8 de abril de 2010

PCB apoia a luta dos trabalhadores em educação de Minas Gerais.


Reprodução da Carta aberta à comunidade escolar da rede estadual de ensino.

Srs. pais e responsáveis

A situação dos trabalhadores em educação de Minas Gerais está muito difícil. Em 08 anos de governo Aécio tivemos apenas um reajuste de 5% em 2005.

Muitas escolas em Minas estão em condições precaríssimas, quando chove há muitas goteiras, salas ficam inundadas, no verão são superaquecidas, há muito barulho e superlotação de alunos, faltam pinturas, redes elétricas estão comprometidas, faltam espaço e materiais para aulas de laboratório, informática, educação física etc.

O piso salarial em Minas para professores que atuam no antigo primário é de apenas 336,00 e para os que possuem curso superior, que é a grande maioria, 504,00. Servidores que cuidam da limpeza e merenda tem piso de 330,00 e na secretaria 338,00.

Em 2008 o governo federal aprovou uma lei de piso salarial nacional para os professores que está hoje em 1.312,00 porém o governador Aécio nega-se a cumprir essa lei alegando que não tem condições financeiras para isso, no entanto gasta quase 2 bilhões de reais na construção de uma nova sede administrativa. E o que dizer, então das propagandas milionárias com atores e atrizes globais? Em 08 anos de governo quantos milhares de reais foram gastos com tanta propaganda? Quantos poderiam ser aplicados em melhorias nas escolas e para os trabalhadores em educação?

Para termos condições de sobrevivência digna temos que ter mais de um emprego. A grande maioria dos (as) professores (as) de Minas dá de 36 a 60 aulas semanais divididas em mais de uma escola, muitos em cidades e até estados diferentes e os servidores administrativos e de apoio tem que complementar o salário com outras atividades.

Contribuímos mensalmente para o nosso instituto de saúde, o ipsemg, que está sendo pouco a pouco desmontado. Quando precisamos de atendimento médico temos que esperar meses, exames mais complexos podem levar anos e se precisamos de remoção para Belo Horizonte temos que fazer com recursos próprios.

Quando completamos o tempo regulamentar para a aposentadoria, temos que trabalhar meses, até mesmo anos até podermos nos afastar porque o estado está com déficit de servidores na parte administrativa por causa dos baixos salários e não recebemos nenhum extra por esse tempo a mais de trabalho. Há anos não temos concurso público em Minas e o número de trabalhadores temporário é enorme.

Nos últimos dias o governo anunciou com alarde na mídia que deu um reajuste para os servidores e aumentou o piso dos professores. Como sempre Aécio tenta com mentiras ou meias verdades iludir a população. Queremos esclarecer aos srs. responsáveis por nossos alunos que o reajuste é uma miséria, 10% de quase nada é nada. Muitos profissionais receberão 33,00, (isso mesmo, 33,00) de "aumento de salário". Estamos todos indignados. E quanto ao que o governo chama de piso esclarecemos que é todo o salário bruto que uma (um) professora (or) recebe para um mês inteiro de trabalho.

Com tanta precariedade os trabalhadores estão adoecendo, e quando isso acontece passam por dificuldades em obter licença médica porque o estado, em muitos casos, nega o direito básico de afastar-se do trabalho para tratamento, e pouquíssimos casos são caracterizados como doença do trabalho.

Alertamos a comunidade escolar que, diante desse grave quadro a qualidade da educação em Minas está comprometida. Por isso paralisamos nossas atividades dia 16/03 e em assembleia estadual decidimos entrar em estado de greve até dia 07/03. Se até essa data o governo Aécio continuar irredutível em nos valorizar, entraremos em greve por tempo indeterminado a partir do dia 08/04.

Pedimos a compreensão da comunidade escolar. Os responsáveis por nossos alunos são também trabalhadores, também lutam para serem valorizados, por salários e condições dignas de trabalho.

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Oleh

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