13 de fevereiro de 2011

VIDEO: 7.500 presos políticos do regime colombiano sofrem torturas no esquecimento: urge a solidariedade internacional

imagemCrédito: t1.gstatic.com


Colômbia

Denúncia da política de perseguição contra os opositores políticos na Colômbia pelo regime do governo de Santos; denúncia das condições carcerárias e torturas impostas aos presos e presas políticos.

Nota APCrítico / VIDEO Pacocol: entrevista com defensor dos direitos humanos Rodolfo Ríos

Entrevistado por Pacocol, o defensor dos direitos humanos, Rodolfo Ríos, denuncia a situação que atravessam os prisioneiros políticos na Colômbia. O defensor dos direitos humanos denuncia a nefasta política de perseguição contra a oposição na Colômbia pelo regime do governo de Santos.

R. Rios assinalou a necessidade de se realizar uma troca ou acordo humanitário para que os prisioneiros políticos detidos nas prisões do país sejam libertados: trocados por detidos pelas FARC. As liberações também devem ser realizadas pelo Estado: até agora têm sido liberações unilaterais em que apenas os insurgentes fizeram gestos humanitários. Por parte do governo,não houve nenhuma liberação, senão o que tem feito é incrementar as torturas mais hediondas contra os presos políticos.

Na Colômbia, o regime mantém presas mais de 7.500 pessoas, muitos deles sindicalistas, estudantes, professores, camponeses, sociólogos; encarcerados por suas ideias críticas e reivindicações sociais.

Os prisioneiros políticos sofrem torturas reiteradas por parte do Estado. Há poucos dias faleceu José Albeiro Manjarres, devido a seis meses de tortura por parte do Estado colombiano. Ele foi encarcerado com um toraxcotomía ainda para curar, seu estado de saúde piorou com as condições insalubres da prisão; sofreu horrendas dores abdominais e o Estado lhe negou atendimento médico durante 6 meses, embora os outros presos tenham realizado greves de fome para que ele fosse submetido a análise e exames perante sua situação deplorável de saúde, com dores horríveis e a perda explícita de massa muscular.

O Estado esperou que sua doença chegasse à fase terminal para ser examinado (6 meses de espera por uma análise procedente); tempo que levou para ser devorado por um câncer estomacal.

Depois de toda esta tortura, o estado ainda não demostrou misericórdia com a sua maltratada humanidade: deixou-lhe sem tratamento adequado para a dor, em condições de total abandono, e por isso morreu em 08 de janeiro. Mas isso não era tudo: depois de sua morte, o estado ainda cometeu a crueldade de enterrá-lo como "não identificado" (NN), não notificando sua morte à sua família, que soube dias depois por uma visita do comitê de solidariedade com os presos políticos na Colômbia.

Em seguida, anexamos o testemunho de Diomedes Meneses em vídeo: Um caso bastante representativo de repetidas torturas sofridas por presos políticos nas mãos do Estado.

Urge a solidariedade internacional

Urge fazer conhecer essa realidade invisível da existência de milhares de prisioneiro(a)s políticos na Colômbia, e suas terríveis condições carcerárias. E é urgente que a comunidade internacional se mobilize para denunciar a prática de tortura contra os presos políticos. Assim como as milhares de montagens judiciais que padecem as organizações sociais e ativistas dos direitos humanos, sindicais e sociais, que se encontram presos, com "provas" apresentadas por autoridades militares e informantes paramilitares.

Inscreva-se na Campanha Internacional 2009-2011 pela libertação dos presos políticos na Colômbia. São 7.500, principalmente prisioneiros de opinião e ativistas sociais. Muitos deles presos em absurdas montagens judiciais.

As organizações e indivíduos em todo o mundo que queiram apoiar a campanha para a libertação dos presos políticos na Colômbia, são bem vindos. Para assinar clique aqui: http://www.tlaxcala.es/detail_campagne.asp?lg=es&ref_campagne=14&nbsp

VIDEOS

Assista ao vídeo da entrevista com o defensor dos direitos humanos:

http://www.youtube.com/watch?v=SKDPsES5Vgs

Veja o caso do preso político Diomedes Meneses, a quem o Estado tirou um olho e lhe torturou até deixá-lo em uma cadeira de rodas; e então extirpou a sua perna após apodrecer por gangrena. Diomedes vive em tortura permanente.

No primeiro episódio das torturas, o Exército tentou assassiná-lo degolando-o: lhe deram por morto e enviaram-lhe ao necrotério. Diomedes é um sobrevivente: foi lançado em um saco plástico, como fazem com os cadáveres (indicado na fotografia de imprensa); ao ser aberto no necrotério, após dois dias que estava lá, o médico percebe que ele está vivo: "Me abriram do osso esternum até a pélvis (...) percebem que estou vivo porque meu corpo ainda está quente, então o médico que estava fazendo o procedimento percebe que eu estou vivo, mas os militares não queriam me deixar sair, que não parasse, que continuasse porque eu não tinha me movido (diziam), mas um outro chamou os direitos humanos (...) Eu sofri catalepsia, estava morto, porém, absurdamente estava vivo".

"Fiquei 13 dias no hospital em coma, depois de 15 dias me acordaram e me conduziram ao sexto andar do hospital: um mês e meio, o Gaula (polícia) me fez um atentado, foi antes de eu conseguir falar, eu ainda não podia falar por causa do tubo (aponta para a garganta) entraram 3 (...) um tirou uma seringa, mas o guarda chegou (...) foram identificados como do Gaula, apresentaram as carteiras (...) o segundo atentado foi praticado por dois homens da DAS, vestidos como eletricistas (...) Esse comandante que salvou minha vida (o guarda), já está morto, ele "caiu" da guarita de uma prisão modelo em Bucaramanga(...) ".

Diomedes está preso em condições que não são adaptadas para o seu estado de saúde, devido as múltiplas torturas:

"Estive em uma cela com um companheiro que padece de câncer terminal, foi ele que me movia na prisão (...) andava com um saco de colectomia (...) os companheiros presos políticos foram muito solidários comigo (... ) enfiavam uma sonda em meu prepúcio a cada 6 horas, e assim eu urinava (...) os companheiros presos políticos retiravam a bolsa de colectomia e lavavam no banheiro (...) ".

Colocam os presos políticos intencionalmente em pátios cheios de paramilitares, sabendo que eles podem ser mortos:

"Vieram com retaliação política contra mim, que eu não deveria estar no pátio 9 (...) em seguida, me puseram no pátio 7 com os paramilitares e os homens do Gaula (...) me roubaram, me derrubaram, me golpearam, no outro dia me soltaram da rede e cai no chão, batendo com força a coluna (...) conhecem minhas limitações físicas e sabem que sou um preso político (...) tentaram me envenenar (...) da infecção tive diarréia, não tive nem como pedir ao companheiro "Leve-me para o banheiro” porque já estava muito sujo (...) com minha segurança ninguém se importa".

"Sei os nomes das 15 das pessoas que me torturaram (tiraram meu olho, mutilaram minha coluna e me degolaram), que a justiça seja feita (...)".

"Que levem em conta o meu estado físico (...) nós somos forçados a injetar na mesma seringa (...) se você tiver dor que necessite de serviços médicos, eles te colocam em uma cela isolada (...) Eu não tenho tranquilidade nem para comer com a dor tão penetrante nos ossos (...) passo as noites sem dormir de dor ".

A tortura continua com a amputação por causa da gangrena que prosperou devido à recusa de cuidados médicos, bem como a violação de uma pessoa paralisada em condições carcerárias inadequadas e insalubres, em constante risco de morte. Veja o seu testemunho: uma imagem clara do que é a realidade dos presos políticos nas mãos do Estado colombiano, um estado denunciado pela OMCT como um dos mais torturadores do mundo:

http://blip.tv/file/3374604/

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Oleh

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