8 de agosto de 2011

Camaradas e Camaradas do Partido Comunista Paraguaio


imagemCrédito: PCP


PCB

O Comitê Central do PCB (Partido Comunista Brasileiro) saúda a realização do VII Congresso do PCP, nosso partido irmão, e deseja aos delegados e delegadas um rico e fraterno debate que resulte em resoluções adequadas ao fortalecimento da organização e da ação política dos comunistas paraguaios, junto ao proletariado e aos trabalhadores do seu país e ao movimento comunista internacional.

O Partido Comunista Paraguaio é o partido que mais sofreu perdas humanas e políticas com as ditaduras militares em nossa América. Aqui houve a ditadura mais longeva de toda a região, começando antes e depois das outras, todas elas nos marcos da famigerada Operação Condor.

Aqui, como em vários países, torturaram, assassinaram e desapareceram inúmeros comunistas, militantes do Partido e da Juventude.

Estas ditaduras não foram ditaduras de militares. Foram ditaduras do imperialismo e das burguesias locais, sob a forma militar.

As ditaduras de classe continuam em nossos países, mas agora sob a forma de democracia burguesa.

Nosso país tem uma dívida histórica com o povo paraguaio, pela ignóbil participação na “Tríplice Infâmia” em que, a serviço do imperialismo inglês, hegemônico na época, as oligarquias do Brasil, Argentina e Uruguai trataram de dizimar a população guarani, sobretudo a masculina. Tomaram suas terras e riquezas. O Brasil saqueou o Arquivo Histórico Nacional Paraguaio, que está até hoje absurdamente trancafiado a sete chaves em Brasília, certamente para não se revelarem o extermínio e as anexações territoriais.

Não será apenas com a melhor remuneração da energia gerada por Itaipu, decidida recentemente pelo Brasil, que pagaremos esta dívida. Apesar de se tratar de uma decisão louvável, é bom chamar a atenção para o fato de que todos os gestos do estado burguês brasileiro em atenção aos países da América Latina têm como objetivo principal a expansão do capitalismo brasileiro na região e sua integração, não através da ALBA, mas sob sua hegemonia. As ajudas financeiras são sempre vinculadas a contratos com empreiteiras privadas brasileiras.

Quem pagará esta e outras dívidas com os nossos povos não serão as burguesias locais, mas os trabalhadores paraguaios, brasileiros, argentinos, uruguaios e de toda a América Latina, que farão de nosso continente uma região de paz entre povos irmãos, uma integração antiimperialista, solidária e socialista.

Por acaso, no dia de hoje, enquanto se celebra a abertura do VII Congresso do PCP, publicamos no portal do PCB uma matéria sob o título Brasil importa de Israel tecnologia para matar com miras e controles eletrônicos”. Segundo os militares brasileiros, este projeto, que inclui tanques de última geração, se dá nos marcos de uma chamada Operação Guarani.

Um país se arma para atacar ou se defender; para ser imperialista ou antiimperialista. Mas diz a matéria: "segundo militares brasileiros, os novos Guarani serão usados na vigilância das fronteiras". O Brasil não tem fronteiras com os Estados Unidos, a China, a Europa. Mas tem com muitos países da América do Sul, inclusive com o Paraguai, exatamente a terra dos guaranis, que o Brasil ajudou a dizimar no século 19!

Neste contexto, a unidade necessária na América Latina para mudanças radicais no sentido da ruptura do capitalismo, não passa apenas por governos progressistas, que temos que apoiar com independência e pressionar para avançar. Passa principalmente pela unidade na luta das massas proletárias e dos trabalhadores, através de seus partidos e organizações.

O capitalismo, mesmo em sua profunda crise, não cai de podre. Ainda tem muita guerra para acionar, muita exploração para aumentar, muita riqueza para saquear. O capitalismo também não se reforma: é desumano por sua natureza.

Por uma América Latina e um mundo em que todos nos possamos chamar de companheiros!

Viva o internacionalismo proletário!

Viva o socialismo!

Viva o Partido Comunista Paraguaio!

Camarada Ananias: presente!

(Intervenção do Secretário Geral do PCB, Ivan Pinheiro, no VII Congresso do Partido Comunista Paraguaio - julho de 2011)

(*) Ananias Maydana é o principal referente da história do PCP e dos trabalhadores paraguaios. Secretário Geral do PCP, passou 26 anos preso na ditadura de Strossner. Faleceu há poucos meses, aos 87 anos, em plena atividade como dirigente comunista e liderança nacional.

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