Assunção, (Prensa Latina) Aníbal Carrillo (foto),
candidato presidencial da Frente Guasu, coalizão da esquerda paraguaia,
afirmou que a recente resolução da ONU sobre a situação do país
confirmou a conspiração desenvolvida para destituir o presidente
Fernando Lugo.
Em declarações a Prensa Latina, Carrillo atribuiu-lhe uma importante
relevância ao documento do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas,
o qual demandou uma investigação independente e imediata sobre a morte
de camponeses e o processo que tirou o mandatário de seu cargo em 2012.
Carrillo destacou que o acordo do Comitê foi feito depois de
apresentados seus descargos pelo governo de Federico Franco e representa
rejeição aos alegados oficiais sobre o sangrento desalojamento de
camponeses em Curuguaty, em junho passado, argumento usado para
destituir Lugo.
A ONU reconheceu que a realizada oficialmente sobre Curuguaty foi uma
investigação superficial, insuficiente e muito parcial apesar da morte
de 11 camponeses e seis polícias, procurando sempre colocar um manto de
sombra para ocultar a verdade, agregou.
O entrevistado considerou, ademais, que a ONU reafirmou as muitas
suspeitas de que o violento desalojamento foi um crime político com o
qual se iniciou a conspiração e culminou com uma paródia de julgamento
político onde não se respeitaram os procedimentos básicos para a defesa.
A Frente Guasu esteve reclamando esse ponto e propondo que a
democracia paraguaia sofreu um enorme golpe, uma grande ferida, com a
expedita destituição do chefe de Estado constitucional e agora estudará
algumas medidas a adotar depois desse reconhecimento pela ONU.
Um elemento importante é que tudo isto sucede quase no final do
processo eleitoral em desenvolvimento com vistas às eleições gerais de
21 de abril e essa declaração da ONU afeta diretamente aos candidatos
presidenciais Horacio Cartes e Efraín Alegre dos partidos tradicionais.
Eles foram parte direta da conspiração e protagonistas centrais do
golpe contra a democracia que hoje não só está conceituado assim pelo
Mercosul (Mercado Comum do Sul), Unasul (União de Nações Sul-americanas)
e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, senão pelas
próprias Nações Unidas, propôs Carrillo.
Recordou que a ONU propõe agora uma Comissão Independente que
pesquise o sucedido em Curuguaty e no processo de destituição
presidencial e o atual presidente Federico Franco, depois de apoderar do
cargo, dissolveu uma entidade similar conformada por Lugo.
Isto é um desmascaramento de Franco feito pelas Nações Unidas porque,
ademais, existe uma falta de confiança nas instituições oficiais
paraguaias como o Poder Judicial e a Promotoria, concluiu.
Resolução da ONU confirmou conspiração para destituir Lugo
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Oleh
Rubens Ragone