2 de abril de 2013

Resolução da ONU confirmou conspiração para destituir Lugo

Assunção, (Prensa Latina) Aníbal Carrillo (foto), candidato presidencial da Frente Guasu, coalizão da esquerda paraguaia, afirmou que a recente resolução da ONU sobre a situação do país confirmou a conspiração desenvolvida para destituir o presidente Fernando Lugo.

Em declarações a Prensa Latina, Carrillo atribuiu-lhe uma importante relevância ao documento do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, o qual demandou uma investigação independente e imediata sobre a morte de camponeses e o processo que tirou o mandatário de seu cargo em 2012.

Carrillo destacou que o acordo do Comitê foi feito depois de apresentados seus descargos pelo governo de Federico Franco e representa rejeição aos alegados oficiais sobre o sangrento desalojamento de camponeses em Curuguaty, em junho passado, argumento usado para destituir Lugo.

A ONU reconheceu que a realizada oficialmente sobre Curuguaty foi uma investigação superficial, insuficiente e muito parcial apesar da morte de 11 camponeses e seis polícias, procurando sempre colocar um manto de sombra para ocultar a verdade, agregou.

O entrevistado considerou, ademais, que a ONU reafirmou as muitas suspeitas de que o violento desalojamento foi um crime político com o qual se iniciou a conspiração e culminou com uma paródia de julgamento político onde não se respeitaram os procedimentos básicos para a defesa.

A Frente Guasu esteve reclamando esse ponto e propondo que a democracia paraguaia sofreu um enorme golpe, uma grande ferida, com a expedita destituição do chefe de Estado constitucional e agora estudará algumas medidas a adotar depois desse reconhecimento pela ONU.

Um elemento importante é que tudo isto sucede quase no final do processo eleitoral em desenvolvimento com vistas às eleições gerais de 21 de abril e essa declaração da ONU afeta diretamente aos candidatos presidenciais Horacio Cartes e Efraín Alegre dos partidos tradicionais.

Eles foram parte direta da conspiração e protagonistas centrais do golpe contra a democracia que hoje não só está conceituado assim pelo Mercosul (Mercado Comum do Sul), Unasul (União de Nações Sul-americanas) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, senão pelas próprias Nações Unidas, propôs Carrillo.

Recordou que a ONU propõe agora uma Comissão Independente que pesquise o sucedido em Curuguaty e no processo de destituição presidencial e o atual presidente Federico Franco, depois de apoderar do cargo, dissolveu uma entidade similar conformada por Lugo.

Isto é um desmascaramento de Franco feito pelas Nações Unidas porque, ademais, existe uma falta de confiança nas instituições oficiais paraguaias como o Poder Judicial e a Promotoria, concluiu.

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Oleh

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