26 de outubro de 2011

A Semana no Olhar Comunista - 0016

imagem

Engajamento???

Pesquisa divulgada esta semana que trazemos nesse A Semana no Olhar Comunista informa que os empregados brasileiros estão entre os mais “engajados” no trabalho. Por “engajamento” entenda-se que o empregado “fala bem da empresa e de seus produtos, tem interesse em continuar sendo parte da organização e em buscar seus objetivos e se esforça para ir além das expectativas básicas de sua função”.



De 0 a 100, os empregados brasileiros receberam nota 64, atrás apenas dos chineses (67) e indianos (74). O fato demonstra o tamanho da tarefa para os comunistas brasileiros: a barreira propagandística que impede a classe operária de se perceber explorada é enorme! Confira a lista:

1. Índia

2. China

3. Brasil

4. Suíça

5. Estados Unidos

6. Áustria

7. Canadá

8. Holanda

9. Alemanha

10. Rússia

11. Cingapura

12. Itália

13. Austrália

14. Espanha

15. França
16. Hong Kong

17. Grã-Bretanha

18. Japão




Assalariados pagam mais IR do que bancos

Análise do Sindicato Nacional de Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) informa que os trabalhadores pagaram 9,9% da arrecadação federal somente com o Imposto de Renda ao longo de um ano. E que as entidades financeiras arcaram com menos da metade (4,1%) com o pagamento de IR e mais três outros tributos.

"Os dados mostram a opção equivocada do governo brasileiro de tributar a renda em vez da riqueza e do patrimônio", afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, em entrevista à imprensa.

Entre setembro de 2010 a agosto deste ano, as pessoas físicas pagaram R$ 87,6 bilhões em Imposto de Renda, incluídos os valores retidos na fonte como rendimentos do trabalho. Já o sistema financeiro gastou apenas R$ 36,3 bilhões com o pagamento de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e Imposto de Renda.



Governo “esconde” informações públicas

“O Ministério do Planejamento alegou motivo de "segurança" para não permitir o acesso da ONG Contas Abertas a informações que deveriam ser públicas. Após a decisão do Planalto, a entidade pediu cooperação jurídica à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para ter o acesso irrestrito aos dados de sistemas informatizados do governo federal. Foram negados à ONG os acessos ao Sistema Integrado de Dados Orçamentários (Sidor), ao Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento do Plano Plurianual (Sigplan), ao Sistema de Informação das Estatais (Siest) e ao Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg). A medida torna impossível, segundo Gil Castello Branco, secretário-geral da entidade, a realização do controle da sociedade dos convênios firmados com empresas privadas e organizações não-governamentais”.

O trecho acima, entre aspas, é de reportagem da Folha de S. Paulo que informa a medida tomada pelo governo para esconder as movimentações de dinheiro público, ao contrário do que indica a a Lei de Diretrizes Orçamentárias, no seu parágrafo 1º do artigo 102, que autoriza o acesso irrestrito a essas informações.



França, a próxima vítima?

A agência de classificação de risco Moody's informou que pode revisar para negativa a perspectiva sobre a nota de crédito "Aaa" da França nos próximos três meses se o país não fizer progressos em suas reformas econômicas e fiscais. A avaliação também levará em conta potenciais efeitos adversos nos mercados financeiros ou na economia, disse a agência, deixando claro que a jogatina do mercado financeiro precisa ser mantida. Afinal de contas, por que “potenciais efeitos adversos” deveriam ser levados em conta em um trabalho honesto, científico, ascético e correto???



Direita precisou ressuscitar cabo Anselmo depois da criação da “Comissão da Verdade”

A reaparição pública, no programa Roda Viva, da TV Cultura, de São Paulo,  do ex-militar José Anselmo dos Santos – o cabo Anselmo – pode ter sido uma iniciativa da direita. Anselmo, expulso da Marinha após um motim, nos anos 60, foi preso pela ditadura militar e, para ser libertado, delatou perseguidos políticos ao Dops, incluindo sua namorada, Soledad Viedma, que acabou morta sob tortura. Foi cooptado pelos órgãos de repressão e tornou-se agente duplo.  Recentemente, Anselmo escreveu um livro, ainda não publicado, revelando nomes e fatos do período da ditadura.

Segundo a Carta Maior, Anselmo tem a intenção de reivindicar uma identidade, alegando que, até hoje, vive  como clandestino, não dispondo de nenhum documento oficial de identificação. O advogado Aton Fon Filho, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, no entanto, não apenas tem poucas expectativas em relação à entrevista como acredita que o programa é uma expressão das vozes militares. Para ele, a participação do Cabo Anselmo noRoda Viva é mais uma ação da direita, representando uma reação ao debate sobre a Comissão da Verdade no país. A direita, segundo Aton, está sendo impelida a  “desenterrar” pessoas como o Cabo Anselmo  para dar uma resposta.  Para familiares de mortos e desaparecidos políticos e militantes de defesa dos direitos humanos,  os setores reacionários continuam contando com o apoio da grande mídia para evitar que se faça justiça no Brasil em torno das violações praticadas pelo regime militar.

O fato é que, 32 anos após a edição da edição da Lei da Anistia, o Estado brasileiro, ao contrário outros países vizinho que sofreram sob governos ditatoriais, nas décadas de 60, 70 e 80, ainda não reparou todos os danos causados às vítimas da ditadura civil-militar. É preciso que esta seja uma bandeira de todos, para que as feridas se fechem, os responsáveis sejam processados e esta página da história seja, finalmente, virada.



Governo argentino quer mais Marx e menos neoliberalismo em faculdades de economia O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, defendeu, em recente entrevista, que as faculdades federais de economia do país modifiquem a atual grade escolar para dar "mais espaço" para as teorias do alemão Karl Marx, do inglês John Keynes e do argentino Raul Prebisch (fundador da Cepal). A informação é da BBC. O Ministério da Economia da Argentina entende que "As faculdades argentinas hoje apresentam grades mais ortodoxas e nós apoiamos que elas sejam mais heterodoxas". Outros autores, como o brasileiro Franklin Serrano (da UFRJ) e o polonês Michal Kalecki, são também apontados como referências necessárias para os estudantes.

A intenção do Ministério é reduzir a presença de textos de referência associados ao neoliberalismo, e que os cursos de Economia atuais fazem parte de um “domínio neoliberal”, sendo necessário, assim, modificá-los, para adequá-los ao “modelo de acumulação com inclusão social", lançado pelo ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), antecessor de sua viúva, a atual presidente, recém reeleita.

A mudança é um claro sinal do esgotamento das políticas econômicas neoliberais, de privatizações, destruição do Estado, eliminação de direitos sociais e de precarização das relações de trabalho, entre outras,  que predominaram na Argentina ao longo dos anos 90, deixando uma herança de forte crise social, desemprego e desequilíbrio econômico sem predecentes na história do país. É também um passo importante na construção de uma alternativa ao sistema capitalista, de uma contrahegemonia socialista na Argentina.

Postagens relacionadas

A Semana no Olhar Comunista - 0016
4/ 5
Oleh

Assine via e-mail

Por favor inscreva-se para receber as ultimas postagens no e-mail.