos patrões.

Nenhuma coerção, por mais violenta que seja, impedirá a continuação da atividade política do PCPE ao lado da classe trabalhadora na luta pelo socialismo e o comunismo. Qualquer ataque a esta situação não faz mais que crescer a moral de luta do Partido e sua determinação de enfrentar estas ações com o apoio do povo e da classe.

O PCPE exige a liberdade imediata de seus dois membros, sem prejuízos de nenhum tipo.

O PCPE denuncia a atuação das forças policiais da ditadura do capital, atuação que – mais uma vez – revela o caráter de classe do estado e de seus aparatos de repressão.

LIBERDADE IMEDIATA PARA VANESA E IVÁN!

PELO FIM DA REPRESSÂO AO COMUNISMO!

Terça-feira, 14 de junho de 2011

Fonte: http://pcpe.es/
Riachuelo: A Celebração da Barbárie

Riachuelo: A Celebração da Barbárie

imagemCrédito: PCB


Mário Maestri*

Em 11 de junho de 1865, às margens do arroio Riachuelo, afluente do rio Paraguai, na província argentina de Corrientes, esquadra paraguaia fracassava na mal organizada surpresa à divisão naval imperial, que pretendia abordar e conquistar, para com ela formar marinha de guerra para o país mediterrâneo. O fracasso da surpresa dificilmente mudou a conclusão inevitável da batalha do Riachuelo. Ou seja, a derrota dos navios mercantes paraguaios, armados para a ocasião, pelos navios de guerra da marinha imperial, então a mais poderosa da América ao Sul. A bem da verdade, o Paraguai possuía um e apenas um buque de guerra – o Tacuary. O combate naval ocorreu quando os governos imperial e argentino mitrista consideravam ainda que o confronto terminaria em poucos meses. Eles seriam apresentados como de tamanha transcendência que passaram a registrar a data magna da marinha de guerra do Brasil.

No primário e no ginásio, meus cadernos escolares traziam habitualmente gravuras do quadro “Combate naval do Riachuelo”, de Victor Meirelles, com mais de 32 m2, concluído imediatamente após o conflito, em 1872, por encomenda do Império, para a glorificação do confronto. O quadro tem como centro Barroso, na proa da nau capitânia, saudando a vitória, sobre os destroços dos barcos e corpos paraguaios. Nossos professores lembravam sempre a frase célebre do almirante cunhada para a ocasião: “O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.” Décadas mais tarde, investigando a Revolta dos Marinheiros Negros de 1910, aprendi que muitos marujos que suportavam as mais pesadas tarefas dos navios de guerra imperiais eram trabalhadores negros escravizados!

Já nos primeiros momentos da República, os positivistas ortodoxos realizaram ampla e corajosa campanha contra a celebração de guerra imperialista que levara à literal destruição da pequena nação vizinha e do amplo campesinato proprietário e arrendatário que conformara sua singularidade. Viam apenas barbarismo na galvanização das “paixões belicosas” populares para a celebração da violência predadora das grandes nações contra as pequenas, onde deveriam ter imperado a fraternidade e o altruísmo entre os povos, sobretudo americanos.

Entre os positivistas comtianos a se levantar contra aquelas celebrações encontrava-se o futuro almirante Américo Brazilio Silvado, filho do comandante de mesmo nome, morto em 1866 no comando do encouraçado Rio de Janeiro, torpedeado no rio Paraguai. No seu combate de princípios, não perdoava o “pseudo rei-filósofo”, o Estado imperial e as classes dominantes do Brasil de então, por levarem o país a uma guerra de hegemonia e de conquistas que ceifou talvez cem mil brasileiros e esmagou o pequeno Paraguai. Exigia que esses fatos tristes fossem apagados como data referencial da marinha republicana que tanto amava.

No dia 9 passado, foi celebrada sessão solene no Congresso para festejar o transcurso do 146 aniversário da Batalha do Riachuelo, por requisição de deputados petista e, acredite quem quiser, do PC do B, partido que abandona assim a consigna gloriosa que já levou em sua bandeira – “Proletários de todo o mundo (inclusive paraguaios, uruguaios, argentinos e brasileiros) uni-vos!” – pelos vivas espúrios à guerra e à morte, se delas resultam interesses para as classes dominantes nacionais.

Que não haja perdão para eles, pois sabem muito bem o que fazem!

Perfil
*Mário Maestri, 62 anos, historiador, é professor do Curso e do PPGH da UPF. Escreveu, entre outros, Cisnes negros: uma história da Revolta da Chibata. São Paulo: Moderna, 2000

Fonte: http://www.onacional.com.br/colunistas/mario-maestri/post_id:2150

Democracia polaca para a África e Oriente Médio

imagemCrédito: PCB


Manlio Dinucci

Primeiramente surpreendido pelas revoluções que derrubaram ditadores aliados árabes no Egito e na Tunísia, Washington tem-se adaptado rapidamente. Agora o lema é aproveitar o final da ditadura para impor a desregulamentação econômica, ou seja, abrir o caminho para uma outra forma de exploração desses países. Assim como a CIA utilizou os activistas sérvios para lançar as revoluções de cor, agora usa os activistas polacos para a transição econômica.

Agora livres de Mubarak e Ben Ali, que modelo de transição democrática deveriam adoptar a Tunísia e o Egipto? Para Obama é sem dúvida o modelo polaco. O presidente dos EUA afirmou em Varsóvia a 28 de Maio 2008 que a Polonia efectuou «um percurso para a liberdade que inspirou numerosas pessoas não só neste continente mas em outros lugares». Lista assim o mérito que Varsóvia detém. Antes de mais, assinala-se o facto de que «os EUA e a Polónia desenvolveram uma parceria de defesa excepcional, com as raízes duradouras da aliança OTAN».

De forma a fortalecer ainda mais esta aliança, o presidente Obama e o seu homólogo, Komorowski, anunciaram o destacamento de um contingente da U.S. Air Force na Polónia, consistindo em caças-bombardeiros F-16, ao lado daqueles que os EUA já venderam à Polónia. Será igualmente construida uma base balística para o «escudo anti-míssil». Entretanto, o Pentágono já enviou mísseis Patriot. Foi igualmente feita uma grande parceria entre forças especiais dos dois países e no treinamento comum das suas tropas (2.600 homens) que a Polónia tem no Afeganistão sob comando dos EUA. Anuncia-se também um acordo posterior que «reduzirá grandemente as barreiras do comércio de armas», permitindo assim a importação de armamento dos EUA por parte da Polônia, aumentando assim a sua dívida.

Compreende-se assim o entusiasmo de Obama no modelo polaco com esta declaração : «Queremos encorajar as nações do Médio-Oriente e África do Norte que lutam pela transição democrática, especialmente na Tunísia e no Egipto, a beneficiarem-se do exemplo polaco».

Este encorajamento não é apenas verbal. Em Varsóvia, os dois presidentes encontraram-se com «activistas polacos para a democracia» que tinham acabado de voltar de uma «visita bem sucedida» à Tunísia, conduzida pelo ex-presidente Walesa (prémio Nobel da paz). Tendo em vista os resultados, decidiram enviar para a Tunísia «outros especialistas em transição para colaborar com o novo governo».

Obama também apreciou muito o facto de que, na Líbia, activistas polacos colaboram com Benghazi para uma «transição política» do país, ou seja, para a queda do actual governo de Tripoli. Obra esta inspirada por Washington.

Elisabeth Sherwood-Randall, influente conselheira de Obama, precisou que «instituições democráticas nos EUA, entre as quais o NED [1],já estão a apoiar os esforços polacos nos movimentos árabes para a democracia».

O papel destas «instituições democráticas», dirigidas e financiadas pela CIA, bem como outras agências federais, é claramente descrito pelo próprio NED quando afirma que o seu trabalho em Benghazi é facilitado por «importantes personalidades líbias que já tinham participado de seus cursos lecionados em Marrocos e EUA».

O dinheiro não falta para estas actividades. O Banco europeu para a reconstrução e o desenvolvimento (BERD), depois de ter desmantelado e privatizado propriedades públicas da Polônia e de outros países do leste, vai até ao Egipto e Tunísia oferecendo 5 mil milhões de dólares em troca de «reformas adequadas», que abririam as portas às multinacionais e bases militares estrangeiras. Esta é a nova cruzada na qual se encontram na frente de batalha os polacos, orgulhosos de levar a insígnia de um F-16 fundado pelo dólar.

[1] « La NED, vitrine légale de la CIA », Thierry Meyssan, Réseau Voltaire.

16 de junho de 2011

OU A CÂMARA APURA OU OS VEREADORES SÃO CÚMPLICES – PARA QUE VOTAR NESSES CARAS? Por Laerte Braga



Há dias, numa palestra, me perguntaram sobre se eu não achava que o Senado deveria acabar. Se pensarmos bem é uma casa que abriga José Sarney, Clésio Andrade, Aécio Neves, abrigou José Serra, ACM e outros dejetos mais.

No duro mesmo desnecessárias são câmaras municipais. É só olhar a relação custo benefício. A de Juiz de Fora por exemplo. Quatro, cinco vereadores no máximo com noção de responsabilidade de dever, princípios éticos de bom procedimento em relação ao dinheiro público e o resto num jogo de me engana que eu gosto muito bem remunerado e cúmplice de situações lesivas aos interesses da cidade dos cidadãos.

Por que não substituí-las por conselhos populares? Está em discussão a reforma política é uma chance de nos livrarmos desse tumor. Representação de conselhos comunitários, sindicatos, movimentos populares, com certeza os resultados seriam bem melhores e a participação popular impediria desmandos como o do atual governo do que chamam prefeito, o tal Custódio Matos.

A construção do aterro sanitário de Dias Tavares começou a ser urdida no governo Bejani. Negócio de propina de primeiro mundo, todas as irregularidades possíveis no que diz respeito ao problema ambiental, corrupção em âmbito estadual, licenças compradas a preço de ouro e um custo/propina que é transferido ao cidadão comum.

A máfia que opera o negócio é a QUEIROZ GALVÃO envolvida em vários processos por corrupção, fraudes, etc, em todo o País.

Um cochilo da Justiça – vá lá que seja cochilo – permitiu esse dano irreparável ao ambiente.

A Queiroz Galvão, hoje, despeja em Juiz de Fora o lixo das cidades de Ubá, Barbacena, e Santos Dumont. Opera aqui com o nome de VITAL ENGENHARIA e espera a ligação da MG 353 à BR 040, cruzando as cabeceiras da Represa Doutor João Penido para que centenas de caminhões de lixo de outras cidades passem por ali. Só o lixo da cidade de Ubá corresponde a 50 toneladas/lixo dia. É jogado aqui.

A ação continua a correr na Justiça, mas e daí? Justiça no Brasil é um amontoado de papéis e clips, carimbos, etc, que quando decisão houver, sem houver, seremos a cidade lixo do Brasil.

E os vereadores?

Têm, constitucionalmente, o dever de fiscalizar os atos da Prefeitura. Trocam esse dever, a maioria, por favores que possibilitem suas respectivas reeleições.

Se perguntados sobre o assunto, tirando os quatro ou cinco que têm noção do papel que cumprem, o resto não tem a menor idéia do que seja o mandato de vereador, de atribuições, responsabilidades, etc.

Há um crime sem tamanho sendo cometido contra a cidade pela empresa QUEIROZ GALVÃO através de sua subsidiária a VITAL ENGENHARIA, conta com a cumplicidade dos órgãos ambientais do estado de Minas (devidamente propinados) e com a participação do ex-prefeito Carlos Alberto Bejani e do atual prefeito Custódio Matos “nos lucros da empresa”.

A fatura cai sobre cada um dos habitantes da cidade.

Cá entre nós, vereador para que?

Para ficar correndo de um lado para outro, fingir que está ocupado, dar a impressão que trata dos interesses da cidade e seus habitantes quando, na verdade, fazem da Câmara um grande “negócio” e onde se eternizam – muitos deles – numa troca vergonhosa de favores, benefícios, etc, cujo custo sempre recai sobre a população?

Um monte de assessores trombando pelos corredores e também sem noção alguma do que vão assessorar exceto afirmar que sua excelência não pode receber porque está em reunião importante.

Que reunião importante?

É necessário começar a partir de sindicatos, conselhos comunitários, movimento popular, a discussão sobre o fim das câmaras municipais e sua substituição por representação da sociedade civil organizada e não há nenhum absurdo nisso. Países ditos do primeiro mundo têm essa estrutura para formar o legislativo municipal.

Democrática, mais barata e acima de tudo mais produtiva, a partir da constatação pura e simples que o cidadão comum passa a ser parte importante do processo político para além daquele demagogia de um prefeito invisível como Custódio de menino pobre que lutou com dificuldades, etc, etc, mas constrói uma bela mansão em Búzios.

Ou aqui mesmo na cidade.

Que permite que a cidade seja destruída por uma das mais perigosas máfias brasileiras, a QUEIROZ GALVÃO. Que se associa a um primor de intelectual a secretária Suely Reis (tráfico de drogas e sexo explícito em lugar público passou a ser manifestação cultural).

É comum a história do sujeito que assaltado vai recuando, recuando, o assaltante tem uma faca apontada para ele, até que de tanto recuar esbarra numa parede e não tem mais como fugir da faca. Ou se sujeita e entrega o que tem, correndo ainda o risco da facada, ou se insurge e enfrenta o bandido.

É a opção do juizforano. Ou aceita essa bandalheira toda que permeia o poder público municipal, ou vai à luta e afasta de cena as quadrilhas que tomam a cidade de assalto.

Na Itália, domingo, o povo italiano disse não ao mafioso e pedófilo Sílvio Berlusconi. Lembrei-me da Itália, pois quando da chamada “Operação Mãos Limpas”, que tentou livrar executivo, legislativo e judiciário de organizações criminosas, as grandes máfias lavavam o dinheiro do crime através de empreiteiras e empresas que “cuidavam” do lixo das cidades.

A QUEIROZ GALVÃO é máfia. A VITAL ENGENHARIA é subsidiária da máfia. Parte integrante. O prefeito é cúmplice, e os vereadores se não apurarem o assunto através de Comissão de Inquérito passam a ser culpados desse desmando.

De cidade pólo de uma região, estamos virando depósito do lixo das cidades vizinhas, tudo na calada da noite, como convém a criminosos.

Mas não perguntem nada a secretária Suely Reis do contrário ela pode achar que isso é progresso, receber o lixo das cidades vizinhas. Nem ao secretário Vítor Valverde, pois pode queimar no golpe e aumentar a cota de multas de cada guarda municipal, instituição da qual é comandante em chefe, general da banda.