24 de junho de 2013

INSCRIÇÃO PARA O 2º MÓDULO DO CURSO DE FORMAÇÃO MARXISTA.

INSCRIÇÃO PARA O 2º MÓDULO DO CURSO DE FORMAÇÃO MARXISTA.

2º MÓDULO DO CURSO DE FORMAÇÃO MARXISTA - MATERIALISMO DIALÉTICO E MATERIALISMO HISTÓRICO


13 de junho de 2013

Saudades da ditadura

Saudades da ditadura


O Olhar Comunista dessa quinta comenta a reação organizada dos grandes veículos de comunicação às manifestações contra os aumentos de passagens de ônibus, e a linha que acordaram entre si para pressionar o poder público a usar de mais violência policial contra os manifestantes.

Não bastasse toda a incoerência editorial (na Turquia ocorrem “manifestações”, aqui “vandalismo”) e a utilização de seus office boys mais escroques e repugnantes, exemplos de Arnaldo Jabor e Augusto Nunes, a burguesia encastelada no controle dos grandes veículos (Folha, Estadão, Globo, Veja) saiu em uníssono a solicitar das PMs o uso maior da violência contra as manifestações. No caso paulistano o descalabro é tal que os dois principais jornais escreveram editorial chantageando o governador (PSDB) e o prefeito (PT).

A saudade da ditadura salta aos olhos dos leitores mais atentos, deixando claro o caráter de classe de tais veículos de comunicação. Aliás, a Comissão Nacional da Verdade bem que deveria ressaltar a participação destes “gorilas civis” na instauração da ditadura...

Caso a violência policial resulte na morte de manifestantes, esses saudosos da ditadura escreverão “viva!” em seus editoriais?

Pobreza e fome nas Canárias: situação desesperadora

imagem

Publicado por Unidad y Resistencia.
Terça-feira, 11 de junho de 2013
A fome se estende pelas Canárias. A situação da imensa maioria dos mais de 2,1 milhões de canárias e canários volta a ser desesperadora após cinco anos de crise. Os dados são chocantes:
  • 385.600 desempregados, 34,27% da população ativa. Somente 749.000 trabalhadoras e trabalhadores do Arquipélago possuem algum tipo de emprego, porém com salários mais baixos de todo o Estado espanhol. 13% das pessoas com emprego também estão abaixo da linha de pobreza. A taxa de desemprego juvenil é de 70,3%
  • 33,8% da população canária (726.000 pessoas) vive abaixo da linha de pobreza, estando na exclusão social ou a ponto de cair nela. 38,2% das meninas e meninos canários são pobres.
  • Umas 118.000 famílias canárias têm todos os seus membros desempregados e 26.000 famílias não possuem nenhuma renda. Mais de 474.000 lares, 60% do total dos 780.000 lares canários, não têm capacidade para pagar impostos.
  • 500.000 canárias e canários têm que apelar anualmente para a beneficência pública. O número de pessoas que tem de recorrer ao auxílio de organizações de caridade para pedir comida é multiplicado por cinco.
  • Enquanto existem mais de 70.000 habitações vazias, somente em 2012 foram executadas 1.848 expulsões, 5 famílias a cada dia. Padecemos uma média de 32 mortes anuais de pessoas sem teto. Mais de 1.000 canárias e canários pernoitam nas ruas.
  • A deterioração da saúde pública, a redução de medicamentos e recursos hospitalares e o aumento galopante das listas de espera estão provocando uma ampliação no número de mortes evitáveis, que os responsáveis políticos se negam a quantificar.
  • Cresce o número de crianças que chegam sem comer aos colégios. Reduz-se o número de professores, mas aumentam os trâmites burocráticos exigidos aos trabalhadores da educação.
  • O crescimento das taxas universitárias obriga milhares dos melhores jovens canários a deixarem os estudos.
Assim, a desigualdade social cresce sem parar: menos de 1% da população concentra 80% da riqueza. 8% do Produto Interno Bruto (PIB) das Ilhas está nas mãos de tão somente 21 famílias.
E o pior de tudo: permanecemos como um povo desarticulado, sem tecido social e desarmados sindical e politicamente.
Fonte: http://www.unidadyresistencia.net/2013/06/pobreza-y-hambre-en-canarias-situacion.html
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

12 de junho de 2013

Reportagem detalha uso de crianças em torturas na ditadura militar (vídeo)

imagem

O repórter Luiz Carlos Azenha entrevistou vítimas do regime militar para contar uma história que ainda não foi totalmente revelada. Veja no especial As Crianças e A Tortura.

Assista o vídeo:

(Neo)Desenvolvimentismo ou luta de classes?

imagem
VIOMUNDO


Maria Orlanda Pinassi, em Caros Amigos, sugestão do professor Caio Toledo

Às vésperas de completar 25 anos no Brasil, o neoliberalismo vem sendo o mote de importantes análises e balanços acerca do seu desempenho no país, sobretudo por estudiosos do campo da crítica marxista.

De modo breve, o processo neoliberal é apresentado em dois momentos distintos e complementares ao mesmo tempo. O primeiro marcou os anos do governo de FHC através das privatizações de empresas públicas, da desnacionalização da economia, da desindustrialização, da reprimarização da produção interna (produção e exportação de commodities) e da integração da burguesia brasileira ao imperativo capital transnacionalizado.

O momento seguinte enseja o chamado neodesenvolvimentismo, processo que caracteriza os governos Lula e Dilma. Sem romper com a lógica neoliberal, o “modelo” sugere formas neokeynesianas, de modo a administrar os estragos causados pelo neoliberalismo das gestões anteriores.

Segundo consta, o Estado procuraria, então, recompor sua função (de “alívio”) social –- através da criação de empregos (quase sempre precários e temporários), políticas de recuperação do salário mínimo e redistribuição de renda (Bolsas Família, Escola, Desemprego etc.) –, enquanto a economia se renacionalizaria por meio de financiamentos do BNDES à reindustrialização pautada na substituição de importações.

Argumentos fortemente questionáveis visto que as empresas públicas privatizadas hoje são fortemente controladas por capitais externos (vide Vale), numa lógica em que a economia transnacionalizada do sistema reconduz o Brasil ao papel produtor de bens primários para exportação.

É desse modo subalternizado que, pelas mãos do neoliberalismo, o capitalismo brasileiro vem apresentando alguns dos melhores desempenhos econômicos do sistema. O capital, em processo de crise generalizada, tem pouco a lamentar e muito a comemorar por aqui: veja-se a estratosférica lucratividade bancária e o enorme crescimento da indústria da construção civil. Mais impressionante ainda é o desempenho da mineração, do agronegócio, do setor energético e dos números que apontam para o grande aumento de áreas agricultáveis (1) , de florestas, de rios e outras tantas de proteção ambiental, invadidas e destruídas por pasto, monocultivo de cana, de soja, de celulose, de laranja, por extração mineral, por barragens.

Com razão, é unânime a condenação que se faz da hegemonia do capital financeiro sob o neoliberalismo tendo em vista as consequências sociais nefastas que provoca. Estranhamente, porém, a solução que alguns estudiosos do tema encontram para esse “impasse” vem da Economia Política e não de Marx.

Ressaltam os avanços das políticas sociais dos governos petistas, mas, acometidos de uma espécie de “síndrome de Proudhon”, ouvem o sino tocar sem saber onde ele se encontra. Procuram-no num revival antidialético e romântico do Estado de Bem Estar Social, do predomínio da indústria fordista, com suas formas mais “humanizadas” de extração da mais-valia relativa. Saudades de algo que jamais existiu por aqui.
Para além dessas boas intenções, o neoliberalismo, desde suas primeiras aparições já nos anos de 1990, compõe a processualidade de uma mesma dinâmica de expansão e acumulação de riquezas baseada na superexploração do trabalho. Só que desta vez sem os entraves que as políticas keynesianas originais de controle das crises cíclicas certamente apresentariam à lógica de uma atuação absolutamente intolerante a qualquer limite.

Isso quer dizer que a década de 1990, apesar de ter registrado um desempenho econômico pior do que nos anos 1980, não foi perdida, como pensam, nem de estagnação para o capital. Durante esses anos, o neoliberalismo pôs em prática seu fundamento mais importante, aqui e em todo o mundo capitalista: interrompeu o avanço da classe trabalhadora.

A reestruturação produtiva implantada destruiu empregos e a estabilidade (onde ela existia), criou o desemprego estrutural, disseminou a precarização –- algo bastante familiar ao mundo do trabalho no Brasil — e começou a desmantelar cada um dos direitos trabalhistas conquistados pela classe trabalhadora desde Getúlio. Se o momento FHC criou as condições da miséria, sem, contudo, destruir completamente a classe, o momento seguinte lograria ainda maior sucesso nesta investida, criando e reproduzindo o miserável.

FHC ainda combatia a objetividade da classe trabalhadora, seus sindicatos e os movimentos sociais. Os governos de conciliação de Lula e Dilma mantiveram a política de fragilização da classe trabalhadora e investiram sobre a subjetividade do trabalhador.

Numa obra magistral de engenharia política, não mais o reconhecem como antípoda do capital. Tratam sindicatos e movimentos populares como parceiros e ainda são pródigos na concessão de direitos para as chamadas “minorias”, os direitos de cidadania que vão fortalecer a democracia formal.

Inegável o avanço da Lei Maria da Penha, dos direitos ampliados dos negros, dos índios e dos homossexuais. O problema é a individualização desideologizada do tratamento, devidamente orientado pelo Banco Mundial, de controle social do miserável. (2)

Caminho livre para a lógica da produção destrutiva e nele não há solução jurídica capaz de conter o extermínio de comunidades indígenas, as expropriações sem fim das terras quilombolas, de pequenos produtores e trabalhadores rurais sem terra –- acampados ou assentados –, não há solução possível para as remoções de levas imensas de moradores de comunidades urbanas, muito menos para conter a superexploração de mulheres e crianças ou a disseminação do trabalho escravo no campo e nas cidades. (3)
Para os segmentos atingidos, a criminalização e os rigores da repressão policial. Ou seja, a mais perfeita democracia hoje realizada pelo mundo do capital é a sua absoluta “tolerância” com qualquer forma de extração do sobre-trabalho: pode ser mais valia relativa, pode ser mais valia absoluta.

Vistos dessa ótica, os tempos são inegavelmente difíceis, tornando urgente a tomada de decisão: ou jogamos mais água no moinho satânico ou buscamos caminhos mais autênticos. Ou somos apologetas ou críticos radicais.

Florestan Fernandes foi categórico a respeito: “[...] defendo toda carga possível da saturação-limite dos papéis intelectuais dos sociólogos — não como servos do poder, porém agentes do conhecimento e da transformação do mundo”.

Sem meias palavras, define muito claramente sua opção pela sociologia concreta baseada no “horizonte cultural socialista em sua plenitude revolucionária”. (4)

Não poderia dispor, portanto, de melhor companhia para dizer que não pretendo encontrar soluções para estabilizar o capital; não pretendo dar contribuição para torná-lo mais funcional; nem venho propor algum tipo de pacto social com frações da burguesia supostamente lesadas pelo imperativo capital financeiro.

O ponto de vista que defendo está  ideologicamente comprometido com as necessidades mais legítimas dos indivíduos que compõem a classe trabalhadora, cujo desafio maior da atualidade é conseguir transpor as misérias materiais e ideológicas e reassumir, através da luta, a condição diuturnamente vilipendiada de sujeito da história.

Um primeiro passo deveria ser dado por suas organizações –- ou o que sobrou delas –- no sentido de compreenderem, definitivamente, que o agir revolucionário precisa aprender a se “virar” sem o canto de sereia das instituições mediadoras da ordem.


Notas:

1. Há quem diga que, no Brasil, não há mais latifúndios improdutivos, então, para que Reforma Agrária? Não temos espaço suficiente aqui para demostrarmos quão questionável é essa “ideia”.

2. Ver a respeito o Projeto de Lei PPA 2012/2015 (2011) através do qual a gestão da presidenta Dilma Rousseff se propõe a enfrentar e dar visibilidade através dos programas que englobam o Plano Brasil sem Miséria.

3. Ao contrário, tudo tende a se agravar com a revisão do Código Florestal, da Mineração, da demarcação das terras indígenas.

4. Florestan Fernandes. A natureza sociológica da sociologia. São Paulo, Editora Ática, 1980 (p. 32)
Pela estatização do transporte público de massas

Pela estatização do transporte público de massas


O Olhar Comunista desta quarta destaca o alastramento de manifestações contra o aumento das passagens de ônibus pelo país. Solução é estatizar todo o sistema, sob controle popular.

Não é à toa que as manifestações de Norte a Sul ocorrem quase ao mesmo tempo: em jogada para controlar o índice de inflação, o Palácio do Planalto submeteu às prefeituras ao seu desejo de que os aumentos ocorressem apenas em meados do ano. Foi atendido. Os agentes da Abin que monitoram os manifestantes nas redes sociais, como já foi noticiado na imprensa, podem informar à presidenta que a "culpa" desta "articulação nacional", portanto, é dela mesma..

A repressão, entretanto, não se limita ao setor de inteligência. Na ponta "operacional", a covardia e extrema violência policial é regra - seja em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, etc. Até mesmo delegado de polícia no rio de janeiro deu declarações à TV de que manifestantes presos não continuariam na delegacia pois a PM não conseguia identificar quem tinha feito o que. Enfim, qualquer transeunte, mesmo aqueles que não participam das manifestações, é vítima do tripé boçal: gás de pimenta, cassetete e camburão. Como asno não entende a linguagem humana, não tente argumentar com a PM nessas situações. Apenas "prepare o lombo".

Parêntesis: alguém ainda se espanta com o fato de tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, representantes da base governista do PT (Fernando Haddad, Sergio Cabral e Eduardo Paes) avalizarem o uso da força?

E por que lutam os manifestantes? Por um serviço de qualidade e contra os preços absurdos que garantem apenas lucratividade aos empresários do setor, uma verdadeira máfia. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, o aumento percentual da passagem nos últimos 8 anos ficou em 458,3% (de R$ 0,60 em 2004 a R$ 2,75 em 2012), quase o dobro do aumento do salário mínimo (260% - de R$ 260 para R$ 678 no mesmo período).

Por essas e outras é necessário estatizar todo o setor de transporte público no país (nos trens e metrôs o serviço também é péssimo com tarifas ainda mais elevadas, uma aberração já que se tratam dos verdadeiros transportes de massa).
Data marcada para a maior privatização na história do Brasil

Data marcada para a maior privatização na história do Brasil


O Olhar Comunista dessa terça comenta declaração do diretor da ANP Helder Queiroz de que a data para o leilão do pré-sal ocorrerá em 22 de outubro.
A entrega de tais recursos é o maior crime de lesa pátria na história do país e faz FHC morder os cotovelos de raiva em não ter sido serviçal tão eficiente da burguesia como os petistas. Segundo Helder, o leilão será realizado no Rio de Janeiro e não em Brasília, como chegou a ser cogitado.
Desde já os movimentos sociais devem reforçar a campanha contra tal entreguismo - que compromete sobremaneira o futuro do país. O petróleo tem que ser nosso!

Brasil exporta gás lacrimogêneo para repressão na Turquia

imagem
Bruno Fonseca y Natalia Viana
Agencia Pública

"Menos de um mês antes do início dos protestos na Turquia, o governo brasileiro apoiou um encontro de empresas de armamentos brasileiros com compradores estrangeiros em Istambul". 

Em 2012, quando a inscrição Made in Brazil estampava projéteis de gás lacrimogêneo utilizados contra manifestantes pró-democracia em Bahrein e ativistas denunciavam, inclusive, a morte de um bebê, supostamente vítima do gás brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores (do Brasil) anunciou que investigaria a existência ou não de alguma irregularidade na exportação. No entanto, um ano depois, o Itamaraty (a sede do Ministério de Exteriores) informa que apenas observa o caso, sem conduzir investigação alguma ou tomar medidas. Em uma resposta indignada, um ativista norte-americano-saudita escreveu: “o Itamaraty deve acreditar que somos ingênuos”.

Por conta da falta de restrições à exportação de armas não letais, o gás, fabricado pela empresa Condor S.A., do Rio de Janeiro, é empregado agora pela Polícia da Turquia na repressão aos crescentes protestos contra o governo de Recep Tayyip Erdogan, que se estenderam por mais de 60 localidades de todo o país, deixando centenas de feridos e uns 2.000 detidos.

A Anistia Internacional confirmou o uso do gás lacrimogêneo brasileiro durante as manifestações, que se iniciaram depois de um protesto pacífico contra o corte de 600 árvores na Praça Taksim, em Istambul. A professora norte-americana Suzette Grillot, que está em Ancara, fotografou um dos projéteis brasileiros utilizados pela polícia: “Um membro de nosso grupo encontrou a cápsula na noite de ontem (3 de junho), em Ancara”, relatou a Agência Pública.

O gás lacrimogêneo brasileiro vem sendo utilizado desde o começo dos protestos, em 31 de maio, em Istambul. “Aquele dia tinha apenas um pequeno grupo de ambientalistas. A polícia invadiu o parque às cinco da manhã, quando o grupo dormia nas tendas. Os policiais queimaram as tendas e atacaram os manifestantes com gás lacrimogêneo”, conta um participante do movimento Occupy Gezi, que preferiu não identificar-se por medo de represálias. “Os policiais tinham que apontar os projéteis de gás para cima, mas os apontavam para nós. Alguns perderam a vista ao serem atingidos diretamente (pelos projéteis). Outros receberam os disparos nos braços e nas pernas. Existem centenas de vídeos mostrando os efeitos do gás: lágrimas, náusea, vômito, dificuldades para respirar”.

O escritório de Direitos Humanos da ONU pediu à Turquia que conduzisse uma investigação independente sobre a conduta de suas forças de segurança em relação aos protestos. “Estamos preocupados com os relatos de uso excessivo de força pelos agentes da lei contra os manifestantes”, disse um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Cecile Pouilly.

A cápsula fotografada pela norte-americana Suzette Grillot é o resto de um projétil lacrimogêneo de longo alcance (GL 202), produzido pela Condor, líder na produção deste tipo de arma na América Latina. O projétil alcança uma distância média de 120 metros e tem a capacidade de passar por cima de obstáculos como muros e barricadas “para desalojar pessoas e dissolver grupos de infratores da lei”, segundo a descrição do próprio fabricante. Somente a má utilização dos projéteis, explica a Condor em seu site, pode causar danos sérios à saúde e, inclusive, a morte.

Outra foto tirada por manifestantes mostra uma granada lacrimogênea de movimentos aleatórios (GL 310), também conhecida como “bailarina”. Ao tocar o solo, a bomba salta e se move em diversas direções, espalhando o gás por uma área grande, evitando que o “alvo” a atire de volta às forças policiais. O site da empresa explica que a granada pode gerar chamas de fogo em contato com materiais inflamáveis.

Além dos projéteis de longo alcance e da granada “bailarina”, a Condor produz sprays de gás lacrimogêneo e de pimenta, bombas de fumaça, balas de borracha e pistolas elétricas incapacitantes, conhecidas como “taser”. A Condor é a única empresa brasileira que vende estes equipamentos ao governo da Turquia, segundo divulgou sua assessoria de imprensa. Em 2011, a empresa já tinha confirmado a venda de armamento aos países árabes, ainda que tenha negado a venda diretamente ao Bahrein. Entre seus clientes estava o governo dos Emirados Árabes Unidos, que enviou tropas de apoio ao governo de Bahrein.

Em abril deste ano, a Condor assinou outro contrato com o governo dos Emirados pelo valor de US$ 12 milhões em troca de prover 600 mil unidades de munições não letais. O acordo foi anunciado durante a LAAD, a maior feira de defesa e segurança da América Latina, realizada no Riocentro (Rio de Janeiro), em abril.

Menos de um mês antes do início dos protestos na Turquia, o governo brasileiro apoiou um encontro de empresas de armamentos brasileiros com compradores estrangeiros em Istambul. Durante a mostra Internacional de Defesa 2013 (IDEF), realizada entre 7 e 10 de maio, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) e a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde) – cujo vice-presidente, Carlos Frederico Queiroz de Aguiar, é presidente da Condor – montaram um vistoso stand no pavilhão do Brasil.

Na parte correspondente à Condor, uma vitrine exibia variados projéteis metálicos, granadas e latas de sprays coloridas, iguais aos que seriam utilizados poucas semanas depois nas ruas desse mesmo país. Sob o nome da empresa, com uma faixa vermelha, também foram expostas a granada “bailarina” e “diversas soluções para a defesa” – segundo o slogan da indústria –, como os 13 tipos de munição incapacitante de 40 x 46 mm para lançadores.

Interrogada sobre a participação da Condor e outras empresas brasileiras na Turquia, a Apex não respondeu à Agência Pública até o momento desta publicação. De acordo com o periódico turco Sozcu, o Ministro de Comércio, Hayati Yazici, informou que nos últimos 12 anos o país importou 628 toneladas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta, sobretudo do Brasil e dos Estados Unidos. O valor das importações chegou a US$ 21 milhões.

Em fevereiro deste ano, a Abimde já tinha participado de outra feira de armamento, desta vez em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Novamente, a Condor participou do evento como a única empresa brasileira produtora de armas não letais.

O Brasil assinou, em 3 de junho, o Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT, em inglês) da ONU. De acordo com o texto, que busca a eliminação do comércio de armas aos genocidas, terroristas e ao crime organizado internacional, “será regulado o comércio de armas convencionais, estabelecendo critérios para a exportação e trazendo mais transparência às transferências”.

Considerado um grande avanço para um país que evita a transparência quando se trata da venda de armas brasileiras – o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior se nega a divulgar números de empresas que exportam armas, por exemplo –, o Tratado não tem definições específicas sobre o comércio de armas não letais.

Os produtos da Condor são vendidos a mais de 40 países. Porém, enquanto a Apex incentiva a exportação a países como Turquia e os Emirados Árabes, o uso dessas mesmas armas não letais é questionado pela justiça brasileira. Em novembro do ano passado, a Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos decidiu investigar as consequências para a saúde do uso dessas armas no país. A pedido da organização Tortura Nunca Mais, de São Paulo, foi criado um grupo de trabalho (GT) composto por representantes dos ministérios da Justiça, Defesa e Saúde e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além das polícias federais, estaduais e das guardas municipais, para acompanhar os projetos de lei sobre o tema. Tudo isso porque não existe uma norma nacional para limitar condutas e garantir o uso adequado de tais armamentos.

O GT também deve realizar um estudo comparativo dos programas de treinamentos policiais e estudos sobre as consequências para a saúde das pessoas atingidas, em especial por armas que utilizam eletrochoques e componentes químicos. “Nossas polícias estão usando este tipo de armas supostamente não letais de maneira ostensiva”, disse Wilson Furtado, do Tortura Nunca Mais, de São Paulo. “A Polícia, em lugar de deter uma pessoa, atira em seguida, atingindo principalmente jovens que estão protestando”.
O grupo pede uma legislação que discipline e regule os armamentos não letais, definindo os tipos de armamentos autorizados e as normas para a compra, o controle, o emprego e o uso, além de mecanismos de informação aos cidadãos.

As armas não letais da Condor são amplamente utilizadas por policiais em todo o país – e pelo governo federal. Os programas federais compram tais armas, por exemplo, para as UPPs, no Rio de Janeiro, e para as forças policiais de 12 Estados envolvidos no programa “Crack, é possível vencer” – incluindo pistolas de choque, como “tasers”, e sprays de pimenta. Só com vistas aos megaeventos – a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014, o Brasil já destinou R$ 49 milhões à Condor.

Em abril de 2012, segundo o Portal da Transparência, o governo federal gastou R$ 1,5 milhões na compra de munições não letais da Condor para o uso do Exército na “garantia da lei e da ordem nos complexos do Alemão e da Penha”. Entre os itens adquiridos existiam 1125 granadas explosivas de luz e som (GL 307), 500 granadas multi-impacto de pimenta (GM 102) e 500 granadas de fumaça, 29,5 mil cartuchos de balas de borracha e 700 granadas lacrimogêneas de movimentos aleatórios (GL 310) – a mesma utilizada contra as manifestações na Turquia.

Em junho, o governo comprou armamentos da Condor para a segurança do Rio + 20, por um total de R$ 1,3 milhões. Entre eles, mais de 900 sprays de pimenta, 1,3 mil granadas lacrimogêneas triplas, 870 granadas explosivas de luz e som e 5 mil cartuchos calibre 12, com projéteis de borracha.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

MORRE JACOB GORENDER, COMBATIVO PENSADOR MARXISTA

Faleceu, aos 90 anos de idade, o jornalista, historiador e escritor Jacob Gorender, nascido em Salvador no ano de 1923, que ingressou no PCB no período da II Guerra Mundial, quando estudante, tendo assumido destacado papel de dirigente nacional do Partido até o golpe de 1964, momento em que decidiu abraçar a luta armada no PCBR. Cedo começou a trabalhar em jornais, como arquivista, repórter e redator. No início de 1942, estudando na Faculdade de Direito de Salvador, participou intensamente da União de Estudantes da Bahia, quando foi contatado por Mário Alves para ingressar no clandestino PCB. No ano seguinte, apresentou-se como voluntário, junto com outros militantes comunistas, à Força Expedicionária Brasileira (FEB) que seguiu para a Itália, certo de estar assim contribuindo para com a luta antifascista. Voltando ao Brasil em 1945, desistiu do curso de Direito para se dedicar, em tempo integral, às atividades do Partido. Tornou-se membro do secretariado do Comitê Municipal de Salvador e do Comitê Estadual da Bahia, passando a secretariar o jornal diário O Momento, fundado pelo PCB. Em fins de 1946, mudou-se para o Rio, a fim de integrar a redação do órgão central dos comunistas, A Classe Operária.
Com a cassação do PCB e o retorno à clandestinidade, Gorender assumiu a secretaria de agitação e propaganda do Comitê Metropolitano do Rio de Janeiro, tendo sido transferido no final de 1951 para São Paulo, onde fez parte do Comitê Estadual até 1953. De volta ao Rio, foi indicado para dar aulas nos chamados “cursos Stalin”, criados para a educação política da militância comunista. No IV Congresso do PCB, em 1954, foi eleito membro suplente do Comitê Central, assumindo a condição de titular no congresso seguinte, em 1960. Dirigiu os jornais comunistas Imprensa Popular e Voz Operária e teve destacada participação na elaboração da Declaração de Março de 1958. Rompeu com o PCB após o golpe de 1964 e foi um dos fundadores do PCBR, juntamente com o bravo camarada Mário Alves, torturado e morto nos porões da ditadura. Gorender passou a se dedicar, após a prisão (1970 a 1971) e a frustrada experiência com a luta armada, às investigações teóricas no campo da história e da formação social brasileira, promovendo, com a obra O Escravismo Colonial, segundo Mário Maestri, verdadeira “revolução copernicana nas ciências sociais brasileiras”, ao superar a visão do passado "feudal" brasileiro, que embasara até então as análises da esquerda e, em particular, do PCB, sobre a realidade nacional. Escreveu ainda o importante livro de memórias Combate nas Trevas -  a esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada, além de outras obras no campo do marxismo.
Por sua vida dedicada às causas libertárias e suas contribuições originais para o pensamento marxista brasileiro e para a análise da formação histórica de nosso país, Jacob Gorender deixa seu nome gravado na História, entre aqueles que promoveram o bom combate.

Ricardo Costa - membro do Comitê Central do PCB

Os comunistas e a redução da maioridade penal


Peter Maahs*
Nós, comunistas, diante da manifestação aparentemente  consensual sobre a necessidade da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, como solução para a delinquência infanto-juvenil, não poderíamos deixar de manifestar nosso posicionamento contrário a tal proposição. Entendemos que qualquer medida de contenção da violência em nosso país deve ser precedida por uma discussão séria e qualificada que, atacando as verdadeiras raízes do problema, não utilize nossa juventude como álibi para justificar a omissão do Estado e os interesses econômicos inconsequentes de uma minoria privilegiada. A nosso ver, os últimos acontecimentos envolvendo crimes cometidos por adolescentes conduziram o debate sobre diminuição da maioridade penal para o campo da marginalização da juventude e do oportunismo eleitoreiro.
Por exemplo, a pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo, no dia 17/04/13, segundo a qual 93% dos paulistanos desejariam a redução da maioridade penal, é tendenciosa e expressa, na verdade, a opinião e os interesses de uma parcela ínfima da sociedade. Parcela esta que, maliciosamente, almeja influenciar a opinião pública, em detrimento do conjunto da sociedade, para que seus interesses particulares sejam legitimados como vontade da maioria. No geral, a forma como a delinquência infanto-juvenil vem sendo abordada em nada contribui para a compreensão da gênese desse problema, já que vinte anos de descaso com políticas públicas integradas para a juventude no Estado de São Paulo não são objeto de crítica da grande imprensa; talvez porque o grupo político responsável por esse descaso seja o mesmo grupo ligado à grande imprensa paulista.
Inicialmente, poderíamos dizer que a referida pesquisa nasce morta, pois comete um erro metodológico crasso: a aplicação da enquete logo após um evento de grande comoção pública, como foi o assassinato do jovem Victor Hugo Deppman (19), cometido por um adolescente de dezessete anos, três dias antes de completar a maioridade penal. O impacto da notícia induz, inevitavelmente, à criminalização da infância e da adolescência, impedindo uma reflexão séria sobre a relação entre o número de casos desse tipo e suas motivações. É importante frisar que esse tipo de erro metodológico parece ser comum na redação da Folha de São Paulo. Em 2003, outro levantamento desse tipo foi realizado logo após o assassinato do casal de namorados Liana Friedenbach (16) e Felipe Caffé (19), pelo adolescente conhecido como Champinha (16). Na época, a pesquisa revelou que 88 % da população paulistana defendia a redução da maioridade penal.
Seja como for, a grande imprensa de São Paulo (Globo, Folha, Veja, Estadão) continua sua campanha preconceituosa, tendenciosa e irresponsável, ressaltando notícias sobre crimes violentos cometidos por adolescentes. Crimes como o assassinato da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, no ABC paulista, e o estupro de uma mulher em um ônibus no Rio de Janeiro, cometidos por adolescentes (de 17 e 16 anos, respectivamente), criam a atmosfera ideal para que os verdadeiros interesses de grupos política e economicamente privilegiados sejam assumidos como vontade geral da sociedade.
Mas, que interesses seriam estes? O primeiro deles faz parte da própria concepção de mundo de nossas elites, concepção de mundo eugênica, que resolvem as contradições do desenvolvimento urbano eliminando, literalmente, os “problemas sociais” das vistas da sociedade; trata-se de uma política fascista, que visa se livrar dos “estorvos” para que a “gente de bem” possa viver sem ser perturbada. Um dos exemplos desse modo elitista de pensar foi a “solução” dada pela prefeitura de São Paulo para o problema dos mendigos que se alojavam sob viadutos e marquises da cidade. Quando José Serra foi prefeito, foram instaladas as rampas antimendigos - blocos de cimento que impediam a ocupação dos espaços por moradores de rua; na administração Kassab, por sua vez, além da proibição do sopão noturno de inverno, foram tomadas medidas ainda mais preconceituosas e violentas, como a ordem para que a Guarda Civil Metropolitana tomasse à força os colchões e cobertores doados aos mendigos pela população. Ou seja, o problema da indigência, longe de ser resolvido, foi apenas deslocado, gerando a impressão de eficiência que a administração municipal desejava causar no munícipe/eleitor.
O outro tipo de interesse é, obviamente, aquele ligado à manutenção do poder político. O ar de organização e seriedade, de solução rápida e simples de um problema, pode render votos nas eleições; trata-se, aqui, da boa e velha demagogia.
Foi nesse sentido que, apesar de negar peremptoriamente o oportunismo eleitoreiro, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi a Brasília, em 16 de abril último, reuniu-se com o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), para defender o projeto de lei que, apresentado pelo líder do PSDB na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP), altera o ECA e o Código Penal, aumentando o rigor para crimes cometidos por adolescentes. Tal projeto de lei defende o aumento do tempo de internação de três para oito anos, em casos graves e de reincidência, cumprimento da pena em regime diferenciado após 18 anos completos, ou seja, separação entre internos menores e maiores de 18 anos, e, finalmente, a possibilidade de permanência de internação em caso de doença mental comprovada, que ofereça riscos à sociedade. O projeto defende também maior rigor para o adulto que cooptar o menor para a prática criminosa.
Mas qual seria então a solução para conter a escalada da violência no Brasil? Devemos cruzar os braços e esperar uma solução espontânea? Evidentemente que não! Defendemos ações que partam das origens do fenômeno social. Para encontrarmos as raízes do problema, é preciso analisar a questão a partir de dados objetivos, de realidades concretas, da experiência prática. Assim, é importante conhecermos alguns dados quantitativos sobre a juventude brasileira e sua parcela marginalizada.
Segundo o IBGE, em 2010, os jovens entre 15 e 17 anos de idade perfaziam aproximadamente 5,1% da população brasileira, algo em torno de 9.700.000 pessoas. Comparando os dados gerais do IBGE com dados mais específicos, como os do Instituto Latinoamericano de las Naciones Unidas para la Prevención del Delito y el Tratamiento del Delincuente (Ilanud), em São Paulo, é possível dimensionar mais claramente o problema da delinquência infanto-juvenil entre nós. O Ilanud apresentou os resultados de uma pesquisa realizada em São Paulo entre junho de 2.000 e abril de 2.001 e constatou que 2.100 adolescentes foram acusados por delitos no período. Destes, 34, ou 1,6%, havia cometido algum crime contra a vida, como homicídio. Ou seja, a maior parte dos delitos cometidos por adolescentes está relacionada a crimes contra o patrimônio ou tráfico de drogas, o que indica falta de políticas públicas de educação, saúde, assistência social, esporte, lazer, distribuição de renda e, principalmente, emprego.
Os números da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmam esses dados: dos 9.068 internos da Fundação Casa, apenas 0,9% estão envolvidos com latrocínio; 39% cometeram crimes contra o patrimônio (roubo), 60,1% cometeram crimes ligados ao tráfico de drogas. Dos 9.068 internos, 4% são meninas. Contudo, a questão não pode ser tratada apenas de forma quantitativa, é preciso abordá-la também em seu aspecto qualitativo. Os crimes cometidos por adolescentes nos últimos dias – utilizados, de forma oportunista, pela imprensa golpista de São Paulo, a fim de confundir a opinião pública e favorecer o surgimento dos baluartes da moralidade que salvarão a sociedade - possuem caráter inegavelmente hediondo e não devem ser admitidos em uma sociedade saudável. Mas para que a sociedade seja curada é preciso investir em medidas preventivas e não punitivas. Mesmo porque, como sabemos, o sistema carcerário brasileiro não ressocializa ninguém.
Além disso, a violência vem sendo produzida entre nós de maneira silenciosa, anos a fio. A saúde e a educação públicas são constantemente negligenciadas em benefício dos empresários dos grandes sistemas privados de ensino e dos planos de saúde e convênios privados. O investimento em saúde mental, por exemplo, para tratar pessoas viciadas em cocaína, crack, álcool etc., mesmo para tratar de processos depressivos, nunca foi levado a sério, marginalizando um sem número de pessoas. A política de emprego, tanto para a juventude quanto para os arrimos de família, responsáveis pelos primeiros cuidados de nossas crianças – a socialização primária – não pode fazer parte de uma pauta séria em uma sociedade concorrencial. Em outras palavras, nós, brasileiros, ainda não percebemos que, na corrida social em que estamos inseridos, não há vencedores.
Por último, em uma sociedade dividida em classes, acaba sendo “natural” a distribuição desigual da própria justiça. Jovens das classes mais favorecidas, mesmo com maioridade penal comprovada, não são punidos com o mesmo rigor que os filhos das classes populares. Basta citarmos aqui dois casos emblemáticos: o assassinato do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos pelos garotos de Brasília, Max Rogério Alves (19), Antônio Novely Cardoso Villanova (19), Eron Chaves Oliveira (19), Tomás Oliveira de Almeida (18) e G. N. A. J. (16), que atearam fogo em seu corpo enquanto aquele dormia em um ponto de ônibus; ou, o atropelamento do ajudante Wanderson Pereira dos Santos (30) pelo bilionário Thor de Oliveira Fuhrken Batista (20), que no máximo pagará uma indenização à família do morto.
Aumentando o abismo entre as classes sociais, acirrando a violência urbana e também no campo, criando o pior dos mundos possível, o governo do Estado de São Paulo “inova” com o bônus desempenho, para polícias militares que conseguirem manter bons índices de segurança em suas respectivas regiões de atuação. O valor das gratificações, que não será incorporada aos salários base e não contemplará os aposentados, tomará como critérios a redução de indicadores criminais, a produtividade operacional (sic), o índice de satisfação da população, o índice de confiança da população e o índice de integridade dos policiais. Assim, o governo sinaliza que não adotará políticas públicas inclusivas, integradas e sérias para solucionar o problema da violência. Enquanto isso, a realidade prática demonstra que a violência contra crianças e jovens, principalmente nas periferias, tende a aumentar. É possível esperar que não haja reação, consequências? Certamente que não.
São estes os motivos que nos levam ao posicionamento contrário à redução da maioridade penal, como forma de inibir a violência juvenil. Em nossa sociedade, a violência não possui raízes na juventude, mas sim na própria forma como os adultos, principalmente aqueles com maior poder de decisão nas esferas política e econômica, concebem os mecanismos de produção e distribuição das riquezas. Enquanto os interesses privados, mascarados de interesses públicos, subjulgarem os verdadeiros interesses coletivos nas políticas públicas do Estado, enquanto a mercadoria valer mais que a vida humana, a sociedade será obrigada a conviver com a escalada da violência. O populismo penal e a banalização das prisões, que levam o governador de São Paulo a se orgulhar de possuir a maior população carcerária do país (o Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo!), somados à falta de políticas públicas integradas e à concentração de renda monstruosa, constituem os verdadeiros obstáculos à pacificação da sociedade brasileira.
* Professor, diretor de escola da Rede Municipal de Cubatão, estudante do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP), e militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Leia mais: http://www.pcb-baixadasantista.net/news/os-comunistas-e-a-redu%c3%a7%c3%a3o-da-maioridade-penal/

11 de junho de 2013

Curso de Foramação Marxista - PCB Juiz de Fora - Módulo 01 - Socialismo Utópico e Socialismo Científico

No primeiro módulo tivemos 35 pessoas ricamente interessadas em conhecer e discutir o Marxismo. O Prof. Pablo Lima foi espetacular, uma ótima aula inicial para nosso curso. Que venham os próximos 11 módulos. Depois iremos divulgar mais informações.



















Entre o céu e o inferno


Declaração das FARC-EP

Os diálogos de Havana encontram-se no Limbo por conta do homem que quer passar para a história como o presidente que alcançou a paz na Colômbia.

Os ecos do justo protesto do governo da República Bolivariana da Venezuela em consequência da recepção de Santos ao opositor Capriles no Palácio de Nariño, ainda replicam com um sonoro vibrato.

Não são poucos os que acreditam que o passeio de Joe Biden, vice-presidente dos Estados Unidos, por Bogotá, foi a origem da explosão santista. E o associam com um plano de Washington encabeçado por um cavalo de Tróia de nome “Aliança Pacífico” que, manejado por Washington, se propõe a desestabilizar e inviabilizar governos populares, como os da Venezuela, Equador, Bolívia e Uruguai, entre outros. O que impulsionaria Santos a anunciar o fantasioso ingresso da Colômbia á OTAN? Ameaçar a Venezuela, o Brasil?

Àqueles que defendem a ingenuidade na conduta do presidente, não acreditem tanto, porque Santos não é nenhum tonto. Como estadista, é obrigado a medir o efeito de suas atuações.

Juan Manuel Santos sabia que sua provocação contra o governo legítimo da Venezuela espocaria como fogos de artifício na mesa de diálogo de Havana, pois o tema Venezuela, país acompanhante e facilitador do processo, é muito sensível para as FARC, que vê nos venezuelanos o principal fator gerador de confiança e, em consequência, um dos artífices fundamentais do processo de paz.

Por tudo isto é que causa tanta perplexidade o convite de Santos a Capriles, precisamente quando o entusiasmo pela paz cravava sua bandeira no pico Everest da reconciliação dos colombianos, motivado no acordo parcial sobre terras, tema que representa a nudez do conflito. A atitude de Santos desinflou o otimismo, a atmosfera favorável à paz que se busca construir com tanto esforço em Havana. A questão se resume no fato de que se não fosse pela Venezuela, não ocorreria o diálogo de paz na capital cubana.

É contraditório, profundamente contraditório, pretender entrar para a história como o presidente que fez a paz, propiciando, ao mesmo tempo, uma cadeia de atentados contra a paz. O assassinato a sangue frio de Alfonso Cano, o comandante guia da reconciliação, já é uma mancha indelével. Por outro lado, ninguém entende por que o governo repudia a necessária trégua bilateral proposta pelas FARC desde o início das conversações, se o objetivo é parar a guerra. Durante os últimos 6 meses, o ministro de defesa atuou como um franco-atirador sectário contra o processo, deixando a sensação de que não existe unidade de critérios no governo. E até o próprio presidente em pessoa não deixa passar uma oportunidade para desqualificar o interlocutor com acusações infundadas e ameaças de ruptura.

Além disso, outros elementos que estão enfraquecendo o diálogo e a construção do acordo como esse irritante estalar do chicote do tempo e dos ritmos nas mãos do governo. Um afã para quê? Para precipitar um mau acordo, uma paz mal feita? A progressão de um acordo tão transcendental não deve ser interferida nem pelos tempos eleitorais nem pelos prazos legislativos. Paralelamente às sessões da mesa, alguém do alto escalão orquestra campanha midiáticas que semeiam, com algum grau de maldade, a ideia de uma guerrilha assassina de um lado e, do outro, a de um Estado angelical, esvoaçando inocente sem nenhuma responsabilidade histórica pela violência e pelo terrorismo institucional.

Um governo que realmente queira a paz não fica marcando passo nas linhas vermelhas de sua intransigência, de sua imobilidade, mas atua com grandeza para facilitar o entendimento. Onde está a genialidade, onde está o bom senso? Aqui, o que se vê é uma grande inconsistência. E também uma grande mesquinhez quando se defende com argumentos teimosos privilégios indignantes. Essas atitudes pouco contribuem com a construção de uma atmosfera de paz. Então, os diálogos servem para que?

É preciso entender que este não é um processo de submissão, mas de construção de paz. Não se trata de uma incorporação da insurgência ao sistema político vigente, assim como está, sem que se opere nenhuma mudança a favor das maiorias excluídas. Então, qual foi o intuito da luta? O melhor epílogo desta guerra deve ser rubricado por mudanças estruturais no político, econômico e social que propiciem a superação da pobreza e da desigualdade.

Temos que defender este processo de paz, esta esperança. Todos, resolutamente, governo, guerrilha das FARC e as organizações sociais e políticas do país, devem somar vontades para alcançar, após décadas de confronto bélico, a ansiada reconciliação com justiça social. O que nos importa Uribe e Fedegan se estamos determinados a alcançar a paz?

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP
Montañas da Colômbia, 7 de junho de 2013

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

O que a mídia não conta acerca da explosão social na Turquia

por LibreRed [*]

Um dosargumentos mais utilizados pelos grandes meios de comunicação ocidentais quando se trata de interpretar a origem da explosão social nas ruas da Turquia é a deriva islâmica e autoritária do governo de Recep Tayip Erdogan.

Deste modo, os mass media centram toda a atenção na disjuntiva islamismo-laicismo e autoritarismo-democracia, fazendo uma análise simplista e parcial da realidade que vive estes dias o país euro-asiático.

Mas para analisar com maior profundidade a recente revolta popular nas ruas de cidades como Istambul ou Ancara seria preciso adoptar outra perspectiva e por a lupa nas políticas sócio-económicas que o executivo tem desenvolvido nestes últimos anos.

O governo de Erdogan, integrado pelo Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), chega ao poder no ano de 2002 num contexto de crise económica (crise financeira de 2001) onde acorda um programa de medidas de feitio claramente neoliberal com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que passam pela privatização do sector público, reformas laborais e drásticos cortes sociais.

Um ano depois de chegar ao governo, em 2003, é aberto o caminho à privatização da empresa pública de telecomunicações Turk Telekom [1] . No ano seguinte, 2004, põem-se à venda companhias de bebida, fábricas de aço e a as Linhas Aéreas Turcas [2] .

Desde então, inicia-se um processo que não tem marcha-atrás. Em 2007, dá-se sinal verde à privatização da empresa pública de tabacos da Turquia, Tekel [3] . Em 2008, é a vez da rede eléctrica, com a venda de duas companhias de distribuição em Ancara e Sakarya-Kocaeli [4] . Além disso, nesse mesmo ano anuncia-se a venda de banco de propriedade estatal Halkbank e a privatização de 15 por cento das acções da Turk Telekom.

Em 2009, o governo aprova legislação para conceder a água dos rios, dos lagos e das albufeiras às corporações privadas. Isto significa que os recursos hídricos podem ser transferidos a corporações, que até então controlavam só os serviços de distribuição [5] .

Diante disto, a Confederação dos sindicatos camponeses turcos, Çiftçi-Sen, juntamente com mais de 100 outras forças de oposição social que defendem o reconhecimento do direito à água, constituem uma plataforma chamada "Não à comercialização da água" e manifestam-se maciçamente em 15 de Março de 2009 em Istambul no âmbito do Fórum Mundial da Água [6] .

Em 2011, o governo de Erdogan inicia as negociações para a privatização [7] de 2.000 quilómetros de auto-estradas e pontes do país. Desta maneira o executivo turco pretende ceder ao capital privado até nove rodovias com portagem e duas pontes sobre o Bósforo, vias de comunicação muito importantes na área de Istambul.

Através da chamada "Administração de Privatizações" (OIB na sua sigla em turco), Erdogan procurar fazer avançar um pacote de privatizações no país que inclui o têxtil, a mineração, o petróleo, a alimentação e o transporte marítimo, dentre outros sectores [8] .

Em Fevereiro desse mesmo ano, 10 mil pessoas manifestam-se no centro de Ancara em repúdio à reforma laboral do governo que, entre outras medidas, inclui a redução do salário mínimo para os jovens, a possibilidade de transferência dos funcionários e permite a contratação de empregados sem seguro social [9] .

Muitos dos presentes à manifestação gritam em coro: "Isto é Ancara, não o Cairo", "Tayyip, chegou a sua vez" e "Tayyip, te desejamos um final [tão] feliz como o de Mubarak".

As directrizes neoliberais aplicadas durante estes últimos anos geraram um aumento da desigualdade social no país. Segundo a revista Forbes, em Istambul, capital financeira da Turquia, havia um total de 35 multi-milionários em Março de 2008 (em comparação com 25 em 2007), situando-se em 4º lugar no mundo. Um relatório para empresários interessados em investir na Turquia elaborado pelo banco espanhol Banesto assegura que "o país está marcado pela existência de fortes desigualdades de rendimento" [10] . Muitos empregados na Turquia não ganham mais que o salário mínimo de 570 dólares e o rendimento per capita é quase a metade dos rendimentos médios europeus.

Talvez este conjunto de factores ajude a explicar o mal-estar social que deu origem aos distúrbios hoje vividos na Turquia, para além do enfoque liberal que a imprensa do Ocidente pretende dar dos mesmos.

Referências:
[7]www.cincodias.com/... as/turquia-inicia-privatizacion-2000-kilometros-autopistas/20110830cdscdiemp_16/

Ver também:
  • La policía turca ataca sedes del Partido Comunista
  • Masivas marchas en distintas ciudades turcas exigen la dimisión del Gobierno
  • http://occupygezipics.tumblr.com/
  • Esbozos sobre la Condición de la Clase Obrera en Turquía
  • O original encontra-se em http://www.librered.net/?p=27218
    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
  • 'Arapongocracia'

    O Olhar Comunista comenta o modelo norte-americano "campeão da democracia" de colocar milhões sob suspeita - e vasculhar toda sua vida.

    Não são apenas os telefonemas de cerca de um milhão de pessoas, os serviços de espionagem dos EUA monitoram servidores do Google, Facebook e Apple, e-mails e perfis em redes sociais, dentro do país e no exterior, nos últimos seis anos. Tudo autorizado pela Justiça e sob conhecimento do Congresso! Entre os dados coletados estão e-mails, chats, vídeos, fotos, downloads e teleconferências.

    Apavorados com as consequências da confirmação, por fontes oficiais, dessa devassa na vida da população, Google, Apple, Yahoo e Facebook imediatamente negaram que o governo tenha tido acesso aos seus servidores centrais. Quem acredita neles?...

    Não restam dúvidas quanto às razões por trás do fato: a aliança entre Executivo, Legislativo, Judiciário e barões da iniciativa privada tem como alvo qualquer possibilidade não apenas de atos terroristas (a surrada desculpa para todo e qualquer abuso desde o 11 de setembro de 2001), mas de qualquer interferência nos "democráticos valores" que regem a sociedade dos EUA - no pilar delas, o capitalismo em seu estado mais execrável e assassino.

    Dilma vai as compras em Portugal

    O Olhar Comunista inicia a semana comentando a visita de Dilma Rousseff a Portugal: a presidente, em típica posição de "caixeira viajante" inaugurada por seu antecessor, tem como "tarefa" de sua viagem garantir a participação de empresas brasileiras nas privatizações portuguesas.

    Na programação oficial, que se limitou a esta segunda-feira, o motivo oficial da viagem foi "participar do encerramento do Ano do Brasil em Portugal". Dilma, no entanto, não divulgou participação em nenhuma das várias atividades do evento.

    Na verdade, a viagem serviu para firmar acordos educacionais (a desculpa oficial) e, no verdadeiro motivo, para "cavar" a participação de empresas do Brasil na privatização de companhias portuguesas. Entre as empresas que Dilma pretende captar para o empresariado brasileiro estão a companhia aérea TAP, os correios e companhias de distribuição de água.

    Questionado por jornalistas brasileiros, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou que o BNDES poderia financiar as aquisições por parte das empresas brasileiras. "Nós vamos assistir, nós vamos tentar ajudar. Mas primeiro tem que haver manifestação de interesse por parte das empresas. A partir daí o BNDES oferece ajuda", afirmou.

    Do Brasil, o Olhar Comunista se solidariza com os trabalhadores portugueses em sua luta contra a privatização de tais empresas. Como o PCB denuncia desde o seu XIII Congresso, em 2005, de "progressista" o PT e seu governo nada tem - quando age em contraposição aos EUA é apenas em benefício de uma burguesia brasileira em busca de novos mercados. Os portugueses começarão a confirmar isso, da pior maneira...

    UMA REVOLUÇÃO JOVEM E COM NOME DE MULHER

    TURQUIA:  Prossegue a grande insurreição popular!

    Mujeres e hinchas de fútbol marchan en Turquía contra el gobierno

    Miles de ciudadanos de todo tipo y condición, desde simpatizantes de organizaciones feministas a hinchas de fútbol, vuelven a reunirse hoy sábado en la céntrica plaza de Taksim de Estambul, epicentro de las protestas antigubernamentales que desde hace diez días sacuden Turquía.
     8 de junio 2013

    Pasado el mediodía, numerosas organizaciones feministas se dieron cita en la cercana calle Istiklal para iniciar una marcha "por una vida sin abusos y sin Tayyip", en referencia al primer ministro, Recep Tayyip Erdogan.

    Las mujeres se mantienen en la primera fila de las protestas desde que éstas se iniciaron, el martes 28 de mayo, en defensa de un parque público de Estambul, aunque pronto se convirtieron en un movimiento de crítica al estilo autoritario del gubernamental Partido Justicia y Desarrollo (AKP), islamista moderado.

    Además, las hinchadas de dos de los tres clubes de fútbol más importantes de Estambul, el Fenerbahce y el Besiktas, anunciaron que se reunirán al atardecer en la plaza, hacia la que marcharán desde sus respectivos estadios, informó la agencia EFE.

    Los hinchas reemplazarán en parte la presencia de los estudiantes universitarios, que normalmente son el grueso de ocupantes de la plaza, pero que hoy están ocupados en una jornada de exámenes.

    08/06/13 - 08:57 Internacionales

    Miles de manifestantes siguen movilizados en Turquía contra primer ministro
    Miles de turcos volvieron a salir a las calles este sábado para unirse a las masivas manifestaciones contra el gobierno, un desafío directo al primer ministro Recep Tayyip Erdogan, quien llamó al cese de las protestas, inéditas desde que llegó hace una década al frente del gobierno.

    POR AGENCIA AFP Turquía

    ESTAMBUL.- Temprano por la mañana, los manifestantes comenzaron a llegar a la plaza Taksim de Estambul, el epicentro de la protesta, con comida y mantas, dispuestos a pasar otro fin de semana de protesta, sumando carpas al famoso parque Gezi, cuya anunciada destrucción ha provocado la peor crisis política desde que llegó al poder el gobierno islamista conservador en 2002.

    "Hace una semana jamás podría haberme imaginado durmiendo en las calles de Estambul", dijo Aleyna, una manifestante que pasó la noche a la intemperie.

    "El primer ministro intenta todos los días dividir a la población. Sólo habla de su 50% (el 50% de los electores votaron por su partido en 2011) y actúa en contra de la otra mitad", lamentó Eroy Dilek, un estudiante de 21 años que promete que los manifestantes "regresarán aquí todos los días hasta que renuncie" Erdogan.

    Todo el fin de semana están previstas nuevas manifestaciones y concentraciones en los principales focos de las protestas, en Estambul, Ankara e Izmir (oeste).

    Los manifestantes critican al primer ministro por su ejercicio autoritario del poder y lo acusan de querer islamizar la sociedad turca.

    Criticado en su país, así como en el extranjero por la brutalidad con la que la Policía reprimió a los manifestantes, Erdogan suavizó el viernes el discurso de firmeza que mantenía desde hace varios días contra los manifestantes, a los que calificó a menudo de "vándalos" o "extremistas".

    "Estamos en contra de la violencia, el vandalismo y las acciones que amenacen a los otros en nombre de la libertad", declaró en un foro internacional en Estambul, añadiendo que recibirá a todos los que "vengan con exigencias democráticas".

    En esta misma conferencia, el comisario europeo a cargo de la Ampliación de la UE, Stefan Füle, denunció "el recurso excesivo a la fuerza".

    En el mismo sentido, la canciller alemana, Angela Merkel, la Federación Internacional de Periodistas o la Federación Internacional de Derechos Humanos denunciaron la brutalidad policial.

    En respuesta, el primer ministro turco reaccionó y denunció el "doble discurso" de los países occidentales hacia su país. "En cualquier país de Europa, cuando hay una protesta violenta contra un proyecto de demolición de este tipo, créanme, los que están implicados son reprimidos aún con más severidad", dijo citando Grecia, Francia o Alemania.

    Según el último balance publicado por el sindicato de médicos turcos, debido a las protestas han muerto dos manifestantes y un policía y  cuatro mil 785 personas han resultado heridas.

    Este sábado, el primer ministro debe reunirse con la dirección de su partido, el Partido de la Justicia y el Desarrollo (AKP), en un encuentro programado que en esta ocasión se llevará a cabo en Estambul.

    Las Protestas Turcas Entran en su Noveno Día
    Miles de turcos indignados tomaron las calles del país el sábado para unirse a las grandes protestas contra el gobierno y desafiar al primer ministro, Recep Tayyip Erdogan, que pidió la víspera el fin de la peor ola de protestas que ha vivido el país en la década de su gobierno.
    Desde la mañana temprano, los manifestantes comenzaron a llegar a la Plaza Taksim de Estambul con comida y mantas para quedarse allí todo el fin de semana, uniéndose así a la ciudad de tiendas que se ha instalado en el Parque Gezi, situado cerca de la plaza.
    También hay planeadas manifestaciones en la capital, Ankara, mientras las protestas entran en su noveno día.
    Erdogan pidió el viernes el inmediato fin de las manifestaciones diciendo que su gobierno estaba abierto a las “demandas democráticas” pero insistió en que las protestas estaban “bordeando el vandalismo”.
    Sus comentarios se producen en un momento en el que la policía turca ha sido criticada duramente por utilizar una fuerza excesiva contra las protestas pacíficas, con un saldo de tres muertos y miles de heridos, algunos graves.
    Las protestas dieron inicio cuando la policía reprimió duramente una pequeña protesta que buscaba salvar el Parque Gezi de la demolición. Esto dio lugar a una campaña nacional de protestas contra Erdogan y su Partido de la Justicia y el Desarrollo (AKP), que ha ido convirtiéndose en cada vez más autoritario.

    Erdogan y sus idas y vueltas: ahora dice que escuchará las “exigencias democráticas”
    La UE advierte a Turquía contra el uso excesivo de la fuerza y exige que se investigue la violencia

    El primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. / REUTERS - LIVE!

    En un claro ejemplo de su impulsivo talante político, el primer ministro turco, el islamista moderado Recep Tayyip Erdogan, dio este viernes marcha atrás a sus amenazas. El intransigente mensaje lanzado a primeras horas de la madrugada contra los indignados turcos para que abandonen sus protestas fue modulado horas después con una invitación a escuchar sus “exigencias democráticas”. La Bolsa de Estambul, que se había desplomado casi cinco puntos la víspera, cerró hoy sus sesiones con un alza del 3,2% tras el discurso conciliador del jefe del Gobierno. La presión de la Unión Europea, que transmitió a Erdogan su rechazo al excesivo uso de la violencia contra los manifestantes, también contribuyó a apaciguar los ánimos en Turquía, que ha vivido en la última semana la mayor revuelta ciudadana contra el poder desde hace una década.

    Los gritos de “Aláhu akbar" (Dios es el más grande) y “Vamos a aplastar Taksim”, que se escucharon de madrugada entre la multitud en el aeropuerto Atatürk de Estambul, parecían estar finalmente dirigidos al consumo interno del Partido de la Justicia y el Desarrollo (AKP, en sus siglas en turco) ante la vuelta de su líder tras una gira por el Magreb. Más de 10.000 seguidores del partido de Erdogan que aguardaban su regreso aclamaron sus palabras, lanzadas desde lo alto de un autobús con el techo descubierto, contra los miles de indignados que acampan en el parque de Gezi y ocupan la plaza de Taksim en el centro de la ciudad. El discurso combativo del primer ministro al exigir el fin de las protestas parecía cerrar la vía del diálogo abierta por el viceprimer ministro Bülent Arinç al entrevistarse con representantes de los manifestantes.

    Estambul amaneció este viernes ensombrecida por la amenaza de una escalada de crispación entre los partidarios del AKP, que obtuvo el 50% de los votos en las legislativas de 2011 y se mantiene en el poder desde finales de 2002, y el conglomerado civil de jóvenes, partidos laicos y organizaciones de izquierda que han impulsado las protestas en defensa del parque de Gezi y contra la violencia policial. El diario liberal Taraf, que se ha destacado por sus investigaciones de las tramas militares golpistas, no vacilaba en titular en su primera página: “Erdogan incendia Turquía”.

    Pero el supuesto pirómano aprovechó su primer acto público del día para echar agua al fuego. “Estoy contra el terrorismo, la violencia, el vandalismo y las amenazas, pero estoy abierto a escuchar a quienes plantean exigencias democráticas”, proclamó Erdogan en la apertura de un foro sobre la UE en Estambul. El primer ministro aseguró que el proyecto de su Gobierno para la reforma del parque “solo afecta a una docena de árboles” y ya fue expuesto al público antes de las elecciones.

    En el mismo foro e encontraba presente el comisario europeo para la Ampliación, Stefan Füle, quien advirtió al Gobierno turco de que “el uso de una fuerza excesiva contra manifestantes no tiene cabida en un país que aspira a ser miembro de la Unión”. La canciller alemana, Angela Merkel, había condenado poco antes la violencia policial contra el movimiento de los indignados en Estambul y otras ciudades de Turquía, que ha causado tres muertos y más de 4.300 heridos

    “Turquía debe cumplir los máximos estándares democráticos e investigar y castigar los abusos policiales”, advirtió el comisario Füle ante Erdogan, quien se limitó a señalar que en otros Estados europeos, como Grecia, se han producido acciones contundentes de las fuerzas de seguridad y que su país había alcanzado en los últimos años los mayores niveles democráticos de su historia. También aprovechó la ocasión para criticar a Bruselas por la lentitud del proceso de negociaciones de adhesión de Turquía a la UE, abierto de 2005 y que apenas ha avanzado a causa de las trabas planteadas por Francia y Alemania y los continuos vetos de Chipre.

    Ajenos al intercambio de reproches en el foro europeo de Estambul, los jóvenes indignados concentrados en Taksim se preparaban esta noche para una larga resistencia y a organizar las manifestaciones convocadas este fin de semana Un movimiento similar de ocupación y acampada en un parque de Ankara fue bloqueado ayer por la policía, que, sin embarpo, se ha ausentado de la plaza y el parque de Estambul donde estalló la protesta desde el pasado sábado. Los manifestantes han anunciado que solo se retiraran si el Gobierno anula su plan para la construcción de un centro cultural y comercial en la zona verde y pone en libertad sin cargos a decenas de jóvenes que aún siguen detenidos.

    Pero el movimiento de los indignados turcos ya se ha extendido más allá de Estambul y ha trascendido sus iniciales reivindicaciones ciudadanas y medioambientales para convertirse en el primer frente de oposición significativa al que se enfrenta el AKP en diez años de poder casi hegemónico. Erdogan ha convocado en Estambul una reunión urgente de la cúpula de su partido para afrontar el reto.

    Chávez, presente en Turquía




    En las multitudinarias protestas en Turquía que comenzaron por el repudio de la sociedad a la eventual destrucción del parque Gezi y que luego se volcaron en contra del primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, hubo una imagen que llamó la atención.

    La lenta de un fotógrafo de Reuters retrató a un manifestante que vestía una remera negra con el rostro de... Hugo Chávez. Así, el recientemente fallecido presidente de Venezuela, hacía su aparición en medio de la crisis turca que lleva varios días de reclamos. Quizá el joven, de rodillas, siente admiración por el hombre que dejó su huella en la política venezolana y en todo el mundo.

    En cuanto a Turquía, desde el pasado martes 28 de mayo un grupo de mujeres iniciaron las protestas, en defensa de un parque público de Estambul. Eso derivó en un movimiento de crítica al estilo autoritario del gubernamental Partido Justicia y Desarrollo (AKP), islamista moderado.

    Los reclamos en Turquía contra el gobierno de Erdogan, entraron el pasado jueves en una nueva fase, con la movilización de decenas de miles de personas convocadas por dos importantes sindicatos, tras seis días de masivas manifestaciones en varias ciudades del país. Lejos de terminar, la crisis crece con los minutos.

    En su defensa, Erdogan, aseguró que hay "terroristas" entre los manifestantes que protestan en las calles de Turquía e insinuó que no retrocederá en sus planes de demoler el parque Gezi, origen de la actual crisis, que ya dejó cuatro muertos y 4.000 heridos. (Por C.S.)

    TKP (Partido Comunista): "Esto es un levantamiento del pueblo. El pueblo está enfadado"

    1. Un contenedor quemado durante el quinto día de protestas en Estambul contra el gobierno turco. El Ejecutivo turco cifró en más de 70 millones de liras turcas (unos 30 millones de euros) los daños materiales causados en los cinco días de protestas antigubernamentales, que han dejado ya dos muertos y más de 1.500 heridos. YANNIS BEHRAKIS (REUTERS)
    1. Un manifestante devuelve un gas lacrimógeno disparado por policías antidisturbios, cerca de la plaza de Taksim, en Estambul. Sedat Suna (EFE)
    1. Jóvenes lanzan objetos a la policía turca en Ankara, 3 de junio de 2013. La virulencia de los enfrentamientos entre Policía y manifestantes ha llevado al primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, a hacer un llamamiento a la "calma" y a pedir a la población que no se deje provocar por los "elementos extremistas" UMIT BEKTAS (REUTERS)
    1. Manifestantes tras una barricada colocada en un barrio de Ankara (Turquía). Las principales universidades turcas han anunciado el aplazamiento de los exámenes de fin de curso debido a las multitudinarias protestas que se están produciendo en Turquía en los últimos días para protestar por la represión de la Policía contra los manifestantes.
      UMIT BEKTAS (REUTERS)
    PROTESTAS EN TURQUÍA
    Los indignados turcos bajan los humos a Erdogan
    El Gobierno turco recibe a los líderes de los manifestantes, que le exigen que frene la demolición del parque y que destituya a los policías que ordenaron la represión


    Tres mujeres hacen el signo de la victoria en Ankara este miércoles. / ADEM ALTAN (AFP)

    Un grupo que representa a algunos de los primeros manifestantes que se opusieron a la destrucción de un parque en el centro de Estambul ha comunicado sus demandas al viceprimer ministro turco, Bülent Arinc, que los recibió ayer en Ankara. Mantener el parque de Gezi como una zona verde y detener su transformación en centro comercial. No demoler el Centro Cultural Ataturk, situado en la plaza de Taksim y adyacente al parque. Investigar y expulsar del cuerpo a los policías responsables de la violencia. Prohibir el uso de gases lacrimógenos. Poner en libertad a los manifestantes detenidos. Eliminar todos los obstáculos que impiden la libertad de expresión.

    Este es el memorial de demandas que la Plataforma de Solidaridad con Taksim ha transmitido al viceprimer ministro. En un significativo paso atrás de su Gobierno, Arinc pidió disculpas el martes a quienes iniciaron la protesta en el parque. Y lo hizo como primer ministro en funciones. El jefe del Gobierno, Recep Tayyip Erdogan, que se encuentra en el norte de África en viaje oficial, ha mantenido una retórica mucho más dura contra los indignados que han tomado las calles, que exigen al unísono su dimisión.

    La plataforma que se presentó en Ankara agrupa a unas 80 ONG y colectivos, algunos de los cuales participaron en las sentadas originales que se iniciaron el pasado 27 de mayo para intentar evitar la destrucción del parque de Gezi, según explica Betul Tanbay, doctora en Matemáticas y una de las fundadoras del movimiento.

    La violencia policial contra los activistas que protestaban en el parque provocó que miles de personas acabaran ocupando espontáneamente la zona verde y la plaza de Taksim en el centro de la parte europea de Estambul. “El destino de las protesta depende ahora de los próximos pasos que dé el Gobierno”, anunciaron los miembros de la plataforma tras reunirse con Arinc.

    “Ellos empezaron con la iniciativa sobre el parque, pero ahora esto ha ido mucho más allá, la gente está muy enfadada con el Gobierno”, reflexionaba Efe Potoy, un cocinero de 30 años que se unió el sábado a las protestas y que se mantiene entre los ocupantes del parque de Gezi. A su espalda, un enorme grupo de gente cantaba, “Erdogan istifa! (¡Erdogan dimisión!)”, que se ha convertido en el lema más repetido por los manifestantes.

    Aunque la mayoría se muestra de acuerdo con las exigencias de la plataforma, los manifestantes de Gezi Taksim que han tomado las calles van más allá y exigen la dimisión del primer ministro antes de poner fin a las protestas. Este miércoles se sumaron a su movimiento centenares de trabajadores del sector público en huelga.

    “Nadie puede detener las protestas, lo que decimos es que Erdogan debe marcharse”, resumió en este sentido Tamer Dogan, un abogado de 35 años que ahora participa como voluntario en una biblioteca el Parque Gezi. “La protesta empezó aquí en Taksim, pero ahora también está en Ankara, en Esmirna, en Adana… Está en toda Turquía y es sobre democracia”.

    Miles de personas seguían ocupando anoche Gezi y Taksim, cuyos accesos permanecen cerrados por barricadas, en un ambiente de fiesta y celebración, mientras las protestas continúan atrayendo apoyos. El premio Nobel de Literatura turco, Orhan Pamuk, expresó en un comunicado su solidaridad con los manifestantes, a los que calificó de “esperanza de futuro” frente a un Gobierno “represor y autoritario”.

    Sin embargo, los choques entre manifestantes y policías antidisturbios continuaron durante la noche del martes al miércoles en la zona de Dolmabahçee, en Estambul, donde Erdogan tiene su oficina en la ciudad, y en otros lugares como la plaza de Kizilay de Ankara, cerca de la sede del Gobierno. La Asociación Médica Turca confirmó el miércoles la tercera muerte que se ha producido durante las protestas. Ethen Sarisuluk, que la asociación describió como un “activista”, falleció a consecuencia de las heridas que sufrió en la cabeza durante las manifestaciones en Ankara.

    En total, más de 4.000 personas han resultado heridas en todo el país, según la Plataforma de Solidaridad con Taksim, y más de 3.300 han sido detenidas por la policía, según la Asociación de Derechos Humanos de Turquía.

    Las protestas han dado también un salto al ciberespacio con la detención de decenas de jóvenes en Esmirna, acusados de “incitar a causar disturbios” a través de Twitter. Por su parte, los grupos de hackers Anonymous y el Ejército Electrónico de Siria (SEA, por sus siglas en inglés) han llevado a cabo ataques contra las páginas web del Gobierno y aseguran que han robado información.

    El pasado día 2, Anonymous anunció en un vídeo que iba a atacar las páginas web del Gobierno turco en apoyo a los manifestantes. Por su parte, el SEA es leal al presidente sirio Bachar el Asad, mientras que Turquía ha dado su apoyo a los rebeldes enfrentados a Damasco desde el inicio del conflicto en el país vecino en marzo de 2011.

    Protestas en Turquía

    Erdogan desafía a los indignados al vincularlos con el terrorismo
    Erdogan afirma que seguirá adelante con sus planes y que entre los manifestantes hay terroristas
    Los ocupantes del parque de Estambul se organizan en una pequeña ciudad de tiendas de campaña


    Arrogante, ungido por tres victorias electorales consecutivas, Recep Tayyip Erdogan regresó anoche a Turquía como un sultán de inapelable poderío. Antes de que su avión aterrizara en el aeropuerto Atatürk de Estambul, el primer ministro advirtió en Túnez, última etapa de su gira oficial por el Magreb, que no cederá ni un palmo de césped en los planes para construir un centro comercial en un parque de la ciudad del Bósforo, y vínculo al movimiento ciudadano contra el proyecto —que ha protagonizado la mayor protesta popular registrada en sus más de 10 años de mandato— con elementos terroristas de la ultraizquierda turca. Ya en la terminal área de la ciudad del Bósforo miles de sus partidarios le aguardaban, en contra de la consigna oficial de calma del partido en el poder, coreando cánticos de apoyo. "Estamos dispuestos a morir por ti, maestro", le gritaban. Mientras en el centro de la ciudad, una masa de opositores a su política exigía su dimisión en un tono festivo y reivindicativo. Subido en el techo de un autobús, Erdogan llamó a la unidad y hermandad de sus seguidores en un mensaje apaciguador, pero también exigió "el fin de las manifestaciones violentas". Turquía nunca parecía haber estado tan dividida desde el golpe de Estado de 1980.

    Partidarios de Erdogan esperan su llegada en el aeropuerto de Estambul. / OZAN KOSE (AFP)

    “Nuestro proyecto en la plaza de Taksim conjuga la preservación de la naturaleza y del patrimonio histórico”, aseguró Erdogan en Túnez para defender la construcción de un centro cultural y comercial en un edificio inspirado en el antiguo cuartel otomano sobre cuyo solar fue creado el parque de Gezi. El primer ministro también declaró que algunos de los detenidos en las protestas están vinculados al Partido Revolucionario para la Liberación del Pueblo, un grupo ilegal de extrema izquierda acusado del ataque cometido el pasado 1 de febrero contra la Embajada de Estados Unidos en Ankara, en el que murieron un guarda de seguridad y un asaltante. “Quienes se preocupan por el medio ambiente deben saber que [algunos participantes en las protestas] están condenados por terrorismo”, afirmó.

    El mensaje intransigente de Erdogan provocó poco después un desplome de la Bolsa de Estambul, que cerró con una caída del 4,7%, y de la lira turca, que se hundió hasta su cambio más bajo de los últimos dos años con el euro y el dólar.

    Durante la ausencia del primer ministro, el presidente de la República, Abdulá Gül, y el viceprimer ministro Bülent Arinc, se habían mostrado apaciguadores —el segundo recibió el miércoles en Ankara a representantes del movimiento en defensa del parque de Gezi— para intentar apagar el incendio provocado por las descalificaciones lanzadas por el jefe del Ejecutivo contra los indignados antes de su partida. Les llamó çapulcu, un término peyorativo turco que equivale a “merodeador sin domicilio fijo”, y que bien podría traducirse por “perroflauta”.

    Pero Erdogan no pareció hacer caso de los llamamientos a la calma. Incluso el líder espiritual del islamismo político turco, Fetulá Gülen, le advirtió desde las páginas del diario Today´s Zaman de que debía tener en cuenta la opinión de los manifestantes y actuar “con moderación e inteligencia”. La aparente brecha abierta por el conflicto de Taksim entre Erdogan y Gül, cofundadores del AKP, amenaza con desestabilizar al partido que controla el poder desde finales de 2002.

    El mensaje enviado desde Túnez caldeó los ánimos en Taksim y Gazi, donde se concentraban anoche miles de personas. La jornada había transcurrido en tono festivo en el epicentro de las protestas. Grupos de estudiantes cantaban por la mañana viejas canciones de amor de Anatolia. “Le hemos cambiado la letra, en lugar de ‘vete ya de mi lado’, decimos ‘Erdogan, lárgate ya”, explicaba sonriente Çagaz, de 19 años, un alumno de la Facultad de Empresariales del campus de Bilgi de Estambul que declinó facilitar su apellido.

    Los indignados de Gezi se han organizado a conciencia junto a la céntrica plaza de Taksim. Gracias a las donaciones de los ciudadanos que les visitan han instalado una biblioteca con ladrillos y tablones, una cantina que reparte bebidas y bocadillos, un centro de información en un viejo minibús… “Vamos a quedarnos y resistiremos hasta que Erdogan rectifique”, aseguraba Çagaz, que se declara políticamente independiente, pero confiesa su simpatía por la oposición socialdemócrata y laica.

    Las pintadas de Taksim y Gezi rinden homenaje al ingenio heredado del Mayo francés por estos çapulcu turcos, que —como el legendario “no hay pan para tanto chorizo” de los perroflautas de la Puerta del Sol— también tienen sus lemas inspirados como “no necesitamos gases lacrimógenos, somos gente sentimental”.
    "La vida de uno de mis policías es tan importante como la de dos jóvenes"

    Erdogan vuelve a Estambul y realiza a su llegada un discurso en el que mantiene su línea dura ante los 'indignados' turcos

    EFE Estambul 07/06/2013 07:49 Actualizado: 07/06/2013 09:53 Público

    El primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan (i), y su esposa, Emine, saludan a sus seguidores. EFE/Kerim Okten

    El primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, declaró ante miles de sus seguidores a su regreso a Turquía que las protestas antigubernamentales que han sacudido al país en la última semana deben acabar "de inmediato".

    Erdogan se dirigió a una multitud desde un autobús descubierto en el aeropuerto de Estambul, en un discurso también retransmitido en directo por la televisión, mientras que sus seguidores coreaban su nombre y lanzaban gritos de "Dios es grande". Se debe "poner fin de inmediato a manifestaciones que han derivado en vandalismo", advirtió.

    "Los así llamados periodistas, artistas y políticos están provocando las protestas", afirmó ante una gran multitud que había acudido al aeropuerto para recibirlo a su vuelta de una gira por el Magreb, en una demostración de fuerza después de una semana de protestas.

    "Por menos de 15 árboles se han perdido tres vidas. La vida de uno de mis policías es tan importante como la vida de dos jóvenes", dijo Erdogan en referencia al agente que murió al caer de una zona en construcción mientras perseguía a unos manifestantes en la ciudad sureña de Adana. Dos manifestantes han fallecido durante las protestas y otro se encuentra en estado de muerte cerebral. Dos manifestantes han muerto y otro se encuentra en estado de muerte cerebral

    Declaró que se investigará si hubo un uso excesivo de la fuerza, pero, subrayó, "Piden la retirada de la policía. Este no es un lugar donde puedes hacer de todo. La policía está haciendo su deber contra quienes atacan".

    Erdogan acusó a los manifestantes de saquear tiendas, destruir propiedades públicas y quemar la bandera turca, así como de tratar de ganar en las calles lo que no podían obtener en las urnas. Las palabras de Erdogan eran jaleadas por sus seguidores con gritos de "Dios es grande, vayamos a aplastar Taksim".

    También elogió a sus simpatizantes al afirmar: "Se han comportado con sentido común y calma durante los últimos diez días. Desde aquí nos vamos a nuestras casas y no abandonaremos nunca el sentido común".

    Según la televisión NTV, las autoridades prolongaron la apertura del metro hasta la 1.00 GMT, cuatro horas más de lo habitual, para permitir la llegada de sus seguidores.

    Lo que comenzó el pasado viernes como una protesta medioambiental por la destrucción de uno de los pocos parques del centro de Estambul ha derivado en una ola de protestas inédita en la última década en Turquía. Aunque el centro de Estambul se mantuvo tranquilo hoy y con un ambiente festivo, se registraron choques en Sultangazi, un barrio muy humilde en la periferia europea de la ciudad, según la cadena NTV.

    La policía dispersó con un blindado, cañones de agua a presión y gas lacrimógeno a un centenar de manifestantes que intentaron levantar una barricada para cortar el tráfico de una avenida. Según la misma fuente, uno de los manifestantes ha tenido que ser hospitalizado por el impacto de un bote de humo.

    Pingüinos, el símbolo de las protestas en Turquía
    Los manifestantes turcos han tomado como símbolo de sus protestas a los pingüinos después que la censura de los medios de comunicaciones reemplazara las informaciones sobre las manifestaciones por documentales sobre pingüinos.

    por La Tercera - 07/06/2013 - 14:06

    Mientras los medios internacionales cubrían ampliamente las masivas protestas en Turquía que comenzaron por el repudio de la sociedad a la eventual destrucción del parque Gezi y que luego se volcaron en contra del primer ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, la televisora CNN de Turquía emitía un documental sobre pingüinos.

    El sábado la cadena CNN turca transmitió un documental en tres partes sobre pingüinos, lo que fue fuertemente rechazado por los manifestantes que decidieron llevar a las concentraciones banderas y camisetas con el ave, para luchar de esa manera contra el silencio y la censura.

    Según un reportaje de BBC que denunciaba la censura de la prensa televisiva, CNN Turk -propiedad del grupo mediático Dogan– explicó que comenzó a reportar las manifestaciones una vez que éstas cobraron más fuerza.

    En tanto, una crónica periodística de la agencia de noticias EFE que explicaba el rol de las redes sociales durante las manifestaciones sociales reflejaba que ello se debió en parte a la censura de los medios de comunicación.

    Según explicó, Merve Alici, diseñadora de publicidad y activista de derechos civiles explicó que "si los canales de televisión y los diarios hubieran reflejado la verdad al menos parcialmente, seguramente los medios sociales se habrían utilizado mucho menos".

    "Pero la gente encendía la tele y se encontraba unos pingüinos", denuncia, en referencia a la emisión de los documentales sobre esas aves en el canal CNN Türk, al mismo tiempo en CNN International ya informaba en directo de las protestas turcas.

    www.resumenlatinoamericano.org

    http://resumenlatinoamericano.blogspot.com/