O transporte coletivo constitui instrumento importante na consolidação do direito de ir e vir. Aproximadamente 600 mil trabalhadores circulam diariamente na grande Goiânia por meio deste tipo de transporte. Para ir ao trabalho, a escola, a hospitais... mais da metade da população se vê dependente de linhas de ônibus controladas pela CMTC (Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo) e operadas por grandes empresas (Rápido Araguaia, HP Transportes, Viação Reunidas, Cootego – Cooperativa de Transportes do Estado de Goiás, e a estatal Metrobus). O usuário, maior interessado no bom funcionamento deste sistema, é tratado como marionete pelos gestores, que para manterem o lucro e as barganhas eleitoreiras privam os trabalhadores deste direito fundamental, o direito de ir e vir.
Em 2007, foi iniciado o processo de nova licitação para a exploração do sistema público de transporte, no qual, as empresas foram condicionadas a um conjunto de obrigações: reforma de terminais, aquisição de novos ônibus, estabelecimento e divulgação das planilhas de horários, adequação do tempo de viagem... Estas mudanças foram norteadas pelo Plano Diretor de Goiânia, aprovado na Câmara Municipal em 2008 estabelecendo que:
CAPÍTULO III
Art. 15. A política para a mobilidade, acessibilidade e transporte do Município de Goiânia tem por objetivo promover ações de forma a garantir a mobilidade urbana sustentável, proporcionando o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, eliminando ou reduzindo a segregação espacial, garantindo o desenvolvimento urbano, contribuindo para a inclusão social, favorecendo a sustentabilidade sócio ambiental e a acessibilidade universal.
Para garantir a implementação das mudanças, foi previsto um investimento de 240 milhões de reais por parte das empresas, que acabaram por passar esta conta ao trabalhador, haja visto os contínuos aumentos da passagem.
Fica visível, que no âmbito do discurso, as propostas de mudanças elevariam a eficácia do transporte, atendendo as demandas e exigências da população. Contudo, o que temos presenciado são alterações (mudanças e retiradas de linhas), que simplesmente serviram para aumentar o lucro das empresas. Todas estas mudanças são elaboradas politicamente pela Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC). Este órgão não conta com a participação de entidades que representem os usuários, tomando decisões que interessam as empresas organizadas no SETRANSP (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo). Ou seja, é como colocar a “raposa para cuidar das galinhas”, já que a busca desenfreada por lucros não combina com o ensejo da população por qualidade e respeito no transporte público. Exemplo disto são as linhas 302 (Campus/Marista), que não funciona mais nos finais de semana, a linha 263 (Praça da Bíblia/Campus), que passa a ter um acréscimo em média de 20 minutos no seu tempo de viagem e o atraso de quase uma hora da linha 019 (Praça da Bíblia/Terminal do Cruzeiro), que foram alteradas pegando os usuários de surpresa.
O Partido Comunista Brasileiro convoca a sociedade a refletir sobre a necessidade de construir UM CONTROLE POPULAR SOBRE O TRANSPORTE COLETIVO! Associações de moradores, sindicatos de trabalhadores, entidades estudantis, têm legitimidade para apresentar propostas de mudanças necessárias sobre a organização do sistema de transporte, tomando decisões que atendam de fato os interesses do usuário. Chega de promessas! Só o povo organizado pode enfrentar a ganância dos empresário e a politicagem que tomou conta do sistema de transporte.
Março de 2010
EM DEFESA DO CONTROLE POPULAR DO TRANSPORTE! PELO DIREITO DE IR E VIR!! DAR UM FIM À FARRA DOS EMPRESÁRIOS!! - PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO – PCB
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Oleh
Rubens Ragone