12 de agosto de 2010

SEM CONCESSÕES AO BANQUETE DOS MENDIGOS OFERECIDO PELA BURGUESIA - OFENSIVA SOCIALISTA NELES! - Por Antonio Carlos Mazzeo*


A grande imprensa já"elegeu" seus candidatos à presidência. Dois "titulares" e uma regra três. Plínio acabou entrando de penetra nessa festae,infelizmenteno debate da Band onde esperávamos que, por ser candidato socialista, denunciasse a exclusão de outros candidatos de esquerda, como Zé maria e nosso Ivan Pinheiro,e colocasse na pauta o socialismo, deixou a desejar.Não disse nada sobre a exclusão e nos frustrou com seu "rame rame" sobre a desigualdade, sem entrar firme nas suas causas e nas alternativas à sociabilidade do capital. Foi o melhor do debate, sem dúvida, porque em terra de cego quem tem um olho é rei, quer dizer, a coisa foi tão ruim que a ironia e a gozação tomou espaço da mesmice. Sem dúvida, o ponto alto foi desnudar em duas frases o caráter dacampanha de Marina: "eco-capitalista"!

No entanto, esperamos mais de Plínio e, por extensãodo P-SOL. Que eles tenham aprendido a lição. Participaram do primeiro banquete da burguesia com as migalhas que sobraram, porque o secondo piattofoi e continuará a ser servido à Marina, útil candidata de segunda linha da burguesia.

Toda questão reside nao pção que o P-SOL irá fazer. Conhecemos a praga eleitoreira que se instalou na ampla maioria da esquerda brasileira, a partir da "cultura" política hegemonizada pelo PT, que o velho Lenin chamou de cretinismo parlamentar.Essa "cultura", mais que reforçare legitimar as instituições burguesas e fazer da esquerda dócil coadjuvante do capitalismo e de sua ordem, incute duas ilusões imperdoáveis para os verdadeiramente que lutam pela construção de uma outra ordem societal:a primeira, de que é possível mudar o capitalismo a partir de sua ordem interna;a segunda, de que reforçando os mandatos parlamentares pode-se avançar nessa luta.

Com isso, não estou querendo dizer que eleições e "mandatos" parlamentares devam ser menosprezados ou deixados de lado. Mas sabemos dos limites da ação parlamentar, num parlamento viciado e hegemonizadopela burguesia. O assim chamado "mandato" serve ao movimento, não tenho dúvidas, mas como ação auxiliar, no jargão histórico do movimento socialista, comoagitação e propaganda!O cretinismo parlamentar aparece quando deixamos de levar em conta esse elemento fundamental da ação de um deputado a serviço do proletariado e do socialismo.

Foi exatamente a miopia determinada pela "doença" reformista do cretinismo parlamentar (mais o sectarismo hegemonista)que acabou inviabilizando a unidade das esquerdas a partir de um programa político comum, com fortes candidaturas que pudessem sinalizar para o movimento dos trabalhadores e para o conjunto dos movimentos sociaisque essa frente política poderia se constituir num robusto ponta pé inicial para a construção de um campo socialista permanente, um Bloco HistóricoProletário e Popular,visando contituir-se como alternativa política e programáticapara o conjunto dos trabalhadores.

Afragmentação do campo socialista antagonista foio pior caminho. E essa negatividadepode ser aprofundada se centramos nossas campanhas apenas no "eleitoralismo", porque tervigersaremos as questões centrais dos trabalhadores e deixaremos o socialismo para as calendasburguesas.E mais, estaremos coniventes com a burguesiaparticipando de seu banquete, comendo as migalhas, como numbeggars banquet, para usarmos a feliz imagem do disco dos Stones.

Daí, entendo que o núcleo dacampanha das esquerdas antagonistas é o da defesa intransigente da centralidade do trabalho e da ofensiva socialista, sem nenhuma concessão ao cretinismo parlamentar.Não é justo para os trabalhadores sacrificar a necessária ofensiva socialista pelo "eleitoralismo" rebaixado. Nenhuma candidatura da esquerda revolucionáriadeve estar subsumida ao jogo formal burguês. Nenhum mandato a serviço de interesses pessoais ou de grupos.

Ainda lembrando os Sotnes, em vez de mendigar as migalhas de um banquete burguês, sejamos streets fighting mans, homens que lutam nas ruas, pelo socialismo!

*Antonio Carlos Mazzeo é livre-docente em Teoria Política pela Faculdade de Filosofia e Ciência da UNESP e membro do Comitê Central do PCB

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