14 de junho de 2012

A CIDADE

O pensador Guy Debord, em um dos clássicos do pensamento contemporâneo – A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO, pag. 116, Ed. Contraponto, 2ª. Impressão, RJ) afirma textualmente que “a história universal nasceu nas cidades e atingiu a maioridade no momento da vitória decisiva da cidade sobre o campo”. E mais à frente afirma que “mas se a história da cidade é a história da liberdade, ela também foi a da tirania da administração estatal , que controla o campo e a própria cidade. Até agora a cidade só pode ser o terreno de batalha da liberdade histórica, e não o lugar em que essa liberdade se realizou. A cidade é o espaço da história que é ao mesmo tempo concentração do poder social, que torna possível a empreitada histórica, e consciência do passado”

O Estado capitalista tem a percepção completa dessa realidade.

As transformações ocorridas desde o fim do bipolarismo (União Soviética versus Estados Unidos) ao contrário das previsões não trouxeram nem paz e nem significou o fim de dilemas vividos pelo ser humano. A fome, as desigualdades, os cuidados devidos para com a saúde pública, a educação, pelo contrário.

A natureza perversa do capitalismo acirrou a competição, aprofundou as desigualdades, aumentou a fome, sucateou a saúde e a educação públicas, direitos fundamentais dos povos.

O que vemos hoje? O poder da cidade em mãos que submetem a realidade imediata de cada um aos interesses de um todo maior, totalitário, cruel e que por seus muitos braços (a repressão, a mídia) cria o espetáculo como forma de alienar e domesticar sentimentos e vontades de uma sociedade justa, onde as os seres humanos possam viver, conviver em bases dignas e humanas.

A cidade privatizada nos seus setores essenciais.

Vejamos o caso de Juiz de Fora. O abandono pelo atual governo dos programas sociais voltados para a criança, a população idosa, a população de rua, traz uma conseqüência imediata – o aumento da violência.

O fenômeno social das drogas é uma realidade presente em quase todos os cantos da cidade. Se existem políticas tímidas de combate ao tráfico de drogas, inexistem políticas públicas voltadas para a recuperação da imensa legião de viciados.

A Organização Mundial de Saúde afirma que a partir de 2020 a depressão será a segunda maior causa mortis em todo o mundo, atrás apenas das doenças cárdio vasculares.

O resgate da cidade como fator fundamental da história dos povos na construção de nações é decisivo.

Isso só acontecerá com o poder popular.

Com os trabalhadores decidindo cada passo e construindo a cidade nos moldes da liberdade plena da participação popular.

Não existe liberdade se a cidade pertencer a grupos políticos ou econômicos.

O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO pensa a cidade como a primeira realidade de cada um de nós e por isso mesmo enxerga a cidade como camarada.

Educação e saúde públicas que são deveres Estados com níveis de boa qualidade e comum a todos. Transportes coletivos acessíveis a trabalhadores, planejamento urbano que faça da cidade um centro de paz, de convivência harmoniosa, preservação do meio-ambiente, enfim, A CIDADE CAMARADA é a cidade de todos e todos através da participação popular.

É a alternativa que os comunistas do PCB propõem como debate para as eleições municipais deste ano.

Sem preocupações eleitorais ou eleitoreiras, até porque um partido revolucionário, o PCB quer o debate. A participação.

Quer que a cidade retome seu princípio, o ponto de partida da história universal.

E a cidade camarada é sua. A sua cidade. A cidade de todos.

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Oleh

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