Crédito: PCPE | |
Saudações camaradas.
É mais uma vez um grande acontecimento a reunião de representantes de Partidos Comunistas e Operários de dezenas de países dos cinco continentes, nesta época, graças à hospitalidade e ao trabalho do PC da África do Sul.
O tema central da nossa discussão é que podemos avançar coordenadamente para superar o nosso inimigo de classe e seus aliados: o capitalismo.
Eu não quero me estender sobre a análise da crise sistêmica do capitalismo, pois todos os presentes puderam ler as opiniões do PCPE a este respeito. Foi publicado no número 1 da nova Revista Comunista Internacional. Hoje o nosso partido está discutindo, no nosso 9 º Congresso, a estratégia dos comunistas espanhóis à crise capitalista.
Como PCPE, concordamos com as opiniões de muitos outros partidos comunistas do mundo, algumas publicadas na Revista Comunista Internacional, e outros documentos publicados por organizações revolucionárias.
Sem um processo revolucionário será impossível acabar com a exploração do homem pelo homem, que é o centro motor do capitalismo.
Para impulsionar as mudanças revolucionárias, aceitando as diversas nuances que temos entre nós, só avançaremos se em todos os países sejam a classe trabalhadora e seus aliados que se tornem a vanguarda dirigente.
As lutas operárias desenvolvidas desde a última reunião dos partidos comunistas na Índia tem como referência as 13 greves gerais na Grécia, sete na França, muitas outras em diversos países da Europa e em outros continentes, além da greve geral de apenas um dia na Espanha.
Em toda elas a classe trabalhadora tem sido chamada a lutar contra o capitalismo pelos sindicatos de classe. A Federação Sindical Mundial e seus parceiros têm sido capazes de demonstrar que só a classe trabalhadora pode lidar com sucesso com a barbárie capitalista. O 16 º Congresso da FSM, em abril, Atenas, certamente representa um passo na linha de reforçar o sindicalismo de classe.
Como indicado no título do tópico em discussão nestes dias em Joanesburgo, a classe operária deve saber como fazer parceria com outros setores da sociedade em cada estado e território. Historicamente, sempre foi assim que ganharam os processos revolucionários.
Em Espanha, seguimos avançando na aliança com organizações antiimperialistas e anti-monopolistas. É cada vez mais claro para a classe trabalhadora espanhola o papel da social-democracia e de seus aliados (alguns se dizem de esquerda, mas cederam às decisões do grande capital).
Na verdade isso acontece em todos os países do mundo. Eu apenas gostaria de referir-me à capitulação vergonhosa do sindicalismo de pacto social, dos sindicatos chamados de acompanhamento, apoiado pelo Parlamento Europeu e pela burguesia mundial. Lembrem-se do Congresso da Confederação Internacional de Sindicatos, realizada no Canadá em junho passado. Lá estava o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio.
Os comunistas têm que desmascarar os falsos dirigentes sindicais que, embora afirmando defenderem os interesses dos trabalhadores, na verdade, aceitam capitulações impostas pelos que os financiaram. Este é o caso das Comissões Obreiras e da UGT na Espanha. Assim, na Espanha, nós do PCPE, estamos trabalhando para recuperar o sindicalismo de classe e unir todos aqueles que lutam contra o capitalismo.
A grande batalha européia e mundial contra o imperialismo marcou importantes sucessos, como foram as manifestações na Espanha de milhões de pessoas que forçaram o governo social-democrata a retirar as tropas espanholas do Iraque. O mesmo em outros países, também na América Latina derrotando as manobras imperialistas. Ou mais próximo ainda as principais ações contra a OTAN em Lisboa em 20 de novembro.
Os comunistas têm que saber intervir como dirigentes para conduzir as grandes organizações de massas revolucionárias, coordenar suas atividades e lutar contra o inimigo da humanidade, contra o capitalismo.
Camaradas, o PCPE está sempre disposto a ajudar a avançar as alianças que irão ajudar a acabar com a exploração do homem pelo homem. Assim, nos próximos meses, iremos promover atividades que contribuam para o enfraquecimento da burguesia em nosso país, desvendando o papel que seus aliados estão jogando, os social-democratas e aliados desta.
Em particular, esperamos que o Festival Mundial da Juventude, que acontece dentro de alguns dias aqui na África do Sul e o 16 º Congresso da FSM, a ser realizado em Atenas, de 6 a 10 de abril do próximo ano, trarão uma nova etapa na luta decisiva para derrotar o capitalismo.
Esperamos também que das reuniões que estamos realizando saiam acordos para a ação conjunta dos comunistas, na seqüência da experiência já desenvolvida na Europa face à UE (21 Partidos Comunistas participaram) e em outras partes do mundo.
Certamente, a Revista Comunista Internacional será uma boa ferramenta para a troca de argumentos entre os comunistas, e vão levar-nos a fortalecer nossa luta ideológica global.
Obrigado pela sua atenção.
Quim Boix
África do Sul, 05 de dezembro de 2010