10 de novembro de 2011

Declaração de Carlos A. Lozano Guillén, dirigente do Partido Comunista Colombiano e diretor do periódico VOZ, sobre a morte em combate de Alfonso Cano, comandante das FARC

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Crédito: Carlos Lozano

Cali, Valle del Cauca, 5 de novembro de 2011

O Partido Comunista Colombiano não se une ao coro de felicidade que embriaga o Governo Nacional, a cúpula militar e os representantes da ultradireita e do militarismo na Colômbia pela morte em combate de Alfonso Cano, principal dirigente da guerrilha das FARC. Somos humanistas e por isso sofremos com a morte dos nossos compatriotas. Mais ainda quando se trata de um combatente revolucionário.

A morte de Alfonso Cano é um duro golpe às FARC, como tantos outros nos últimos tempos, porém não significa seu fim como predicam alegremente os militaristas e os grandes meios de comunicação. Na Colômbia existe um conflito de profundas causas políticas, sociais, econômicas e históricas, que devem ser superados pela via da solução política sobre a base do fortalecimento da democracia e da justiça social. Não há solução pela via militar como está demostrado historicamente durante cinco décadas de aguda confrontação.

Porém também a morte de Cano afeta a credibilidade do presidente Santos, quando este assegura que leva em suas mãos a chave da paz e quando declara que para a guerrilha não resta nada a não ser entregar-se ou morrer, como se na Colômbia existisse a legalidade da pena de morte. Não é clara a política de paz do Governo e dos que o apoiam, porque a paz não se logra mediante os fuzis e o esmagamento das posições contrárias. Seria uma paz dos cemitérios que não se converte em estável e duradoura. A paz romana sempre foi frágil; é a posição dos prepotentes que a faz fracassar.

Com maior razão se requer neste momento, multiplicar esforços desde o lado dos “Colombianos e Colombianas pela Paz” (CCP) e de outras organizações sociais e humanitárias, para o logro da paz sobre as bases do fortalecimento da democracia e das condições sociais do povo colombiano. Há que insistir em saídas humanitárias e pacíficas. Bater na porta do Governo e das organizações insurgentes para impor a necesidade urgente de abrir um espaço de diálogo para o acordo pela nova Colômbia em paz com democracia e justiça social. Neste sentido é importante e positivo o pronunciamento do CCP publicado hoje.


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Oleh

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