12 de março de 2012

O QUE BUSCAM OS PAÍSES IMPERIALISTAS A PARTIR DO ATAQUE A SÍRIA É UM TRAMPOLIM PARA ATACAR O IRÃ




James Petras

Comentários para CX36 Rádio Centenário (Montevidéu)
Queria comentar neste momento o que está acontecendo na Síria. Primeiro, os meios de comunicação falaram de uma oposição pacífica e democrática. E, no final das contas, os mortos somam agora 7.500, dos quais 2.500 são soldados e policiais. Como assim a oposição é pacífica? Estão matando, recebem armas, metralhadoras, bazucas e mísseis de países ocidentais.

Segundo, dizem que são democratas. Mas quem os está financiando são as monarquias absolutistas do Golfo, Arábia Saudita e outros mais, que em nada são democráticos.

Terceiro, a Síria realizou um referendo onde a maioria do eleitorado votou, tendo uma aprovaçao majoritária. Esse referendo, que era uma oportunidade para a oposição se posicionar, foi rechaçado por ela, assim como rechaça a proposta russa-chinesa para abrir um canal de diálogo. Eles não buscam uma saída pacífica, buscam derrocar o governo. E isso foi dito por Clinton, Cameron (o primeiro-ministro da Inglaterra) e Sarkozy. São golpistas, não são opositores pacíficos. E em todas as referências que temos indica que a principal força implicada agora na luta são os sauditas apoiados pelos extremistas fundamentalistas, os wajabis, os alafis entre outros grupos. Então, há que reformular o que está em jogo aqui.

Na primeira instância estão os autoritários, mercenários do ocidente armados e violentos. No outro lado está o governo soberano, secular e autoritário de Bashar Al Assad.

Não é uma luta entre democratas e autoritários, é uma luta entre duas variantes de autoritarismo. Um, apoiado pelo imperialismo, e o outro, um governo soberano independente, aliado do Irã, mas independente.
O que buscam os países a partir do ataque à Síria é um trampolim para atacar o Irã. E isso nos leva ao quarto tema que é o congresso do principal braço do governo israelita em Washington, nesta semana.
Reuniram-se 13.000 fanáticos judeus sionistas em apoio incondicional a Netanyahu .

Esta organização, que se chama Comitê de Assuntos Públicos dos EUA e Israel, é uma organização que tem respaldo entre a grande maioria de organizações cívicas, religiosas e políticas de judeus. Inclusive pessoas que apoiam uma saída militar. Têm apoio entre rabinos que incitaram o bombardeio atômico sobre o Irã. Inclusive, era um rabino ortodoxo, principal líder da comunidade judia nos Estados Unidos. Também há membros que posam de pacifistas, mas são aliados incondicionáis de Israel.

A característica do grupo é que qualquer coisa que faça Israel, seja quando mata  palestinos em Gaza, quando está invadindo o Líbano, ou quando está ameaçando o Irã, podem contar com eles como intrínsecos aliados.

Agora, desde que Israel começou a ameaçar o Irã com uma guerra, o preço do petróleo, em apenas 2 meses e poucos dias deste ano, subiu 15%. Isso é o chamado   imposto israelense, o imposto sionista ao qual sujeitam o mundo.

Estas ameaças de Israel custam ao mundo bilhões de dólares. Porque frente à ameaça de guerra, os especuladores subiram o preço do petróleo para 125 dólares o barril.
Israel, em outras palavras, a partir de sua política bélica, criou uma grande instabilidade no mercado do petróleo, porque esta guerra vai acabar com as exportações do Irã, que é o segundo maior exportador de petróleo do mundo.

Porém, não importa aos sionistas que, aqui nos EUA, estão esvaziando os bolsos dos cidadãos que têm que abastecer seus veículos. Não lhes importa o custo para o público, o tesouro, só lhes interessa repetir como papagaios qualquer coisa que diga Pérez, ou que diga Netanyahu. Vivem nos EUA, mas são cidadãos de Israel  incondicionavelmente. Não questionam este congresso, não há nenhum debate, nenhuma crítica. Se levantaram 40 vezes para aplaudir Shimon Pérez e Netanyahu, quando declararam que não permitirão que o Irã desenvolva capacidade para construir uma bomba nuclear.

Antes, a ameaça do Irã era ter a posse de uma bomba nuclear. Agora, este grupo de pressão declara que vai ao congresso norte-americano para conseguir o voto de 90% dos congressistas dizendo que a ameaça do Irã está na capacidade deste fazer uma bomba.

O que significa isso? O Irã, assim como outros 125 países do mundo, está enriquecendo urânio. Para ter o uso de urânio para qualquer razão civil, médica, o que seja, tem que enriquecê-lo, porém, também para fazer uma bomba.

Agora, os sionistas nos Estados Unidos querem utilizar o fato de o Irã enriquecer urânio, como todo o mundo, como pretexto para uma guerra. Isso é o que estão fazendo os sionistas. Têm um documento, e a partir de quarta-feira vão em pelotões   visitar 435 congressistas, para insistir que assinem um decreto de lei que diz que a ação iraniana é um pretexto para uma guerra. Chegamos a este grau de subordinação.

Pela primeira vez em mais de 200 anos, Washington está ocupado por um país estrangeiro a partir de seus porta-vozes, seus clientes sionistas dos EUA. É uma grande vergonha ver meu país humilhado por estes fanáticos, esta gente que tomou o controle da política norte-americana, tomam o controle do Congresso, subordinam o presidente e ditam a política, desde o país israelita, diabólico e moralmente corrupto.

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Oleh

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