05 de Novenbro de 2011
Quando assassinaram Che Guevara a
rebeldia latino-americana acabou? Pensam suprimir a dignidade de Nossa
América assassinando Alfonso Cano? Esta é «a paz» do genocida Santos? O
que dirão os hipócritas “estadistas” que o abraçam sorrindo, em nome do
«realismo diplomático»?
Que Santos não se esqueça….
Depois da morte de Carlos Fonseca,
principal líder e fundador da guerrilha da Frente Sandinista de
Libertação Nacional (FSLN), a insurgência da Nicarágua derrotou o
vergonhoso regime de Somoza e triunfou a revolução.
O mesmo aconteceu no Vietnã, com a
morte de Ho Chi Minh. Há poucos anos, militares e assessores ianques
tiveram que se retirar do sudeste asiático com o rabinho entre as
pernas, derrotados e humilhados, quando antes se sentiam amos e senhores
do povo vietnamita.
Em numerosos países e sociedades, o
assassinato dos líderes populares não impediu o triunfo da rebeldia
organizada, quando esta contou com uma proposta estratégica de poder. É
preciso aprender com a História.
Constitui-se pura ilusão, superficial,
ignorante e banal, a crença da classe dominante colombiana
(compartilhada por seus mestres gringos do norte) de que a morte de um
líder guerrilheiro possa acabar com um processo de luta de massas que
permanece ativo, com décadas de confrontação. Estão gravemente
equivocados se pensam em submeter a insurgência pela via militar.
Porém, os relatos auto-legitimadores da
classe dominante colombiana (e seus monopólios de informação que
funcionam como correias de transmissão em suas operações de guerra
psicológica) defendem essa lógica como verdade absoluta. Falam de si
mesmos. Olham-se no espelho e se auto-convencem para aplacar seus medos.
Há poucos dias, uma multidão enorme de
milhares e milhares de estudantes rebeldes colombianos tomou de assalto
as principais cidades do país, em defesa da educação pública e gratuita.
E o fizeram desafiando a polícia e outras forças anti-motim. O mesmo
aconteceu com o movimento indígena e popular, que já começa a
levantar-se, cada vez mais organizado.
A oligarquia aburguesada da Colômbia
acredita que assassinando Alfonso Cano, principal líder das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) vai
conseguir calar todo esse movimento popular de massas (de onde é parte a
insurgência).
Que ilusão! Quanta ingenuidade!
Sabemos bem quem é Santos. Conhecemos
seu rosto cínico, lascivo, depravado e anormal, quando se deixou
fotografar ao lado de outros cadáveres insurgentes. Só um perverso, um
depravado pode festejar a morte dessa maneira e com esse tipo de
sorriso. Mesmo a morte de inimigos. Vimos essas fotografias no passado,
quando ele era Ministro de Defesa. Nós o conhecemos bem. Bem até
demais...
O que interessa aqui não é a opinião
desse perverso, mas sim o estado de espírito dos povos e das massas
populares, principalmente da juventude. Do povo colombiano e dos povos
de Nossa América. Os povos sabem perfeitamente bem que, mesmo quando
morreu Simón Bolívar, a luta, longe de apagar-se, continuou durante dois
séculos. O mesmo ocorreu, anteriormente, com Tupác Amaru e Tupác
Katari.
Quando assassinaram José Martí, Cuba
continuou lutando até derrotar definitivamente os impérios que a
subjugaram. Acabou a luta com a morte de Martí? Ninguém, exceto um
ignorante (por mais dinheiro que tenha, continua sendo um ignorante),
poderia acreditar que, com o cadáver de Martí, a luta do povo cubano
tenha acabado.
Poderíamos recorrer a cada um de nossos
países, cada uma de nossas sociedades, cada uma de nossas histórias, e
os exemplos se multiplicariam infinitamente.
“Triunfar ou servir a outras bandeiras.
Até depois de mortos seremos úteis”, previu Julio Antonio Mella, pouco
antes de cair assassinado no México. E teve razão. O mesmo acontecerá
com o companheiro, camarada e comandante Alfonso Cano, líder da
insurgência colombiana. Podem fazer o que quiserem com o cadáver. Com o
cadáver de Che Guevara cortaram as mãos e o enterraram num túmulo para
indigentes. Assim pensavam terminar com o exemplo do Che! Podem
manipular o corpo de Alfonso Cano. No entanto, com o exemplo de Alfonso,
não poderão fazer nada.
E os presidentes da América Latina?
Seguirão apertando a mão assassina deste personagem sinistro, deste
empresário milionário que, como Ministro de Defesa de Uribe, assassinou
milhares de pessoas, jogando-as como se fossem animais em túmulos sem
identificação; o maior cemitério de indigentes de todo o continente,
superior aos das ditaduras militares do Chile, da Argentina, do Peru ou
da Guatemala nos anos 70. Encontraram-se há pouco tempo na Colômbia
2.000 cadáveres, correspondentes aos assassinatos do período de Santos
como Ministro da Defesa.
Seguirão falando da “governabilidade”
continental sem ficarem ruborizados? Continuarão entregando
revolucionários ao carniceiro Santos, violando todo o direito
internacional, com cara de feliz aniversário?
E os jornalistas? Poderão continuar
escrevendo alegremente que na Colômbia existe «democracia»? Não será a
hora de rebelar-se contra esse controle militar da informação?
E os acadêmicos? Por que na hora de
escrever e analisar as lutas e “novas experiências” de Nossa América
mencionam unicamente Cuba, Venezuela e Bolívia (quando muito acrescentam
o Equador)? Por que os acadêmicos se fazem de desentendidos com as
lutas populares da Colômbia? Será talvez porque na Colômbia a luta
armada continua se desenvolvendo e essa temática não está permitida no
núcleo duro dos programas acadêmicos? Talvez analisar a luta armada da
Colômbia se torne um obstáculo para o recebimento de bolsas de pesquisa e
subsídios? Os acadêmicos começarão a incluir a Colômbia entre os
estados que praticam políticas de Estado genocidas ou continuarão
fazendo-se de desentendidos?
Em uma palavra: depois do assassinato
do líder insurgente Alfonso Cano, quem poderá se fazer de ingênuo,
dizendo que Santos é diferente de Uribe?
Apelamos aos jornalistas que acreditam
sinceramente na liberdade de expressão, aos acadêmicos dignos que não se
deixam humilhar, inclusive aos políticos que, mesmo sem compartilhar do
projeto da guerrilha, não estão dispostos a se sujarem, apertando a mão
sangrenta de Santos.
Que ninguém se engane. A luta segue. Aqui não se terminou nada.
Em algum momento se pagarão pelos crimes.
Anastasio Somoza também se sentia poderoso, soberbo e inexpugnável... Mesmo assim terminou.
Sem Alfonso Cano as FARC-EP… continuam combatendo
4/
5
Oleh
Rubens Ragone