
Alfabetizadora argentina em Cuba de 1961, quando recém amanhecia a Revolução.
Por Guillermina Roca Iturralde
Fotos: Verónica Canino
(do Resumen Latinoamericano)
Com grande afeto e admiração foi homenageada Berta Rosenvorzel, um
dos cinco professores argentinos que participaram da Campanha Nacional
de Alfabetização cubana, na Embaixada de cuba em Buenos Aires.
A Campanha está nas vésperas de comemorar 52 anos, em 22 de dezembro,
dia em que Fidel Castro anunciou uma Cuba livre do analfabetismo. Berta
recordou-se do papel do professor argentino José Murillo que, junto das
educadoras Tatiana Viola, Elisa Vigo, Angélica Iglesias e ela, se
alistou no Exército de Alfabetização das Brigadas Conrado Benítez, em
solo cubano. Um momento da história revolucionária que não é conhecido
na profundidade que merece, mas que está muito claro no testemunho vital
de uma de suas protagonistas.
O ato foi organizado pela filial San Martín da AELAC (Associação de
Educadores da América Latina e do Caribe), entidade a qual pertence a
homenageada. Abriu o turno de oradores a companheira do falecido
professor José Murilo, que evocou o que foi essa cruzada do saber levada
a cabo pelo povo de Cuba.
Depois, Rosenvorzel, com muita força e presença apesar dos 94 anos
feitos nesta mesma semana, começou esclarecendo “que no lugar do
coração, possui um motor” para suportar tantas emoções. Refletiu que não
podem existir as ciências sociais e educativas sem o primeiro passo
dado por Cuba com a alfabetização em 1961, com essa façanha cultural e
popular do povo cubano. Assinalou que confia na responsabilidade dos
educadores porque “a educação é um elemento muito importante nas
transformações sociais”. “Hoje compartilhamos os sonhos, a realidade do
que significou Cuba para as lutas da América Latina e África que a
puderam incorporar, porque Cuba demonstrou que nos momentos tão difíceis
se pode e se deve bater o imperialismo ianque e aos outros que também
permanecem”, assegurou Berta.
Por outro lado, recordou que o dia que regressaram à Argentina,
estava ocorrendo o encontro da OEA, quando Cuba foi expulsa. “No
entanto, agora temos na América Latina vários organismos muitos
importantes de integração e vamos seguir adiante, pois já não se pode
voltar atrás. O socialismo, de uma ou outra forma, vai permanecer em
nossa América Latina. É o mais belo, não é fácil, não é simples, mas
está sempre a disposição. Viva Cuba!”. Todos os presentes responderam
com o mesmo fervor a esse grito sentido e com aplausos interromperam o
discurso de Berta, que depois fez menção à recente declaração de
constitucionalidade da Lei de Mídias na Argentina, que a professora
alfabetizadora incluiu como “um dos tantos projetos futuros a serem
aprovados em benefício de nosso povo”.
O ato começou com a projeção do documentário produzido pelo Resumen
Latinoamericano: “Cuba: a grande façanha do saber”, de María Torrellas,
onde se evoca o trabalho realizado por Berta em Cuba, e em homenagem à
campanha atual de alfabetização “Yo si puedo”, realizada na Argentina e
em outras partes da América Latina.
“A ideia é que Berta explique de onde surgiu esse afã da revolução
cubana de ensinar a ler e escrever ao mundo e mostrar como foi essa
façanha da alfabetização em torno de Martí, de Fidel, do Che, das
mulheres da revolução. Dessas meninas que, com treze anos, iam
alfabetizar e diziam a Fidel: “eu vou fazer o que minha pátria precisa” e
os meninos de quinze anos que alfabetizavam, apesar de colocar suas
vidas em perigo”, explicou Torrellas.
Depois, a responsável da Fundação Un Mundo Mejor es Posible, Claudia
Cambia, lembrou que Berta apoiou desde o começo a campanha
alfabetizadora do “Yo si puedo” na Argentina.
Para finalizar a homenagem, o embaixador cubano na Argentina, Jorge
Lamadrid Mascaró, agradeceu Berta por sua contribuição à luta de Cuba e
citou as palavras que Fidel Castro proclamou na Plaza de la Revolución
em 22 de dezembro de 1961, após ganhar a batalha contra o analfabetismo:
“Nenhum momento mais solene e emocionante, nenhum instante de maior
júbilo, nenhum minuto de legítimo orgulho e de glória, como este em
quatro século e meio de ignorância foram derrubados”.
Parte del público que asistió al homenaje, en momentos que se proyecta el documental sobre Berta.
Berta e o embaixador Lamadrid Mascaró
Homenagem aos 94 anos de existência desta lutadora argentina solidária com Cuba
A Madre de Plaza de Mayo (Línea Fundadora), Nora Cortiñas, junto da
companheira de outro dos alfabetizadores de Cuba em 1961, José Murillo.
Fonte: http://www.kaosenlared.net/america-latina/item/72750-homenaje-a-una-mujer-ejemplar-berta-rosenvorzel.html
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Homenagem a uma mulher exemplar: Berta Rosenvorzel
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Oleh
Kaizim