Foi publicada, no último domingo, entrevista com o delegado Oslain
Santana, Diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal. Diz o
mesmo que a corrupção está entranhada nas práticas partidárias,
principalmente nos financiamentos de campanha, e que tais condutas "não
são privilégio desse ou daquele partido", e sim que "todos os partidos"
estão envolvidos ("Financiamento de campanha atual estimula a
corrupção", Jornal "O Globo", 20/ 10/ 2013).
Como se vê, tal declaração joga, na mesma vala, todo o espectro
político partidário brasileiro, como se os partidos sem exceção fosse
idênticos em suas práticas. Trata-se de uma declaração leviana, que ecoa
o discurso antipartidário que apareceu no bojo das manifestações a
partir de junho. Essa hostilidade aos partidos faz parte da pauta da
direita mais reacionária, interessada no esvaziamento do debate político
-do qual os partidos são em tese instrumento- e em soluções
autoritárias, como quarteladas e golpes de Estado.
Quando diz que "todos os partidos" são corruptos, o ilustre delegado
mostra, também, profundo desconhecimento da história recente do Brasil. O
Partido Comunista Brasileiro- PCB, desde sua fundação no longínquo ano
de 1922, jamais, em toda sua existência, esteve envolvido em qualquer
escândalo ou episódio que pudesse macular seu nome. Fiel aos princípios
do marxismo e do leninismo, repudia e sempre repudiou as práticas
nefastas da democracia burguesa, com seus conchavos, compadrios e jogos
de interesse.
Não temos ilusões no sistema vigente, com todas as vicissitudes
inerentes ao capitalismo. Concordamos que é preciso repensar o atual
modelo de gastos de campanha, sendo o financiamento público, nesse
sentido, fundamental. Mas não é porque os diversos partidos do
institucionalismo burguês têm atitudes espúrias, do ponto de vista legal
e político, que se pode dizer, de forma difamatória e caluniosa, que
todos (sic) os partidos têm o mesmo proceder.
PCB - Secretariado Nacional
Difamação contra o PCB
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Oleh
Kaizim