21 de maio de 2011

Bin Laden:"Mais uma ‘caixa preta’ a ser recuperada... No Oceano Índico"


imagemCrédito: Paki
Fritz Utzeri
Osama Bin Laden foi executado num “cafofo” de traficante de morro carioca, no Paquistão, onde vivia escondido há seis anos, vizinho da maior academia militar do país. Os norte-americanos inicialmente alegaram que ele teria resistido e chegado a usar uma mulher como escudo humano, mas as primeiras notícias que ouvi na rede Al Jazera, no dia de sua morte, davam conta que o terrorista fora “preso e morto” pelos marines. No dia seguinte, terça-feira, a TV Globo falava em “assassinato” e a Casa Branca admitia que Bin Laden estava desarmado quando foi baleado na cabeça “por ter resistido”.
Quinta feira surgiu uma nova versão, a terceira em quatro dias. Marines teriam entrado na casa após trocarem tiros com um mensageiro do terrorista e uma mulher, que foram mortos no primeiro andar. Não houve mais reação e no segundo andar encontraram e mataram um irmão de Bin Laden, ou do mensageiro morto (as versões são conflitantes), igualmente desarmado, mas que, segundo os soldados, estaria com a mão nas costas e poderia estar escondendo uma arma. No terceiro andar localizaram Bin Laden e uma mulher (sua mulher mais nova ou apenas uma mulher em novo conflito de informações) que foi ferida na perna. Segundo essa terceira versão, Bin Laden estaria desarmado, mas havia armas no quarto e ele tentava apoderar se de uma quando foi abatido.
Essas explicações contradizem a inteligência mais primária e o senso comum. Um fuzileiro “SEAL” (United States Navy Sea, Air and Land – Marinha dos EUA, mar, ar e terra) é capaz de matar de vergonha qualquer Robocop ou Stormtrooper (aquele boneco branco de Guerra nas Estrelas). Os Seal são dotados de armamento ultrassofisticado e de meios de detecção, visão e comunicação assombrosos, além de passarem por um treinamento duríssimo e constante.
Como Bin Laden desarmado teria podido reagir diante da avassaladora superioridade de seus oponentes? Ao morrer o terrorista portava apenas um camisolão (sua roupa tradicional) e teria nas mãos no máximo um pedaço de pau ou de ferro para defender-se e “reagir”. Como um grupo de fuzileiros de elite não conseguiu subjugar um homem derrotado e acuado?
Na terceira versão Bin Laden estaria tentando pegar uma arma (uma AK 47) em seu quarto quando foi morto. A velocidade dos SEAL parece impressionante, trocaram tiros com os defensores da casa, mataram os dois, arrombaram a porta, entraram, subiram ao segundo andar onde mataram outro terrorista a tiros e, pelo jeito, Bin Laden deveria estar dormindo e ter um sono incrivelmente pesado para não perceber o movimento, ouvir os tiros e só resolver pegar uma arma quando os fuzileiros irromperam em seu quarto. Dá para acreditar?
Outra informação divulgada pelos norte-americanos foi a de que Bin Laden foi morto por não demonstrar “intenção de render-se”. (???) Uma irmã de Osama garante que ele foi preso pelos SEAL e executado. Se uma ação como essa ocorresse numa cidade dos EUA, praticada pela polícia contra um bandido, os policiais enfrentariam uma corregedoria brava e no mínimo suspensão e julgamento. É isso pelo menos o que nos vendem as séries policiais yankees que infestam nossa televisão dia e noite.
A coisa toda cheira fortemente a queima de arquivo, dessas que ocorrem frequentemente entre nós, levadas a cabo por policiais, milicianos, para eliminar quem sabe demais. E Bin Laden, definitivamente sabia demais. A decisão de eliminá-lo foi política e a ordem foi “matem”.
Bin Laden deveria ter sido preso, levado para os EUA e julgado. Mas o que ele poderia contar num tribunal? Talvez coisas que incomodariam muita gente graúda nos EUA, desde o financiamento e treinamento que a CIA lhe deu quando formou parte dos mujahidin, guerrilheiros muçulmanos radicais que lutavam contra a URSS no Afeganistão, abrindo uma Caixa de Pandora que resultou nas ações do Taliban e da Al Qaeda. E que tribunal? O de exceção de Guantánamo, ou uma corte de Nova Iorque?
O que Bin Laden poderia revelar num tribunal sobre o 11 de setembro, um atentado que salvou Bush filho de uma apuração sobre uma suposta (olha a palavra aí) fraude em sua eleição, justamente no estado da Flórida, governado por seu irmão, investigação que simplesmente sumiu... O que não conviria deixar vir a público?
A solução foi mesmo – como lembrou o leitor João Carlos Pinheiro da Fonseca, velho jornalista, ao sugerir o título deste artigo – criar uma nova “caixa preta” no mar. É a única hipótese plausível. A desculpa do túmulo no mar para evitar peregrinações não se sustenta e a ação dos norteamericanos violou as leis internacionais que deveriam valer para todos e principalmente para aqueles que posam como mocinhos e defensores do “bem” (a palavra “bem” seria mais adequada no plural).
Afinal, mesmo terrorista, detestado, criminoso e tudo o mais que, corretamente, se diz dele, não tira da família o direito a um enterro digno.
Jogar corpos no mar foi uma prática adotada pelos militares do Cone Sul, inclusive no Brasil, prática macabra certamente aprendida na famigerada Escola das Américas, mantida pelos EUA no Panamá nos chamados “anos de chumbo” para formar os torturadores brasileiros, argentinos, chilenos, etc.
Para que os mortos não flutuassem (corpos geralmente afloram por serem cheios de ar e as correntes podem levá-los à praia) os carrascos abriam a barriga dos condenados antes de jogá-los dos helicópteros. Aberto, o corpo afundava, não voltava e o desaparecido “virava lenda” no jargão dos torturadores.
O mais curioso é que é exatamente isso que pode acabar acontecendo com Bin Laden
Fonte: http://jornalorebate.com.br/site/internacional/7037-bin-laden-qmais-uma-caixa-preta-a-ser-recuperada-no-oceano-indicoq

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Oleh

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