26 de junho de 2012

Manifesto de Abertura da Convenção Municipal do PCB - Juiz de Fora

Mesa: Camaradas Beto, Laerte e Kaizim
Camaradas, Companheiras e Companheiros, Amigas e Amigos.

O Partido Comunista Brasileiro - PCB - é parte da História do Brasil desde a segunda década do século passado.

Fundado em Niterói, em 25 de março de 1922, ao longo de muitos anos foi o instrumento de resistência e luta dos trabalhadores brasileiros, abrigando em seus quadros figuras do porte de Luís Carlos Prestes, Jorge Amado, Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Monteiro Lobato, Gregório Bezerra e outros de igual quilate.

As crises e dificuldades provocadas ao longo desses 90 anos de vida não nos afetaram na convicção marxista-leninista e tampouco calaram o Partido.

Aqui mesmo em Juiz de Fora fomos presença viva. Em 1946, antes do ato arbitrário do governo Dutra que colocou na ilegalidade o Partido, elegemos o operário da construção civil e secretário geral do Partido, Lindolfo Hill para a Câmara Municipal e na legenda do antigo PSB, o professor Irineu Guimarães.

As marcas de postes ao longo da rua Batista de Oliveira, por muitos anos também, guardaram as balas da repressão contra as primeiras greves de trabalhadores na cidade e no País.

Vamos propor e discutir com a cidade, com os cidadãos, o ideal de uma CIDADE CAMARADA.

A que se constrói na participação popular, tanto quanto, buscar informar, formar e conscientizar da importância da cidade, nossa realidade imediata.

Construir o Poder Popular significa instituir a democracia participativa direta, de forma a que os trabalhadores e as comunidades proletárias possam experimentar mecanismos de participação e decisão política, através dos Conselhos Populares. Trata-se de um longo percurso, no qual os trabalhadores devem ir construindo no interior da velha ordem os elementos constitutivos e organizativos da futura ordem socialista. As lutas populares no âmbito do poder local colocam, cada vez mais, na ordem dia o protagonismo dos trabalhadores e das massas populares, que buscam criar meios institucionais para que seus interesses e necessidades sejam defendidos com independência e autonomia, não se prendendo aos limites da atual ordem institucional, mas inovando e criando novas formas de poder político, no sentido da democracia direta.

Vamos pensar Juiz de Fora, vamos mostrar a realidade brutal dos dias atuais em relação às nossas cidades. O perverso processo político, econômico e social imposto pelo capitalismo globalitarizado (globalizado pela força das armas) e buscar, em cada canto, na medida das nossas possibilidades e até impossibilidades, levar o ideal e a convicção do PCB - o PARTIDÃO - que um outro mundo é possível, que a resistência é fundamental e que a luta nos dias hoje é de sobrevivência da própria espécie, como vimos agora, aqui mesmo próximo de nossa cidade, na RIO + 20, na CÚPULA DOS POVOS e assistimos na resistência do povo paraguaio a um golpe de estado.

Não é possível humanizar o capitalismo, ele é cruel por sua própria natureza e não vai cair de podre.

Lutamos por uma nova ordem social e reafirmamos ser o marxismo a nova concepção de conhecimento, a nova concepção de história, a nova concepção política, a concepção de homens e mulheres inquietos que poderão construir uma sociedade viável, nunca perfeita, porque perfeição é ideal a procurar sempre. 

Estabeleçamos solidariedade, fraternidade e todos participando do trabalho social, da criação de riquezas sociais, com pertencimento de todos do produto final.

Não somos um partido eleitoreiro. Somos um partido revolucionário.

Sabemos perfeitamente que o sistema eleitoral burguês privilegia os partidos da ordem, com regras que tendem a restringir ao máximo o acesso dos partidos comprometidos com a classe trabalhadora à mídia, ao financiamento da campanha eleitoral e, portanto, à própria conquista de mandatos parlamentares.

Hoje, nos reunimos com o compromisso histórico de cumprir nossas tarefas de comunistas e apontar nossos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador.

É o PCB de pé, consciente de suas responsabilidades, consciente de seu papel em nossa Juiz de Fora e com a certeza que seremos capazes de cumpri-lo com sobras, pois ao revolucionário não falta nem a coragem, nem a determinação e muito menos o ideal, a chama que nos impele na busca do socialismo.

Sejam bem vindos.  
Laerte Braga sai candidato pelo PCB - Tribuna de Minas

Laerte Braga sai candidato pelo PCB - Tribuna de Minas

Eleições 2012

26 de Junho de 2012 - 21:46

Por Tribuna de Minas

Laerte: "oportunidade de  conscientizar população
Laerte: "oportunidade de conscientizar população'
Um projeto de conscientização, sem grandes ambições eleitorais. Com este pensamento, o braço juiz-forano do PCB lançou uma chapa pura para as eleições majoritárias deste ano. O jornalista Laerte Braga, 68 anos, será o candidato a prefeito do Partidão no pleito que acontece no próximo dia 7 de outubro. O professor Rubens Ragone foi o indicado como vice-prefeito na composição comunista. A legenda também figurará na corrida por uma das 19 cadeiras da Câmara, com a confirmação da candidatura do servidor público Luiz Carlos Torres (Kaizim). Os nomes foram anunciados durante convenção realizada nesta terça-feira (26)à noite, na sede do Sindicato dos Professores (Sinpro), no Centro.

"O PCB não é um partido eleitoreiro. É revolucionário. Temos conhecimento de todos os obstáculos que são enfrentados na cidade, no país e no mundo. Por isso, neste momento, o partido se volta para o processo eleitoral que é visto como uma oportunidade de informar e conscientizar a população da cidade, que é a realidade imediata de todo cidadão, de que o socialismo é a única alternativa para acabar com a barbárie instaurada pelo sistema capitalista", afirma o candidato a prefeito.

Quinto nome confirmado na disputa pela Prefeitura, Laerte deve ser a última novidade do processo eleitoral que já tem a presença confirmada do prefeito Custódio Mattos (PSDB, candidato à reeleição), do deputado estadual Bruno Siqueira (PMDB) e das professoras Margarida Salomão (PT) e Victória Mello (PSTU). Em seu histórico político, o candidato a prefeito pelo PCB destacou a disputa por uma vaga no Legislativo da cidade na década de 60, quando acabou terminando como suplente, e a militância constante em movimentos populares.

Fonte: http://www.tribunademinas.com.br/eleic-es-2012/laerte-braga-sai-candidato-pelo-pcb-1.1114634

14 de junho de 2012

A CIDADE

O pensador Guy Debord, em um dos clássicos do pensamento contemporâneo – A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, pag. 116, Ed. Contraponto, 2ª. Impressão, RJ) afirma textualmente que “a história universal nasceu nas cidades e atingiu a maioridade no momento da vitória decisiva da cidade sobre o campo”. E mais à frente afirma que “mas se a história da cidade é a história da liberdade, ela também foi a da tirania da administração estatal , que controla o campo e a própria cidade. Até agora a cidade só pode ser o terreno de batalha da liberdade histórica, e não o lugar em que essa liberdade se realizou. A cidade é o espaço da história que é ao mesmo tempo concentração do poder social, que torna possível a empreitada histórica, e consciência do passado”

O Estado capitalista tem a percepção completa dessa realidade.

As transformações ocorridas desde o fim do bipolarismo (União Soviética versus Estados Unidos) ao contrário das previsões não trouxeram nem paz e nem significou o fim de dilemas vividos pelo ser humano. A fome, as desigualdades, os cuidados devidos para com a saúde pública, a educação, pelo contrário.

A natureza perversa do capitalismo acirrou a competição, aprofundou as desigualdades, aumentou a fome, sucateou a saúde e a educação públicas, direitos fundamentais dos povos.

O que vemos hoje? O poder da cidade em mãos que submetem a realidade imediata de cada um aos interesses de um todo maior, totalitário, cruel e que por seus muitos braços (a repressão, a mídia) cria o espetáculo como forma de alienar e domesticar sentimentos e vontades de uma sociedade justa, onde as os seres humanos possam viver, conviver em bases dignas e humanas.

A cidade privatizada nos seus setores essenciais.

Vejamos o caso de Juiz de Fora. O abandono pelo atual governo dos programas sociais voltados para a criança, a população idosa, a população de rua, traz uma conseqüência imediata – o aumento da violência.

O fenômeno social das drogas é uma realidade presente em quase todos os cantos da cidade. Se existem políticas tímidas de combate ao tráfico de drogas, inexistem políticas públicas voltadas para a recuperação da imensa legião de viciados.

A Organização Mundial de Saúde afirma que a partir de 2020 a depressão será a segunda maior causa mortis em todo o mundo, atrás apenas das doenças cárdio vasculares.

O resgate da cidade como fator fundamental da história dos povos na construção de nações é decisivo.

Isso só acontecerá com o poder popular.

Com os trabalhadores decidindo cada passo e construindo a cidade nos moldes da liberdade plena da participação popular.

Não existe liberdade se a cidade pertencer a grupos políticos ou econômicos.

O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO pensa a cidade como a primeira realidade de cada um de nós e por isso mesmo enxerga a cidade como camarada.

Educação e saúde públicas que são deveres Estados com níveis de boa qualidade e comum a todos. Transportes coletivos acessíveis a trabalhadores, planejamento urbano que faça da cidade um centro de paz, de convivência harmoniosa, preservação do meio-ambiente, enfim, A CIDADE CAMARADA é a cidade de todos e todos através da participação popular.

É a alternativa que os comunistas do PCB propõem como debate para as eleições municipais deste ano.

Sem preocupações eleitorais ou eleitoreiras, até porque um partido revolucionário, o PCB quer o debate. A participação.

Quer que a cidade retome seu princípio, o ponto de partida da história universal.

E a cidade camarada é sua. A sua cidade. A cidade de todos.

ELEIÇÕES E DEMOCRACIA


O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRA (PCB) não enxerga eleições como o ápice do processo democrático. Nós comunistas entendemos que dentro do mundo capitalista as eleições são instrumentos para o debate, a discussão e a conscientização da classe trabalhadora. Hoje se torna difícil, com os nuances do capitalismo, cingir a classe trabalhadora como em anos passados – operários e camponeses.

Trabalhadores são professores, são médicos de um serviço de saúde pública sucateado, são profissionais das mais diversas áreas que o jargão oficial chama de classe média, na presunção que a posse de um automóvel, de um apartamento ou casa apertados, possa ser o símbolo da realização pessoal.

Não.

O governo da Espanha vai receber 100 bilhões de euros para sanear os bancos em dificuldades. Governos em países democráticos têm sido assim, têm procedido assim. A Espanha é um exemplo, a Grécia e outro. A classe trabalhadora cada vez mais sem direitos legítimos e a chamada classe média em franco processo de extinção.

Se as cidades são a nossa realidade imediata é nas cidades que esse debate deve acontecer nas ocasiões propícias com maior dimensão e em todos os momentos para que possamos nos libertar desse círculo vicioso de exploradores e explorados. Os privilegiados que se beneficiam do “progresso” e os que são postos à margem, mas que ao vender sua força de trabalho ao capital, constroem esse “progresso”.

Só é progresso aquilo que é comum a todos e decidido por todos. Participação popular é o caminho desse progresso.

As eleições costumam trazer embutidas o clima passional forjado pelos que dominam – mídia, bancos e empresas que financiam campanha, latifúndio em seus interesses sórdidos. O que parece disputa ou crítica a idéias, a programas vira um amontoado de ataques pessoais. Quem os faz, via de regra, ou está subordinado aos interesses da classe dominante, ou na expectativa de um cargo qualquer num futuro governo. A passionalidade é apenas a forma estreita de enxergar o processo.

O PCB vai para as eleições municipais de Juiz de Fora e em muitas outras cidades com a preocupação de promover o debate das questões que dizem respeito à cidade e aos seus habitantes.

Saúde pública, educação, transportes coletivos, lazer, urbanização, saneamento básico, todo o leque de problemas que afeta a cada um dos habitantes da cidade, na perspectiva de construir uma sólida organização popular capaz de participar ativamente do processo político.

Com isso, enfrentamos mídia conservadora e privada – financiada pela classe dominante –, o caráter meramente eleitoreiro da grande maioria dos partidos e relegamos a História a um plano secundário. Não existe futuro sem história e não se constrói uma cidade camarada, para todos e com todos, sem que todos participem para além do voto no dia da eleição.

Democracia é definida de forma clássica como “o governo do povo, pelo povo e para o povo”.

O que o PCB quer é que seja o governo do povo, a partir das decisões pelo povo e voltado para o povo. Muito mais que um voto de quatro em quatro anos, num sistema viciado, em que as elites definem a vontade popular através da mídia, das notícias forjadas, ou dos fatos que ocultam, enquanto criam fantasmas em torno daqueles que ameaçam esse poder.

A crise do capitalismo diz respeito à cidade, a cada cidade, a cada habitante do planeta. Como num jogo de dominó, onde uma peça cai e leva outras, É o que estamos assistindo. Crise em países e suas cidades na União Européia, crise nos EUA que a mídia esconde, crise rondando os países da América Latina que se submetem a essa ordem econômica perversa e cruel e a cada uma das cidades, pois são as cidades que formam a nação.


Uma análise sobre o trabalho das câmaras municipais, sobre os governos que tem se sucedido, uma constatação pura e simples – o povo, o eleitor, o trabalhador, é mero peão nesse jogo.

O propósito do PCB e seus candidatos é debater, discutir, conscientizar e organizar para que possamos enfrentar os desafios do presente e do futuro, do contrário, com certeza, não teremos no futuro nada além de momentos sombrios e de trevas.

É só escutar a História. Conhecer a História. Entender a História.

Não nos movem ódios que transmitem interesses pessoais. Não somos financiados por grupos econômicos.

Participação popular plena é a nossa meta principal. Não estamos atrás de alianças de interesses que convergem para esse jogo político que se mostra corrupto. Não compramos votos.

Não lutamos em torno de nomes, mas de princípios e compromissos com o marxismo-lenismo.

Somos o PCB com 90 anos de história de um partido revolucionário.