A União da Juventude Comunista – UJC vem repudiar a brutalidade e selvageria com as quais os policias de São Paulo (do governador Jose Serra) agrediram os estudantes, funcionários técnicos administrativos e professores que estavam ocupando a USP em atividade de apoio a greve dos funcionários e a legitima reivindicação de melhores condições de trabalho, mais verbas para a educação, numa resposta articulada do conjunto dos movimentos sociais da USP a política de privatização que o governo Jose Serra direcionada a educação.
A agressividade do ataque policial com bombas de efeito moral, balas de borracha, spray de pimenta contra os manifestantes é mais um triste capitulo do processo de criminalização dos movimentos sociais empreendido pelos governantes, que apresentam como dialogo a força da repressão.
A UJC repudia o uso da violência, não somente a utilizada contra os manifestantes, mas a violência camuflada de “programa modernizador” da educação brasileira, já tão agredida e tantas vezes alvo de governos comprometidos com os interesses do mercado.
Uma outra agressão, essa contra a autonomia universitária é a ocupação dos policias ao campus universitário, lesando mais essa garantia, colocando literalmente a universidade sob intervenção, encerrando com pá de cal qualquer forma de dialogo, cabe ainda mencionar que houve total apoio da reitoria da Universidade a tamanha agressão, dessa forma a UJC defende a saída de Suely Vilela, por sua postura arrogante no trato com a comunidade acadêmica, sua truculência e brutalidade contra a própria universidade.
NECESSÁRIA UNIDADE PARA A LUTA
Cabe ainda dizer, que num evento como esses, aspectos positivos, ainda que cercado pela já mencionada brutalidade e truculência policial e das instituições do estado de São Paulo, assim como da própria reitoria da USP, existem, tal como a unidade da comunidade acadêmica.
Testemunhamos a força proporcionada pela unidade dos setores fundamentais da comunidade acadêmica, dos profissionais técnicos administrativos, professores e estudantes, e viemos conclamar esse caminho, da unidade, como única forma possível de não apenas barrar os ataques contra a universidade, como também avançar nas lutas e nas conquistas para a universidade e para a própria sociedade brasileira. Que essa unidade sirva de exemplo para o conjunto das universidades publicas e para as comunidades acadêmicas das universidades particulares, na luta por conquistas, por avanços, por uma maior democratização da vida acadêmica. “Nenhum direito a menos e avanços nas conquistas” também na área da educação passa a ser uma bandeira, para viabilizar a construção da universidade popular.
A unidade na luta é uma bandeira preciosa demais para ser leiloada em disputas menores que visam somente a divisão do conjunto do movimento, devemos cada vez mais buscar construir a unidade pela base, na luta, no dia a dia, trazendo cada vez mais participantes, fazendo de cada um, um militante por uma nova sociedade.
UNE, suas noites são de gala, nosso samba é na rua.
Também viemos questionar a ausência da UNE nesse processo, entidade que cada vez mais se acomoda nos gabinetes das instituições estatais, se desvinculando mais e mais das lutas sociais e em muitos casos, como uma amortecedora das lutas, diante de seus acordos e seus compromissos assumidos com governos e com mandatos.
Aproveitamos o momento do congresso da UNE para convocá-la para as lutas, entendemos o rico momento de debates advindos do momento congressual, onde apresentaremos nossa proposta para construir uma UNE novamente nas lutas, onde se forjou e cresceu se tornando uma referência, referência essa que hoje se apaga diante de acordos políticos e conchavos com governos.
A UJC chama a UNE novamente para as lutas, de onde não deveria ter saído, repudiamos sua institucionalização, a convocamos novamente para junto dos estudantes.
Comissão Política Nacional da União da Juventude Comunista
USP EM LUTA (Nota da UJC sobre eventos recentes da USP)
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Oleh
Kaizim