10 de março de 2015

Clara Zetkin – Precursora na luta pelos direitos das mulheres




Por Natalia Buscaglia
Muitas pessoas se perguntarão quem é Clara Zetkin. Foi uma política comunista alemã sumamente lutadora pelos direitos da mulher. Em uma época onde não tínhamos participação, com sua forte ideologia, enfrentou a sociedade por considerar elementar que o sexo feminino tenha presença na atividade política e os mesmos direitos que os homens trabalhadores. Propôs que no dia 8 de março se celebrasse o Dia Internacional da Mulher. Dedicou sua vida ao socialismo e conquistou a união de mulheres que compartilhavam esta doutrina nos diferentes países, com o claro objetivo de alcançar suas metas. Graças a suas convicções, orientou a direção de vários partidos da ala esquerda, foi influente para milhares de mulheres e uma grande líder política que também fez frente ao nacional-socialismo em sua postura ante a Primeira Guerra Mundial.
Clara Eissner nasceu em 5 de julho de 1857, em Wiederau, Alemanha. Foi uma entusiasta política extremadamente fiel a sua ideologia, impossível de subornar. Por suas ideias comunistas, socialistas e feministas foi destacada para sua época. Em sua juventude, estudou magistério em Leipzig, aproximou-se do Partido Socialdemocrata Alemão, onde conheceu Ossip Zetkin, um revolucionário russo por quem se apaixonou. Pouco a pouco foi se inserindo na política até ser uma importante dirigente da bancada feminina e do movimento operário. Quando o Partido foi proibido por Bismarck, Clara tomou a decisão de exilar-se na Suíça e em Paris, onde casou com Zetkin e com quem teve dois filhos. Durante esse tempo, se dedicou à literatura secreta e conheceu muitos líderes socialistas internacionais. Anos depois, se divorciou e se uniu ao artista George Friedrich Zundel.
Clara Zetkin apoiou a fundação da Segunda Internacional (organização formada em 1889 por partidos trabalhistas e socialistas, com a finalidade de regular a atividade internacional dos movimentos operários) e era participante de todos os Congressos que ocorreram até o começo da Primeira Guerra Mundial. Regressou a seu país natal e se colocou contra seu próprio Partido, quando seus dirigentes se alinharam com a burguesia alemã, que proclamava entrar na guerra. Uniu-se a Rosa Luxemburgo (polaca e judia revolucionária), com o lema “Guerra à guerra”. Porém, não pode continuar com esta atividade, sendo presa e, posteriormente, expulsa do Partido Socialdemocrata. Depois, formou o Partido Socialdemocrata Independente da Alemanha e se uniu também aos espartaquistas (revolucionários marxistas).
Em 1891, fundou a revista A Igualdade, formada por mulheres, que teve vigência até 1917, e se converteu no meio de expressão oficial da Internacional de Mulheres Socialistas. Seu objetivo era mudar o pensamento dos homens que a acompanhavam em seu partido. Em 1908, foram abolidas as leis onde as mulheres eram proibidas de participar das atividades políticas. No entanto, se começaram a ter voz dentro do Partido, tinham que continuar lutando para ter voto e passar a ser independentes.
No mundo estavam sendo gestados com mais força os movimentos das mulheres trabalhadoras, que alçavam sua voz em reivindicação por melhorias salariais, jornada de trabalho mais curta, participação nos sindicatos, preparação profissional e proibição do trabalho infantil. Cansadas deste tipo de sociedade, onde não podiam desfrutar dos mesmos direitos que o outro sexo, as mulheres decidiram unir suas forças e enfrentar a luta, sem importar com as consequências. Greves e manifestações começavam a ganhar terreno e, em 8 de março de 1909, 129 empregadas da fábrica têxtil Cotton, de Nova York, que tinham se fechado nela em forma de protesto, morreram por causa do incêndio gerado no lugar. O incêndio parece ter sido provocado pelo próprio dono.
Diz-se que em homenagem a este acontecimento, para reivindicar nossos direitos e o sufrágio feminino em um Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, ocorrido em 1910, sua Presidenta Clara Zetkin propôs que o 8 de março fosse o Dia Internacional da Mulher.
Seguindo sua luta, conheceu Engels e Lenin na Internacional Comunista. E em começos da década de 1920, por seu duro trabalho para convocar um movimento de mulheres socialistas de diferentes países, foi Presidenta do Movimento Internacional de Mulheres Socialistas e deputada do Partido Comunista Alemão. Por sua disposição em deter o avanço do nazismo, a elegeram Presidenta da Associação de Solidariedade Socorro Vermelho e representante do Reichstag (Parlamento alemão). Porém, quando em 1933 Hitler assumiu o poder, ela teve que exilar-se novamente. Nesta oportunidade, escolheu a União Soviética, lugar onde passou os últimos dias de sua vida revolucionária. Morreu em 20 de junho de 1933, em Moscou, Rússia, aos 76 anos de idade.
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/03/08/8-de-marzo-dia-internacional-de-la-mujer/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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