4 de novembro de 2013

Todo apoio à luta dos trabalhadores rurais na Paraíba!


Na última quinta-feira (24 de outubro) aconteceu uma reunião entre o governador do estado da Paraíba, Ricardo Coutinho, e trabalhadores rurais que integram a Via Campesina (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB, Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA, Movimento dos Quilombolas e Comissão Pastoral da Terra – CPT).

Na ocasião foi discutido a Pauta de Reivindicações do movimento, exigindo medidas efetivas que garantam a obtenção de terras para o assentamento de famílias acampadas em diversas localidades do estado e a estruturação dos assentamentos já existentes, com relação a condições para produção, obtenção e distribuição de água, financiamento de projetos, acesso à educação e à saúde.

O governador se comprometeu em manter uma agenda de discussões com os membros do movimento para viabilizar tais reivindicações, atitude diferente daquela apresentada no último dia 21 de outubro, onde cerca de 2500 manifestantes, ao ocuparem o centro administrativo do estado, exigindo uma audiência com o governador, foram recebidos pela polícia militar da Paraíba com balas de borracha, spray de pimenta e a tradicional violência promovida pelo Estado junto aos trabalhadores que lutam por seus direitos, repetindo a brutalidade dos aparelhos repressores junto à população que vem acontecendo em outras regiões do país nas últimas semanas.

Em carta aberta, a Via Campesina esclareceu à população que foram ínfimos os avanços para ver atendidas as demandas dos movimentos sociais que a compõem nos três anos de governo de Ricardo Coutinho, e lamentou a tentativa de criminalização das ações de reivindicação por parte do governo do estado e parte da imprensa local.

O que acontece na Paraíba de nada difere das ações do governo Dilma Roussef. Atendendo aos interesses do agronegócio em detrimento das demandas por uma Reforma Agrária pautada por estes movimentos sociais, no ano de 2013 não foi realizado nenhuma desapropriações de qualquer área para este fim por parte do governo federal. O governo do Partido dos Trabalhadores e de sua base aliada vem contribuindo, assim, para a acentuação das precárias condições dos trabalhadores do campo.

A agudização das contradições capital-trabalho só vem a reafirmar a necessidade de organização e luta dos trabalhadores como a alternativa para o enfrentamento de seus problemas. Como vem acontecendo nas áreas urbanas dos grandes centros, também se vê no campo um ascenso dos movimentos dos trabalhadores. Na Paraíba, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem organizando desde julho uma de suas maiores ocupações dos últimos tempos, o acampamento Wanderley Caixe, com cerca de 1600 famílias.

Mas como em toda a iniciativa de luta, não demorou muito para que as forças contrárias aos interesses dos trabalhadores tentassem coibir e abortar este processo, o que ficou evidente no último dia 05 de outubro. Na esteira das iniciativas de coerção dos acampados que vinham acontecendo em dias anteriores, foram identificados três elementos da polícia militar de Pernambuco que, a serviço do dono da usina Maravilha Curandi, dona da área onde se localiza o acampamento, alegando fazerem parte de uma empresa de segurança, armados coagiam os trabalhadores e procuravam identificar as lideranças do acampamento. Detidos pelos membros do movimento, foi iminente o confronto com as forças policiais que tentavam resgatar estes indivíduos. A solidariedade de muitos companheiros do estado impediu um desfecho trágico.
Em protesto e em defesa da legitimidade da luta camponesa, os trabalhadores acampados fizeram nos dias 14 e 15 de outubro uma marcha de 70 Km do acampamento até João Pessoa, contando com 2500 pessoas que, nestes dois dias, percorreram à pé a BR 101. Já na capital, após marcharem por alguns bairros da cidade, acamparam na sede do INCRA. No dia 16 foram realizada manifestações no centro administrativo do estado e em frente a Caixa Econômica Federal, fechando uma das principais avenidas da capital paraibana. Não obtendo respostas por parte das autoridades constituídas, foi organizada a ocupação de que se trata o início deste texto.

O PCB na Paraíba vem se solidarizar aos camponeses e aos membros do MST, repudiando toda e qualquer forma de criminalização dos movimentos sociais e da utilização da violência para coibir as mobilizações dos trabalhadores na luta por seus direitos, denunciando o atrelamento do Estado brasileiro aos interesses do capital em detrimento aos interesses da população, propondo-se contribuir com os processos ora em curso e aqueles que apontem para a emancipação da classe trabalhadora.

João Pessoa – PB, 31 de outubro de 2013.

Comitê Regional da Paraíba
Partido Comunista Brasileiro - PCB

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Oleh

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