13 de fevereiro de 2010

UM DIA NA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA - Por Laerte Braga


O general da banda Vítor Valverde chega por volta das onze horas que ninguém é de ferro. Passa as madrugadas em companhia da secretária Suely Reis, procuradora geral de Alberto Bejani no desgoverno Custódio Matos, tentando descobrir formas de faturar mais.

Ao chegar ao pátio municipal sua excelência o general banda recebe honras militares da guarda municipal, presta continência e lê a ordem do dia. Via de regra é recomendando que o número de multas a veículos seja aumentado sempre em nome da grandeza do caixa dois da campanha de Rodrigo Matos, filho do alcaide mensalão Custódio Matos e candidato a deputado estadual.

O IPTU foi um reforço de caixa substancial, mas como o candidato é muito pesado (se falar e andar ao mesmo tempo tropeça cai e grita mãeeeeeeeeeeee), é preciso mais e, evidente, sobrar um troco no final.

A principal acionista da antiga Prefeitura de Juiz de Fora, a Vital Engenharia Ambiental Ltda, braço da quadrilha Queiroz Galvão, é como um tiranossauro rex insaciável. Quilos e quilos de dinheiro no processo de privatização do lixo, de construção irregular e com aval da justiça (justiça?) de um aterro sanitário em Dias Tavares e todo o arcabouço de futuras privatizações.

A saúde e a CESAMA. Vai render dinheiro suficiente para que o prefeito/mensaleiro, corrupto, possa viver na cidade dos seus sonhos, Londres.

A Câmara de Vereadores está sob controle da quadrilha. Cinco, seis vereadores resistem com dignidade à investida dos poderes constituídos do general da banda e dos favores prestados. Vereador da situação não tem problema algum em ficar de quatro, aliás, vive de quatro.

Quando um ou outro tenta argumentar que a perna do a não está certinha, o general da banda dá um berro, enquadra, posição de sentido e a turma entende que é para deitar e pronto, deita.

Juiz de Fora não merece.

Oito anos. Primeiro Alberto Bejani e agora Custódio Matos.

É bandido demais para uma cidade só.

Vai ser preciso lembrar o nome de cada um dos vereadores que votaram o aumento do IPTU, sempre, até as eleições, para que nunca mais consigam se eleger, inclusive aquele do “me ajudem por favor”. O único ajudado de fato é ele.

Não existe tucano honesto. Tucano por si só é corrupto. Uma das únicas regras sem exceção. Absoluta.

O perigo é Custódio e o general da banda importar o modelo de José Collor Serra e transformar Juiz de Fora numa grande lagoa. No mínimo vão privatizar a navegação na rua Halfeld, avenida Rio Branco, com toda a certeza o deputado Marcus Pestana vai arranjar um laranja e montar uma empresa para faturar e chegar à Câmara Federal. Assim que nem o monte de empresas laranjas que foi criando na secretaria de Saúde durante o período que lá esteve.

É um escárnio o que acontece em Juiz de Fora. Uma vergonha para a cidade levando em conta suas tradições, sua história. Dois pilantras, um depois do outro e pior, através do voto popular, chega a dar vontade de chorar “lágrimas de esguicho” como dizia Nélson Rodrigues.

Acho que as entidades sindicais, do movimento popular, os cidadão indignados, deveriam manter em caráter permanente em cada bairro da cidade, um painel móvel com a foto dos vereadores que votaram a favor do aumento do IPTU, com um relatório diário das aberrações cometidas pelo general da banda Vitor Valverde e a secretária Suely Reis (toma conta da parte de Bejani na propina), numa tentativa de manter a população minimamente acordada e quem sabe nas eleições de 2012 (se a cidade não acabar antes) se consiga eleger um prefeito integro e capaz.

Dia desses um motorista de táxi lamentava-se comigo. “Acreditei nas palavras desse cretino –referia-se a Custódio e o termo não foi bem cretino, foi outro – tenho vontade de esganá-lo, o desgraçado não sabe o que é trabalhar a vida inteira para construir uma casinha e agora pagar um IPTU desses para ele fazer campanha pro filho”.

O sujeito dito prefeito aparece lá de vez em quando. Tem ojeriza a esse negócio de expediente, prefere ficar sonhando com Londres e contando o rico dinheiro da Queiroz Galvão.

O número de servidores demitidos na farsa da moralização (já viu tucano moralizar alguma coisa?), os benefícios assegurados por lei e cortados impunemente, toda a sorte de trapaças, Juiz de Fora é só uma cidade saqueada por uma quadrilha sem entranhas.

Quem quiser fazer um curso rápido de mafioso é passar um dia na Prefeitura de Juiz de Fora, observando o “trabalho” da quadrilha chefiada pelo trio Vítor Valverde, Suely Reis e a senhora dita primeira-dama. O resto é acessório.

Lembram-se daqueles cobradores de impostos do príncipe João Sem Terra, os que Robin Hood combatia? A tal secretária da Fazenda, acho que Maria Helena qualquer coisa é uma sobrevivente do período. Ficou alguns anos em estado de múmia e agora desforra no contribuinte.

É filme de terror puro. Sem falar nas brigas entre eles, aquele negócio de quero o meu, não é bem assim.

Não duvido nada que no fim do dia um desses pastores do convertido Custódio vá lá fazer uma oração agradecendo a propina nossa de cada dia. É moda desde que José Roberto Arruda importou – ele que disse – as coisas “boas” do governo José Collor Serra e José Collor Serra disse que “coisas boas devem ser importadas”.

Custódio fez o mesmo, importa o modelo Serra. E querem isso para o Brasil.

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Oleh

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2 comentários

comentários
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19 de fevereiro de 2010 às 20:13

Laerte, como sempre excelente e pontual. Precisamos falar mesmo, todos os dias, os nomes destes vereadores que votaram contra o povo e saquearam o bolso do contribuinte para encher os cofres da tucanada.

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Anônimo
12 de setembro de 2012 às 18:51

Mestre
Gostei do video Custodio Mattos dançando:
http://www.youtube.com/watch?v=C6ZI3lpBdc4

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