11 de agosto de 2011

Mais de 300.000 Israelenses vão às ruas contra o governo

imagemCrédito: PCI


DOMINGO, 07 de AGOSTO de 2011 13:41

Mais de 300.000 Israelenses, motivados pela raiva por causa dos altos índices, sem precedentes, do custo de vida e contra o governo neoliberal, vão às ruas da nação em um dos maiores protestos da história do Estado de Israel.

Ao menos 250.000 pessoas se reuniram no centro de Tel Aviv para uma enorme manifestação contra o governo, paralisando o tráfego nas maiores partes da cidade.

Milhares de pessoas com esperança de chegar de trem em Tel Aviv não chegaram depois que a Companhia de Trem de Israel interrompeu um trem e paralisou os serviços, como resultado das condições da superlotação.

Entretanto, ao menos 30.000 pessoas se reuniram em Jerusalém para uma manifestação na Praça Paris, na capital.

Protestos também ocorreram ao norte, em Kiryat Shomna, onde milhares bloquearam uma junção da cidade e em Eliat, uma cidade Israelense meridional, onde ao menos 2.000 manifestantes estavam organizados. Milhares de outros protestantes participaram de protestos espalhados por Tzemach, Tamra, Petach Tikva, Raanana, Ashkelon, HaOgen Junction, Dimona, Hadera e Rosh Pina.

O protesto de sábado a noite teve início na Junção HaShomrim, ao norte de Israel, onde mais de 1.000 pessoas se juntaram para mostrar solidariedade à luta nacional e bloqueando a estrada.

Grande manifestação de Tel-Aviv, ontem: "Vai" (em Árabe), "Egito é aqui" (em Hebraico).

Os protestos em Tel Aviv, Jerusalém e outras comunidades da região contaram com Israelenses de todas as esferas sociais, Judeus e Árabes, incluindo famílias de trabalhadores, estudantes, trabalhadores do setor público e ativistas sociais.

Alguns dos principais artistas, incluindo Shlomo Artzi, Yehudit Ravitz e Rita, participaram do ato em Tel Aviv como forma de apoio aos manifestantes.

Militantes do Hadash e do Partido Comunista de Israel carregaram mais de 900 bandeiras vermelhas e milhares de cartazes: “Pessoas antes do lucro” e “O governo contra o povo – O povo contra o governo”.

Muitos manifestantes direcionaram suas falas para o Primeiro Ministro, Binyamin Netanyahu, e muitos ergueram sinais pedindo sua renúncia.

Dentre os oradores, em Tel Aviv, estavam o ex-ativista dos Panteras Negras e um membro do Hadash, que atua há mais de 14 anos, que falaram com os manifestantes: “Com vocês nós ganharemos deste governo patético”.

Como ocorreu em manifestações anteriores, a fala mais repetida foi: “o povo exige justiça social”, acompanhada por “Aí vem o estado de bem estar social”.

Inclusive o famoso autor Odeh Bisharat, um dos membros-líder do Hadash e jornalista do Al Ittihad (jornal comunista diário em Árabe), incentivou os manifestantes em Tel Aviv dizendo: “Em tempo, esse protesto se tornará o protesto daqueles que são explorados, Judeus e Árabes”.

Bisharat adicionou: “Os jovens de Rothschild plantaram sementes de esperança de mudanças nos corações da população Árabe. É hora de dizer que este protesto vai de encontro contra o estranhamento entre ambos os povos, quando Árabes e Judeus se recusam ser inimigos”; outra oradora foi Shira Ohayon, uma ativista sindical de Ashdod: “é tempo de lutar contra o capitalismo”, disse.

Os organizadores declararam suas intenções de terem mais eventos nos próximos dias.

Pela Terceira semana seguida, manifestantes bloquearam a intersecção de Rehov Kaplan e Ibn Gvirol depois que a maioria dos manifestantes dispersou. Alguns milhares de manifestantes permaneceram na intersecção, cantando as músicas do movimento: “As pessoas exigem justiça social”, “A resposta para a privatização é a revolução” e “Bibi, vá para casa”.

Quarenta minutos depois, a maioria dos manifestantes que permaneciam no local deixou a intersecção.
A polícia declarou o protesto “ilegal” e anunciou, em alto-falantes, que os manifestantes tinham dez minutos para limpar as ruas.

A ordem policial se deparou com a recusa de dispersar.

De forma brusca, dez minutos depois, forças policiais chegaram ao local e começaram a formar linhas. Com o uso da força, empurraram os manifestantes e espectadores, que ainda estavam no local, para fora da intersecção, dentro de uma área demarcada usando o que viam pela frente como uma “arma” de manobra.
Muitos manifestantes foram presos.

Bandeiras e cartazes do Hadash na manifestação de Tel-Aviv

Traduzido por Mariângela Marques.

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Oleh

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