22 de dezembro de 2009

Alerta Vermelho: A segunda vaga do tsunami financeiro – A vaga está a ganhar força e pode atacar entre o 1º e o 2º trimestre de 2010

Por: Matthias Chang *

Muitos dos meus amigos que têm recebido os meus alertas por email nos últimos dois anos têm-se queixado de que nas últimas semanas não tenho comentado o estado da economia global. Compreendo a ansiedade mas eles esquecem-se de que eu não sou um analista do mercado de acções pago para escrever artigos a fim de atrair os investidores para o mercado. O meu sítio web é gratuito e eu não vendo uma folha informativa financeira portanto não preciso de cozinhar previsões ou análises diárias.

No entanto, quando os dados são convincentes e indicam uma tendência inevitável, chega a altura de mais uma análise. Este Alerta Vermelho pretende capacitar os visitantes do meu website http://www.futurefastforward.com efectuar as acções adequadas para salvaguardar a sua riqueza e o bem-estar das suas famílias nos próximos meses.

Desde o último trimestre de 2008 as principais economias globais têm vindo a travar uma guerra implacável de divisas e embora até agora esta competição não tenha sido antagónica, em breve será antagónica porque as diferenças inerentes são irreconciliáveis. As consequências para a economia global vão ser devastadoras e para as pessoas vulgares está garantido o desemprego maciço e a intranquilidade social.

Os politólogos desses países, confrontados com o colapso total da arquitectura financeira internacional, chegaram à conclusão de que a solução, a única solução é uma *facilidade quantitativa *(ou seja, a injecção maciça de liquidez) para salvaguardar os bancos "demasiado grandes para falir" e reflacionar as suas economias em depressão. Isto reflecte-se melhor na cândida observação de Bernanke de que "o governo dos EUA tem uma tecnologia, chamada a impressora (ou actualmente, o seu equivalente electrónico), que lhe permite produzir tantos dólares quantos pretender praticamente sem qualquer custo"

É este o problema crucial!

*As diferenças irreconciliáveis *

Há cerca de duas décadas, as elites financeiras globais decidiram que o enquadramento da economia global deve consistir em:

1) Um sistema global baseado em derivativos, controlado pelo Federal Reserve Bank dos EUA e os bancos globais seus associados nos países desenvolvidos.

2) A relocalização da produção de bens do ocidente para Leste, principalmente para a China e para a Índia para "alimentar" as economias desenvolvidas.

Todo o sistema foi montado num princípio simples, o de uma divisa de reserva global controlada pelo FED que seria o motor de desenvolvimento para a economia global. É essencialmente um princípio económico imperialista.

Quando tomamos consciência desta verdade fundamental, o facto de Bernanke se gabar de que "os EUA podem produzir tantos dólares quantos quiser sem qualquer custo" assume uma dimensão diferente.

Falei com numerosos economistas e, quando lhes perguntei qual é o cerne do actual problema financeiro, todos eles respondem em uníssono, "são os desequilíbrios globais… o ocidente consome demais enquanto que o Leste poupa demais e não consome o suficiente". Isto é exemplificado pelos enormes défices comerciais dos EUA por um lado e pelos excedentes enormes da China, pelo outro.

Uma sabedoria incrível e quase toda a gente repete esta lenga-lenga. As conclusões da recente Cimeira da APEC [Asia-Pacific Economic Cooperation] não foram diferentes. Repetiu-se esta lenga-lenga assim como o apelo a um comércio mais livre entre as nações comerciantes.

Isto é uma enorme mistificação. Todos os dirigentes actuais na cena mundial estão corrompidos até ao tutano e por isso não estão interessados em chamar as coisas pelos seus nomes e em expor as contradições inerentes no seio do sistema financeiro existente.

O apelo a um mundo multi-polar não tem sentido quando todo o sistema financeiro global se baseia na divisa de reserva do dólar americano. É esta a contradição inerente ao sistema actual e os problemas a ele associados não podem ser resolvidos por outra divisa de reserva global baseada nos Direitos Especiais de Saque *[1]* http://resistir.info/crise/chang_22nov09_p.html#notasdo FMI conforme defendido por alguns países. Já estava morto, no momento em que foi concebido!

Os dirigentes da China, do Japão e dos países produtores de petróleo do Médio Oriente estão todos a praguejar e a enfurecer-se com a situação actual, mas não têm a coragem das convicções para dizer abertamente aos seus compatriotas que foram enganados pelos mestres financeiros do Fed que agem segundo as instruções da Goldman Sachs.

Digam-me, que dirigente é capaz de reconhecer que trocou a riqueza da nação por papel higiénico?

A pantomima da divisa de papel higiénico continua.

Chegámos agora a um beco sem saída na actual guerra de divisas, não muito diferente da situação da Guerra Fria entre os países do pacto da NATO e os países do pacto de Varsóvia. Ambos os lados foram dissuadidos pela doutrina das guerras nucleares do MAD (Destruição Mútua Assegurada). Os custos para os dois lados foram tremendos e só quando a União Soviética não pôde continuar com o ritmo e com o custo de manter um dissuasor nuclear e foi forçada a declarar falência é que o equilíbrio pendeu a favor da aliança da NATO.

Mas foi uma vitória de Pirro para os EUA e seus aliados. O que sustentava a capacidade dos EUA de manter o seu poder militar e sobrepor-se à União Soviética era o direito de imprimir divisas de papel higiénico e a aceitação do dólar americano pelos seus aliados como divisa de reserva mundial.

Mas porque é que os países aliados dos EUA durante a Guerra Fria aceitaram esse status quo?

Muito simples! Todos foram levados a crer que, sem a protecção do Big Brother e da sua sombra militar, seriam engolidos pela ameaça comunista.

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Oleh

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