No dia 6 de dezembro de 2009 ocorreram as eleições gerais na Bolívia. Com mais de 60% dos votos, as forças socialistas e antiimperialistas confirmaram o aprofundamento das mudanças que vive a "grande pátria", como costumam dizer os bolivianos. Em discurso, na grande festa da vitória, na praça "Murillo", em La Paz, Evo disse ter a obrigação de acelerar o processo de mudança, já que agora contará com dois terços do parlamento. Morales conta com apoio da COB (Central Obrera Boliviana), dos campesinos e dos povos indígenas que se colocam como protagonistas da construção de um poder comunitário.
Com pouco mais de 20% dos votos, o principal opositor de Evo Morales, Manfred Reyes, ex-governador de Cochabamba, com formação militar, saiu desmoralizado destas eleições. Não era para menos, o vice de Reyes, ex-prefeito de Pando, encontra-se preso por sua responsabilidade no massacre contra campesinos em Porvenir, em Setembro de 2008. A vitória de Evo Morales representa, portanto, a vitória dos movimentos sociais contra a elite mais violenta da Bolívia.
Para o cenário internacional, particularmente o latino americano, a vitória da esquerda na Bolívia significa mais um passo na luta antiimperialista, contra as intervenções bélicas dos EUA, em defesa da soberania dos povos. No momento em que foi depositar o seu voto, no colégio Aspiazu, o Ministro da presidência, Juan Ramón Quintana, afirmou que o governo e as forças democráticas estarão prontos a reagir contra a direita golpista e que a Bolívia lutará por sua soberania e de todos os povos da América Latina frente aos estadunidenses e imperialistas.
O Partido Comunista Boliviano, que elegeu dois suplentes ao Senado e ajudou a eleger alguns deputados aliados, avalia que o momento é de muita unidade e organização das forças democráticas. Marcos Domich, membro do Comitê Central dos comunistas bolivianos, afirmou que a direita saiu derrotada do processo eleitoral, mas não aceitará passivamente tal resultado e que se faz necessário impulsionar o processo de mudanças, garantindo a coerência das forças socialistas.
[*] Fernando Viana é Secretário Político do CR de Goiás e membro do Comitê Central do PCB. Encontra-se na Bolívia, onde foi observador internacional nas eleições deste domingo e representa o PCB em outras atividades, em especial em articulação com o Partido Comunista Boliviano.
Socialismo e poder comunitário na Bolívia: Mais uma vitória das forças antiimperialistas Por: Fernando Viana [*]
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Oleh
Kaizim