6 de junho de 2010

CARTA DE CLÓVIS PETIT A ALDO REBELO (Reportagem abaixo)

Aldo Rebelo:

Que patético, que vergonha e o quão sórdida e traidora representa a posição sua e do seu partido.

Pensei que você fosse comunista, (pelo menos você se diz), que estivesse do lado dos direitos humanos, em especial daqueles que morreram e deram suas vidas neste pais, muitos através desse Partido seu o PCdoB, como é o caso dos meus irmãos que morreram defendendo essa bandeira. Mas vejo que você está contra eles ou a memória do que eles representaram, pois quem apóia a impunidade dos carrascos que os trucidaram se coloca contra eles também.

Patética e covarde a sua posição não acha?

Você consegue dormir a noite?

Você realmente acha que o STF expressou a vontade nacional? Você acha que a vontade nacional é pela prevalência da impunidade e da consagração da tortura?

E pensar que o PCdoB sempre discursou, exaltando a luta da guerrilha do Araguaia, o heroísmo, etc. mas que vemos hoje que tudo isso nunca passou de um lema propagandístico e que é usado ainda hoje pelo seu Partido. No entanto a política do PCdoB é essa, a da traição da memória desses que lutaram e deram suas vidas.

Estou com nojo. Muito nojo mesmo.

Lembra-se do congresso da UNE lá em Piracicaba que você foi eleito presidente da UNE. Tinha um discurso firme, radical, cheguei até votar em você naquela ocasião.

Bem mais tarde, por volta de 1992 não me recordo a data encontrei você na casa de um amigo em Presidente Prudente que era do PCdoB e que fez questão de me convidar a um churrasco, pois voce estaria presente.

Mas que vergonha! O que você virou!

Espero não ouvir mais esses discursos triunfalistas do seu Partido em relação a qualquer morto e desaparecido político, como forma de propaganda de seu Partido. Ainda me verás virar bicho numa ocasião destas, e ainda ouvirão o que não estão preparados para ouvir.

Espero que você não se reeleja nesta próxima eleição, a cada mandato você se destrói enquanto pessoa e prejudica também a verdadeira democracia que almejamos.

Clóvis Petit de Oliveira (irmão de Maria Lucia, Lucio e Jaime Petit da Silva mortos na Guerrilha do Araguaia)


01/05/10 – Folha de São Paulo

Militares recebem com alívio decisão do STF


Jobim avalia que mexer na anistia é reabrir feridas sem ganhar nada em troca; Aldo Rebelo, do PC do B, também elogia medida

Para o ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, decisão tomada pela corte é "lamentável': "o país tem que aprender a punir a tortura"

ELIANE CANTANHÊDE

Apesar das reações negativas, a decisão do Supremo Tribunal Federal a favor de não alterar a Lei da Anistia foi recebida com alívio por oficiais das Forças Armadas e elogiada até pelo deputado Aldo Rebelo, que é do PC do B (Partido Comunista do Brasil) e a considerou correta.

O ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), no entanto, considerou "lamentável" o fato de o Supremo ter decidido anteontem, por 7 votos a 2, que não cabe revisão da lei, editada em 1979, para permitir punição de agentes do Estado que tenham praticado tortura no regime militar (1964-1985).

Na avaliação militar, a decisão do Supremo e a nova redação da Comissão da Verdade, do 3º PNDH (Plano Nacional de Direitos Humanos), enterram a discussão sobre a revisão da Lei da Anistia. O novo texto foi sugerido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, e prevê investigação dos dois lados, o dos torturadores e o das organizações de esquerda.

Conforme a Folha apurou, a avaliação de Jobim, que chefia hoje Marinha, Exército e Aeronáutica, é que mexer na anistia seria reabrir velhas feridas sem ganhar nada em troca. Para ele, a lei foi resultado de um acordo que interessava tanto aos governo militares, responsabilizados por torturas, como às organizações de esquerda, acusadas de sequestros e de usar bombas para reagir ao regime. Para Rebelo, o Supremo "interpretou a vontade nacional, que é a vontade da conciliação, da construção do futuro".

Já Vannuchi lamentou não ter sido criada no Brasil a cultura de contestar judicialmente os militares acusados de torturar opositores da ditadura, ao contrário do que ocorreu na Argentina e no Chile. Ele disse, porém, que foi positivo os ministros citarem a importância de abrir os arquivos do período. A pré-candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), em visita a Santos evitou comentar a decisão, dizendo que "não cabe mais discussão a respeito".

Em novembro de 2008, ela afirmou que os crimes de tortura cometidos durante a ditadura eram "imprescritíveis". Ontem, ao ser questionada sobre as divergências entre ministérios em relação ao tema, só disse que o parecer oficial do governo foi o da Advocacia-Geral da União, que recomendou a manutenção da lei. "Eu não sou a favor de revanchismo de nenhuma forma [...] É fundamental que o Brasil lembre e nunca mais caiamos numa ditadura", disse Dilma.

Colaboraram ANA FLOR, enviada especial a Santos, e a Sucursal de Brasília

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Oleh

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