Por ser um movimento social suprapartidário, autônomo e independente, o GTNM/RJ tem por princípio ético-político, desde sua fundação, não participar de eventos políticopartidários. Isto foi de imediato esclarecido ao representante da CUT/RJ que nos afiançou que o ato de 13 de dezembro seria suprapartidário.
Em reunião realizada, em 25 de novembro último, com a Diretoria do GTNM/RJ e o representante da CUT, ficou acordado que neste evento a CUT, por sugestão nossa, iria homenagear alguns companheiros fundadores do GTNM/RJ há 25 anos atrás. Assim, foram lembrados e confirmados os nomes de Alcir Henrique da Costa, Carlos Gomes Vilela Filho, Modesto da Silveira, Cléa Lopes de Moraes, Maria Dolores Perez Gonzalez (LOLA) e a entidade Centro pela Justiça e pelo Direito Internacional (CEJIL/Brasil). Ao lado disso, todos os mortos e desaparecidos políticos seriam lembrados e homenageados através de listas com seus nomes a serem afixadas no auditório do 9º andar da ABI, local do evento.
O GTNM/RJ ficou responsável por conseguir as biografias das pessoas a serem homenageadas e entrar em contato com elas. Assim, o fez. Somente em 06 de dezembro último recebemos, sem consulta anterior, o cartaz definitivo sobre o ato que não citava o GTNM/RJ como entidade parceira e nem os nomes dos homenageados por nós escolhidos.
Em 07 de dezembro, por insistência nossa, tomamos conhecimento de que na mesa do evento, além de entidades como a CUT, a ABI, o MST e o GTNM/RJ, também estariam presentes figuras públicas vinculadas aos partidos políticos PT e PMDB, este último através do governador do estado do Rio de Janeiro, Sr. Sérgio Cabral.
Soubemos também que os nomes por nós indicados seriam apenas homenageados na fala da presidente do GTNM/RJ
- que foi uma das homenageadas escolhida pela CUT.Os indicados pelo GTNM/RJ não estariam, portanto, contemplados nas homenagens indicadas pela CUT, todas elas também bastante representativas e que merecem nosso apoio, respeito e nossa homenagem.
Infelizmente, o que havia sido acordado foi modificado e sequer fomos informados.
Acrescente-se a isto o fato de que, no momento, junto a outros movimentos sociais e entidades, o GTNM/RJ faz parte de uma frente que acompanha preocupada e de forma bastante crítica a política militarizada de segurança pública que vem sendo implementada pelo atual governo do Rio de Janeiro ferindo os mais elementares
princípios dos direitos humanos afirmados pelo GTNM/RJ desde sua fundação em 1985.Por tudo o que foi exposto, o GTNM/RJ torna público sua
não participação no ato promovido pela CUT no dia 13 de dezembro próximo. Não poderíamos sentar em uma mesa em que se fazem presentes alguns representantes e apoiadores de uma política exterminadora que produz mais insegurança pública, mais violência e mais desrespeito aos direitos humanos.Assim, o GTNM/RJ -
espantado e impactado pelo rumo tomado para a realização de tão importante ato que há 41 anos trouxe a implantação do terrorismo de Estado em nosso país atingindo violentamente milhares de brasileiros - se sente impedido de participar de tal evento. Em função da afir ação de nossos princípios ético-políticos seria impossível no dia do AI-5 estar ao lado de algumas figuras que, no momento atual, ferem os direitos humanos tão penosamente afirmados por todos aqueles que foram perseguidos, sequestrados, mortos e desaparecidos pela tortura que se institucionalizou a partir daquele triste e terrível 13 de dezembro de 1969.Em nome da ética e da luta de toda uma geração que deu sua vida por uma sociedade mais justa e fraterna, estaremos em nosso jornal virtual de 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos) homenageando com suas biografias alguns de nossos fundadores que foram indicados para este ato de 13 de dezembro próximo.
Pela Vida, Pela Paz
Tortura Nunca Mais!
Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 2010
Diretoria do GTNM/RJ--
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