6 de maio de 2012

A DECISÃO DO TRE SOBRE CUSTÓDIO E A COMPRA DE VOTOS

Não poderia ser diferente o noticiário do grosso da mídia de mercado sobre a decisão do Tribunal Regional Eleitoral no processo em que o prefeito Custódio Matos é acusado de compra de votos para sua eleição, em 2008.

As afirmações feitas por essa mídia sugerem que Custódio tenha sido absolvido e que o processo vai ser analisado pelo Ministério Público em primeira instância, já que existem indícios de culpa do vereador Rodrigo Matos, filho do prefeito.

Noticiário incorreto, tentativa de ludibriar a opinião pública pelo comprometimento com o governo de Custódio Matos.

A decisão do TRE soa estranha e ao mesmo tempo hábil. Livra a cara do prefeito, principal beneficiário da compra de votos, aventa a possibilidade de culpa de seu filho, o vereador Rodrigo Matos. Custódio é candidato à reeleição e o comprometimento dos poderes públicos com o esquema tucano que controla Minas Gerais apressou-se a resolver uma pendência, exatamente o processo que dorme a quase quatro anos nos escaninhos da justiça.

Livre o prefeito, embora o assunto possa ainda ser apreciado pelo TSE – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL –, inicia-se nova caminhada que os entraves burocráticos da justiça farão com que livre seja também a cara do vereador Rodrigo Matos, típica manobra política para favorecer o prefeito, evitar problemas futuros.

Ora, testemunhas as mais diversas comprovam a oferta de dinheiro vivo por voto.

O beneficiário direto dessa situação foi o prefeito. Seria muita ingenuidade acreditar que cada 50 reais dados a eleitores por voto em Custódio pelo filho de Custódio, era fato desconhecido do prefeito.

Quem bem se lembrar das eleições de 2008 vai se lembrar também que Custódio perdia em todas as pesquisas de opinião pública e virou nos três últimos dias exatamente quando começou a compra direta de votos.

Uma cidade camarada não precisa de uma administração como essa, em que o abandono é total e somente agora, às vésperas das eleições aparecem as “obras” prometidas, ou parte delas, pior ainda, com a presença da construtora DELTA, de Carlos Cachoeira, em três projetos que o governo federal aprovou, todos apresentados pela Prefeitura de Juiz de Fora.

Estamos diante de uma grande manobra política destinada a buscar com que o prefeito seja reeleito e possa manter intocados os esquemas de grandes empresas que controlam o efetivo poder público em nossa cidade, sem o menor respeito ao povo, sem participação popular e debaixo de jogos de palavras feitos pela mídia de mercado, sempre atenta aos interesses dos poderosos.

O que aconteceu no TRE deixa a justiça em débito com a imparcialidade que deveria marcar suas decisões.

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Oleh

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