30 de outubro de 2011

GREVE HISTÓRICA DO SINTRAJUFE/CE

GREVE HISTÓRICA DO SINTRAJUFE/CE

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Crédito: Sintrajufe-CE
Ceará

O dia 24 de outubro de 2011 é mais uma data que ficará para a história da categoria dos servidores da Justiça Federal no Ceará. De acordo com o Sintrajufe-CE, pela primeira vez uma greve acontece pra valer na seção cearense da JF-CE.

O primeiro dia de greve na Justiça Federal foi marcado por uma adesão muito forte dos servidores na capital e no interior do estado. Em Fortaleza, as atividades se concentraram no Edifício Sede da JF, no centro da cidade. Segundo o sindicato, o número de servidores em greve reunidos foi tão grande que sequer era possível circular no átrio do edifício. Além das falas dos diretores executivo e social do Sintrajufe-CE, Jesu Júnior e Márcio Frois, o primeiro dia de greve na JF-CE contou com a presença de trabalhadores de diversas categorias, tais como professores, sapateiros e trabalhadores na construção civil, além de representantes da Unidade Classista, Intersindical e TRS [Tendência Revolucionária Socialista], os quais reforçaram seus apoios à luta da categoria.

Diversos servidores da base também fizeram uso da palavra, apresentando informes e sugestões. Ainda em Fortaleza, foi registrado o apoio expressivo de servidores das subseções do interior do estado, que prestaram importante reforço às atividades na capital nesse primeiro dia do movimento.

Já no interior do estado, os diretores do Sintrajufe-CE em Juazeiro do Norte enviaram informações de que a adesão à greve foi muito expressiva naquela subseção, contando inclusive com a cobertura da imprensa local. Segundo o sindicato, da mesma forma, diversos foram os relatos no decorrer do dia sobre o sucesso do movimento paredista em todas as subseções.

“Com isso, os servidores da Justiça Federal no Ceará deram uma demonstração da sua força e capacidade de mobilização, numa resposta clara e objetiva ao TRF-5, que chegou a se referir á greve, na véspera de sua deflagração, como um ‘movimento inexpressivo’”, afirma a diretoria do Sintrajufe-CE.

Salienta-se a fundamental participação e apoio dos sindicalistas da Construção Civil, dos Sapateiros, Comerciários de Fortaleza, da Unidade Classista, que em muito contribuiu e ainda contribui no cotidiano da greve e da garantia da continuidade das mobilizações, apoiando e marcando presença nas ações fortalecendo a crescente adesão dos servidores junto ao chamado do SINTRAJUFE/CE.
A Honra Reconquistada de Muammar al-Gaddafi

A Honra Reconquistada de Muammar al-Gaddafi

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Crédito: Pravda
Mário Maestri*

Muammar Abu Minyar al-Gaddafi caiu combatendo na defesa da independência nacional de sua nação. Resistiu, cidade por cidade, quarteirão por quarteirão, casa por casa, até ficar encurralado com seus derradeiros companheiros e companheiras, feras indomáveis, nos poucos metros de terra líbia livre. Como dissera, enfrentou, até a morte, irredutível, a coligação das mais poderosas nações imperialistas ocidentais.

Ferido, foi preso, achincalhado, arrastado, torturado e, já moribundo, assassinado. Em torno dele desencadernava a canalha armada e excitada que se banqueteava, havia semanas, rapinando, executando, violando a população da cidade heróica de Sirte, arrasada por sua resistência à recolonização do país. Sirte, no litoral mediterrânico, com mais de 130 mil habitantes, éi sede de universidade pública, destruída, e do terminal do impressionante rio artificial que retirava as águas fósseis do deserto do Saara para aplacar a das populações e agricultura líbia.

Nas últimas cidades rebeldes, encanzinados franco-atiradores, homens e mulheres, jovens e adultos, foram calados com o arrasamento pela artilharia pesada dos prédios em que se encontravam. Estradas, portos, centrais elétricas e telefônicas, quartéis, escolas, creches, hospitais, aeroportos, estações televisivas e radiofônicas, a infraestrutura do país construída nas últimas quatro décadas, foi arrasada por seis meses de ataques aéreos, navais e missilísticos - mais de cinqüenta mil bombas! -, responsáveis por enorme parte dos talvez cinqüenta mil mortos, em população de pouco mais de seis milhões de habitantes.

A lúgubre paz dos cemitérios reina finalmente sobre a Líbia submetida.

Quarenta e dois anos após a conquista de sua independência nacional, a Líbia retorna ao controle neocolonial do imperialismo inglês e francês, que dividiram a hegemonia sobre o país após a 2ª Guerra, que pôs fim à dura dominação colonial da Itália fascista. Tudo é claro sob a vigilância impassível da hiena estadunidense.

Em 1969, o então jovem coronel Muammar, com 27 anos, chegava do deserto para comandar o golpe de jovens militares pela independência e unidade da Líbia, animado pelas esperançosas idéias do pan-arabismo de corte nacionalista e socialista. Do movimento surgiu um Estado laico, progressista e anti-imperialista, que nacionalizou os bancos, as grandes empresas e os recursos petrolíferos do país.

Quarenta e três anos mais tarde, Gaddafi cai simbolizando os mesmos ideais. Com sua morte, expia dramática e tardiamente sua irresponsável tentativa de acomodação às forças do imperialismo, empreendida após a vitória mundial da contra-revolução liberal.

Quem abraça o demônio, jamais dirige a dança! Foi o movimento de privatizações, de "austeridade", de abertura ao capital mundial, de apoio às políticas imperialistas na África, etc., sob os golpes da crise mundial, o grande responsável pela perda de consenso social de ordem que, no contexto de suas enormes contradições, realizara a mais ampla e democrática distribuição popular da renda petroleira das nações arábico-orientais.

Por décadas, ao contrário do que ocorria com tunisianos, argelinos, egípcios, etc. não se viu na Europa um líbio à procura de um trabalho que encontrava em seu país. Ao contrário, o país terminou como destino de forte imigração de trabalhadores da África negra subsaariana, atualmente maltratados, torturados, executados por membros das"tropas revolucionárias" arregimentadas pelo imperialismo, sob a desculpa de ser os "mercenários" de Ghadafi.

A intervenção na Líbia não procurou apenas recuperar o controle direto das importantes reservas petrolíferas pelo imperialismo inglês, francês e estadunidense. Objetivou também assentar golpe mortal na revolução democrática e popular do norte da África, mostrando a capacidade de arrasar implacavelmente qualquer movimento de autonomia real. Com uma Líbia recolonizada, espera-se construir plataforma de intervenção regional, que substitua o hoje convulsionado Egito.

A operação líbia significou também conquistas marginais, além do controle do petróleo, da disposição de sufocação da revolução democrático-popular árabe, da construção de plataforma imperialista na região.

Enormes segmentos da esquerda mundial, sem exceção de grupos auto-proclamados radicais, embarcaram-se no apoio de fato à intervenção imperialista, defendendo graus diversos da sui-generis proposta de estar com o "movimento revolucionário" líbio e contra o imperialismo que o criara e sustentara. Aplaudiam as bombas que choviam sobre o país, propondo que não sustentavam a intervenção da OTAN!

Para não se distanciarem da opinião pública sobre o governo líbio e os sucessos atuais, construída pela tradicional subordinação e hipocrisia da grande mídia mundial, seguiram na saudação das forças "revolucionárias líbias", como se não fossem meras criaturas da intervenção imperialista, como demonstraram - e seguirão demonstrando - inapelavelmente os fatos! Os revolucionários líbios não avançaram um metro nos combates, sem o aterrador apoio aéreo e a seguir terrestre da OTAN. Em não poucos casos, também como fizera Gaddafi nos últimos tempos, procuram consciente ou inconscientemente acomodar-se à besta imperialista.

Mário Maestri, 63, sul-rio-grandense, é professor do curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UFF. maestri@via-rs.net

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo

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Crédito: Cartamaior


Cartamaior

Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.

A reportagem é da revista New Scientist, 22-10-2011 e reproduzida pelo sítio Inovação Tecnológica.

Além das ideologias

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça.

Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial

A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial

Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

Barclays plc

Capital Group Companies Inc

FMR Corporation

AXA

State Street Corporation

JP Morgan Chase & Co

Legal & General Group plc

Vanguard Group Inc

UBS AG

Merrill Lynch & Co Inc

Wellington Management Co LLP

Deutsche Bank AG

Franklin Resources Inc

Credit Suisse Group

Walton Enterprises LLC

Bank of New York Mellon Corp

Natixis

Goldman Sachs Group Inc

T Rowe Price Group Inc

Legg Mason Inc

Morgan Stanley

Mitsubishi UFJ Financial Group Inc

Northern Trust Corporation

Société Générale

Bank of America Corporation

Lloyds TSB Group plc

Invesco plc

Allianz SE 29. TIAA

Old Mutual Public Limited Company

Aviva plc

Schroders plc

Dodge & Cox

Lehman Brothers Holdings Inc*

Sun Life Financial Inc

Standard Life plc

CNCE

Nomura Holdings Inc

The Depository Trust Company

Massachusetts Mutual Life Insurance

ING Groep NV

Brandes Investment Partners LP

Unicredito Italiano SPA

Deposit Insurance Corporation of Japan

Vereniging Aegon

BNP Paribas

Affiliated Managers Group Inc

Resona Holdings Inc

Capital Group International Inc

China Petrochemical Group Company

Bibliografia:

The network of global corporate control

Stefania Vitali, James B. Glattfelder, Stefano Battiston

arXiv

19 Sep 2011

http://arxiv.org/abs/1107.5728

Uganda, a nova agressão militar dos Estados Unidos

imagemCrédito: 3.bp.blogspot
Nota dos Editores

Explodiam as últimas bombas sobre a Líbia quando a Casa Branca tomou a decisão de intervir militarmente noutro país africano. A agressão teve por alvo o Uganda e passou quase despercebida; os media dedicaram-lhe menos atenção do que ao namoro de uma estrela de Hollywood.

O presidente Obama achou oportuno anunciar o desembarque em Uganda de tropas de combate dos EUA num discurso dirigido ao povo norte-americano.

«Foi necessário - afirmou - proceder à remoção de Joseph Kony do campo de batalha porque o exército de Resistência do Senhor» configura «uma ameaça para a segurança regional».
A sinuosidade do discurso presidencial torna indispensável a sua descodificação.

O exército a que se refere é um fantasma. O «inimigo» desta vez é uma mini guerrilha, na realidade uma seita religiosa sem base social, que opera no país há mais de 20 anos; Kony o seu teólogo.

Somente agora a Casa Branca tomou conhecimento da existência desses perigosos guerrilheiros.
Vai durar muito a permanência das tropas especiais estadunidenses? Obama dissipou dúvidas: «ficarão nos país tempo que for necessário». E acrescentou: os militares norte-americanos estão disponíveis para intervir no Congo e na República Centro Africana», se isso for solicitado por Estados da Região.

Esta nova intervenção militar dos EUA insere-se na estratégia que levou à criação do AFRICOM, o exército permanente americano para o Continente cujo comando funciona ainda na Alemanha, enquanto decorrem negociações para a sua instalação numa capital africana.

Os aliados europeus, Sarkozy, Merkel e Cameron, apoiam a estratégia imperial dos EUA cujas agressões justificam o rótulo que lhe colam já de IV Reich.

Observadores recordam que Hitler anexou a Áustria, garantindo que não tinha mais reivindicações. No ano seguinte, após Munique, ocupou a Checoslovaquia, anunciando uma era de paz. Em l939 invadiu a Polónia.

Até onde ira o imperialismo norte-americano? Invadiu o Iraque e o Afeganistão; patrocinou e financiou a agressão à Líbia, alegando a necessidade de proteger as populações numa intervenção humanitária; agora invade o Uganda, e ameaça a Síria e o Irão.

Lentamente, os povos, da Ásia à Europa e da América Latina à África, tomam consciência de que a barbárie imperialista representa hoje uma ameaça global à humanidade. Mobilizarem-se contra ela em defesa da civilização, da própria continuidade da vida é uma exigência da Historia.

OS EDITORES DE O DIARIO INFO

http://www.odiario.info/?p=2253
Declaração sobre o atentado

Declaração sobre o atentado

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Crédito: PCU
PCU

Montevidéu, 24 de outubro de 2011

A sede do Comitê Central do Partido Comunista do Uruguai foi alvo de um novo atentado. Trata-se do segundo atentado em um mês, agora com uma bomba incendiária.

Às 3 horas da madrugada desta segunda-feira, 24 de outubro, o guarda que cumpria a ronda por todo o local, sentiu uma explosão que vinha da parte da frente do imóvel. Ao dirigir-se ao local, vieram labaredas de fogo numa das portas localizadas à rua Fernández Crespo. Imediatamente, apagaram as chamas com um extintor. Ao sair pela rua Fernández Crespo encontraram os restos de uma garrafa de vidro que continha um líquida inflamável e a porta com os rastros das chamas.

O Partido Comunista do Uruguai apresentou a denuncia correspondente e entregará ao Ministério do Interior as testemunhas e toda a informação disponível. Neste momento, não daremos maiores informações ao público para não atrapalhar as investigações.

Na quinta-feira, 15 de setembro, às 23 horas, dois homens num Ford Escort escuro, jogaram uma bomba com tinta preta contra a fachada da sede do Comitê Central.

É, portanto, o segundo atentado em pouco mais de um mês contra a sede do Comitê Central do Partido Comunista do Uruguai.

É visível que estes dois atentados, em especial este último, ocorreram no momento em que a luta de nosso povo e a decisão política da Frente Ampla está por terminar com a vergonhosa lei da Impunidade, impedindo que os delitos de lesa humanidade do terrorismo de Estado fiquem impunes.

É ainda mais impressionante que este atentado com bomba incendiária tenha ocorrido três dias antes do aparecimento de um corpo no 14º Batalhão de Infantaria. Todo mundo sabe que existe grande probabilidade de que o mesmo seja de um ou uma dos companheiros desparecidos.

O Partido Comunista do Uruguai rechaça este novo atentado, ratifica seu compromisso irrenunciável com a verdade, a justiça e com o fim da impunidade, e conclama todos os seus militantes a responderem a esta nova provocação com mais unidade, mais compromisso, mais militância, mais frente-amplismo e mais luta; para aprofundar a democracia e as mudanças.

Partido Comunista do Uruguai | Correio Eletrônico: partidocomunista@adinet.com.uy

Endereço: Fernández Crespo 2098 | Telefone: +598 29242697| Montevidéu, Uruguai

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza

26 de outubro de 2011

Agora que o bando a serviço da CIA assassinou Kadafi, que país se seguirá à Líbia?

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por Paul Craig Roberts

Se os planos de Washington tiverem êxito, a Líbia tornar-se-á mais um estado fantoche americano. A maior parte das cidades e infraestruturas foi destruída por ataques das forças aéreas dos EUA e dos seus fantoches da OTAN. Firmas dos EUA e europeias agora obterão contratos fabulosos, financiados pelos contribuintes estadunidenses, para reconstruir a Líbia. O novo parque imobiliário será cuidadosamente concedido a uma nova classe dirigente escolhida por Washington. Isto colocará a Líbia firmemente sob a pata de Washington.

Com a Líbia conquistada, o AFRICOM arrancará para os outros países africanos em que a China tem investimentos em energia e mineração. Obama já enviou tropas americanas para a África Central sob o pretexto de derrotar o Exército da Resistência de Deus, uma pequena insurgência contra o ditador vitalício.

O porta-voz republicano da Câmara, John Boehner, saudou a perspectiva de mais uma guerra ao declarar que o envio de tropas dos EUA para a África Central "promove os interesses estadunidenses de segurança nacional e a sua política externa". O senador republicano James Inhofe acrescentou palavras acerca de salvar "crianças ugandesas", uma preocupação que o senador não tem para com crianças da Líbia ou da Palestina, do Iraque, do Afeganistão e do Paquistão.

Washington ressuscitou o Jogo da Superpotência e está a competir com a China. Mas enquanto a China faz investimentos e ofertas de infraestrutura à África, Washington envia tropas, bombas e bases militares. Mais cedo ou mais tarde a agressividade de Washington em relação à China e à Rússia irá explodir nas nossas caras.

De onde está a vir o dinheiro para financiar o Império Africano de Washington? Não do petróleo líbio. Grandes porções do mesmo foram prometidas aos franceses e britânicos por lhe proporcionarem cobertura a esta última guerra aberta de agressão. Não de receitas fiscais de uma economia estadunidense em colapso onde o desemprego, se medido corretamente, é de 23 por cento.

Com o déficit do orçamento anual de Washington tão enorme como é, o dinheiro só pode vir das máquinas de impressão.

Washington já fez as máquinas de impressão trabalharem o suficiente para elevar o índice de preços no consumidor para todos os consumidores urbanos (CPI-U) a 3,9% ao ano (até o fim de Setembro), o índice de preços no consumidor para assalariados e empregados administrativos (CPI-W) a 4,4% ao ano e o índice de preço no produtor (PPI) a 6,9% ao ano.

Como mostra o estatístico John Williams ( shadowstats.com ), as medidas oficiais de inflação são manipuladas a fim de manter baixos os ajustamentos de custo de vista para os que recebem da Segurança Social, portanto poupando dinheiro para as guerras de Washington. Quando medida corretamente, a presente taxa de inflação nos EUA é de 11,5%.

Que taxas de juro podem obter os poupadores sem assumir riscos maciços com títulos gregos? Os bancos dos EUA pagam menos do que meio por cento nos depósitos de poupança assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation). Títulos a curto prazo do governo dos EUA pagam essencialmente zero.

Portanto, de acordo com estatísticas oficiais do governo estadunidense, os poupadores americanos estão a perder anualmente entre 3,9% e 4,4% do seu capital. Segundo a estimativa de John Williams da taxa real de inflação, os poupadores dos EUA estão a perder 11,5% das suas poupanças acumuladas.

Quando americanos aposentados não recebem juros sobre as suas poupanças, eles têm de gastar o seu capital. A capacidade de mesmo os mais prudentes sobreviverem com as taxas de juro negativas que estão a receber e a erosão pela inflação de quaisquer pensões que recebam chegará a um fim, uma vez que os seus activos acumulados sejam exauridos.

Exceto para os mega-ricos protegidos de Washington, o um por cento que capturou todos os ganhos de rendimento dos últimos anos, o resto da América foi remetido para o caixote do lixo. Nada, o que quer que seja, foi feito para eles desde o golpe da crise financeira de dezembro de 2007. Bush e Obama, republicanos e democratas, centraram-se em salvar o 1 por cento enquanto desprezavam os 99 por cento.

Finalmente, alguns americanos entenderam o "patriotismo" do desfraldar a bandeira que os remeteu para o caixote do lixo da história. Eles não vão afundar sem um combate e estão nas ruas. O Occupy Wall Street propaga-se. Qual será o destino deste movimento?

Será que a neve e o gelo do tempo frio acabará os protestos, ou os remeterá para dentro de edifícios públicos? Quanto tempo as autoridades locais, subservientes a Washington como são, toleram o sinal óbvio de que falta à população qualquer confiança que seja no governo?

Se os protestos perdurarem, especialmente se crescerem e não declinarem, as autoridades infiltrarão os manifestantes com provocadores da polícia que dispararão sobre a polícia. Isto será a desculpa para abaterem os manifestantes e prenderem os sobreviventes como "terroristas" ou "extremistas internos" e enviá-los para os campos de 385 milhões de dólares construídos por contrato do governo dos EUA pela Halliburton de Cheney.

Enquanto isso, perdidos na sua inconsciência, conservadores continuarão a resmungar acerca da ruína do país devido ao casamento homossexual, ao aborto e à mídia "liberais". Organizações liberais comprometidas com a liberdade civil, tais como a ACLU, continuarão a equiparar o direito da mulher a um aborto com a defesa da Constituição dos EUA. A Amnistia Internacional apoiará Washington demonizando o seu próximo alvo de ataque militar enquanto fecha os olhos aos crimes de guerra do presidente Obama.

Quando consideramos que Israel, sob a protecção de Washington, tem escapado impune – apesar de crimes de guerra, assassinatos de crianças, a expulsão em total desrespeito do direito internacional de palestinos da sua terra ancestral, do arrasamento das suas casas com bulldozers e do arrancamento dos seus olivais a fim de entregar terras a "colonos" fanáticos – podemos apenas concluir que Washington, o viabilizador de Israel, pode ir muito mais longe.

Nestes poucos anos de abertura do século XXI, Washington destruiu a Constituição dos Estados Unidos, a separação de poderes, o direito internacional, a responsabilidade do governo e sacrificou todo princípio moral a fim de alcançar hegemonia no mundo todo.

Esta agenda ambiciosa está sendo empreendida enquanto simultaneamente Washington removeu toda regulamentação sobre Wall Street, o lar da cobiça maciça, permitindo ao horizonte de curto prazo da Wall Street arruinar a economia dos EUA, destruindo portanto a base econômica para o assalto de Washington ao mundo.

Será que os EUA entrarão em colapso, num caos econômico, antes de dominarem o mundo?

21/Outubro/2011


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
Obama, o rei da África

Obama, o rei da África

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Crédito: kit.net
Por Pepe Escobar

Asia Times Online

Se o presidente dos EUA, Barack Obama, pretendesse realmente livrar-se do novo homem do saco de plantão, Joseph Kony, de Uganda – um antigo coroinha convertido em político/profeta cristão místico, que tem pelo menos 60 esposas -, haveria ordenado ao Fiscal Geral estadunidense Eric “A todo gas” Holder para que tramasse um complô e subcontratassepara o golpe um lunático iraniano vinculado com um cartel de drogas do México.

O Plano B suporia ordenar às Nações Unidas que outorga-se a Organização do Tratado do Atlântico Norte o pedido para a criação de uma zona de exclusão aérea sobre os “rebeldes” do Exército da Resistência do Senhor (LRA, por sua sigla em inglês) de Kony e depois bombardeassem-no até a inconsciência.

O Plano C consistiria em golpear o LRA até a morte com aviões teleguiados, uma frota de MQ-9 Reapers; porém a base mais próxima deste tipo de aviões se encontra muito longe, em Djibuti, no Chifre da África.

Como não havia incautos mexicanos disponíveis e os “rebeldes”, nesta ocasião, são os badboys, Obama se encantou pela opção imperial clássica: tirou de um AfPak e ordenou um incremento de botas e sêmen sobre o terreno, enviando a 100 tipos de Forças Especiais estadunidenses para que ajudassem a um ditador corrupto – o presidente ugandês Yoweri Museveni - a aplastar seu bando de “rebeldes” locais.

Qualquer um pode apresentar a desculpa que Uganda é como uma Líbia ao contrário, porque isso é exatamente o que ela é; o ditador, neste caso, consegue a etiqueta de “bom moço” – um dos “nossos filhos da puta” - enquanto os “rebeldes” fizeram um pacto com o diabo. Mas isso é tudo?

Necessito por em marcha um incremento

A realidade de Uganda é um caos homicida absoluto. Assim como os “rebeldes” do LRA, o governo de Museveni (ajudado por Washington) perpetrou também massacres horrendos contra os civis. Kony pode, inclusive, ser considerado um amador comparado com Museveni, uma espécie de ditador perpétuo que acaba de supervisionar o desalojamento e assassinato massivo de pelo menos 20.000 ugandeses em nome das corporações britânicas. No mais, Museveni roubou basicamente as eleições ugandesas celebradas em princípios deste ano.

O incremento de Obama em Uganda deveria ser considerado como um intercâmbio crucial de favores com Museveni, que enviou milhares de soldados ugandeses às forças da União Africana que estão combatendo aos islamitas do núcleo duro dos al-Shabab na Somália. Por tanto, enquanto Uganda combate em uma guerra por poderes para os EUA na Somália, Washington ajuda o ditador a livrar-se dos “rebeldes” do LRA. Não é de se estranhar que o Pentágono tenha se afeiçoado tanto com Uganda; Museveni conseguiu recentemente 45 milhões de dólares em equipamento, incluídos quatro aviões teleguiados pequenos.

O LRA – um grupo irregular de duros fundamentalistas cristãos - tem sua base ao norte de Uganda porém se reparte por quatro países, incluído o novo Sudão do Sul e o Congo, na África Central. Não possuem armas pesadas. Não tem possibilidade de desestabilizar o governo ugandês, muito menos de representar uma ameaça para a “segurança nacional” dos EUA. O homem da mala Kony pode estar escondido em algum lugar ao largo da imensa fronteira entre o Congo e o Sudão, e pode ser que não tenha mais do que 400 combatentes.

A proximidade de Uganda com o novo país, o Sudão do Sul, é a chave de toda a equação. Até agora, o LRA tem sido para o Sudão do Norte uma espécie de corta-fogo armado convenientemente contra o títere do Ocidente, Museveni. Mas sobretudo, toda esta zona constitui um bem imóvel de alta qualidade onde se joga a feroz batalha entre a China e os estadunidenses/europeus, uma batalha centrada no petróleo e os minerais, tudo isso formando parte da Grande Guerra do Século XXI pelos Recursos da África.

É ali o reino mineral

Tudo isso nos leva a Uganda como uma nova terra de provisão. Ah, quantas possibilidades oferecem as guerras humanitárias! Para revestir-se com uma aparência de êxito, os passos iniciais do incremento africano de Obama teriam que incluir uma base militar com uma larga pista de aterrizagem e uma mini-Guantânamo onde possam encarcerar os “terroristas”. Se isso soa demasiado bom para ser verdade, é porque assim é; pensem que os cartéis da AFRICOM do Pentágono contemplaram há muito tempo a possibilidade de viajar rapidamente desde Stuttgart, na Alemanha, a algum lugar de Uganda.

Qualquer estudante de realpolitik sabe que os EUA não fazem intervenções “humanitárias”. O incremento do AFRICOM temparalelo com o nome real do jogo: minerais preciosos. Sucede que Uganda – e o vizinho Congo oriental - tem quantidades fabulosas de, entre outros, platina, cobre, cobalto, estanho, fosfatos, tentalita, magnetita, urânio, minério de ferro, geso, berilo, bismuto, cromo, plomo, lítio, nióbio e níquel. Muitos deles são ultra preciosos e estão em terras raras, sobre as quais China exerce um monopólio virtual.

A febre pelos minerais da África é desde já uma das guerras pelos grandes recursos do século XXI. China ocupa a cabeça, seguida por companhias da Índia, Austrália, África do Sul e Rússia (que, por exemplo, construiu recentemente uma refinaria de ouro em Kampala). O Ocidente está ficando para trás. A meta do jogo para os EUA e os europeus, que não se andam com rodeios, é solapar a miríades de acordos comerciais da China por toda a África.

Depois temos o ineludível ângulo da Oleoducstán. Uganda pode ter “milhões de barris de petróleo”, segundo Paul Atherton, da Heritage Oil, como parte do recente descobrimento de petróleo, o maior até agora, em terras da África Subsahariana. Isso implica a construção de um gigantesco oleoduto de 1.200 kilômetros de cumprimento, com um costo de 1.500 milhões de dólares, que iria até Kampala e a costa do Kênia. Também temos outro oleoduto desde o “liberado” Sudão do Sul. Washington quer assegurar-se de que todo esse petróleo esteja somente a disposição dos EUA e Europa.

Obama, o rei da África

A administração Obama insiste em que os 100 elementos das Forças Especiais serão “assessores” e não tropas de combate. Pensem no Vietnã nos primeiros anos da década de sessenta; começou com “assessores”, e o resto já é história. Agora se espera que os “assessores” se dispersem desde Uganda até o Sudão do Sul, a República Centro-africana e a República Democrática do Congo.

E nem sequer é a primeira vez que isto sucede. George W. Bush tentou o mesmo em 2008. Acabou em um desastre sem paliativos devidos – nada novo debaixo do sol - a corrupção do exército ugandês. Kony recebeu um aviso e escapou horas antes do ataque ao seu acampamento.

Por tanto, na superfície temos uma edificante narrativa acerca do primeiro presidente negro dos EUA profundamente preocupado pela “crise humanitária” em outra nação africana: Uganda. E em uma perfeita história da carochinha estadunidense, que se dedica a apontar Uganda como base avançada para que Washington crave sua adaga dentro da África islâmica.

A cantilena oficial que Washington martela é o fato de que o LRA “assassinou, violou e sequestrou milhares de homens, mulheres e crianças”. Agora compare-o com a devastação perpetrada por Washington durante mais de duas décadas sobre o Iraque: pelo menos 1,4 milhões de pessoas assassinadas direta e indiretamente, milhões de refugiados, uma guerra civil entre sunitas e chiitas que ainda segue viva e latente, e o flanco oriental da nação árabe totalmente destruído.

Compare-o com o estrondoso silêncio da Casa Branca de Obama quando os racistas “rebeldes” do leste da Líbia acurralaram, acossaram, torturaram e inclusive eliminaram os africanos subsaharianos.

A África está lutando há uma eternidade contra os múltiplos aspectos do grande amo branco escravista genocida, ajudado e amparado por múltiplas correntes de servis ditadores/cleptocratas negros, para acabar topando no começo do século XXI com um presidente estadunidense com ascendência direta africana que não tem nada melhor a oferecer que forças especiais, aviões teleguiados, incrementos bélicos e intervenções “humanitárias” impregnadas de hipocrisia.

Pepe Escobar é autor de “Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War” (Nimble Books, 2007)e “Red Zone Blues: a snapshot of Baghdad during the surge”. Seu último livro é “Obama does Globalistan” (Nimble Books, 2009). Pode ser contatado em: pepeasia @yahoo.com

Fonte: http://www.atimes.com/atimes/Global_Economy/MJ18Dj06.html

Traduzido do inglês para o Rebelión por Sinfo Fernández

Traduzido do espanhol para o PCB por Daniel Oliveira
Pela liberdade, justiça e dignidade dos presos políticos palestinos!

Pela liberdade, justiça e dignidade dos presos políticos palestinos!

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Crédito: Somos Todos Palestinos
As organizações da sociedade civil brasileira abaixo assinadas solidarizam-se com os presos políticos palestinos em greve de fome desde 27 de setembro de 2011 e exigem justiça, dignidade e liberdade aos detidos.

Sua luta é contra as condições desumanas a que estão submetidos nos cárceres israelenses, as quais têm se deteriorado ainda mais nos últimos meses. A punição coletiva por parte de Israel vem se agravando, e não poupa nem mesmo os muitos que estão à espera de julgamento e os cerca de 200 em prisão administrativa.

A tortura sistemática, a humilhação cotidiana, inclusive nas inspeções, o confinamento prolongado, a negação de visitas até mesmo de advogados, a não permissão de reagrupamento familiar, a violação de direitos humanos fundamentais, como à educação, têm sido a regra.

Contra esse regime de opressão, a greve foi iniciada e conta com a adesão de diversas lideranças, de vários partidos e organizações. As mulheres também estão participando do movimento. Como punição, todos têm sofrido repressão, isolamento, transferências arbitrárias e maus tratos. Numa tentativa de desmobilização, muitos líderes têm sido deslocados para paradeiros desconhecidos. Essas práticas comuns têm sido intensificadas com o intuito de quebrar a resistência manifestada com a greve de fome.

Fazendo frente a isso, além da recusa a se alimentar, os prisioneiros anunciaram a rejeição de todas as ordens na prisão, como o uso dos uniformes, as chamadas e os horários nos centros de detenção.

As detenções ilegais são praxe por parte do Estado de Israel desde sua criação unilateral, em 1948. Segundo a Adameer – Associação de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros Palestinos divulga em seu site, somente de 1967 para cá mais de 650 mil palestinos já foram detidos – ou seja, pouco menos de 20% do total da população dos territórios ocupados naquele ano, durante a chamada Guerra dos Seis Dias.

Atualmente, calcula-se que estejam nos cárceres israelenses cerca de 7 mil cidadãos palestinos, entre os quais 340 crianças e 120 mulheres. Por volta de 115 presos encontram-se há mais de 20 anos nessas cadeias e 26, há mais de 25 anos.

Conforme a Adameer, cerca de 24 centros de detenção, cinco centros de interrogação, sete casas de detenção, três campos militares e nove outras prisões na Cisjordânia e Gaza integram o complexo do aparelho repressivo do Estado israelense. Em todos, a violação às convenções de Genebra, sobretudo quanto ao tratamento digno às pessoas nessas condições, é comum.

A solidariedade internacional é fundamental para denunciar esse estado de coisas. Exigimos respeito aos direitos humanos dos presos políticos palestinos em greve de fome e a libertação imediata de todos os detidos, bem como a intervenção da Cruz Vermelha Internacional neste momento. Esperamos que as vozes a partir do Brasil sejam ouvidas para garantir a dignidade desses cidadãos e cidadãs e impedir a contínua punição coletiva e maus tratos.

Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de janeiro

Frente em Defesa do Povo Palestino

Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino

Comitê Democrático Palestino no Brasil

Anel - Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre

Associação Islâmica de São Paulo

Centro Cultural Árabe-Palestino Brasileiro de Mato Grosso do SulCentro Cultural Árabe-Palestino do Rio Grande do Sul

Ciranda Internacional da Informação Independente

CSP-Conlutas - Central Sindical e Popular-Coordenação Nacional de Lutas

CUT - Central Única dos Trabalhadores

Intersindical

MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Mopat - Movimento Palestina para Tod@s

PCB - Partido Comunista Brasileiro

PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

Sociedade Árabe-Palestina de Corumbá

Sociedade Árabe-Palestina de Brasília

Sociedade Árabe-Palestina de Chuí

Sociedade Árabe-Palestina de Santa Maria

UNI - União Nacional das Entidades Islâmicas

Unidade Classista

UJC - União da Juventude Comunista
Assalto contra o comício da PAME e o assassinato do sindicalista Dimitris Kotzaridis

Assalto contra o comício da PAME e o assassinato do sindicalista Dimitris Kotzaridis

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Crédito: KKE
KKE

Grupos de provocadores e anarco-fascistas desencadearam um ataque com coquetéis molotov, gás lacrimogêneo, granadas de efeito moral e pedras com o intuito de dispersar o majestoso comício dos trabalhadores e do povo, na Praça Syntagma, especialmente na área onde a PAME estava concentrada.

Um resultado deste ataque foi a morte do sindicalista da PAME, Dimitris Kotzaridis, 53 anos de idade, secretário da filial Viron do Sindicato dos Trabalhadores da Construção. Dezenas de outros manifestantes da PAME foram feridos.

O ódio dos encapuzados contra o movimento operário-popular e a PAME expressa a fúria das forças que servem ao sistema capitalista e ao poder burguês. O governo tem grande responsabilidade nisto. A operação de intimidação, de calúnia e repressão ao movimento operário-popular tem suas raízes nas estruturas, nos centros e nos serviços estatais. Isso foi demonstrado pela história e se apresenta, também, através do último e bárbaro ataque assassino.

Os encapuzados, os anarcos, os fascistas, ou como quer que sejam chamados, se encarregaram de levar a cabo o que não lograram as forças de repressão: chantagem e ameaças para intimidar o povo e fazê-lo baixar a cabeça. Isso levanta a hipótese de que os mesmos centros foram responsáveis pelo incêndio mortal provocado em Marfin, no dia em que o acordo com a União Europeia foi votado, 5 de Maio de 2010.

O objetivo de dispersar o comício da PAME falhou. Da mesma maneira, os planos do governo, os mecanismos do sistema, os partidos da plutocracia que procuram intimidar e sufocar a torrente do contra-ataque popular que vem acontecendo nas ruas, com a greve de 48hs, devem falhar.

O KKE expressa sua tristeza e condolências à família de Dimitris Kotzaridis, que caiu na luta pela justa causa da classe trabalhadora e do povo. Expressa sua solidariedade aos manifestantes que foram feridos, juntamente com todos aqueles que defendem a manifestação dos trabalhadores e do povo contra os grupos provocadores.

O KKE chama o povo para se levantar decisivamente; lutar junto com o KKE, se reunir nos sindicatos, na PAME e em outras organizações radicais que lutam contra as políticas antipopulares, o poder dos monopólios. Essa é a força de oposição aos partidos da plutocracia, à UE e ao FMI. Essa é a força do povo para repelir as bárbaras medidas, a violência e a intimidação de todos os mecanismos repressivos. O povo pode derrubar as políticas antipopulares e o poder.

ATENAS, 20 de Outubro de 2011

ASSESSORIA DE IMPRENSA DO CC DO KKE

Traduzido por Mariângela Marques.

A PROPAGANDA ENGANOSA E O REFORMISMO

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Crédito: wilmarx
PcdoB: diga com quem andas ...

(Nota Política do PCB)

O programa institucional do PcdoB, exibido na televisão na última quinta-feira, revela sem disfarce seu reformismo e oportunismo, além de sua falta de escrúpulos. Assistimos uma grosseira falsificação da história.

Se nosso Partido fosse legalista, poderíamos reclamar no Procon, no TSE, na justiça comum, contra a tentativa de seqüestro da história do PCB: propaganda enganosa, falsidade ideológica, estelionato político, apropriação indébita.

Todas as pessoas razoavelmente informadas, todos os intelectuais, historiadores, militantes políticos e sociais sabem que o PcdoB foi fundado em 1962, por uma insignificante minoria do Comitê Central do PCB, após ser fragorosamente derrotada no V Congresso do nosso Partido. Não foi o único partido maoísta (com nosso respeito ao inspirador político desta corrente) fundado no início dos anos 60. Em quase todos os países, invariavelmente por iniciativa de minorias dos Partidos Comunistas fundados na década de 20, no bojo da Revolução Russa, surgiram novos partidos ligados ao Partido Comunista Chinês, então em divergência com o da União Soviética. Esses novos partidos adotaram como receita universal a experiência chinesa de revolução do campo para a cidade. Este também foi o caso do PcdoB que, aprofundando o afastamento das posições soviéticas, alguns anos depois se ligou ao Partido do Trabalho da Albânia, aderindo de corpo e alma às formulações teóricas de Enver Hoxha.

Num roteiro de farsa, o PcdoB, que em 2012 comemorará 50 anos anunciou que completará 90, apropriando-se, de forma oportunista, de uma história que sempre repudiou e negou, sobretudo a ligação do PCB com o Partido Comunista da União Soviética, com o Movimento Comunista Internacional e inclusive com a Revolução Cubana, da qual esses dissidentes foram ferrenhos opositores.

Esta tática – de renegar hoje sua própria trajetória para tentar se apropriar da história que rejeitaram em 1962 - vem sendo aplicada em razão de uma realidade que os dirigentes desse partido nunca imaginaram possível: a reconstrução revolucionária do PCB. Com a transformação do PcdoB numa organização social-democrata na prática (na linha política e no caráter do partido), precisam fingir que são o PCB, fundado em 1922, confundindo a opinião pública.

Para falsificar a história, exibiram como membros do PcdoB camaradas que morreram antes da criação deste partido e outros que, na cisão de 1962, notoriamente ficaram com a maioria, permanecendo no PCB.

A manipulação mais grosseira, absurda e desrespeitosa foi a de querer reivindicar os legendários Luiz Carlos Prestes e Olga Benário como expressões do partido que fundaram em 1962. Na verdade, os principais protagonistas dos embates políticos travados no momento desta cisão foram João Amazonas, que liderou a fundação daquele PCdoB original, e Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, que ficou no PCB e foi seu Secretário Geral até 1979, quando saiu do Partido, por divergências com a maioria de sua direção.

Se o verdadeiro comunista João Amazonas estivesse vivo ficaria envergonhado de assistir à manipulação de sua própria história e pelo reformismo que tomou conta do partido que criou, pensando que seria revolucionário.

No conteúdo político do programa o reformismo aparece com toda a sua expressão. Em 2011, exibem um programa eleitoral voltado para as eleições de 2012! Como todos os partidos da ordem, passam os anos ímpares se preparando para as eleições dos anos pares!

Com efeitos especiais, exibiram cinco atuais parlamentares que já estão em campanha para prefeituras, uma manobra comum a todos os partidos eleitoreiros. No meio de seus mandatos, sem risco de perder nada, senadores e deputados federais se candidatam a prefeitos de grandes cidades. Ganham de qualquer forma. Vencendo as eleições, se tornam prefeitos. Se as perdem, antecipam em dois anos a campanha para sua reeleição ao parlamento.

O discurso pasteurizado apresentado por esses candidatos não tem qualquer diferença com o de qualquer político profissional da burguesia. Eis os adjetivos com que definem como serão as cidades que governarão, caso eleitos: limpas, tranqüilas, planejadas, de paz, organizadas, humanas, sustentáveis, dignas, justas.

Em 10 minutos de programa, não houve menção alguma ao imperialismo e ao capitalismo. Parece que, para esse partido, nem o imperialismo está inventando guerras contra os povos nem os trabalhadores do mundo estão lutando contra as retiradas de seus direitos, em meio à crise sistêmica do capitalismo. Pelo contrário, a principal proposta apresentada pelo presidente nacional do partido é uma conciliação de classe: um pacto social para um maior desenvolvimento capitalista do Brasil, envolvendo, numa união nacional, o governo, os trabalhadores e o empresariado.

Jovens, certamente aspirantes a vereador, aparecem no programa se dizendo socialistas (não comunistas) e explicam o que significa ser socialista. Segundo eles, ser socialista “é fazer as cidades mais justas”, “é ser ético sempre”, ”é tratar as pessoas com dignidade”, “é ser responsável com o dinheiro público”.

Aliás, por falar em dinheiro público, o PCB, na crítica política e ideológica que faz ao PcdoB, não centrará suas divergências nas recentes denúncias contra o Ministro dos Esportes. Ficamos com o benefício da dúvida, aguardando os desdobramentos do caso e a apuração das denúncias, pela CGU, MPF, Polícia Federal, Procuradoria Geral da República, STF e inclusive pelo TCU, sobre supostos desvios, no total de R$49 milhões, que teriam ocorrido em 67 convênios do Ministério dos Esportes com entes públicos e privados, entre os quais muitas Ongs, algumas de fachada. Esta pode ter sido, inclusive, a principal motivação da candidatura do deputado Aldo Rabelo a Ministro do TCU.

Mas, como dissemos, nossa discussão é no campo político, na tática e na estratégia que devem adotar os que se reivindicam comunistas.

Até porque não somos falsos moralistas e não entramos na onda da direita que trabalha o tema da corrupção (inerente à política institucional na sociedade capitalista) para afastar os trabalhadores de seus verdadeiros partidos e da luta política, indispensáveis para acabar com a exploração. Estimulam o onguismo e o movimentismo, de forma a que os cargos públicos sejam ocupados majoritariamente pelos de cima, alguns originários das classes dominantes, outros terceirizados.

A luta do PCB contra a corrupção é aberta e radical, no sentido de ir às raízes do problema. É parte da luta contra o capitalismo. Dizemos claramente que a corrupção é inerente ao capitalismo, é sistêmica. De alguma forma, mais ou menos ”esperta”, é usada por todos os partidos que apostam e jogam no cassino da democracia burguesa, onde a concorrência depende de financiamentos privados e caixas dois.

Nas eleições de 2010, o PcdoB recebeu doações da Coca-Cola, do Bradesco e do MacDonald's, empresas patrocinadoras das Olimpíadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014, eventos coordenados pelo Ministério dos Esportes.

Independente dos resultados da apuração das denúncias, um fato já é cristalino: integrado ao sistema, o PcdoB, durante os nove anos em que dirige o Ministério dos Esportes e outros espaços de poder, se enredou na promiscuidade com esquemas, públicos e privados, e com delinquentes como o que hoje acusa o Ministro, mas que já foi filiado e candidato pelo mesmo partido do acusado. Não se armam esquemas de financiamento eleitoral sem sujar as mãos, sem acordos pragmáticos e espúrios que levam partidos com história de luta a conciliarem com o agronegócio e o capital em geral, com torturadores e assassinos, com as multinacionais do petróleo. Um partido que se diz comunista mas que participa acriticamente dos governos burgueses que lhe abram as portas, se torna um bombeiro da luta de classes, refém de seu oportunismo, para não perder seus cargos.

É notório que, como nos casos de Ministros caídos e por cair, independentemente de seu partido, sempre há fogo amigo ou inimigo. Os políticos profissionais e a mídia burguesa trabalham com dossiês contra todos, inclusive aliados de ocasião; não se sabe o dia de amanhã! Mas só é abatido na luta pelo poder no estado burguês quem tem telhado de vidro. Não adianta vir agora evocar o anticomunismo como causa das atuais denúncias, até porque não se comportam como comunistas, apesar do nome. Os cinco Ministros que já foram abatidos no governo Dilma eram de partidos da ordem. Um deles era da cota pessoal do maior dos oligarcas brasileiros, o indefectível José Sarney. E assim mesmo caiu!

Na década de 80, eram poucas as diferenças entre o PCB e o PCdoB. Ambos eram reformistas e apostavam tudo na questão eleitoral, em aliança com partidos burgueses. A diferença é que, enquanto a militância do PCB, em 1992, derrotou seus reformistas, no PcdoB os reformistas não só ficaram mais reformistas como se multiplicaram, alguns já sendo deformados desde a juventude, para garantir o reformismo futuro. A UNE, de saudosa memória, transformou-se numa escola de quadros e parlamentares reformistas.

A causa da voracidade por “recursos não contabilizados” é o reformismo deslavado. A prioridade na ocupação de cargos públicos, seja de que esfera ou instância for, é de tal ordem que até a atuação dos seus militantes de base nos movimentos populares (muitos deles honrados e combativos, alguns ainda comunistas) está atrelada aos objetivos eleitorais de um partido que incha, que filia pela internet futuros candidatos, venham de onde vierem, mesmo do PMDB, PSDB ou DEM e até criaturas sinistras que depois se voltam contra seus criadores, por questões de partilha.

Esperamos que um partido intitulado comunista não caia na vala comum dos partidos burgueses, abatido por aqueles que querem o Ministério dos Esportes não para acabar com a promiscuidade, mas para administrá-la. Ou o PcdoB se depura e corrige seu rumo ou que mude de nome, o que seria uma atitude de respeito aos verdadeiros comunistas.

O desgaste provocado pela degeneração do PcdoB tem sido muito grande para a luta dos comunistas e outros revolucionários, permitindo à mídia hegemônica criar uma imagem de que todos são “farinha do mesmo saco”, inclusive os comunistas.

O PCB não pode e não deve abrir mão de se diferenciar dos reformistas e oportunistas, para que os trabalhadores não os confundam com o nosso Partido. Não podemos deixar de zelar pela memória de todos nossos camaradas que honraram o PCB , muitos pagando com a própria vida, e por uma história de 90 anos de luta, heróica, cheia de erros e acertos, de vitórias e derrotas, de perseguições e acusações de toda sorte, mas sempre de mãos limpas.

VIVA OS 90 ANOS DO PCB!

PCB – Partido Comunista Brasileiro

Comitê Central

25 de outubro de 2011
PCB e PCU FIRMAM DECLARAÇÃO CONJUNTA

PCB e PCU FIRMAM DECLARAÇÃO CONJUNTA

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Crédito: PCB
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Comunista de Uruguai (PCU), reunidos em Montevidéu, nos marcos da expressiva e combativa comemoração do 91º aniversário do PCU, e após passarem em revista seus pontos de vista sobre a conjuntura internacional, em particular a da América Latina, declaram:

1 – Com o agravamento da crise sistêmica do capitalismo, o imperialismo torna-se cada vez mais agressivo, mentindo e manipulando fatos para impor guerras contra os países que não lhe são alinhados, para saquear suas riquezas naturais e manter a hegemonia. No mundo capitalista hoje, há uma tendência à fascistização, à repressão às lutas populares e à retirada de direitos políticos, sociais e trabalhistas, contra a qual os trabalhadores precisam insurgir-se com unidade e firmeza no âmbito mundial.

2 – No momento, a ofensiva do consórcio EUA/OTAN se concentra no Norte da África e no Oriente Médio, centrada nos países que, em graus diferentes, oferecem resistência aos ditames do imperialismo.

3 – Nossos Partidos expressam solidariedade internacionalista ao povo líbio, vítima de uma “rebeldia” midiática, apoiada por forças da OTAN, e aos povos sírio, libanês e iraniano, alvos atuais da ofensiva midiática que tem como objetivo invadir seus países para colocar no poder governos fantoches, com vistas à mudança do quadro geopolítico da região e ao controle de suas imensas fontes de energia. Assim como os iraquianos e afegãos, esses povos resistirão, recorrendo a todas as formas de luta. Destacamos, em especial, a emblemática luta do sofrido povo palestino contra o sionismo e pela criação do seu Estado, pela devolução dos territórios ocupados, pelo fim do “Muro da Vergonha” e dos assentamentos israelenses, pelo retorno dos exilados e pela libertação dos milhares de presos políticos.

4 – Nossos dois Partidos há décadas se identificam com a Revolução Cubana, solidarizando-se com seu povo, seu partido e sua revolução, que seguirá no caminho do socialismo. Reiteramos a imediata exigência da libertação dos 5 Heróis Cubanos.

5 – Na América Latina em geral, saudamos os heterogêneos processos de mudanças, que só transitarão para um caminho socialista se avançarem a organização e a mobilização popular, sobretudo entre os trabalhadores e a juventude, e se fortalecermos formas de exercício do poder popular e um processo de transformações de instâncias do estado burguês.

6 – Além da solidariedade aos processos de mudança mais avançados, como os que se dão na Venezuela, na Bolívia e no Equador, não nos são indiferentes as disputas que se dão em outros países contra a direita e o imperialismo.

7 – Nossos Partidos – que se comprometem a incentivar a unidade dos partidos comunistas e revolucionários - coincidem em destacar duas importantes lutas em nosso continente, que merecem amplas campanhas específicas:

- a retirada de todas as tropas estrangeiras do Haiti e sua substituição por profissionais que possam contribuir para a reconstrução do país;

- o fortalecimento do movimento Latino-Americanos Pela Paz na Colômbia, que tem como objetivo a busca de uma solução política para um conflito militar que só poderá ser resolvido com um paz democrática, com justiça social e econômica, através de negociações que pressupõem o reconhecimento da insurgência como organização política beligerante.

8 – O PCB valoriza o honroso convite que recebemos do PCU, para participar das comemorações do seu 91º aniversário. Pudemos constatar, em reuniões com autoridades públicas ligadas ao PCU e com sua direção, os avanços sociais e políticos que o país experimenta nestes sete anos de governo da Frente Ampla, em meio a naturais disputas políticas. Junto com todas as demais delegações presentes ao evento, a delegação do PCB teve a oportunidade de dialogar com os dirigentes do sindicato nacional único dos metalúrgicos e participar de um ato de solidariedade aos trabalhadores de sua base, saudando-os, em uma visita a uma das dezenas de fábricas ocupadas pelo vigoroso movimento grevista que está em curso.

9 - Finalmente, os dois Partidos manifestam a emoção e a alegria por este reencontro, que renderá muitos frutos, lembrando o fato de que o PCU e o PCB são responsáveis pela vida de milhares de comunistas uruguaios e brasileiros que, durante as ditaduras em nossos países, atravessavam nossa fronteira comum, reciprocamente se entregando aos cuidados de mãos camaradas, carinhosas e internacionalistas que se estendiam em solidariedade militante.

Montevidéu, 17 de outubro de 2011

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO PARTIDO COMUNISTA URUGUAIO

Ivan Pinheiro Eduardo Lorier

Secretário Geral Secretário Geral

Membros dos Comitês Centrais:

Oneider Vargas (PCB); Ana Vignoli e Daniel Coira (PCU)
A Semana no Olhar Comunista - 0016

A Semana no Olhar Comunista - 0016

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Engajamento???

Pesquisa divulgada esta semana que trazemos nesse A Semana no Olhar Comunista informa que os empregados brasileiros estão entre os mais “engajados” no trabalho. Por “engajamento” entenda-se que o empregado “fala bem da empresa e de seus produtos, tem interesse em continuar sendo parte da organização e em buscar seus objetivos e se esforça para ir além das expectativas básicas de sua função”.



De 0 a 100, os empregados brasileiros receberam nota 64, atrás apenas dos chineses (67) e indianos (74). O fato demonstra o tamanho da tarefa para os comunistas brasileiros: a barreira propagandística que impede a classe operária de se perceber explorada é enorme! Confira a lista:

1. Índia

2. China

3. Brasil

4. Suíça

5. Estados Unidos

6. Áustria

7. Canadá

8. Holanda

9. Alemanha

10. Rússia

11. Cingapura

12. Itália

13. Austrália

14. Espanha

15. França
16. Hong Kong

17. Grã-Bretanha

18. Japão




Assalariados pagam mais IR do que bancos

Análise do Sindicato Nacional de Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) informa que os trabalhadores pagaram 9,9% da arrecadação federal somente com o Imposto de Renda ao longo de um ano. E que as entidades financeiras arcaram com menos da metade (4,1%) com o pagamento de IR e mais três outros tributos.

"Os dados mostram a opção equivocada do governo brasileiro de tributar a renda em vez da riqueza e do patrimônio", afirmou o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), João Eloi Olenike, em entrevista à imprensa.

Entre setembro de 2010 a agosto deste ano, as pessoas físicas pagaram R$ 87,6 bilhões em Imposto de Renda, incluídos os valores retidos na fonte como rendimentos do trabalho. Já o sistema financeiro gastou apenas R$ 36,3 bilhões com o pagamento de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), contribuição para o PIS/Pasep, Cofins e Imposto de Renda.



Governo “esconde” informações públicas

“O Ministério do Planejamento alegou motivo de "segurança" para não permitir o acesso da ONG Contas Abertas a informações que deveriam ser públicas. Após a decisão do Planalto, a entidade pediu cooperação jurídica à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para ter o acesso irrestrito aos dados de sistemas informatizados do governo federal. Foram negados à ONG os acessos ao Sistema Integrado de Dados Orçamentários (Sidor), ao Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento do Plano Plurianual (Sigplan), ao Sistema de Informação das Estatais (Siest) e ao Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg). A medida torna impossível, segundo Gil Castello Branco, secretário-geral da entidade, a realização do controle da sociedade dos convênios firmados com empresas privadas e organizações não-governamentais”.

O trecho acima, entre aspas, é de reportagem da Folha de S. Paulo que informa a medida tomada pelo governo para esconder as movimentações de dinheiro público, ao contrário do que indica a a Lei de Diretrizes Orçamentárias, no seu parágrafo 1º do artigo 102, que autoriza o acesso irrestrito a essas informações.



França, a próxima vítima?

A agência de classificação de risco Moody's informou que pode revisar para negativa a perspectiva sobre a nota de crédito "Aaa" da França nos próximos três meses se o país não fizer progressos em suas reformas econômicas e fiscais. A avaliação também levará em conta potenciais efeitos adversos nos mercados financeiros ou na economia, disse a agência, deixando claro que a jogatina do mercado financeiro precisa ser mantida. Afinal de contas, por que “potenciais efeitos adversos” deveriam ser levados em conta em um trabalho honesto, científico, ascético e correto???



Direita precisou ressuscitar cabo Anselmo depois da criação da “Comissão da Verdade”

A reaparição pública, no programa Roda Viva, da TV Cultura, de São Paulo,  do ex-militar José Anselmo dos Santos – o cabo Anselmo – pode ter sido uma iniciativa da direita. Anselmo, expulso da Marinha após um motim, nos anos 60, foi preso pela ditadura militar e, para ser libertado, delatou perseguidos políticos ao Dops, incluindo sua namorada, Soledad Viedma, que acabou morta sob tortura. Foi cooptado pelos órgãos de repressão e tornou-se agente duplo.  Recentemente, Anselmo escreveu um livro, ainda não publicado, revelando nomes e fatos do período da ditadura.

Segundo a Carta Maior, Anselmo tem a intenção de reivindicar uma identidade, alegando que, até hoje, vive  como clandestino, não dispondo de nenhum documento oficial de identificação. O advogado Aton Fon Filho, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, no entanto, não apenas tem poucas expectativas em relação à entrevista como acredita que o programa é uma expressão das vozes militares. Para ele, a participação do Cabo Anselmo noRoda Viva é mais uma ação da direita, representando uma reação ao debate sobre a Comissão da Verdade no país. A direita, segundo Aton, está sendo impelida a  “desenterrar” pessoas como o Cabo Anselmo  para dar uma resposta.  Para familiares de mortos e desaparecidos políticos e militantes de defesa dos direitos humanos,  os setores reacionários continuam contando com o apoio da grande mídia para evitar que se faça justiça no Brasil em torno das violações praticadas pelo regime militar.

O fato é que, 32 anos após a edição da edição da Lei da Anistia, o Estado brasileiro, ao contrário outros países vizinho que sofreram sob governos ditatoriais, nas décadas de 60, 70 e 80, ainda não reparou todos os danos causados às vítimas da ditadura civil-militar. É preciso que esta seja uma bandeira de todos, para que as feridas se fechem, os responsáveis sejam processados e esta página da história seja, finalmente, virada.



Governo argentino quer mais Marx e menos neoliberalismo em faculdades de economia O ministro da Economia da Argentina, Amado Boudou, defendeu, em recente entrevista, que as faculdades federais de economia do país modifiquem a atual grade escolar para dar "mais espaço" para as teorias do alemão Karl Marx, do inglês John Keynes e do argentino Raul Prebisch (fundador da Cepal). A informação é da BBC. O Ministério da Economia da Argentina entende que "As faculdades argentinas hoje apresentam grades mais ortodoxas e nós apoiamos que elas sejam mais heterodoxas". Outros autores, como o brasileiro Franklin Serrano (da UFRJ) e o polonês Michal Kalecki, são também apontados como referências necessárias para os estudantes.

A intenção do Ministério é reduzir a presença de textos de referência associados ao neoliberalismo, e que os cursos de Economia atuais fazem parte de um “domínio neoliberal”, sendo necessário, assim, modificá-los, para adequá-los ao “modelo de acumulação com inclusão social", lançado pelo ex-presidente Nestor Kirchner (2003-2007), antecessor de sua viúva, a atual presidente, recém reeleita.

A mudança é um claro sinal do esgotamento das políticas econômicas neoliberais, de privatizações, destruição do Estado, eliminação de direitos sociais e de precarização das relações de trabalho, entre outras,  que predominaram na Argentina ao longo dos anos 90, deixando uma herança de forte crise social, desemprego e desequilíbrio econômico sem predecentes na história do país. É também um passo importante na construção de uma alternativa ao sistema capitalista, de uma contrahegemonia socialista na Argentina.

25 de outubro de 2011

CARTA DE ANITA PRESTES AO PcdoB

CARTA DE ANITA PRESTES AO PcdoB

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Crédito: 2.bp.blogspot
(Veja em seguida nota do Secretariado Nacional do PCB)


(Veja em seguida nota do Secretariado Nacional do PCB)

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2011.

Ao Comitê Central do

Partido Comunista do Brasil

(PCdoB)

Dirijo-me à direção do PCdoB para externar minha estranheza e minha indignação com a utilização indébita da imagem dos meus pais, Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes, em Programa Eleitoral desse partido, transmitido pela TV na noite de ontem, dia 20 de outubro de 2011.

Não posso aceitar que se pretenda comprometer a trajetória revolucionária dos meus pais com a política atual do PCdoB, que, certamente, seria energicamente por eles repudiada. Cabe lembrar que, após a anistia de 1979 e o regresso de Luiz Carlos Prestes ao Brasil, durante os últimos dez anos de sua vida, ele denunciou repetidamente o oportunismo tanto do PCdoB quanto do PCB, caracterizando a política adotada por esses partidos como reformista e de traição da classe operária. Bastando consultar a imprensa dos anos 1980 para comprovar esta afirmação.

Por respeito à memória de Prestes e de Olga, o PCdoB deveria deixar de utilizar-se do inegável prestígio desses dois revolucionários comunistas junto a amplos setores do nosso povo, numa tentativa deplorável de impedir o desgaste, junto à opinião pública, de dirigentes desse partido acusados de possível envolvimento em atos de corrupção.

Atenciosamente,

Anita Leocádia Prestes

Nota do Secretariado Nacional do PCB:

Solidarizamo-nos com a justa indignação de Anita Leocádia Prestes e concordamos com suas críticas ao reformismo e à conciliação, nos anos 80, tanto da direção do PCB como do PcdoB.

No caso do PCB, durante a década de 80, os reformistas encontraram a firme resistência de comunistas que optaram corretamente por ficar no Partido para enfrentá-los. Os reformistas foram derrotados em 1992, quando tentaram liquidar o PCB. Desde então, iniciamos a reconstrução revolucionária do nosso Partido, que hoje se consolida.

Quanto ao PcdoB, o reformismo não encontrou qualquer resistência. Não só continuou como se aprofunda cada vez mais.
Outros tempos... Os velhos comunistas!

Outros tempos... Os velhos comunistas!

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Crédito: TV Cultura
Flávio Tavares*

A inveja é pecado grave ou defeito terrível, mas confesso aqui, publicamente, que sempre invejei os antigos militantes comunistas. Aos olhos da minha geração, nos anos 1950-60, quando o debate político era o centro da vida, os “comunas” tinham aura de santos e se comportavam com a pureza de monges ascetas. Não buscavam nada para si próprios, entregavam-se totalmente à “causa”, despojavam-se de tudo, desprezavam o mínimo conforto pessoal, “coisa de pequeno burguês”. Eram como os primeiros cristãos das catacumbas romanas, perseguidos pelo que pensavam e coerentes no que agiam.

Até os integralistas os respeitavam, além de toda a direita, quanto mais os da esquerda socialista, como eu, vindos também do ventre marxista. Mesmo nas divergências mais sérias ou nos sectarismos mais fanáticos, eles eram exemplo de integridade pessoal.

Bastou ocuparem uma migalha do poder (como o PC do B ocupa há oito anos no governo federal), para a cúpula partidária transformar-se em jóia falsa de vendedor ambulante, desprezível bugiganga de lata.

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A briga pública em que “um militante de base” do PC do B de Brasília (enriquecido pelos favores recebidos do poder) acusa o ministro Orlando Silva de embolsar milionários subornos tem todos os ingredientes das disputas entre marginais: cada qual denuncia cada quem...

O acusador principal é soldado da Polícia Militar do Distrito Federal, dono de uma mansão de R$ 3 milhões, de um Camaro, um Volvo e um BMW na garagem, e de duas “associações” de kung-fu aquinhoadas com milionários cifrões pelo Ministério do Esporte. O ministro se defende e acusa o antecessor (hoje governador do Distrito Federal), que fez a festança ainda no governo Lula da Silva, mas se esquece de que ele próprio era, então, secretário executivo do ministério.

No PC do B, os três tratavam-se de “camaradas”; hoje de “bandidos”, mutuamente e a gritos. Inquirido no Congresso, Orlando Silva frisou que o denunciante “não apresentou provas”, e é verdade. Mas, de que servem as provas no Brasil, se a deputada Jacqueline Roriz (que não é do PC do B) foi filmada recebendo propina e continua no parlamento, “absolvida” por seus pares?

O Ministério do Esporte e o PC do B estão sob o fio da navalha desde os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio: o Tribunal de Contas impugnou quase R$ 13 milhões gastos na construção da Vila Olímpica, por corresponderem a despesas por obras já pagas...

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Deslizes pessoais são comuns em nosso absurdo espectro político, em que os partidos têm “donos”, como as “boites” e demais casas do gênero, com dança e outras coisas. O PC do B, porém, surgiu como dissidência do antigo PCB para “corrigir” o que acusava de “aburguesamento” do partido original, que Luiz Carlos Prestes dirigia. Desde a morte de João Amazonas, anos atrás, porém, o PC do B enveredou por caminhos muito próximos àqueles que tornaram Paulo Maluf um símbolo do absurdo em política. Por essa senda tortuosa, sua mais notória figura, o deputado Aldo Rebelo, nos legou um projeto de Código Florestal que incentiva desmatar e trata a floresta como se fosse “tolo requinte burguês”.

Nada disso, porém, se equipara à propina aberta que o ministro recebia na garagem, no subsolo, em caixas de papelão, do soldado da PM e ex-militante do partido, enriquecido com dinheiro público.

Essas verbas do Programa Segundo Tempo do ministério, destinadas a disseminar a prática desportiva pelo país, são a melhor marca de que vivemos hoje em outros tempos. Afinal, ninguém é de ferro!

*Jornalista e escritor