Todo o complexo que hoje conhecemos como SOCIEDADE DO ESPETÁCULO
(expressão do autor francês Guy Débort) se volta nos países capitalistas, de
tempos em tempos, para o show eleitoral.
Partidos apresentam seus candidatos, a mídia “esclarece” os direitos
fundamentais do cidadão e marqueteiros vendem idéias e candidatos como se
fossem cosméticos capazes de resolver problemas, quaisquer que sejam suas
dimensões.
A realidade é outra e é preciso entender isso para que se
possa ter em mente que no estado capitalista as eleições são, de um lado – o das
elites políticas e econômicas – o instrumento que confere o rótulo de democracia
a uma situação em que a classe trabalhadora é explorada e no mundo de hoje, a perspectiva
de finitude de recursos naturais é real, visível a olho nu. E de outro lado, exatamente
o dos trabalhadores, eleições são um instrumento de organização e formação para
que possamos ter consciência da necessidade de mudança do sistema político e econômico.
Participação popular efetiva nas decisões que dizem respeito
à cidade, a nossa primeira realidade, consciência da presença da cidade dentro de
cada estado da Federação e da própria Federação e hoje, no mundo globalizado, percepção
do processo que esmaga cada dia mais a classe trabalhadora.
O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO entende assim e participa do processo
eleitoral com essa visão. Não existem outras prioridades além do debate amplo, franco
e leal com o trabalhador, com os cidadãos na sua totalidade. Nada de promessas
de feitos miraculosos, de salvadores de situações caóticas, pois a História nos
mostra que essas figuras monstruosas não existem e nem se materializam as
promessas feitas através dos efeitos especiais criados pelos marqueteiros.
Debate, troca de idéias, consciência, presença, participação.
É com esses ingredientes que construiremos a democracia popular e evitaremos
situações como a que a Juiz de Fora vive hoje. A presença da DELTA – empresa de
Carlos Cachoeira – em três obras públicas, a corrupção em vários setores da
municipalidade, a saúde caótica e privatizada, a educação abandonada e as
eternas mentiras do atual prefeito.
Um exemplo? Gosta de dizer que construiu mais de mil casas
para os trabalhadores. Como? Os recursos são do programa MINHA CASA MINHA VIDA
do Governo Federal e todas as prefeituras do País que se habilitaram a buscá-los
construíram milhares de casas.
Só que... Casas superfaturadas, material de segunda
qualidade (ao contrário dos contratos). Habitação é direito e não concessão demagógica
de políticos mentirosos.
E mais uma infinidade de outros exemplos.
O PCB não é um partido eleitoreiro. É um partido de idéias,
princípios e com 90 de História, escorado em exemplos de democracia popular
como a revolução cubana.
Eleições são um dos meios para que os trabalhadores possam
se organizar e buscar a transformação política e econômica que ponha fim à barbárie
capitalista.
O PCB E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
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Oleh
Rubens Ragone